A Aquaponia é um sistema integrado de cultivo de alimentos a produção de alimentos vegetais e produção de peixes; um sistema de baixo custo e alta eficiência no uso da permitindo a produção de alimentos de boa qualidade, geração de renda com baixo passivo ambiental (MONTOYA et al., 2000; DIVER, 2006; MATEUS, 2009; HUNDLEY et al., 2013). Assim, as pequenas propriedades podem produzir peixes e hortaliças utilizando a consorciação dos sistemas de produção. A escassez de recursos naturais como a água e solo são aspectos que trazem risco à segurança alimentar em várias regiões. Além disso, o rápido e generalizado aumento populacional contribui para a implantação de novos sistemas tecnológicos em diversos países. A implementação de sistemas aquapônicos pode ser uma saída para garantir a subsistência de famílias/comunidades, bem como, o desenvolvimento econômico. Conforme Somerville et al. (2014), sistemas aquapônicos são considerados uma atividade com enorme potencial para contribuir com o combate à fome em todo o mundo. A Aquaponia oferece uma série de benefícios sociais, econômicos e ambientais pois o sistema integrado de produção permite que cada modulo aproveite os subprodutos do outro, as plantas se beneficiam da água fertilizada pelos peixes e os peixes se beneficiam da filtragem da água realizada pelas plantas e microbiota associada (RACKOY; MASSER; LOSORDO, 2006; BUSS et al., 2015; Braz Filho 2000). A produção de proteína animal de peixes, constitui uma alternativa eficiente de aumentar a segurança alimentar da população, entretanto os sistemas tradicionais de produção de peixes esbarram na grande demanda de áreas para criação e recursos hídricos. No cenário atual de escassez hídrica que assola nosso país, atingindo inclusive regiões onde a falta d´água nunca foi um problema, a busca por técnicas de produção agropecuária inovadoras é imprescindível para atender a demanda crescente por alimento e diminuir a velocidade de esgotamento de nossos recursos hídricos (Carneiro et al 205). A busca constante pela diminuição da expansão das fronteiras agrícolas e do uso dos recursos naturais leva ao desenvolvimento de sistemas integrados de produção mais eficientes. A integração entre diferentes formas de produzir alimentos é uma das soluções sustentáveis para incrementando a produção de alimentos (MARISCAL-LAGARDA et al., 2012). A Aquaponia surge como uma opção para produção de alimentos em regiões semiáridas, visto que que é capaz de produzir rapidamente grande quantidade de proteína animal e vegetal com consumo relativamente pequeno de água. De acordo com a Embrapa, a Aquaponia economiza até 90% de água em relação ao cultivo convencional de hortaliças. Além de diminuir a carga de efluentes lançada no meio ambiente por parte da aquicultura, uma vez que o sistema é fechado e a água está sempre circulando, com as plantas fazendo o seu papel de retirar da água aqueles compostos que para elas são nutrientes fundamentais para seu crescimento. A agricultura familiar no Brasil, historicamente, tem papel relevante na produção de produtos agrícolas da alimentação básica da população brasileira, como o arroz e feijão. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009), em 2006, existiam cerca de 4.367.902 milhões de estabelecimentos agropecuários de caráter familiar, correspondendo a aproximadamente 84% do total de unidades agropecuárias e garantindo a ocupação de cerca de 74% da mão de obra na área rural. O segmento da agricultura familiar detém em torno de 20% das terras e responde por aproximadamente 38% da produção nacional, fornecendo alguns produtos básicos da dieta do brasileiro, como feijão, arroz, milho, hortaliças, mandioca e pequenos animais. Para alguns destes produtos, o setor chega a ser responsável por 60% da produção. Apesar dessa importância, historicamente no Brasil, os agricultores familiares sempre receberam pouco apoio do poder público para realizar sua atividade. Este segmento foi comparativamente negligenciado pelas diversas esferas governamentais ao longo do processo de modernização da agricultura brasileira, que se inicia no final da Segunda Guerra Mundial. O próprio conceito de agricultura familiar não havia sido incorporado pelos agricultores familiares e suas associações nos seus pleitos junto ao poder público. Esta falta de apoio era generalizada para todos os aspectos dos processos produtivos agrícolas, desde o acesso à terra até a comercialização da produção (Castro et al., 2014). A extensão rural apropria -se de diversas estratégias de comunicação e ações para atingir seus objetivos, que vão desde o contato pessoal, reuniões, visitas, treinamentos, unidades de observações, demonstração de métodos, unidades demonstrativas, até programas de rádio e televisão, cuja variação e intensidade se desenvolve à medida que o sistema de extensão rural se expande. As Unidades Demonstrativas são metodologias de extensão rural de alcance em grupo e são importantes, pois estimulam a participação e a organização de indivíduos em grupos sociais, possibilitando a troca de experiências e compartilhamento de soluções de problemas comuns, o desenvolvimento técnico produtivo, o lazer, o bem estar social e a integração comunitária . Além disso, a realização de atendimentos de extensão em indivíduos isolados demanda elevados aportes de recursos financeiros e tempo. A agricultura familiar constitui historicamente um segmento de grande importância para a economia brasileira, entretanto, tradicionalmente as atividades agrícolas do pequeno produtor rural são realizadas de forma rudimentar, com pequena com pouca tecnologia e inovação tecnológica (Castro et al 2014). O modelo de desenvolvimento agrícola baseado na incorporação de tecnologia de produção agrícola mediado pela assistência técnica ainda não é universal, sendo comum entre os grandes produtores rurais do chamado agronegócio, mas muito pouco disseminado entre os pequenos produtores rurais do segmento atualmente conhecido como agricultura familiar. Buscando uma mudança de paradigma e popularizar a extensão para o pequeno produtor adotamos na Estação Experimental de Horticultura metodologias de extensão baseadas em Unidades Demonstrativas de forma que possamos utilizar espaços onde a tecnologia esta em funcionamento para demonstrar boas práticas de manejo ecológico de sistemas agrícolas. Os serviços públicos e entre eles as Universidades, tem papel importante na prestação de assistência técnica e extensão rural (Ater) para a agricultura familiar e pequenos produtores de forma geral, ao mediar o acesso dos produtores rurais e suas organizações às inovações, sejam técnicas ou gerenciais, e de capacitá-los para adotá-las corretamente, contribui para a diminuição dos riscos inerentes à implementação de novidades tecnológicas em suas pequenas propriedades.

