PROJETO MOVIMENTA UEFS: Promoção do estilo de vida fisicamente ativo na universidade #117

Coordenador:
Luiz Alberto Bastos de Almeida
Data Cadastro:
31-07-2023 11:50:30
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Luiz Alberto Bastos de Almeida
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Laboratório de Atividades Físicas,

Resolução Consepe 115/2011
Processo SEI Bahia 00000000000000000000
Situação Ativo
Equipe 13

O Projeto de Extensão “PROJETO MOVIMENTA UEFS: Promoção do estilo de vida fisicamente ativo na universidade” trata do fomento e supervisão da prática de atividades físicas e exercícios físicos regulares na comunidade acadêmica (Professores, Funcionários e Estudantes Bolsistas), bem como da difusão do conhecimento científico que relaciona a prática de atividades físicas e exercícios físicos regulares com os benefícios à saúde, pela prevenção de males decorrentes do estilo de vida sedentário. Estudos têm ressaltado a forte relação entre o baixo nível de atividade física e o aparecimento das doenças crônico-degenerativas. Assim, este projeto tem como objetivo promover um espaço para a prática de atividades físicas e exercícios físicos regulares para a comunidade acadêmica, associado a ações educativas relativas à promoção da saúde. A intervenção será realizada no Campus universitário, com destaque para as ações desenvolvidas no Laboratório de Atividade Física e no Parque Esportivo da UEFS, onde o grupo de trabalho desenvolverá ações, tais como: avaliação de condições de saúde relativas à prática de exercícios físicos, avaliação da aptidão física, e a prescrição e acompanhamento do treinamento com exercícios contra-resistência, de endurance (caminhada e corrida), de hidroginástica e ginástica. Além disso, através de campanhas de educação em saúde, serão difundidas na comunidade universitária informações sobre os benefícios da prática regular de atividades físicas para a saúde e sobre estratégias a serem adotadas para garantir a prática autônoma e segura de exercícios físicos.
Diversos estudos têm sido realizados envolvendo a população universitária, a partir de amostras heterogêneas, que são compostas pelo agrupamento de professores, alunos e funcionários, ou com amostras compostas por um desses segmentos. Embora as pesquisas encontradas avaliem variáveis distintas, elas acabam por descrever condições de saúde física e o estilo de vida adotado pela comunidade universitária, revelando a necessidade de intervenções e desenvolvimento de programas que despertem cuidados com a saúde e reduzam a incidência de fatores de riscos associados às DCNT neste grupo. Rocha et al., (2011) em pesquisa feita com servidores administrativos e servidores gerais da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Jequié, sugere a implantação de programas de atividade física, no âmbito da Universidade, para a adoção de um estilo de vida ativo, ao obter como resultado que 49,4% da amostra de 81 indivíduos estudados eram pouco ativos fisicamente. Resultado semelhante foi apontado por Barros et al., (2008) em um estudo que avaliou a “Dimensão Saúde Física” de 1.834 docentes e PAEPE (Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Neste estudo, 47% dos sujeitos da amostra não praticavam nenhum tipo de atividade física. Os resultados revelaram, ainda, que 52,4% da população de funcionários estavam acima do padrão saudável conforme o Índice de Massa Corporal (IMC), sendo que destes, 16,2% apresentavam algum grau de obesidade. Além disso, considerando a ocorrência de alterações das taxas de colesterol, a presença de hipertensão e de diabetes, dos 65,2% de funcionários que possuía acompanhamento médico, 32,1% realizavam acompanhamento médico devido alterações nestas taxas, 30% devido a presença de hipertensão e 13% devido ao diabetes mellitus. Já está bem estabelecida na literatura científica a associação entre o baixo nível de atividade física habitual e a elevação do IMC. Nesse sentido, Sichieri et al., (1998), ao desenvolver estudo com uma amostra de 91 funcionários com idades entre 20 e 65 anos (incluindo professores e servidores técnico administrativos de nível superior e