CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (CIM-UEFS #109

Coordenador:
Kaio Vinicius Freitas de Andrade
Data Cadastro:
11-07-2023 01:54:20
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Kaio Vinicius Freitas de Andrade
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
12/02/2022 - 12/02/2026
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Departamento de Saúde,

Resolução Consepe 012/2021
Processo SEI Bahia 07135342020001723357
Situação Ativo
Equipe 11

O uso racional de medicamentos envolve a prescrição adequada e a garantia do acesso a produtos farmacêuticos com eficácia, segurança e qualidade comprovadas. Esse processo está diretamente ligado ao acesso a informações sobre medicamento, que devem ser imparciais, independentes, atualizadas e baseadas em evidências científicas. Nesse cenário, o Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) se configura como um meio de compartilhamento de dados científicos, além de fomentar o ensino e a pesquisa. O CIM da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) na modalidade de um programa de extensão, tem como objetivo produzir e oferecer informações técnico-científicas sobre medicamentos para profissionais e gestores de saúde, estabelecimentos de saúde, comunidade acadêmica e população em geral, configurando-se como o primeiro do município de Feira de Santana e região. O CIM-UEFS será localizado na Farmácia Universitária da instituição e realizará atendimento ao público de forma reativa, inicialmente por meio de e-mail e, posteriormente, através de atendimento telefônico e via website; e de forma proativa, por meio de participação em pesquisas e eventos científicos, elaboração de materiais educativos, promoção de treinamentos, cursos, oficinas e também por meio da oferta de campos de prática e pesquisa para estudantes de graduação e pós-graduação na área de saúde. Como instrumentos de avaliação, serão adotados indicadores de qualidade preconizados pela Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação Sobre Medicamentos (REBRACIM) e, adicionalmente, indicadores próprios elaborados a partir dos dados coletados em formulários destinados ao registro das ações executadas pelo programa.
CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS O centro de informação sobre medicamentos (CIM) é uma unidade operacional que oferece informação técnico-científica sobre medicamentos de forma objetiva e oportuna, visando atender às necessidades de informação específica utilizando evidências científicas disponíveis.(15) No entanto, na literatura é possível encontrar serviço de informação sobre medicamentos (SIM) e centro de informação sobre medicamentos como termos equivalentes, porém o serviço difere do centro em relação à estrutura, recursos e alcance dos seus préstimos, mas o ponto central de ambos é o uso racional de medicamentos.(12) Outros autores utilizam o termo CIM para designar o espaço físico, enquanto o termo SIM representaria as atividades desenvolvidas dentro desse espaço.(16) Atualizando esses conceitos, o Conselho Federal de Farmácia publicou a Resolução nº 671/2019, que define Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) e Serviço de Informações sobre Medicamentos (SIM) como locais estruturados designados para reunir, analisar, avaliar e fornecer informações sobre medicamentos, sendo que o primeiro tem abrangência nacional, estadual ou regional e o segundo tem abrangência institucional. Ademais, outro termo foi apresentado, o Núcleo de Apoio e/ou Assessoramento Técnico (NAT), que é composto por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, responsável pela elaboração de pareceres relativos à medicina baseada em evidência, fornecendo informações técnicas para os magistrados e demais operadores do direito, com base em preceitos e normas estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Saúde Suplementar.(17) No texto em tela, CIM e SIM serão abordados da mesma forma, visto que as atividades, em ambos, são correspondentes. A Europa foi pioneira na implantação de um centro de informação sobre medicamentos, em 1960, localizado mais especificamente no Reino Unido.(18) Logo em seguida, em 1962, a Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, implantou seu centro, cuja relevante contribuição na farmacoterapia incentivou sua rápida difusão pelo mundo.