MENINAS NA CIÊNCIA: O COTIDIANO DA CIÊNCIA NA VIDA DAS MENINAS DA ESCOLA PÚBLICA DO SEMIÁRIDO BAIANO #159

Coordenador:
Marilene Lopes da Rocha
Data Cadastro:
14-09-2023 12:10:54
Vice Coordenador:
Rosângela Correa Rodrigues Duarte
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Marilene Lopes da Rocha
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Departamento de Ciências Biológicas,

Resolução Consepe 105/2023
Processo SEI Bahia 07133432022002529325
Situação Ativo
Equipe 10

Mesmo em tempos atuais não há uma presença significativa das mulheres nas áreas da ciência exatas. Em termos globais, o número de mulheres que se dedicam estas áreas ainda é menor que homens, principalmente, em cursos de Engenharias, Física, Matemática, Química e Informática. Todavia, é importante destacar que há avanços em váriossetores antes tão distantes para as mulheres, porém é necessário desconstruir estereótipo de gênero na ciência; ampliar a representatividade e as oportunidades para meninas nas áreas exatas e tecnológicas. Neste contexto, várias iniciativas têm sido propostas com intuito de promover a participação feminina em todas áreas da ciência. Dessa maneira, o presente projeto de extensão “Meninas na Ciência: o cotidiano da ciência na vida das meninas da escola pública do semiárido baiano” visa despertar o interesse das estudantes das escolas públicas nas áreas de engenharias e computação, bem como a sua permanência a fim de que se tornem agentes participantes no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. A presente proposta de trabalho foi inspirada em outras instituições de ensino, por exemplo, Universidade de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade de Brasília (UnB); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus Cubatão e Fundações de Pesquisa. Por fim, a presente proposta de extensão é importante para a comunidade local, pois não há na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) ações extensionistas dedicadas a informar e despertar às estudantes das escolas públicas sobre a importância do papel das mulheres nas diversas área do conhecimento cientifico. Dessa forma, justifica-se o desenvolvimento das atividades que poderá colaborar também com o tema Igualdade e Diversidade de Gênero que são cruciais no sucesso das áreas da Ciência e Tecnologia.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres representam 51% da população brasileira e 60% dos concluintes de cursos superiores. No entanto, as mulheres representam 41% dos concluintes em cursos relacionados às ciências e apenas 29% dos concluintes em cursos de engenharia. Em uma perspectiva histórica, as ciências e tecnologias têm se caracterizado como atividades predominantemente masculina, embora este cenário tem apresentado alterações há ainda muito a ser conquistado. De acordo com Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (INEP 2020), no Brasil o número de mulheres que cursam o ensino superior e o terminam excede o número de homens, mas analisando os 20 maiores cursos de graduação em número de matrículas e os respectivos percentuais de participação, pode-se identificar a predominância feminina em 14 deles, incluindo os três primeiros: Direito (55,3%), Pedagogia (92,5%) e Administração (54,9%). Enquanto isso, nos três cursos de Engenharia desta lista existe a predominância masculina: Engenharia Civil (69,5%), Engenharia de Produção (65,0%) e Engenharia Mecânica (89,7%). Por outro lado, há um equilíbrio nas áreas de saúde e agrária (INEP 2020). Apesar da disparidade entre homens e mulheres em alguns setores da sociedade ser ainda significativa, é observado que as meninas vêm ganhando cada vez mais espaço nos cursos de exata e ocupando setor de tecnologia. Na maioria das vezes, a área de exatas, que perpassa das engenharias até o meio tecnológico, é pouco popular na representação feminina, embora os dados do INEP de 2020 aponta para um avanço, o qual é bem quisto pela sociedade. No entanto, é notório que nas áreas exatas e tecnológicas há um predomínio maior de homens nestes cursos, assim o projeto “Meninas na Ciência: O cotidiano da ciência na vida das meninas da escola pública do semiárido bahiano” nasce de questionamentos sobre a participação de mulheres nas áreas das ciências e na área tecnológica. Apesar de estarmos, praticamente, em todas as áreas ainda não chegamos à paridade na ocupação de determinados cargos, bem como em relação aos salários pagos para homens e mulheres. De acordo com os dados da pesquisa "Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)", publicada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), as mulheres representam apenas 35% dos estudantes do mundo em áreas STEM. No Brasil, segundo os resultados do Open Box da Ciência, ainda temos um grande desequilíbrio de gênero no acesso à ciência. Dos 77,8 mil pesquisadores brasileiros com doutorado, 59,69% são homens e 40,3% são mulheres. Estudos realizados pela Elsevier em 2017 e 2020, mostraram a existência de padrões desiguais estruturados em quatro aspectos: a) mulheres