O atual projeto político-pedagógico da UEFS, sintetizado na sua missão e visão institucionais, se desdobra nos projetos pedagógicos dos cursos e normas acadêmicas institucionais, tendo como foco a produção e socialização do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico, como forma de contribuir para eliminação da pobreza e da exclusão social, prioritariamente, da região do semiárido. Tal projeto considera as transformações sociais e tecnológicas em curso na nossa sociedade, como um dos estímulos para a formação do profissional-cidadão do século XXI. A proposta educacional, alicerçada neste projeto, procura dar conta das grandes transformações da sociedade atual, quais sejam: a) a crescente globalização das economias e culturas; b) a progressiva democratização da sociedade, exigindo do cidadão uma maior responsabilidade e participação nos processos de tomada de decisão; c) a imprescindível responsabilidade ambiental, provocada pela consciência de finitude das reservas naturais e pelos efeitos maléficos das ações humanas sobre o meio ambiente; d) o surgimento de novas tecnologias que transformam aceleradamente nossos hábitos e costumes, exigindo permanentemente novas aprendizagens e conhecimentos, os quais exigem uma formação inicial menos especializada e volátil e mais generalista e duradoura, com o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, construída sobre ampla base de educação geral. O Curso de Geografia, implantado em 1987, lotado no Departamento de Ciências Humanas, estruturou-se para a oferta das habilitações em Licenciatura e em Bacharelado. Dentre os seus objetivos destacavam-se, a preocupação com a formação de professores para atuar nos níveis fundamental e médio, e formação de bacharéis para a área técnica dos setores públicos governamentais e da iniciativa privada. Nos vinte e cinco anos de existência do Curso de Geografia, várias modificações ocorreram nas concepções que lastreiam o conhecimento geográfico, tanto no campo da técnica, quanto no campo do ensino e da aprendizagem. Questões relacionadas ao meio ambiente e à sua sustentabilidade, turismo, desenvolvimento regional e local, estimularam um reordenamento intelectual na proposta curricular e uma atualização na concepção das habilidades científicas e técnicas inerentes ao trabalho do geógrafo. Já o curso de Agronomia, lotado no Departamento de Ciências Biológicas, foi recentemente criado na UEFS, a primeira turma iniciou em 11 de abril de 2012. Esse curso possui um aspecto inovador no currículo de disciplinas e no projeto pedagógico, que é a ênfase na preparação de profissionais para atuar na agricultura familiar através dos princípios da agroecologia, ao contrário de antigos parâmetros que privilegiavam latifúndios. O curso foi concebido com esse perfil após a realização de estudos pela comissão que elaborou o Projeto Pedagógico. Vale destacar, que a criação do grupo PET Geografia-Agronomia UEFS se constitui em um passo importante na busca de uma educação continuada e de excelência acadêmica, que poderá responder às constantes transformações situacionais e contextuais na contemporaneidade. Que levará em conta integralmente à proposta pedagógica da instituição, que entende que uma qualificação formal definida pelo mercado de trabalho, ou uma mera certificação, não é suficiente para alcançar os objetivos a que se propõe. Buscar-se-á com essa proposta uma qualificação real, compreendida como um conjunto de competências e habilidades, saberes e conhecimentos, que provêm de várias fontes: da formação geral (conhecimentos científicos), da formação profissional (conhecimentos técnicos) e da experiência social (qualificações tácitas). Dessa forma, possibilitará uma formação polivalente, que capacita o discente na resolução de problemas, tomada de decisões, no trabalho em equipe, estando pronto para enfrentar mudanças, tendo como base a realidade e experiências de campo, a relação teoria-prática, ensino-pesquisa-extensão e a produção científica.

O PET Geografia-Agonomia/UEFS adotará uma proposta pedagógica comprometida com a construção de conhecimentos significativos, embasados na interação entre atividades que propiciem a socialização do conhecimento (atividades de ensino), a produção do conhecimento (atividades de pesquisa) e a aplicação do conhecimento (atividades de extensão). Para tanto, serão criados espaços pedagógicos comprometidos e orientados para o desenvolvimento de atividades articuladas nas dimensões do ensino, pesquisa e extensão, vinculadas aos diferentes Departamentos envolvidos da UEFS (DEXA, DCHF, DCBIO, DEDU). Para o alcance desses objetivos o grupo contará com a participação, além do professor tutor e dos alunos bolsistas, de professores colaboradores que atuam em áreas correlatas à geografia, geociências, educação, com ampla inserção e experiência no ensino, pesquisa e extensão. A participação dos professores colaboradores se dará na discussão de temas inerentes as suas áreas de atuação e no acolhimento dos discentes integrantes do PET em seus projetos de pesquisa, tanto na atividade de inserção inicial à pesquisa, quando o discente recém-integrado ao grupo terá uma primeira aproximação com as pesquisas desenvolvidas pelos professores, quanto na participação efetiva em atividades de pesquisa e extensão, como elaboração projetos, condução per si das pesquisas, análise dos resultados, elaboração de artigos e relatórios técnicos científicos e divulgação dos resultados para a comunidade universitária, em eventos científicos, em periódicos científicos especializados. Como instrumento de acompanhamento permanente, o grupo PET Geografia-Agronomia/UEFS realizará ao final de cada semestre, com a participação de representantes do colegiado do curso, do tutor, dos professores colaboradores e dos integrantes bolsistas e voluntários, a avaliação das atividades desenvolvidas. Nessa avaliação será verificado se as atividades estão atingindo seus objetivos, se estão interferindo no projeto pedagógico do curso, ampliando a gama de atividades extracurriculares dos bolsistas e demais alunos do curso. A avaliação terá como objetivo principal identificar as causas de possíveis limitações, tanto aquelas concernentes ao grupo quanto aquelas relativas à própria UEFS, para que possam ser ultrapassadas. Como resultado dessa avaliação será elaborado um documento de auto- avaliação, de acordo com os indicadores da avaliação presentes no manual de orientações básicas do Programa de Educação Tutorial e deverá ser incluído no relatório a ser enviado a Comissão Nacional de Avaliação.