(19) O CIM mudou a imagem do farmacêutico, passando de distribuidor de medicamentos para especialista em terapia medicamentosa e membro ativo da equipe de saúde.(20) No Brasil, o pioneiro na implantação do CIM foi o Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal-RN, em 1979. Nos anos 90, surgiram o Sistema Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (SISMED) e o Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (CEBRIM), sendo o último criado pelo Conselho Federal de Farmácia com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e continua ativo. Posteriormente, os centros foram se expandindo pelo país(12, 21). A Portaria GM/MS nº 2647/2013, emitida pelo Ministério da Saúde, que institui a Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação sobre Medicamentos (REBRACIM), relaciona 24 Centros/Serviços de Informações sobre Medicamentos cadastrados, distribuídos em 12 unidades federativas do país. Desse total, três CIM estão localizados no estado da Bahia, a saber: Centro de Informação sobre Medicamentos do Complexo-Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Centro de Informação sobre Medicamentos da Bahia da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e Centro de Informação de Medicamentos do Conselho Regional de Farmácia da Bahia.(7) Em 2016, o número de membros da REBRACIM aumentou para 33 (32 CIM e 1 SIM), sendo que 72,8% (24) estão localizados em capitais, nas cinco regiões brasileiras.(22) Visto que algumas instituições podem ter o CIM implantado, mas ainda não incorporado à REBRACIM, o número de centros existentes no território brasileiro pode ser maior. Vale destacar que os CIM são capazes de apresentar soluções para problemas reais sobre medicamentos de modo geral ou para uma situação clínica específica focada na necessidade particular do solicitante, através da análise crítica de um especialista, desse modo não podem ser confundidos com bibliotecas, centros de documentação ou bancos de dados que não possuem essa característica. (8, 23) INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS Segundo Jaramillo (2000, p.16), “a qualidade da informação a respeito de um medicamento é tão importante quanto a qualidade do princípio ativo”, portanto, medicamento e informação adequada devem caminhar juntos para racionalizar seu uso.(24) Para a Sociedade de Farmacêuticos Hospitalares da Austrália, informação sobre medicamentos é a oferta, verbal ou escrita, de informação ou recomendação a respeito de medicamentos ou farmacoterapia, como retorno a um questionamento feito por profissionais de saúde, organizações, comitês, pacientes ou público em geral, podendo estar relacionado a um paciente em especial ou consistir em informação geral para promover o uso racional de medicamentos.(25) Complementando esse conceito, o Conselho Federal de Farmácia define informação sobre medicamentos como a provisão de informação imparcial, referenciada e criticamente avaliada, com base em princípios da saúde e evidências. As informações contemplam aspectos relativos à indicação de uso, posologia, parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos, estabilidade, incompatibilidades, interações, reações adversas, armazenamento e conservação, segurança, seleção de farmacoterapia, preparo, erros de medicação, contraindicações, disponibilidade no mercado, questões legais, regulatórias e econômicas, dentre outros.(17) Tendo em vista que conhecimentos em farmacologia são dinâmicos, alguns com vida útil média de três anos, é pertinente inferir que a informação sobre medicamentos é volumosa, extensa e pode ser superada de modo rápido (26), portanto, revisões periódicas são necessárias para atualizá-las. Ademais, as informações devem ser independentes, isentas de interesses políticos, econômicos, comerciais e publicitários, coletadas em fontes confiáveis, idôneas e imparciais, sempre avaliadas com rigor técnico-científico e fornecidas de forma gratuita ao público solicitante, em especial, aos profissionais de saúde. O CIM pode prestar a informação de forma reativa ou proativa. A forma reativa, antes denominada passiva, acontece quando há um questionamento demandado por um solicitante e a informação é oferecida como resposta, nota, laudo, parecer ou informe técnico. Na forma proativa, antes denominada ativa, a iniciativa da comunicação é do farmacêutico, que analisa o tipo de informação que pode ser proveitosa para seus possíveis usuários e viabiliza sua divulgação de modo adequado, através de boletins, alertas, informes e outros. Atividades colaborativas, como a participação em Comissão de Farmácia Terapêutica, também são consideradas uma forma proativa de fornecer informações (9, 17, 27) A priori, a principal função do CIM é responder os questionamentos que lhe são apresentados, porém, informar aos usuários sobre novos usos ou restrições de medicamentos já existentes ou fármacos inéditos são atividades que expandem sua área de atuação e, talvez, a que cause maior impacto, reconhecimento e visibilidade perante o público atendido.