Este projeto de extensão surgiu como uma demanda social. A Secretaria de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural da Prefeitura Municipal de Feira de Santana (SEAGRI), buscando formas de divulgar a tecnologia da Aquaponia para pequenos agricultores do município, solicitou e financiou a instalação de uma Unidade Demonstrativa de Aquaponia. A Unidade Demonstrativa foi montada utilizando o método de instalações de sistemas Aquaponicos criado pela EMBRAPA Tabuleiros Costeiros (Carneiro et al., 2015). Esse método tem a vantagem de poder ser aplicado em pequenos espaços, com materiais reciclados, reduzindo ainda mais os custos da tecnologia. Depois de instalada a Unidade Demonstrativa de Aquaponia da UEFS passou a ser usada para realizar recepções de pequenos agricultores interessados na tecnologia, realização de dias de campo e cursos sobre Aquaponia e treinamento de estudantes de agronomia nas técnicas de extensão rural.

Montar e Manejar uma Unidade Demonstrativa de Aquaponia para intermediar as relações entre os pequenos agricultores da região e esta tecnologia

- Apresentar a aquaponia a pequenos agricultores da região; - contribuir para geração de empregos, renda e melhoria da alimentação dos pequenos produtores rurais; - realizar visitas guiadas, dias de campo e palestras na Unidade Demonstrativa; - Difusão de tecnologia ambientalmente e socialmente referenciada; - capacitar os estudantes de agronomia da UEFS em técnicas de extensão rural.

A agricultura familiar constitui historicamente um segmento de grande importância para a economia brasileira, entretanto, tradicionalmente as atividades agrícolas do pequeno produtor rural são realizadas de forma rudimentar, com pequena com pouca tecnologia e inovação tecnológica (Castro 2015). O modelo de desenvolvimento agrícola baseado na incorporação de tecnologia de produção agrícola mediado pela assistência técnica ainda não é universal, sendo comum entre os grandes produtores rurais do chamado agronegócio, mas muito pouco disseminado entre os pequenos produtores rurais do segmento atualmente conhecido como agricultura familiar. Em verdade historicamente a agricultura familiar recebeu pouca atenção na forma de políticas públicas voltadas para o seu desenvolvimento. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no Brasil existem mais de quatro milhões de estabelecimentos agropecuários de caráter familiar, correspondendo a aproximadamente 84% do total de unidades agropecuárias e garantindo a ocupação de cerca de 74% da mão de obra na área rural. Ainda segundo o IBGE (2009), uma análise regionalizada da oferta de assistência técnica (ATER) revela distorções entre os estabelecimentos que utilizam assistência técnica no Brasil, com apenas 2,7% dos agricultores rurais da região Nordeste tendo acesso a programas públicos de assistência técnica (Guanziroli, 2000), recentemente, com a consolidação do PRONAF, novas demandas dos pequenos produtores rurais começaram a ser debatidas no meio político, entre elas a demanda por ATER. Neste programa de Extensão “Difusão de Tecnologia em Aquaponia: Sistema Integrado De Produção de Peixes e Hortaliças” propomos a instalação e utilização de Uma Unidade Demonstrativa de Aquaponia, uma tecnologia de produção de alimento e renda para o pequeno produtor rural. Essa Unidade Demonstrativa de Tecnologia receberá agricultores para treinamento em palestras, oficinas e dias de campo sobre Aquaponia, paralelamente em parceria com a Secretaria de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural da Prefeitura Municipal de Feira de Santana (SEAGRI), promoveremos a criação de cartilhas versando sobre instalação e manutenção de sistemas de Aquaponia. Esse Programa tem caráter contínuo, com treinamento de estudantes em metodologia de ATER e com difusão da tecnologia em foco. A instalação de uma Unidade Experimental de Aquaponia se dá por demanda externa da SEAGRI. A produção de alimentos é um problema contemporâneo, o crescimento populacional e a migração do homem do campo das zonas rurais para as zonas urbanas gera uma demanda cada vez maior. A produção de proteína animal de peixes constitui uma alternativa eficiente de aumentar a segurança alimentar da população, entretanto os sistemas tradicionais de produção de peixes esbarram na grande demanda de áreas para criação e recursos hídricos. A Aquaponia é uma tecnologia de produção de alimentos que alia criação de peixes e produção de vegetais, surge como uma opção para produção de alimentos em regiões semiáridas, visto que que é capaz de produzir rapidamente grande quantidade de proteína animal e vegetal com consumo relativamente pequeno de água.