PRÁTICAS AMBIENTAIS EDUCATIVAS NAS COMUNIDADES DAS NASCENTES DO RIO SUBAÉ- FEIRA DE SANTANA/B #141

Coordenador:
TAISE BOMFIM DE JESUS
Data Cadastro:
28-08-2023 09:47:07
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
TAISE BOMFIM DE JESUS
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
28/08/2023 - 28/08/2026
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Departamento de Ciências Exatas,

Resolução Consepe 64/2012
Processo SEI Bahia 00000000000000000000
Situação Ativo
Equipe 4

O município de Feira de Santana está localizado na zona de planície entre o Recôncavo baiano e os tabuleiros semi-áridos do nordeste baiano. Sua principal Bacia é representada pelo rio Subaé que encontra-se localizada no Recôncavo Norte, numa área de 655 km². O principal curso d’água desta bacia é o rio Subaé. Estudos recentes, apontaram que a nascente desse rio se localiza na comunidade do Vietña, rua Pedro Suzart no bairro Brasília. Essa região abriga uma comunidade simples, sem nenhum tipo de saneamento básico e que desconhece a presença dessa nascente. Ao sair da comunidade Vietña, o rio Subaé segue subsuperficialmente, resurgindo na Lagoa do Subaé (bairro Subaé), no perímetro urbano de Feira de Santana, a sudoeste de sua sede no setor B do Centro Industrial do Subaé – CIS, servindo como corpo receptor de efluentes industriais do CIS e esgotos domésticos provenientes de vários bairros adjacentes. As interferências humanas na bacia do rio datam de vários anos, e em Feira de Santana, tomaram corpo com o processo de urbanização e industrialização o que tem contribuído para alterar a qualidade de vida da população e qualidade ambiental. Atualmente o desafio de fortalecer uma educação ambiental convergente e multirreferencial é prioritário para viabilizar uma prática educativa que articule de forma incisiva a necessidade de se enfrentar concomitantemente a degradação ambiental e os problemas sociais. Assim, o entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma visão do meio ambiente como um campo de conhecimento e significados socialmente construído, que é perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse. Serão escolhidas escolas localizadas próximas as lagoas do Subaé (lado Norte e Sul) e na Lagoa Salgada. A metodologia utilizada será dentro da abordagem construtivista de ensino, em relação às atividades didáticas, procurando realizar uma reflexão da qualidade do ambientes
Feira de Santana tem como substrato um Tabuleiro Sedimentar, o sítio urbano e seus arredores, principalmente á norte e sul, possui inúmeras lagoas e nascentes de vários rios importantes para a região como o Rio Subaé, Pojuca e Jacuípe. O regime hídrico do município é controlado fortemente pela geologia local, que é área de recarga dos seus aqüíferos e também de sua exudação (Franca-Rocha, et al, 1998). Esses fatores conferem ao município uma fragilidade ambiental associada a um uso intensivo e conflituoso dos recursos hídricos. Entende-se por nascente o afloramento do lençol freático que vai dar origem a uma fonte de água de acúmulo (represa), ou cursos d’água (regatos, ribeirões e rios). Em virtude de seu valor inestimável dentro de uma propriedade agrícola, deve ser tratada com cuidado todo especial (Calheiros et al., 2004). É bom ressaltar que, além da quantidade de água produzida pela nascente, é desejável que tenha boa distribuição no tempo, ou seja, a variação da vazão situe-se dentro de um mínimo adequado ao longo do ano. Esse fato implica que a bacia não deve funcionar como um recipiente impermeável, escoando em curto espaço de tempo toda a água recebida durante uma precipitação pluvial. Ao contrário, a bacia deve absorver boa parte dessa água através do solo, armazená-la em seu lençol subterrâneo e cedê-la, aos poucos, aos cursos d’água através das nascentes, inclusive mantendo a vazão, sobretudo durante os períodos de seca. Isso é fundamental tanto para o uso econômico e social da água – bebedouros, irrigação e abastecimento público – como para a manutenção do regime hídrico do corpo d’água principal,garantindo a disponibilidade de água no período do ano