(9) As informações fornecidas pelo CIM repercutem positivamente sobre o uso racional de medicamentos e colaboram com as tomadas de decisões dos prescritores nas questões relacionadas com farmacoterapia.(12) FONTES DE INFORMAÇÕES Para implantação do CIM é fundamental a disponibilidade de material bibliográfico atualizado e de qualidade, podendo ser proveniente de fonte primária, secundária e terciária, dependendo das necessidades apresentadas. Independentemente do tipo de fonte escolhida para se realizar a busca do assunto de interesse, as informações devem ser analisadas criticamente pelo farmacêutico. Vidotti e colaboradores destacam que imparcialidade, padrão científico, idioma e custo também devem ser considerados no momento da seleção da fonte de informação.(9) As fontes primárias, com publicações mais atualizadas, compreendem estudos originais, sem filtros de interpretações, veiculados em periódicos científicos, onde o leitor pode acessar detalhes da pesquisa e avaliar sua validade e utilidade. As fontes secundárias, amplamente disponíveis no formato digital na internet, muitas de forma gratuita e outras pagas, consistem em serviços de indexação ou que contenham resumos da literatura e conduzem o usuário para as fontes primárias. As fontes terciárias, suficientes para responder 90% das solicitações, englobam as informações avaliadas e verificadas pelo autor ou editor, ou seja, informações documentadas de forma condensada, compreendendo livros-texto, compêndios, formulários e artigos de revisão, dentre outros. Existem ainda, outras fontes de informação que podem ser úteis ao CIM, como órgãos sanitários, associações e sociedades científicas, órgãos governamentais, conselhos de classe.(8, 9, 15, 27) De acordo com Kavalec et al. (4), Vidotti, Silva e Hoefler (9), REBRACIM (15) as fontes de informações recomendadas para estarem disponíveis no CIM, são: Fontes Primárias : British Journal of Clinical Pharmacology; Annals of Internal Medicine; Annals of Pharmacotherapy; New England Journal of Medicine; European Journal of Clinical Pharmacology; Journal of the American Medical Association; Clinical Pharmacology and Therapeutics Drugs; Clinical Pharmacy; The Lancet; Journal of Clinical and Hospital Pharmacy. Fontes Secundárias: Cochrane Library; Medline/PubMed; SciELO; Rede BiblioSUS; International; Pharmaceutical Abstracts; Embase; Index Medicus / Science Citation Index; Periódicos CAPES; Lilacs; Latindex; IDIS Drug Information Service; Scopus; UpToDate. Fontes Terciárias: Martindale Extra Pharmacopeia; Pediatric & Neonatal Dosage Handbook; Drugs in Pregnancy and Lactation; Farmacoeconomia; Farmacologia Geral e Aplicada; Farmacocinética /Farmacodinâmica; Interação Medicamentosa Reações Adversas a Medicamentos; Handbook of Inyectable Drugs; Dicionário de Termos Médicos; British National Formulary Cálculos Farmacêuticos; Formulário Terapêutico Nacional (FTN); Dicionário de Especialidades Terapêuticas. Fontes Alternativas: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS/BIREME); Food and Drug Administration (FDA); Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS); Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH); Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO); Conselhos Federal de Farmácia (CFF) / Conselho Federal de Medicina (CFM); Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)/ Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (SOBRAVIME); American Society of Hospital Pharmacists; European Medicines Agency (EMA); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)/ Ministério da Saúde (MS); National Institute for Health and Clinical Excellence Public Health (NICE); Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO); Micromedex/ Drugdex . ATIVIDADES DO CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS A atividade primordial do CIM, mas não exclusiva, é responder perguntas que lhe são enviadas, sendo a tarefa que demanda maior tempo da sua equipe.