Antropologia dos Povos Indigenas: Formando cidadãos para uma melhor compreensão sobre povos indigenas #127

Coordenador:
PATRICIA NAVARRO DE ALMEIDA COUTO
Data Cadastro:
17-08-2023 13:22:54
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
patricia Navarro
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
17/08/2023 - 17/08/2024
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Antropologia,

Resolução Consepe 161/2013
Processo SEI Bahia 00000000000000000
Situação Ativo
Equipe 5

O referido Referido Projeto pretende aproximar a comunidade universitária dos temas referentes aos povos indígenas, para tanto prevê ações de caráter extensionista que ponham a comunidade acadêmica em contato com a realidade dos povos indígenas, tanto no campus universitário quanto em suas aldeias de origem.
Os temas referentes aos povos indígenas vêm sendo, ao longo dos tempos, tratados, grande parte das vezes, com grande carga de preconceito, fruto do desconhecimento da sociedade em geral acerca da realidade dos povos e comunidades tradicionais, categoria na qual, se enquadram os povos indígenas. A temática indígena, particularmente a partir da implantação das denominadas políticas de ações afirmativas, a exemplo das cotas para indígenas nas universidades, tem sido alvo de interesse não só dentro da academia, mas, também, de outras parcelas da sociedade. As políticas afirmativas, a exemplo das cotas, como referido, bem como da lei 11.645/08, que obriga o ensino de conteúdos referentes aos povos indígenas em escolas das redes públicas e particulares do Brasil, deram, mais recentemente, certa visibilidade aos povos indígenas tornando-os objeto de discussões e muitas vezes embates políticos envolvendo, sobretudo, o seu direito de ingresso nas universidades e a obrigatoriedade do ensino das suas formas culturais nas escolas, além do seu direito à auto-identificação étnica, temas antes praticamente ignorados. Porém, não obstante a implantação de tais políticas voltadas para estes povos, suas práticas, seus modos de viver, sua política, seus processos de resistência, sua religiosidade, sua demanda por territórios tradicionais dentre outros aspectos concernentes, continuam, ainda, sendo abordados de forma pouco aprofundada, demonstrando o parco conhecimento sobre a temática indígena, mesmo no âmbito acadêmico. Os índios do Nordeste, como são designados de forma geral os povos indígenas habitantes desta região do Brasil, pertencentes a ecossistemas muito distintos entre si (caatinga, litoral, Mata Atlântica) e tendo estabelecido intenso contato com as frentes colonizadoras desde os primeiro séculos da colonização, apresentam características fenotípicas que, muitas vezes, os tornam passíveis de serem confundidos com parcelas da população nacional, a exemplo de comunidades rurais, sem uma identificação étnica específica. Há autores que chegam a afirmar possuir eles "baixa distintividade cultural" (Oliveira: 1999) devido às situações específicas de contato que têm vivenciado. A falta dessa clara “distintividade cultural” tem sido fator simultaneamente obstaculizador ao seu pronto reconhecimento como populações de origem pré-colombiana detentoras de direitos congênitos e ensejador de um sentimento de depreciação étnica com inequívoca motivação política e nenhuma base científica. Na medida em que o reconhecimento étnico de um determinado grupo por parte do Estado brasileiro está intrinsecamente relacionado com um estereótipo formado em torno da figura do "índio puro" ou "índio autêntico", as reivindicações dos índios do nordeste – notadamente aquelas relacionadas a uma identidade específica que possibilita o acesso ao ensino superior ou um território delimitado e demarcado -- costumam ser adredemente inspiradas na chamada "cultura de contraste" O que gera na sociedade envolvente, uma reação a este tipo contundente de auto afirmação étnico/cultural. (Carneiro da Cunha: 1987). A partir do início dos anos setenta, mais especificamente em 1971, com o surgimento do PINEB/UFBA (Programa de Pesquisas Sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro) sob a coordenação do Antropólogo e Prof. Pedro Agostinho da Silva, os índios do Nordeste passam a ter maior visibilidade no cenário étnico-político regional. A realização de monografias, laudos e dissertações por pesquisadores deste programa, atendendo demandas dessas populações, apontavam para a necessidade de maior atenção acerca da problemática da etnicidade e de território indígena (Pimenta:2003). Os chamados processos de ressurgimento étnico vêm se intensificando nos últimos anos, famílias possuidoras de ascendência indígena, espoliadas de seus direitos, sobretudo da posse de seus territórios tradicionais, acionam o Estado brasileiro para fazerem valer seus direitos enquanto indivíduos pertencentes às coletividades com ascendência ameríndia, lançando mão de estratégias de luta, por direitos conquistados por seus antepassados sendo o maior deles o direito a terra. Tais processos de ressurgimento étnico não ocorrem somente no Brasil, casos como os encontrados no nordeste brasileiro, por exemplo, são encontrados também em países como Índia, Bolívia e Grã Bretanha (National Geografic, Ano 2006 no. 36) O Nordeste brasileiro, região de mais antiga colonização do país, e onsequentemente de mais longo contato por parte de seus habitantes nativos com povos europeus, atualmente conta com 68 povos indígenas a maioria deles com processos de demarcação inconclusos, destes cerca de 90 povos, 31 estão no estado da Bahia. A região nordeste apresenta ainda altos índices de criminalização de lideranças com denúncias feitas ao ministério público federal acerca de agressões físicas e violação de direitos por parte de policiais federais e fazendeiros em territórios indígenas.