em que mais se precisa dela (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2009). Existe uma preocupação premente com o meio ambiente, podemos dizer que esta assentou-se nas últimas décadas, quando finalmente reconheceu-se a finitude dos recursos ambientais e também o grau de destruição que já havia acontecido nos mesmos, isto tudo derivado de um único fator ou conseqüência – as ações do homem sobre o meio ambiente (Delevati & Vaz) A interferência do ser humano sobre a superfície terrestre sempre causa algum tipo de alteração na paisagem geográfica. Por sua vez, as cidades representam a maior intervenção humana na paisagem, fazendo com que grande parte da população concentre-se em uma área delimitada pelas relações sócias, econômicas, políticas, culturais e, especialmente, geográficas. Da composição das cidades observa-se o preenchimento das condições necessárias à vida humana. O homem que é dependente da terra como local de habitação e como cidade quando local coagulante das sociedades locais, também é o degradador desse ecossistema localizado em determinado espaço urbano (Souza et al., 2010). Sendo o homem o principal agente que tem influência direta no meio ambiente, é a estes que devemos concentrar nossas ações, é a estes que devemos nos dirigir e a educação ambiental é um meio de "reeducação", onde a sociedade e a coletividade possam trabalhar uma nova relação com o meio ambiente (Delevati & Vaz). Esta relação começa por uma nova postura, por um novo olhar, e é isto, que a educação ambiental pode realizar, ou seja, fazer com o homem possa ter uma relação mais harmoniosa com o seu meio ambiente. Com isso, vem se intensificando as preocupações inerentes à temática ambiental e, concomitante, as iniciativas dos variados setores da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental (Viveiro Ruy, 2011). Segundo Silvia e Rufino (2003), a Educação Ambiental é um processo no qual são trabalhados compromissos e conhecimentos capazes de levar o indivíduo a repensar sua relação com o meio, de forma a garantir mudanças de atitudes em prol de melhoria da qualidade de vida, da sociedade na qual está inserido, bem como reverter situações que possam comprometer a sobrevivência das espécies animais e vegetais e, conseqüentemente, a manutenção da vida do planeta. A educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, o que, no dizer de Tamaio (2000), se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza. A educação ambiental não é uma receita pronta gerida para aplicação imediata, ela tem que ser produzida a cada instante considerando o nível intelectual do cada indivíduo se adaptando as condições sociais, econômicas, culturais e religiosas na qual ele está inserido (Muller, 2003). Atualmente o desafio de fortalecer uma educação ambiental convergente e multirreferencial é prioritário para viabilizar uma prática educativa que articule de forma incisiva a necessidade de se enfrentar concomitantemente a degradação ambiental e os problemas sociais. Assim, o entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma visão do meio ambiente como um campo de conhecimento e significados socialmente construído, que é perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse
A metodologia do projeto será baseada em: levantamento de dados; diagnóstico das nascentes; e sensibilização da comunidade por meio de palestras, oficinas, filmes, visitas técnicas, distribuição de textos e cartilhas educativas e orientativas, cursos de multiplicadores em educação ambiental com ênfase em proteção e recuperação de bacias hidrográficas, e desenvolvimento de práticas conservacionistas. Serão levantados e diagnosticados: o uso do solo, a vegetação, o uso da água e a situação sócioeconômica das comunidades. No que tange o processo de sensibilização, toda ação voltada para a proteção e a recuperação da bacia hidrográfica deverá não só considerar os aspectos naturais, mas também os aspectos sociais, culturais e políticos. Nas práticas conservacionistas pretende-se aplicar: isolamento com cercas de arame da área considerada de preservação permanente, visando à