(9) Tanto informações reativas como proativas são fornecidas pelo CIM e, no caso das consultas que não forem solucionadas localmente, outros CIM ou SIM podem ser consultados(4), criando assim uma rede colaborativa para fornecer respostas de qualidade. Importante destacar que os CIM, em geral, não realizam cobranças aos seus usuários, pois esses centros têm o desígnio de oferecerem um serviço de utilidade pública.(8) Portanto, para evitar possíveis conflitos de interesses é prudente que não haja recepção de contributos externos pelo CIM (9), garantindo assim sua imparcialidade. Logo a responsabilidade de manter os recursos humanos e materiais necessários para a operacionalidade do centro deve ser da instituição que o acolhe. Considerando as diversas fontes de informações disponíveis, deve-se enfatizar que levantamento bibliográfico para fins de atividades acadêmicas não é considerado como atividade do CIM, desse modo, pedidos dessa natureza não são contemplados. As principais atividades do CIM, relacionadas com informações reativas, proativas e educacionais, estão apresentadas a seguir (4, 8, 9, 12, 15, 27, 28, 29), porém outras atividades podem ser incorporadas, a depender das necessidades detectadas ao longo do seu funcionamento. Atividades Reativas: • Selecionar, avaliar criticamente, interpretar, categorizar e organizar informações especializadas sobre medicamentos de fontes bibliográficas • Elaboração de respostas aos questionamentos sobre medicamentos, provenientes de demanda espontânea, devidamente referenciadas e baseadas em evidências • Emissão de pareceres técnicos e notas de esclarecimentos • Assessoria para tomada de decisões no âmbito do medicamento • Suporte às atividades clínicas dos diversos profissionais de saúde nos assuntos relativos aos medicamentos (dose, conservação, estabilidade, diluição e outros) Atividades Proativas: • Cooperação com comissões técnicas e científicas (Comissão de Farmácia e Terapêutica -CFT, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH, Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional - EMTN, dentre outras) • Produção e publicação de boletins, alertas, folhetos, informes técnicos • Organização e participação em eventos científicos e cursos • Apoio a outros centros e serviços de informação sobre medicamentos • Realização de estudos farmacoepidemiológicos, englobando estudos de utilização de medicamentos, farmacoeconomia e farmacovigilância Identificação de problemas relacionados a medicamentos Atividades Educacionais: • Produção e publicação de material educativo • Recepção de discentes para fins de estágio curricular, visitas supervisionadas ou realização de práticas vinculadas aos componentes curriculares do Curso de Farmácia • Treinamento em serviço para profissionais e residentes farmacêuticos • Participação e desenvolvimento de atividade em educação continuada voltada para discentes e profissionais de saúde • Construção de banco de dados para pesquisas, monografias (Graduação/Pós-Graduação) Espaço para a realização de atividades extensionistas ESTRUTURA DO CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS A estrutura do CIM deve possibilitar a realização das suas diferentes atividades, propiciando atendimento qualificado aos usuários. Todavia, segundo Vidotti e outros(9), a maturidade do centro é atingida ao longo do tempo, através da garantia da qualidade dos serviços oferecidos e trabalho multiprofissional efetivo. Apesar de ser incentivado o trabalho multiprofissional, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia, as informações produzidas pelo CIM sobre temas privativos à Farmácia, devem ser elaboradas pelo farmacêutico.(17) Quando o CIM é implantado dentro da Universidade, este pode contar com o acervo já disponível na Biblioteca, onde sua aquisição e renovação é prática contumaz. Ademais, por ser uma instituição de ensino superior, também dispõe de acesso livre a importantes bases de dados nacionais e internacionais. De todo modo, a instalação do CIM deve ser realizada de forma gradativa, mas inicialmente, é necessário que disponha de alguns recursos básicos, tais como recursos estruturais (espaço físico compatível com as atividades propostas); recursos humanos ( farmacêutico capacitado no manejo de recursos tecnológicos e avaliação crítica da literatura, com experiência em farmacologia, terapêutica e clínica, além de conhecimento de inglês e espanhol, boa comunicação verbal e escrita e poder de síntese; apoio administrativo); recursos materiais (equipamentos: impressora multifuncional (scanner, fotocopiadora), telefone ou ramal telefônico, computador, acesso à internet, endereço eletrônico, construção de website, pacote de dados Office© (Word, Excel, powerpoint), mesa, cadeiras, armário, arquivo, material de expediente: papel, tinta para impressora, grampeador, clips, canetas etc. e acervo bibliográfico) e recurso financeiros (aquisição e renovação do acervo bibliográfico e assinaturas para acesso à base de dados pagas).