trabalhadores de apoio), relata que na análise multivariada o gasto energético avaliado por unidade de peso indicou que a atividade física mais intensa associou-se a menor IMC. Além de elevar o risco cardiovascular, metabólico, e articular, o excesso de peso pode gerar um sentimento de insatisfação com a imagem corporal no sujeito, que, não raro, associa-se aos Transtornos Mentais Comuns (TMC), embora esta relação não seja reportada na literatura científica nacional em populações universitárias. Nesse sentido, Veggi et al., (2004) fez uma análise da relação do IMC com uma autopercepção inadequada do peso corporal em funcionários de uma Universidade do Rio de Janeiro. Os resultados demonstraram uma alta prevalência de sobrepeso entre mulheres (53,3%) e homens (64,9%). Contudo, o IMC não se apresentou relacionado à ocorrência de TMC na amostra. Em estudo avaliando a qualidade de vida da comunidade universitária associada à prática de atividade física desportiva, Silva et al., (2010) apresentam como resultado, analisando a variável “padrão de atividade física”, que pessoas muito ativas apresentaram significativamente maiores escores de qualidade de vida em relação aos inativos. Rodrigues, Cheik e Mayer (2008) descreveram o nível de atividade física (NAF) e sua associação com o hábito de fumar em um grupo de 871 universitários de ambos os sexos de Gurupi-TO. O NAF foi investigado de acordo com o International Physical Activity Questionnaire-8 (IPAQ-8) e o hábito de fumar e o nível de dependência nicotínica por um questionário modificado da Organização Mundial da Saúde e pela escala de Fagerström, respectivamente. Foi revelada uma prevalência de 29,9% de sedentarismo e de 7,2% de tabagismo. Não houve diferença estatisticamente significante entre os sedentários fumantes e não-fumantes. O tabagismo e o sedentarismo foram mais freqüentes entre os estudantes mais velhos (>25 anos de idade). Não houve diferença na ocorrência de sedentarismo entre o sexos. O nível de dependência à nicotina mais prevalente foi o muito baixo (68,2%). Por fim, os resultados não indicaram associação entre NAF e hábito de fumar entre os estudantes universitários Marcondelli, Costa e Shmitz (2008) desenvolveram um estudo, com o objetivo de descrever o nível de atividade física e os hábitos alimentares de estudantes da área da saúde (Medicina, Nutrição, Farmácia, Enfermagem, Odontologia e Educação Física) em Brasília. Foi analisada uma amostra de 281 estudantes, dos quais foram coletadas informações socioeconômicas e demográficas, histórico de saúde e foram aferidos o peso e a estatura. Nesse estudo, o nível socioeconômico foi classificado conforme a o critério de estratificação das Regiões Administrativas do Distrito Federal, segundo renda mensal familiar média. Os hábitos alimentares foram por grupo alimentar. A Pirâmide Alimentar Brasileira serviu de critério de avaliação do consumo de proteína animal, leguminosas, carboidratos complexos, refrigerantes e doces. Para as porções do grupo leite e derivados, foi utilizado como referência o valor de ingestão adequada (AI) para jovens adultos descrito por Benzecry et al. (2000), considerando 1000mg/dia, cada porção com uma média de 240mg de cálcio, de acordo com a Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids do Instituto de medicina da National Academy of Sciences (2002). Por fim, para o grupo das frutas e vegetais, a quantidade consumida foi transformada em porções de 400 gramas diários, conforme a Organização Mundial de Saúde (2003). O nível de atividade física foi avaliado a partir do relato recordatório de 24h e classificado em função da razão do gasto energético total pela TMB. Os resultados demonstraram uma alta taxa de sedentarismo entre os estudantes (65,5%) - exceto entre aqueles do curso de Educação Física (6,5%) - principalmente entre aqueles do menor estrato socioeconômico. As faltas de tempo, de disposição, de dinheiro e de local adequado, representaram, respectivamente, 66,7%, 21,2%, 10,6% e 1,5% das razões para não praticar atividade física entre os sujeitos do estudo (MARCONDELLI; COSTA; SHMITZ, 2008). Franca e Colares (2008) descreveram as condutas