ainda representam parcela minoritária na ciência mundial; b) concentram-se em determinadas áreas de conhecimento; c) predominam nos níveis iniciais da carreira e, d) estão sub-representadas em posições deliberativas da política científica e tecnológica. Outro aspecto importante, de todas as ciências exatas, a física é uma área em que o aumento de mulheres tem sido particularmente lento, além da baixa representatividade das mulheres nas ciências exatas, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Autorizada pelo Decreto Federal nº 77.496 de 27/04/76 Reconhecida pela Portaria Ministerial nº 874/86 de 19/12/86 Recredenciada pelo Decreto nº 9.271 de 14/12/2004 Recredenciada pelo Decreto nº 17.228 de 25/11/2016 Pró-Reitoria de Extensão - PROEX computação e engenharia no momento do ingresso do curso, também diminui a participação à medida que avançam nas suas carreiras (AGRELLO e GRAG, 2009). De acordo com Assis (2018), as mulheres partem como maioria nas primeiras etapas da carreira científica no Brasil, porém são uma notável minoria nos postos de maior prestígio. Neste sentido, os dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Inep, e Parent in Science também mostram que a presença feminina vai sendo reduzida na medida em que se escala os níveis mais altos da ciência, um exemplo muito significativo disso, é que apenas 36% do total das bolsas de Produtividade em Pesquisa são para mulheres. A disparidade entre o número de homens e mulheres em ciência, tecnologia, engenharia e matemática tem sido frequentemente considerada como evidência de gênero biologicamente impulsionado. Segundo, Araripe (2021), a formulação clássica dessa ideia é que os homens “naturalmente” se destacam em disciplinas consideradas “mais exigentes”, por exemplo, as que envolvem cálculos e fórmulas matemáticas, enquanto as mulheres “naturalmente” se destacam em campos usando nas habilidades linguísticas. Todavia, os ganhos recentes no desempenho matemático das meninas demonstram a importância da cultura e dos ambientes de aprendizagem no cultivo de habilidades e interesses. Neste cenário, na contemporaneidade temos percebido no Brasil a emergência de ações que buscam incentivar meninas a adentrarem em carreira de ciência e tecnologia, com a proposta de promover a equidade de gênero nesse campo do saber (Caseira e Magalhães, 2017). Assim, projetos que visam incentivar a participação das meninas na ciência já ocorrem em outras instituições, como por exemplo na Universidade de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Brasília (UnB), Instituto Federal de São Paulo e Fundações de Pesquisa. Os projetos existentes são estratégias centrais para promover a igualdade de gênero na Ciência, bem como ampliar as possibilidades de escolha e de atuação das mulheres em todas as áreas de conhecimento. Dessa forma, é razoável mencionar que projetos sobre meninas na ciência buscam incentivar a participação e a valorização das mulheres no âmbito universitário e escolar. Segundo Araripe (2021), o acesso e as oportunidades no mundo científico, acadêmico e profissional, sem qualquer distinção, como prevê inúmeros acordos internacionais e legislações, não alçaram os números desejados, por isso há necessidade de projetos que busquem informar e valorizar o papel das mulheres no meio acadêmico e nas pesquisas cientificas, pois a ciência moderna é um produto de centenas de anos de exclusão das mulheres. O processo de trazer mulheres para ciência exigiu, e vai continuar a exigir, profundas mudanças estruturais na cultura (SCHIEBIENGER, 2001). Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) declarou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a questão da excelência das mulheres na ciência e lembrar a comunidade internacional de que a ciência e a igualdade de gênero devem UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Autorizada pelo Decreto Federal nº 77.496 de 27/04/76 Reconhecida pela Portaria Ministerial nº 874/86 de 19/12/86 Recredenciada pelo Decreto nº 9.271 de 14/12/2004 Recredenciada pelo Decreto nº 17.228 de 25/11/2016 Pró-Reitoria de Extensão - PROEX avançar lado a lado, a fim de enfrentar os principais desafios mundiais e alcançar todos os objetivos e metas da Agenda 2030. Um dos objetivos presente na Agenda ONU 2030 é “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”. Assim, projetos com intuito de incentivar as meninas a ocuparem todas as áreas acadêmicas são bem vindas e contribuem com as metas estabelecidas pela ONU. Nesta visão, a presente proposta de extensão contribuirá com incentivo e informação das alunas das escolas públicas do semiárido baiano, pois buscará pela divulgação do papel das mulheres nas mais diversas áreas acadêmicas, bem como exaltará a fundamental participação das mulheres nos setores acadêmicos e científicos do Brasil e do mundo. Esta proposta não visará apenas atividades de ensino, pesquisa e extensão, mas também a divulgação e incentivo das meninas de escolas públicas para ingressarem em carreiras de ciências exatas, engenharias e computação, bem como orientá-las na permanência a fim de que se tornem agentes participantes no desenvolvimento científico e tecnológico do país, promovendo através dessas propostas a promoção da igualdade de gênero.