A metodologia de trabalho que adotaremos, consistirá em capacitação da estudante/bolsista para atuar como monitora no ANJUKÁ Centro de memória dos povos indígenas do nordeste. O estudante terá contato com material bibliográfico sobre os povos indígenas do Brasil e do nordeste, para, desse modo, se instrumentalizar, do ponto de vista acadêmico para, assim, ser capaz de passar para os visitantes do núcleo (estudantes do ensino básico, universitários, professores da UEFS e de outras instituições além do público em geral, um pouco da história e cultura dos povos indígenas do nordeste, sobretudo das etnias que hoje compõem o corpo discente da UEFS. Vale ressaltar que o projeto pretende realizar eventos e promover exposições que versem sobre a temática indigena.
O referido projeto tem como principal objetivo estimular a comunidade universitária a se aproximar dos temas referentes aos povos indígenas do Brasil e notadamente do nordeste Brasileiro. Dentre as ações do projeto estão ações de apoio a residência universitária indígena, colaborando para sua formação cultural e organizativa dentro do campus, além de instigar a expressão da diversidade dos grupos lá residentes. A UEFS adota uma política de ações afirmativas, que, desde o ano de 2007 admite estudantes indígenas através do sistema de reserva de vagas (cotas raciais). Tal sistema tem permitido o ingresso cada vez maior de estudantes indígenas na universidade em diversos cursos, estudantes oriundos de várias aldeias indígenas da Bahia e do nordeste Brasileiro, o que tem expandido a diversidade étnica e cultural dentro da universidade, e, com isso, a necessidade da comunidade universitária (estudantes, professores e funcionários) aprofundarem seus conhecimentos acerca destes segmentos étnic
1- Valorização dos povos indígenas do nordeste; 2 - Quebrar com estereótipos constituídos ao longo da história sobre povos indígenas; 3 -Aproximar a comunidade universitária e o público externo das demandas referentes aos povos indígenas 4 -. Consolidar os estudos e o interesse da comunidade universitária e do público externo sobre a temática indígena 5 - Dialogar com a adminstração superior da UEFS e o movimento indigena para a melhoria das conduições de permanência dos estudantes indigenas da UEFS
Os temas referentes aos povos indígenas vêm sendo, ao longo dos tempos, tratados, grande parte das vezes, com grande carga de preconceito, fruto do desconhecimento da sociedade em geral acerca da realidade dos povos e comunidades tradicionais, categoria na qual, se enquadram os povos indígenas. A temática indígena, particularmente a partir da implantação das denominadas políticas de ações afirmativas, a exemplo das cotas para indígenas nas universidades, tem sido alvo de interesse não só dentro da academia, mas, também, de outras parcelas da sociedade. As políticas afirmativas, a exemplo das cotas, como referido, bem como da lei 11.645/08, que obriga o ensino de conteúdos referentes aos povos indígenas em escolas das redes públicas e particulares do Brasil, deram, mais recentemente, certa visibilidade aos povos indígenas tornando-os objeto de discussões e muitas vezes embates políticos envolvendo, sobretudo, o seu direito de ingresso nas universidades e a obrigatoriedade do ensino das suas formas culturais nas escolas, além do seu direito à auto-identificação étnica, temas antes praticamente ignorados. Porém, não obstante a implantação de tais políticas voltadas para estes povos, suas práticas, seus modos de viver, sua política, seus processos de resistência, sua religiosidade, sua demanda por territórios tradicionais dentre outros aspectos concernentes, continuam, ainda, sendo abordados de forma pouco aprofundada, demonstrando o parco conhecimento sobre a temática indígena, mesmo no âmbito acadêmico, que reproduz, via de regra, um discurso estereotipado oriundo do senso comum. Projeto Antropologia dos povos indigenas pretende fomentar o conhecimento sobre os povos indigenas do Nordeste e do Brasil tanto na UNIversidade Estadual de Feira de Santana como no municipio de Feira de Santana através de visitas às escolas e de material depositado no ANJUKÀ - Centro de Memória dps Povos Indigenas do Nordeste. Todo esse hostórico de violações se refletem hoje no cotidianos de estudantes que ingressam nas universidades em busca de uma vida melhor para si e para suas comunidades

Histórico de movimentação
17-08-2023 13:22:54

Criação da proposta

12-09-2023 13:40:21

Parecer da Câmara de Extensão

PROJETO APROVADO
12-09-2023 13:20:02

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
12-09-2023 13:40:21

Aprovado

PROJETO APROVADO
12-09-2023 13:40:33

Ativo

HABILITADO
v1.4.12
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