de saúde entre estudantes universitários no início (n=352) e no final do curso (n=383), através do questionário National College Health Risk Behavior Survey (NCHRBS), que foi desenvolvido pelo Centers of Disease Control and Prevention (CDC) em 1995 e previamente validado para universitários. Os resultados indicaram não haver diferenças significativas entre as condutas relacionadas à alimentação entre os estudantes no início e no final do curso, destacando-se apenas o menor consumo de salgadinhos entre os universitários no final do curso. Este resultado foi inverso entre os grupos, quando analisada a prática de atividade física que foi mais freqüente entre os estudantes no final do curso. Por outro lado, neste mesmo grupo foram observados maiores percentuais de hábitos nocivos (tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas). Colares, Franca e Gonzalez (2009) estudaram as diferenças nas condutas de saúde entre os gêneros em um grupo de estudantes de universidades públicas de Pernambuco (n=382), a partir da versão validade para o português do questionário National College Health Risk Behavior Survey. Entre os resultados obtidos, destacam-se a as menores freqüências de condutas de risco à saúde – tabagismo, consumo de álcool, experimentação de maconha, consumo de inalantes, uso de esteróides e envolvimento em briga física) entre as mulheres. A prática de atividade física foi significantemente mais freqüente entre os homens (60,3%). As conclusões do estudo demonstraram haver diferença significativa nas condutas de saúde entre homens e mulheres universitários, o que sugere a adoção de estratégias de promoção diferenciadas entre os gêneros. A maioria dos estudantes (79,7%) apresentou alimentação inadequada. As menores taxas de adequação da alimentação foram observadas no grupo de leite e derivados (23%), de frutas e vegetais (24,9%) e de carboidratos complexos (25,9%). A avaliação do estado nutricional a partir do IMC revelou prevalências de sobrepeso e de obesidade de 10% e 1,4%, respectivamente. Os homens do estudo apresentaram média de IMC e de NAF significantemente maiores do que as mulheres (COLARES; FRANCA; GONZALEZ, 2009). Os autores concluem que um alto percentual de sedentarismo e de inadequação nos hábitos alimentares caracterizou a amostra estudada. O que indica ser necessário repensar a associação entre o conhecimento teórico e as mudanças no estilo de vida, visando à promoção da saúde entre estudantes da área da saúde (COLARES; FRANCA; GONZALEZ, 2009). Silva e outros (2007) compararam o nível de atividade física de estudantes universitários de Educação Física (n=194) com outros da área saúde/biológicas – Farmácia e Bioquímica, Odontologia e Ciências Biológicas (n=86) – da Universidade Federal de Juiz de Fora, através do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ-versão curta). Os resultados indicaram um adequado NAF entre os estudantes de Educação Física, com 92% destes, classificados entre Ativos e Muito Ativos e sem haver diferença estatisticamente significante entre os sexos. Quando comparado o NAF entre os cursos, observou-se maior freqüência de NAF adequado entres os estudantes de Educação Física e de Ciências Biológicas. Os homens se apresentaram mais ativos fisicamente do que as mulheres do grupo de estudantes analisado. Entre os principais estudos sobre comportamentos relacionados à saúde de comunidades universitárias, nota-se a recorrência de pesquisas que denunciam a rede de fatores de risco, à qual essa população está exposta, na qual figuram de forma importante, o baixo nível de atividade física habitual e a alta prevalência de excesso de peso.