O presente projeto visa promover atividades informativas às alunas do Instituto de Ensino Gastão Guimarães, situado na Av. Sampaio, SN, no município de Feira De Santana – Bahia, com registro na Secretaria de Educação código:1105959, que se encontra atualmente direcionada pela Profa. Alfreda Maria Silva Campos Neta Xavier. O Instituto de Ensino Gastão Guimarães Gastão é um dos maiores estabelecimentos de ensino público estadual de Feira de Santana, classificado como instituição de porte especial, pertencente à Diretoria Regional de educação (DIREC 02), órgão da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, com mais de três mil alunos. Funciona nos três turnos, com Ensino Médio, oferecendo o curso de Formação Geral, Ensino Fundamental, 2º ciclo (5ª a 8ª séries) e também a Educação de Jovens e Adultos (EJA). As atividades do projeto “Meninas na Ciência: o cotidiano da ciência na vida das meninas da escola pública do semiárido baiano” iniciar-se-á no Instituto de Ensino Gastão Guimarães, mas o intuito é ofereceras atividades a quaisquer instituições de ensino da Educação Básica pública da cidade de Feira de Santana, que almeje oferecer essas atividades aos alunos e comunidade escolar A intenção do projeto é que as meninas do ensino médio sejam informadas e sensibilizadas sobre importância do papel feminino no desenvolvimento cientifico e tecnológico. Para tal, as ações deste projeto serão desenvolvidas em 03 fases distintas, ou seja, 1ª fase: sondagem do conhecimento e interesse das meninas às atividades cientificas e tecnológicas; 2ª fase: oferecer para estas participantes oficinas sobre a inserção, importância e participação das mulheres nas áreas cientificas, acadêmicas e tecnológicas; 3ª fase: avaliação das atividades do projeto pelas alunas.
Despertar e incentivar meninas das Escolas Públicas do semiárido baiano a construírem carreiras acadêmicas e cientificas
Promover o conhecimento sobre o sucesso das mulheres cientistas do Brasil e do Mundo; 2) Despertar sobre a importância das mulheres em espaços de destaque em desenvolvimento tecnológico; 3) Informar as meninas sobre papel do protagonismo feminino em diversas áreas e na vida; 4) Promover ações extensionistas voltadas para divulgação da importância da participação das meninas nas áreas de ciências e tecnologias; 5) Avaliar se as atividades extensionistas promoveram mudanças no comportamento das meninas do ensino médio em relação as áreas cientificas e tecnológicas.
Ainda no ano de 2022, encontramos barreiras que impedem o avanço da participação das mulheres em diferentes espaços da sociedade, bem como na ciência. Nos setores de lideranças é ainda mais agravante, uma vez que, esses espaços são predominantemente ocupados por homens. Perante este cenário, a busca de incentivo para aumentar o número de meninas na pesquisa é de suma importância. Muito além disso, a intenção de despertar em nossas jovens estudantes a curiosidade e o desejo de se tornarem pesquisadoras e protagonistas de suas próprias vidas fazem parte do objetivo principal desta proposta de extensão. Assim, este projeto visa também a divulgação, de maneira atualizada, dos assuntos relacionados à ciência e tecnologia. Neste contexto, o presente projeto irá fomentar práticas educativas que estimulem e naturalizem a participação de meninas nas áreas de ciências exatas e tecnológicas junto as escolas públicas e a UEFS. Para tal, nossa proposta buscará pelo desenvolvimento das atividades de extensão no âmbito escolar, as quais serão desenvolvidas pelas estudantes universitárias sob a orientação das docentes responsáveis pelo projeto. Além disso, apresentamos um projeto que será relevante no contexto social e acadêmico, pois contribuirá com formação acadêmica das estudantes da UEFS e as da Educação Básica/ensino médio. Ainda é possível justificar que a presente proposta de extensão será a primeira a ser implementada na UEFS, isso torna a mesma de suma importância, ao passo que incentivará as meninas da comunidade local a ocuparem espaços importantes na sociedade. Porfim, o desenvolvimento deste projeto contribuirá para que temas como igualdade e diversidade de gênero sejam trazidos aos debates e estendidos às escolas participantes. Ainda cabe mencionar que estas atividades irão ajudar a comunidade local incorporar práticas e valores que abram espaço para o empoderamento das mulheres e para a equidade de gênero.

Histórico de movimentação
14-09-2023 12:10:54

Criação da proposta

20-09-2023 21:56:46

Parecer da Câmara de Extensão

Resolução anexa
20-09-2023 20:07:59

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
20-09-2023 21:56:46

Aprovado

Resolução anexa
20-09-2023 21:57:21

Ativo

Homologado na Proex
v1.4.13
SISTEX - Desenvolvido pela Assessoria Especial de Informática - AEI e Sustentado pelo Escritório de Projetos e Processos - EPP