proteção da mata ciliar; replantio da mata ciliar, por meio do plantio de mudas efetuadas pela própria comunidade com orientação de técnicos; implantação de um viveiro; coleta de água para análise de parâmetros físicos, químicos e biológicos. METAS E ATIVIDADES CORRESPONDENTES A CADA META: - Apresentação do projeto para as comunidades envolvidas (palestras e folderes) - Análise da água das nascentes do rio Subaé; - Aspectos sócio-cultural das comunidades (Fase levantamento) - Sensibilização da comunidade (palestras e folders) - Escolha do público-alvo em cada comunidade (análise de faixa etária, escolaridade e tempo de residência e atividade funcional) - Desenvolvimento das práticas conservacionistas aplicada ao público-alvo (cursos, treinamento, palestras, oficinas, exposições de arte, entre outras) - Culminância do projeto (apresentação dos resultados para a comunidade e para a Secretaria do Meio Ambiente do Município
Construir propostas de envolvimento da comunidade inserida nas nascentes do rio Subaé, e outras lagoas urbanas sobre a importância da preservação da qualidade das águas ;
 Preparar agentes ambientais disceminadores;  Promover ações de recuperação e preservação das nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Subaé;  Realizar constante controle da qualidade da água e divulgar para a comunidade; Objetivos específicos:  Envolvimento das comunidades locais nos problemas ambientais relativos à bacia, de modo a torná-las participantes das ações de recuperação da mesma;  Indução das populações locais às novas formas de conduta que respeitem o meio ambiente e os recursos hídricos, através da oportunidade de participação nos processos decisórios dos problemas ambientais que prejudiquem a comunidade;  Implantar programa de recuperação de nascentes e reflorestamento das áreas de preservação obrigatória
As interferências humanas na bacia do rio Subaé datam de vários anos e em Feira de Santana encontra-se em contínuo aumento devido ao processo de urbanização e industrialização que o município baiano vem enfrentando nos últimos tempos. Tal fator tem provocado o uso e ocupação indevidos do solo às suas margens; desmatamento das reservas florestais ao longo do seu curso; utilização do mesmo como receptor de dejetos, sejam eles de natureza industrial ou residencial, dentre outras ações, causando o aumento da poluição ambiental, contribuindo para alterar a qualidade de vida da população. E isso se torna cada vez mais preocupante, principalmente no tocante aos recursos hídricos dada a necessidade constante da água para o consumo próprio bem como para o desenvolvimento do setor produtivo. Esta preocupação aumenta ao se analisar a situação climática do município que é parte de uma região considerada como polígono das secas, portanto carente de recursos naturais. Em razão disso, a utilização racional do rio, e principalmente a manutenção da qualidade das nascentes do rio Subaé, é um fator imprescindível para o desenvolvimento da população feirense (Villas Boas, 2006) Segundo o PRODETUR (2000), o rio Subaé apresenta problemas ambientais desde a sua nascente até a sua foz. Segundo um levantamento efetuado pelo CRA (2001) identificou os principais fatores de pressão na região da nascente do rio Subaé, são eles: Contribuições provenientes do Centro Industrial do Subaé – CIS, e de povoados que não possuem sistema de esgotamento sanitário adequado. No entorno das lagoas Subaé, Salgada e da nascente da rua Pedro Suzart, é possível vizualizar centenas de casas construídas e até mesmo casas que ocupam a área das nascentes do rio. Em geral são construções pequenas, de apenas dois ou no máximo três cômodos. Para o Centro de Recursos Ambientais (1998) “a ocupação histórica dessas áreas, consideradas popularmente como áreas ‘menos nobres’, de baixo valor comercial, vem sendo feita por uma faixa da população com menor poder aquisitivo”. São residências que abrigam em média 5 a 6 pessoas, todas, geralmente, pertencentes a uma mesma família, que possivelmente teriam escolhido a cidade de Feira de Santana impulsionados pela possibilidade de conseguirem uma