A intervenção será constituída: 1) por uma avaliação das condições individuais de saúde; 2) por uma avaliação dos componentes da aptidão física relacionada à saúde; 3) pela criação de grupos de exercícios físicos supervisionados (ginástica, treinamento contra-resistência, hidroginástica, caminhada e corrida) e 4) pelo aconselhamento sobre hábitos de vida saudáveis e sobre a prática segura de exercícios físicos. 1) Avaliação das condições de saúde e da aptidão física relacionada à saúde A avaliação das condições individuais de saúde será constituída por uma avaliação antropométrica, com o objetivo de revelar a ocorrência de excesso de peso e de risco cardiovascular e metabólico aumentado, através da análise do Índice de Massa Corporal (IMC) e da Circunferência da Cintura. Para a medida da estatura, os sujeitos serão posicionados eretos, descalços e sem a presença de adereços na cabeça, com os braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça erguida, isto é, encostada no estadiômetro. O peso corporal será medido em uma balança digital Welmy, com estadiômetro acoplado, estando os sujeitos em posição ereta, pés unidos e descalços, e braços estendidos ao longo do corpo. A circunferência da cintura e de quadril serão medidas com auxílio de uma trena antropométrica em acrílico, flexível e não extensível também de marca Cardiomed. Estas medidas serão realizadas nos seguintes locais: 1) ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca (supra-ilíaca); e, 2) perpendicularmente na região bitrocantérica, respectivamente (quadril). Será feita, ainda, uma avaliação postural para detectar a presença de desvios posturais compatíveis com o risco de ocorrerem lesões durante a prática de exercícios físicos. Esta avaliação será realizada, baseada na observação de pontos anatômicos específicos, que permitem identificar possíveis assimetrias decorrentes das alterações posturais. Os sujeitos serão examinados descalços e sob diferentes ângulos: de frente, de lado e de costas. Para tanto, será utilizado um Simetrógrafo WCS® modelo Cristal com pedestal regulável e nível para manter o alinhamento correto. 2) Avaliação dos componentes da aptidão física relacionada à saúde Entre os componentes da aptidão física relacionada à saúde, destacam-se a aptidão cardiorrespiratória e aptidão neuromuscular (força e flexibilidade). O ACMS (2006) define a aptidão cardiorrespiratória como “a capacidade de desempenhar, por períodos de tempo prolongados, exercícios dinâmicos, de intensidade moderada a alta, envolvendo a participação de grandes grupos musculares. Os incrementos na aptidão cardiorrespiratória estão associados à melhora do metabolismo da glicose e ação da insulina, melhorando, assim, a obtenção de energia, além de ser reconhecidamente eficaz no controle do peso e da composição corporal, diminuindo, assim, o risco devido ao excesso de peso e à obesidade (ADES, 2001 apud CARVALHO, 2003) além de facilitar nas atividades rotineiras do dia-a-dia como, ir ao supermercado, subir degraus. Na aptidão muscular, ganham importância a força muscular e a endurance muscular. A força muscular é representada pela força máxima que pode ser gerada por um músculo específico ou grupo muscular. Neste projeto, será avaliada a força isométrica estática, por dinamometria de preensão manual e de costas e pernas. A endurance muscular é a capacidade de um grupo muscular executar contrações repetidas durante um período de tempo suficiente para gerar fadiga. Neste projeto a endurance muscular será avaliada pelos testes de Exercício supino e de abdominal curto. A flexibilidade articular também será avaliada. Este componente da aptidão física pode ser definido como “a capacidade funcional das articulações se movimentarem através de uma amplitude plena de movimento” (ACMS, 2006) sem sentir dor ou sem nenhum limite para a atividade desejado. A flexibilidade é muito importante para a manutenção da saúde e da qualidade de vida, pois com esse componente da aptidão reduzido, diminui a amplitude do movimento, reduzindo, assim, o desempenho nas atividades diárias, com o aumento das chances de lesões articulares e também musculares. Uma flexibilidade deficiente na região lombarossacral e no quadril, pode estar relacionada à ocorrência de lombalgias de origem muscular (ACMS, 2006; LAURENTINO, 2000), sendo que essas dores estão associadas também ao encurtamento da região posterior dos membros inferiores (fibras musculares e tendões). Neste projeto, o teste utilizado para se avaliar a flexibilidade dos sujeitos será o teste de sentar-e-alcançar, que embora não represente a flexibilidade de todas as articulações, mas apenas das regiões dos isquiotibiais, do quadril e da região lombarossacra (ACMS, 2006), apresenta alta correlação com a mobilidade e a qualidade de vida das pessoas. 