(8, 9, 15). GARANTIA DA QUALIDADE NO CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS As avaliações subjetivas são inconsistentes, pois não são pautadas nos fatos e na medição de dados, portanto, a probabilidade de acertos e de entendimento sobre a situação estudada fica seriamente comprometida. (30) Primar pela qualidade das atividades desenvolvidas no CIM não é uma opção, mas sim, uma obrigação, visto que suas ações podem impactar no uso racional de medicamentos. Para tanto, é necessário que essas atividades sejam mensuradas, ou seja, os processos devem ser quantificados, a fim de permitir uma avaliação mais robusta. Garantia da qualidade, segmento da gestão da qualidade, tem como foco prover confiança ao usuário, assegurando que os requisitos de qualidade dos produtos e serviços ofertados sejam atendidos e, para tanto, pode utilizar indicadores no processo de avaliação.(30) Em relação ao CIM são recomendados indicadores de produtividade/eficiência (número de consultas realizadas no período, temas solicitados, perfil do solicitante, tempo de resposta e produção ativa) e indicadores de qualidade (número e atualização das fontes utilizadas, tempo de resposta, dupla checagem da produção e satisfação do solicitante), além da atualização técnica do profissional.(8) Elementos que indicam a qualidade do serviço, tais como imparcialidade, pertinência, aplicabilidade, agilidade, precisão, objetividade e atualização devem ser observados na análise das respostas aos questionamentos, pois esses levam à credibilidade junto aos solicitantes, bem como, prestigia e consolida o CIM (9), mas essa conquista é gradual. A REBRACIM amplia essa análise contemplando também outros pontos, a saber: número de pareceres técnicos emitidos, número de materiais informativos elaborados e distribuídos; número de trabalhos de investigação realizados, assessorados ou em andamento.(15) Ponderação de consultores externos, horário de maior recebimento de solicitações de informações e impacto da resposta sobre o solicitante são outros aspectos que podem ser observadas no processo de avaliação e garantia da qualidade do CIM.(31) A depender da necessidade individual de cada CIM novos indicadores podem ser elaborados, porém é recomendado utilizar os indicadores já existentes, na sua totalidade ou não, para permitir comparação dos resultados obtidos com outros estudos.
O CIM-UEFS será implantado de forma gradual, sendo que as ações iniciais acontecerão de forma remota, a saber: reunião virtual com coordenadores de outros CIM já existentes; levantamento das fontes de informações (fontes primárias, secundárias, terciárias e alternativas) na Biblioteca Julieta Carteado e internet; elaboração de documentos necessários para o desenvolvimento das atividades propostas (formulários, procedimentos operacionais padrão, indicadores de avaliação e outros) e construção do banco de dados. Assim que as atividades presenciais forem retomadas, será realizado o treinamento da equipe, a organização do espaço físico do CIM-UEFS (mobiliário, equipamentos, ramal telefônico e liberação do acesso à internet), divulgação, através de panfletos, página da UEFS e redes sociais, e inauguração do CIM-UEFS para iniciar seu funcionamento. Cabe ressaltar que, a princípio, o atendimento ao público será realizado somente por correio eletrônico (e-mail), contudo, a posteriori, outras opções serão incorporadas, como via telefone ou website, através de formulário eletrônico. Quando o CIM-UEFS estiver funcionando plenamente, será o momento de liberar seu espaço para campo de estágio e práticas vinculadas aos componentes curriculares do Curso de Farmácia e outros cursos da área de saúde, possibilitar o fornecimento de dados para fins de pesquisas científicas