O objetivo central é promover a formação de profissionais de excelência acadêmica, geradores e multiplicadores de conhecimentos relativos aos temas correlatos a essa área do conhecimento, facilitando a sua integração no mercado profissional e/ou em Programas de Pós-Graduação

Destacam-se os seguintes objetivos específicos a serem alcançados: i) Identificar e explicar as diferentes dimensões do conhecimento presentes nas paisagens a partir do entendimento do solo como elemento integrador da natureza, tendo em vista sua importância para geodiversidade e biodiversidade; ii) Contribuir para à manutenção do ecossistema terrestre e sobrevivência dos organismos que dele dependem; iii) Realizar atividades de campo envolvendo o tema solos, o observando como produto resultante da interação de fatores (geológicos, climáticos, geomorfológicos, biogeográficos, hidrológicos) e de processos pedogenéticos; iv) Contribuir para a interpretação do solo como elemento da paisagem, em especial no uso da agricultura familiar; v) Exercitar o uso de diversos recursos geotecnológicos no âmbito do ensino, da pesquisa, e da extensão; vi) Capacitar professores da educação básica, pública Estadual e Municipal, auxiliando na compreensão e no ensino da leitura de mapas, a partir do Atlas Ambiental de Feira de Santana; vii) Desenvolver e divulgar material didático sobre solos, meio ambiente, agricultura familiar e geotecnologia no curso de Geografia, que darão suporte também na atuação desses profissionais na educação básica e tecnológica; viii) Sinalizar para a comunidade inserida nas nascentes do rio Subaé sobre a importância da qualidade das águas de nascentes, preparando agentes ambientais disseminadores, promovendo ações de recuperação e preservação das nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Subaé.

As geotecnologias vêm contribuindo significativamente ao estudo por diversas ciências dos problemas socioambientais que vem ocorrendo nos últimos anos. Esses estudos possuem caráter tanto para prevenção dos problemas tanto para a tomada de decisão para a correção dos danos já causados ao ambiente e à sociedade. Em sua relevância social, essa proposta de formação de mais um Grupo PET na UEFS juntando dois curso, Geografia e Agronomia, que tem inclusive algumas disciplinas comuns, que estuda o espaço e os Solos contidos nesse espaço, respectivamente, permitirá que, com o auxílio das Geotecnologias se desenvolva atividades de ensino, pesquisa e extensão que fortalecerá os conhecimentos acadêmicos, tornando-os de maior qualidade, e com uma responsabilidade acadêmica e social diferenciada. . Pois como sabemos, a prática da cidadania na qual se deve pautar a educação para a emancipação do indivíduo está na aquisição de conhecimento sobre seu lugar de vivência para que o mesmo possa intervir nas decisões locais se tornando, então, o indivíduo ativo na sociedade. Nesse sentido o conhecimento das tecnologias atuais com aplicações no estudo de Solos, para a análise espacial e temporal também possui grande valia. O Programa PET Geografia-Agronomia levará em conta os projetos Projeto Didático Pedagógico dos Cursos de Geografia e de Agronomia da Uefs, que considera como pontos importantes: i) formação humanística e complementar, formação técnica, interação entre a teoria e a prática; ii) com etapas de aprendizagem significativas baseados na situação fundamentação realização; iii) Integração através de estudos integrados com sala de aula, atividades de laboratórios e de campo. Para esse projeto incluir-se-á, também, a aprendizagem baseada em problemas, já iniciadas nas turmas de Geociências para Agronomia e de Pedologia no curso de Geografia, no semestre que se finda. Por fim, espera-se com a implantação do PET Geografia-Agronomia que a aprendizagem seja ativa de seus membros (discentes, docentes, analistas técnicos e comunidade) envolvidos, por meio de vivência, reflexão crítica e discussões no que enquadrar devidamente a proposta dos dois cursos. Como também, a diminuição da evasão, que mesmo sendo um curso novo como Agronomia já se percebe a evasão no primeiro semestre, em torno de 15%. No curso de Geografia, especialmente no bacharelado essa evasão é maior. Logo, uma das metas a serem alcançadas também será a diminuição da evasão nos dois cursos.