determinada ocupação num dos inúmeros estabelecimentos industriais que se implantaram naquele município, principalmente a partir da década de setenta. A esperança de milhares dessas pessoas era a obtenção de um emprego formal que pudesse garantir-lhes um futuro melhor para si e para seus familiares. Essa perspectiva, tida como promissora, estaria materializada na possibilidade do crescimento industrial que começava a tomar corpo, a partir de inícios da década de 1970, na região de Feira de Santana. Nesse período é dado início à implantação do Centro Industrial do Subaé – CIS, uma autarquia pertencente ao Governo do Estado da Bahia, criada pela Lei Municipal nº. 690 de 14 de dezembro de 1970. Em 1970, o CIS-Tomba iniciou com apenas 09 industriais e, com o processo de desenvolvimento, passou, na década de 80, para 35. Apesar das crises, atualmente, este centro conta com um total de 387 unidades. O processo de implantação do CIS, em Feira de Santana- Bahia obedecia, naquele momento, a um projeto de fomento à industrialização inspirado, segundo Freitas (1998) “na política de desconcentração industrial adotada pelo Governo Federal” e Feira de Santana é um dos municípios escolhidos em razão de se constituir como um entroncamento rodoviário, o que possibilita o acesso a várias regiões do país através das rodovias BR 324, 116, 467 e 242. Nessa época, a afluência de empresas para a região de Feira de Santana fora facilitada pela política de incentivos oferecida pelo Governo do Estado da Bahia através da concessão, segundo Freitas (1998), “de incentivos fiscais do Programa FINOR, além da isenção de impostos de renda e o excedente da mão de obra”. Para Vilas Boas ( 2006) o resultado do oferecimento de tantas atrações para o setor secundário, pode ser verificada uma expansão considerável do parque industrial. Dezenas de empresas de grande porte por lá se instalaram, gerando um “bloom” de crescimento para o município, através da abertura de inúmeros postos de trabalho bem como do aumento da arrecadação de impostos e taxas. O crescimento econômico atraiu para o município uma quantidade considerável de pessoas de regiões circunvizinhas ao município de Feira de Santana. Os retirantes, como ficariam conhecidos, vieram motivados pelas constantes notícias de instalação de indústrias e pelo oferecimento de vagas de empregos proporcionadas pelas indústrias ora instaladas. Um sonho que na maioria das vezes encontra o seu contraponto na impossibilidade das empresas em absorver tamanha quantidade de mão de obra (Vilas Boas, 2006). As conseqüências desse processo migratório se refletiram rapidamente nas taxas de crescimento populacional da área urbana da cidade de Feira de Santana, verificandose, a partir daí, um aumento expressivo do seu número de habitantes. Segundo Santos, citando dado do IBGE, “em 1970, pela primeira vez, a população urbana (134.263) ultrapassa a população rural (55.813) do município de Feira de Santana”. Este contínuo crescimento não foi contido pelo poder público e teve como conseqüência a instalação das comunidades nas nascentes do rio Subaé, o que acabou por fomentar ainda mais a degradação dessas áreas. Sem os equipamentos sanitários adequados e devido à falta de condições dos seus moradores em bancar por conta própria a instalação de alguns deles, os dejetos domésticos são lançados nas próprias ruas tornando a convivência naquele local como um fator de risco para a sua própria população. Dessa forma, esse projeto visa a necessidade de conscientizar a comunidade para estado de abandono e degradação das nascentes do rio bem como para as conseqüências advindas deste processo, caso medidas de impacto não fossem tomadas a curto e longo prazo.

Histórico de movimentação
28-08-2023 09:47:07

Criação da proposta

13-09-2023 14:36:32

Parecer da Câmara de Extensão

Resolução anexa
12-09-2023 17:40:41

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
13-09-2023 14:36:32

Aprovado

Resolução anexa
13-09-2023 14:36:49

Ativo

Homologado na Proex
13-09-2023 14:36:49

Ativo

Homologado na Proex
v1.4.12
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