para graduandos e pós-graduandos, receber profissionais para treinamento em serviço. Em paralelo, o CIM-UEFS organizará e/ou participará de eventos científicos (simpósios, congressos, conferências etc.) e elaborará material educativo (panfleto, folder, cartilha, boletim etc.). Também será incentivada a participação do CIM-UEFS em treinamentos, cursos, oficinas relacionadas aos medicamentos para fins de atualização e aprimoramento da equipe. Com o objetivo de captar recursos de instituições fomentadoras de pesquisas para otimizar as ações do CIM-UEFS, investir na atualização da equipe de trabalho, em especial, os farmacêuticos e pleitear bolsas para os discentes, serão submetidos projetos de pesquisa e/ou extensão, quando houver abertura de editais internos ou externos.
Produzir e oferecer informações técnico-científicas sobre medicamentos para racionalizar seu uso e promover a saúde.
• Estabelecer um elo de comunicação entre a universidade e a sociedade para a disseminação de informações sobre medicamentos; • Fornecer informações sobre medicamentos aos profissionais e gestores de saúde ou outras áreas de conhecimento, estabelecimentos de saúde (hospitais, clínicas, farmácias, unidades básicas de saúde, unidades de pronto atendimento, centros de saúde e outros), pacientes, comunidade acadêmica e a população em geral; • Contribuir efetivamente, no âmbito do medicamento, com as ações e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS); • Assessorar comissões técnicas e científicas e prover suporte documental para tomada de decisões; • Cooperar com a inserção do farmacêutico na equipe multiprofissional de saúde; • Apoiar as práticas clínicas dos profissionais de saúde referentes à farmacoterapia; • Publicar documentos informativos e educacionais; • Promover e participar de eventos científicos; • Desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionados a medicamentos • Incorporar o CIM-UEFS à Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação sobre Medicamentos (REBRACIM)
Medicamentos são ferramentas fundamentais para combater as doenças, porém sua utilização inadequada pode gerar resultados maléficos para a saúde. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, calcula-se que mais da metade dos medicamentos são prescritos, dispensados e/ou vendidos de modo inapropriado e que metade dos pacientes os utilizem de modo equivocado.(1) O mal uso dos medicamentos pode resultar em danos à saúde. No Brasil, em 2017, foram registrados 76115 casos de intoxicação humana, sendo que os medicamentos predominaram como agente causador, respondendo por 27,1% (20637) desses total, superando os agrotóxicos de uso agrícola (2548; 3,3%), agrotóxicos de uso doméstico (831; 1,1%), produtos veterinários (709; 0,9%), raticidas (1151; 1,5%) e domissanitários (4652; 6,1%), dentre outros. Nos casos envolvendo medicamentos, 14,0% (2867) das ocorrências foram relacionadas ao uso terapêutico, prescrição médica, erros de administração, automedicação e uso indevido.(2) A grande quantidade de medicamentos existente no mercado, muitos deles de fácil acesso, pode estimular seu consumo. De acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), em 2018, foram comercializados 6154 medicamentos, totalizando 12383 apresentações farmacêuticas cadastradas, 1762 princípios ativos isolados ou combinados, distribuídos em 473 subclasses terapêuticas.(3) Essa grande variedade de medicamentos ofertados no país permite aos prescritores e consumidores ter um amplo leque de opções terapêuticas, porém, também favorece a automedicação e seu uso de modo inadequado. Para Kavalec e colaboradores com o avanço das pesquisas e o incremento do arsenal terapêutico disponível no mercado, tornou-se quase impossível o domínio do conhecimento sobre medicamentos.(4) O uso racional de medicamentos abrange uma prescrição apropriada, considerando dose, intervalo e via de administração, tempo de utilização, além de disponibilidade e preços acessíveis de produtos eficazes, seguros e de qualidade.(5) Para se alcançar o melhor uso dos medicamentos, avaliando seus desfechos favoráveis e desfavoráveis, se faz necessário o acesso a informações imparciais, independentes, atualizadas e de qualidade. Muitas dúvidas são geradas nos profissionais de saúde, em particular no ambiente hospitalar, mas também na comunidade como um todo, sobre medicamentos novos ou já disponíveis no mercado, ou ainda, sobre novas formas de administração ou de indicação terapêutica, que podem ser elucidadas pelos centros de informação sobre medicamentos (CIM), contribuindo com a otimização do tratamento.