3) Aconselhamento sobre hábitos de vida saudáveis e sobre a prática segura de exercícios físicos O aconselhamento sobre hábitos de vida saudáveis e sobre a prática segura de exercícios físicos será efetivado: a) individualmente ou em pequenos grupos, através de reuniões; b) da distribuição de folders, cartilhas e da fixação de cartazes em pontos estratégicos da universidade; c) da realização de palestras; e d) da veiculação de informações sobre exercícios físicos e saúde na TV universitária e no website da UEFS. 4) Criação de grupos de exercícios físicos supervisionados Serão criados grupos para a prática de exercícios físicos supervisionados, tais como ginástica, treinamento contra-resistência, hidroginástica, caminhada e corrida, mas os participantes do projeto, assim como toda a comunidade universitária, serão estimulados e capacitados para formarem grupos para a prática de exercícios físicos semi-supervisionados e não supervisionados, visando o empoderamento dos sujeitos, através do ganho de autonomia. As recomendações do American College of Sports Medicine e American Heart Association para a prática de atividade física e a saúde de adultos, publicadas em 2007 e consubstanciadas pela Organização Mundial de Saúde, serão consideradas na elaboração dos programas de treinamento em cada um dos grupos de exercícios propostos. Nesse sentido, os participantes serão estimulados a: a) Realizar exercícios cardiovasculares de intensidade moderada 30 minutos por dia, cinco dias por semana ou de intensidade alta 20 minutos por dia, três dias por semana. b) Realizar de 8 a 10 exercícios contra-resistência, com 1 série entre 8 a 12 repetições por exercício, 2 vezes por semana. c) acumular 150 minutos de exercícios cardiovasculares, de intensidade leve a vigorosa durante a semana. 4.1 Grupos de exercícios supervisionados: 4.1.1 Ginástica: Compreenderá a prática, ao ar livre de ginástica acompanhada de música, com ou sem a organização coreográfica, nas seguintes modalidades: Ginástica Aeróbica, Swing Baiano e Ginástica Localizada. As atividades ocorrerão com frequência de 03 vezes na semana (de segunda a sexta-feira), das 18h às 19h. Número de vagas: 20. 4.1.2 Hidroginástica: A Hidroginástica é uma atividade física realizada na água, com imersão total do tronco, em posição vertical, acompanhada de música, que estimula o aprimoramento do sistema cardiorrespiratório e da resistência muscular. As atividades ocorrerão com frequência de 03 vezes na semana (de segunda a sexta-feira), das 07h às 08 h e das 12h às 13h. Número de vagas: 30. 4.1.3 Treinamento contra-resistência: O treinamento contra-resistência (musculação) será oferecido em dois horários, das 17h às 19h30, com frequência de 05 vezes por semana, nas instalações do LAF, conforme sua capacidade instalada e a disponibilidade de recursos humanos. Número de vagas: 60. 4.1.4 Caminhada e corrida: Serão formados grupos de caminhada e corrida, para realizarem suas atividades com frequência semanal de 03 vezes, assistidos por estudantes bolsistas durante todo o percurso nas avenidas da UEFS, das 17h às 19h. Número de vagas: 40.
Promover um espaço para a prática de atividades físicas e exercícios físicos regulares para a comunidade universitária.
Promover ações educativas relativas à prática regular de atividades físicas e exercícios físicos. Criar um espaço para a vivência da prática pedagógica para os alunos de Educação Física da UEFS, no que diz respeito à prescrição e supervisão da prática de exercícios físicos e da avaliação dos componentes da aptidão física e ajustes e adaptações fisiológicas decorrentes da prática de atividades físicas e exercícios físicos. Contribuir para a mudança de comportamento em relação à atividade física, favorecendo a adesão à prática de exercícios na comunidade universitária. Criar grupos de prática de exercícios físicos supervisionados, semi supervisionados e não supervisionados entre a comunidade universitária.