(6) Além disso, o CIM ainda pode colaborar com a minimização dos riscos, apresentando informações importantes sobre segurança dos medicamentos. Para o Ministério da Saúde, a implementação do CIM é uma das intervenções fundamentais para a promoção do uso racional de medicamentos e recomendada pela Organização Mundial de Saúde.(7) Argumento enfatizado, há mais de duas décadas, por Kavalec e outros, que apontam a importância da prestação de informações sobre medicamentos como um componente essencial na qualidade dos serviços de assistência aos pacientes hospitalizados e ambulatoriais, tendo o farmacêutico atuando como veículo.(4) Sartori, Tortato e Santos ratificam que a existência dos CIM, coordenados à diferentes complexidades e práticas terapêuticas, em especial, no Sistema Único de Saúde (SUS), e estruturados em rede de referência e contrarreferência, se constituem como estratégia para o acesso ao uso racional de medicamentos, plantas com propriedades terapêuticas e tecnologias em saúde, podendo fornecerem informações úteis às novas necessidades, saberes e práticas incorporadas nas políticas públicas de saúde. Os autores ainda comentam que os CIM contribuem com a implantação da Assistência Farmacêutica no SUS, pois informações sobre medicamentos transpassam as ações preconizadas nas políticas públicas de saúde.(8) As informações sobre medicamentos, geralmente, são obtidas pelos consumidores, através da leitura das bulas e, pelos profissionais de saúde, através da indústria farmacêutica, que pode ser tendenciosa devido ao grande apelo publicitário e comercial.(9) Por outro lado, existe também a disseminação das informações nos meios digitais (internet, aplicativos, redes sociais), que nem sempre têm qualidade científica, o que pode comprometer sua aplicação. Porém, considerando as publicações científicas na área da saúde, todos os anos, cerca de 2,5 milhões de artigos são publicados em 28100 periódicos ativos, em inglês e revisado por pares, com crescimento de 3% ao ano.(10) Esses dados revelam que a informação está disponível, pode haver dificuldade de compreensão ou acesso às mesmas. A abundância de informações, incrementada pelo advento de drogas cada vez mais potentes e complexas, mostra a necessidade da expansão e aprimoramento dos CIM, em todo território nacional, para que profissionais de saúde e usuários finais sejam esclarecidos sobre as questões relativas aos medicamentos.(11) O CIM pode causar impacto nos desfechos clínicos, pois é capaz de oferecer explicações adicionais sobre medicamentos, através da análise crítica das informações e baseando-se em evidências científicas. Os CIM no Brasil, em sua maioria estão ligados às instituições públicas de ensino superior, mas também estão presentes em hospitais e, em menor parte, vinculados aos Conselhos de Farmácia, Secretarias de Saúde(12) ou organizações não-governamentais (ONG)(13). Seja qual for sua localização, pressupõe-se que as informações produzidos pelo CIM possam agregar valor aos sistemas de saúde, pois oferece informação necessária à promoção de práticas mais adequadas para o uso correto dos medicamentos.(14) Além de se configurarem como um meio importante para a disseminação de informações idôneas e atualizadas sobre medicamentos, os CIM são estratégicos também para fomentar o ensino e a pesquisa. Portanto, quanto mais centros forem implantados, mais amplo será o campo de difusão do conhecimento, beneficiando a comunidade acadêmica, bem como profissionais de saúde e a população em geral. Posto isso, percebe-se a relevância da implantação do CIM-UEFS que, junto com outros centros, fortalecerá a promoção do uso racional de medicamentos e, consequentemente, a promoção da saúde.

Histórico de movimentação
11-07-2023 01:54:20

Criação da proposta

29-08-2023 16:00:49

Parecer da Câmara de Extensão

Homologado
28-08-2023 11:15:39

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
29-08-2023 15:47:49

Aprovado

Homologado
29-08-2023 15:48:55

Ativo

Resolução Consepe em nome da Profa. Marilia Pinto Federico
29-08-2023 16:00:49

Aprovado

Homologado
29-08-2023 16:01:48

Ativo

Resoluççao Consepe em nome da Profa. Marilia Federico
v1.4.12
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