As transformações demográficas e econômicas, associadas ao atual desenvolvimento científico, propiciaram como benefícios, o aumento da expectativa de vida da população, o controle das doenças infecciosas e parasitárias (DIP´s) e contribuíram para a mudança no perfil alimentar e de morbimortalidade dos países do ocidente (MINAYO, 1995). Nesse contexto, as doenças crônico-degenerativas e o alto consumo de alimentos processados industrialmente - ricos em gorduras saturadas e açúcares simples e altamente calóricos - passaram constituir os hábitos alimentares da população, levando a um percentual significativo dos óbitos nos países desenvolvidos (WILMORE; COSTIL, 2001). Estes processos são denominados de Transição Epidemiológica e Transição Nutricional (MINAYO, 1995; MONTEIRO; CONDE, 2000; MARCHIONI, 2001). Dez fatores são apontados como associados às doenças de maior ocorrência em todo o mundo, tais como: baixo peso, sexo inseguro, hipertensão arterial, tabagismo, alcoolismo, poluição da água e condições precárias de saneamento e higiene, deficiência de ferro, exposição à poluição gerada por combustíveis fósseis, colesterol elevado e obesidade. No Brasil, sete desses fatores estão relacionados às doenças não-transmissíveis, sendo que cinco estão ligados à doença cardiovascular (KAISER, 2004; WHO, 2002). Note-se que no Brasil, as Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) foram responsáveis por 31,46% dos óbitos por grupo de causa, no ano de 2005 (BRASIL, 2009). Estima-se que em torno do ano de 2050 os países emergentes concentrarão a maior população mundial com doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) e o maior número de óbitos por estas doenças (LESSA, 2004). As DCNT, com destaque para as cardiovasculares, acometem quase 75% da população brasileira adulta, ocorrendo desde a adolescência e gerando grande sobrecarga da Previdência Social. As doenças cardiovasculares contribuem sobremaneira para mortalidade precoce, perda da qualidade de vida e despesas médico-hospitalares (MOURA et al., 2007; SILVA JUNIOR, 2005; LESSA, 2004;). Identificar o perfil de risco cardiovascular de uma população é uma importante etapa da elaboração de estratégias para prevenção e controle dessas doenças (AVEZUM et al., 1999). Adicionalmente, tem sido reportada uma alta prevalência de fatores de risco cardiovasculares entre adolescentes e adultos jovens, sobretudo o sedentarismo, a obesidade, a hipertensão arterial e as dislipidemias (NOBRE et al., 2006; COELHO et al., 2005; ROMALDINI et al. 2004; BRANDÃO et al., 2004), tendo sua agregação um efeito agravante no acometimento por doenças cardiovasculares. Assim, deve-se atentar sobre a emergência de intervenções direcionadas à adoção de um estilo de vida saudável desde idades jovens como forma de prevenção e redução de comportamentos de risco, com programas de educação para a saúde, auxiliando os jovens a se conscientizarem sobre a influência desses comportamentos (GUEDES et al., 2006). Os comportamentos referentes aos hábitos alimentares, nível de estresse, nível de atividade física, relacionamentos, e condutas preventivas são fatores que influenciam o bem-estar de indivíduos e grupos populacionais a curto e longo prazo, podendo então trazer benefícios ou danos à saúde (NAHAS, 2003). Entende-se que as comunidades universitárias, formadas por docentes, discentes e servidores, têm acesso privilegiado a informações sobre diversas áreas do conhecimento, sobretudo, no que diz respeito às condutas/comportamentos relacionados à saúde. É sabido que na Universidade Estadual de Feira de Santana existe, há muito anos, o exame de admissão de novos servidores, professores e alunos. Esse exame clínico proporciona revelar questões sobre a saúde dos sujeitos e, a partir daí, existe o encaminhamento a programas de prevenção e controle de doenças cardiovasculares (como hipertensão arterial) da própria UEFS, ou a orientação para a busca de outros serviços de saúde. Entretanto, não existe um acompanhamento dos sujeitos após os exames de admissão, portanto, aqueles que desenvolverem doenças ou condições propícias a afecções cardiovasculares durante o período de permanência na Universidade não são detectados. Daí surge uma forte justificativa para a implantação do atual projeto, que pode ir além das respostas aos problemas científicos identificados na sua gênese, até o estabelecimento das bases de uma política de saúde interna para a comunidade universitária da UEFS. Em um estudo, com uma amostra de 125 sujeitos, candidatos a programa público de exercícios físicos (entre professores, servidores e estudantes da UEFS) foram reveladas questões que inspiram uma investigação mais profunda, mas também intervenções transformadoras da realidade encontrada. Entre essas questões, podem ser destacadas: 1. 36,8% dos sujeitos com NHAF classificado de sedentário a insuficientemente ativo e 33,6% de sujeitos com antecedentes familiares imediatos (pais e avós) de morbidade e/ou mortalidade por doenças cardiovasculares (Hipertensão arterial, AVC e/ou infarto do miocárdio) (ARAUJO et al., 2008a). 2. Prevalência de sujeitos com NHAF S/IA 1,6 vezes maior entre as mulheres (IC95%=1,02-2,52, p=0,042), 1,52 vezes maior entre os sujeitos com idade > 25 anos (IC95%=0,95-2,42, p=0,10) e 2,4 vezes maior entre os sujeitos que têm antecedentes familiares de doenças cardiovasculares (IC95%=0,84-6,95, p=0,06). Ainda que não tenha sido alcançada significância estatística nas associações entre a idade e os antecedentes familiares de doenças cardiovasculares com o NHAF, nota-se, entre estudantes, professores e servidores da UEFS, a tendência de ser mais sedentário ou irregularmente ativo entre os mais velhos e entre os sujeitos que têm antecedentes familiares de doenças cardiovasculares (MOREIRA et al. 2008) 3. O tempo médio de atividade sedentária no final de semana no grupo estudado foi de 379,8 minutos e desvio padrão de 23,5 minutos. A mediana de tempo de atividade sedentária foi de 5 horas e o percentil 75 caracterizou os sujeitos com tempo de atividade sedentária superior a 10 horas (CARNEIRO et al., 2008) 4. Da avaliação de indicadores antropométricos de risco cardiovascular, notou-se que muitos dos sujeitos se apresentam abaixo dos cortes que se associam ao risco coronariano elevado (valores médios±desvio padrão foram respectivamente: IMC: 23±4, 23,8±3,6, 22,1±4,2; Índice de Conicidade: 1,12±0,06, 1,14±0,05, 1,08±0,05; Razão cintura quadril: 0,79±0,06, 0,83±0,04, 0,73±0,03; e Circunferência da cintura: 76,6±9,9, 80,5±8,2, 70,3±9,1) (ARAUJO et al., 2008b) 5. 22,6% têm o hábito de adicionar mais sódio nas refeições. A prevalência de sujeitos que têm o hábito de adicionar mais sódio nas refeições foi 1,2 vezes maior entre os fumantes, entre os que não têm antecedentes familiares de hipertensão arterial e os que têm antecedentes familiares de AVC. A prevalência de hábito de adicionar mais sódio nas refeições chegou a ser 1,3 vezes maior entre os sujeitos com antecedentes familiares de infarto do miocárdio. Contudo, esses resultados não alcançaram significância estatística (p≤0,05). 6. 23,2% dos sujeitos avaliados apresentavam restrições para iniciarem um programa de exercícios físicos, por terem respondido com um “sim” a uma das sete questões do inquérito PAR-Q. Entre os sujeitos mais velhos (>25 anos) a prevalência de restrições foi 1,6 vezes maior do que entre os mais novos (IC95%: 0,8-3,03, p=0,203) e entre as mulheres foi 2,6 vezes maior do que entre os homens (IC95%: 1,36-5,07, p=0,003), sendo este último resultado, estatisticamente significante (p≤0,05). Em conjunto essas conclusões apontaram a necessidade de se realizarem novos estudos com amostras maiores, representando toda a comunidade universitária, mas, também, apontam a necessidade de se intervir, com ações de promoção da saúde e do estilo de vida fisicamente ativo.

Histórico de movimentação
31-07-2023 11:50:30

Criação da proposta

22-08-2023 10:22:33

Parecer da Câmara de Extensão

Resoluçao Consepe 115/2011 - Coordenador Gilmar Mercês de Jesus - Departamento de Saúde
31-07-2023 18:42:20

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
22-08-2023 10:22:33

Aprovado

Resoluçao Consepe 115/2011 - Coordenador Gilmar Mercês de Jesus - Departamento de Saúde
22-08-2023 10:23:22

Ativo

Homologado pela Proex
v1.4.12
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