Vigilância e Monitoramento de Doenças Infecciosas entre Trabalhadores e Trabalhadoras do Setor Saúde #17

Coordenador:
Tânia Maria de Araújo
Data Cadastro:
06-04-2023 19:38:51
Vice Coordenador:
Iracema Lua
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Tânia Maria de Araújo
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Sim (UFRB - Núcleo Saúde, Educação e Trabalho (NSET))
Unidade(s):
Núcleo de Epidemiologia,

Resolução Consepe 133/2019
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Ativo
Equipe 19

Várias são as doenças infecciosas que os trabalhadores da saúde podem adquirir em função de um acidente ocorrido durante a realização do seu trabalho, assim como em sua vida pessoal. As doenças infecciosas podem acarretar prejuízos na vida laboral de um/a trabalhador/a, influenciando sua produtividade. Entre as doenças de exposição mais relevantes, pode-se destacar as Hepatites Virais, tuberculose e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), doenças a que o trabalhador da saúde pode estar exposto durante sua vida pessoal e laboral; e a Sífilis, doença em que o trabalhador pode estar exposto na sua vida pessoal. Além dessas doenças, ganharam destaque as arboviroses, dengue, zika e chikunguya – agravos responsáveis por epidemias recentes no país e que tornaram-se muito relevantes no adoecimento das populações, incluindo os/as próprios/as trabalhadores/as. Essas doenças infecciosas mencionadas apresentaram tendência crescente nos últimos anos. Portanto, essa elevação nas ocorrências reforça a necessidade de medidas de enfrentamento, seja com intervençõessobre as condições ambientais nas quais a doença é produzida, seja com base em programas de vacinação, posto que parte dessas doenças é imunoprevenível por vacina (hepatites e sifilis, por exemplo). Os/as trabalhadores/as da saúde são particularmente importantes nesse processo em função de: (a) estarem expostos por contatos contínuos com populações potencialmente doentes, podendo contrair essas doenças, (b) serem os responsáveis pelo repasse de informação e de conhecimentos às populações, tendo papel destacado para a prevenção e o tratamento dessasdoenças; (c) no caso de contaminação por essas doenças, podem contribuir para a sua disseminação entre a população atendida. Os impactos de atenção à saúde dos/as trabalhadores/as podem ser amplos e diversos. Este programa de extensão foi elaborado para contribuir com o enfrentamento deste problema. Assim, tem a finalidade de realizar atividades de extensão voltadas para promover a elevação da cobertura vacinal entre trabalhadores/as da saúde, por meio de atividades de educação participativa, bem como disseminar medidas destinadas à prevenção das doenças infecciosas, bem como outros tipos de agravos relacionados ao trabalho em saúde.Este Programa tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre doenças infecciosas e imunização nas unidades de saúde nos municípios selecionados para atuação do Programa e sensibilizar e treinar a comunidade acadêmica para identificação e manejo destas afecções, bem como disseminar ações de auto cuidado à comunidade e trabalhadores/as vinculados/as aos serviços de saúde de Feira de Santana (coordenado pela UEFS) e Santo Antônio de Jesus (coordenado pela UFRB). Para tal, serão desenvolvidas atividades como: oficinas, palestras, cursos, rodas de conversas e divulgação de material educativo. Inclui-se no âmbito de atividiades deste projeto, a negociação com a gestão local de saúde, para a realização de campanhas de vacinação.Este programa será realizado em parceria do Núcleo de Epidemiologia (UEFS) e Núcleo de Saúde, Educação e Trabalho (UFRB) com as secretarias de saúde de Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus. Este Programa será executado em conjunto com projeto de pesquisa nesta área temática, financiado pelo CNPq e Ministério da Saúde. A execução das atividades propostaspossibilitará maior integração entre a Universidade e comunidade (trabalhadores/as da saúde, gestores públicos e comunidade de modo geral), incentivando a atuação em saúde coletiva e fomentando multiplicadores de informações acerca do tema, a fim de reduzir o número de pessoas acometidas por essas doenças infecciosas, sobretudo aquelas que possuem imunização específica.
O trabalho em saúde tem-se caracterizado pela precarização, longas jornadas de trabalho e baixos salários, o que, muitas vezes, contribui para os múltiplos vínculos de trabalho e insatisfação profissional. O que o diferencia o trabalho em saúde dos outros tipos de serviços é a necessidade de lidar com a dor, o sofrimento, as limitações ou a morte de um ser semelhante, o que gera uma situação sempre difícil e desgastante, física e psicologicamente (MARSIGLIA, 2011). A realizaçãodessas atividades, que são muito complexas e envolvem significativa carga emocional, em condições inadequadas ou desprotegiadas e ritmos acelerados ou sobre pressão podem gerar situações de desatenção ou sobrecarga quepodem gerar acidentes de trabalho. Portanto, os/as trabalhadores/as da saúde são profissionais que estabelecem, de forma direta, ou não, vínculo para prestação de serviços de saúde, em estabelecimentos que desenvolvem atividades à saúde (PAIM, 1994). Estes/as trabalhadores/as, em conjunto, estão envolvidos/as em processos de trabalho voltados para assistência à saúde da população, produzindo cuidado, bem-estar, satisfação, alívio, recuperação, adaptação, enfim, produtos associados à manutenção e melhoria da saúde da população. Com isso, o processo de trabalho em saúde expõe constantemente os trabalhadores a riscos que podem comprometer a sua saúde. No trabalho em saúde observa-se exposição a diferentes tipos de riscos, ganhando destaque, pela natureza do trabalho, a exposição aos acidentes de trabalho, principalmente aqueles relacionados à infecção com bactérias, vírus, protozoários, entre outros microorganismos que causam doenças infecciosas. O atendimento aos pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, o manejo de materiais perfurocortantes, bem como o contato direto com secreções, sangue e fluídos orgânicos, exige do trabalhador a adoção de cuidados que evitem ou minimizem a ocorrência dos acidentes (GUILARDE et al. , 2010). Esse grupo profissional, além de estarem expostos às doenças mediadas por microorganismos na sua vida pessoal - afinal, são pessoas que praticam atividades sexuais, convivem com outras pessoas que podem estar infectadas, podem necessitar de transfusão sanguínea ou ainda fazer uso de drogas injetáveis – convivem, cotidianamente no trabalho, em parte significativa da vida diária, com risco de contaminação biológica que pode resultar em adoecimento, em limitações temporárias ou permanentes decorrentes de sequelas, e até mesmo a morte. As Hepatites Virais, por exemplo, são doenças causadas por vírus com tropismo primário no fígado e os tipos B e C podem ser transmitidos por via sexual e vertical, transfusão sanguínea, uso de drogas injetáveis ilícitas, contato com sangue, acidente com materiais perfurocortantes, expondo principalmente os trabalhadores da saúde. A doença pode se apresentar nas formas agudas e crônicas (BRASIL, 2009). No Brasil, em 2010, as principais fontes de infecção dos casos notificados de Hepatite B foram: o contato sexual (52,9%), contato domiciliar (9,1%), transmissão vertical (5,9%), transfusão (5,5%), uso de drogas (4,3%), hemodiálise (0,7%), acidente de trabalho (0,6%) e outros (20,9%). Para a Hepatite C foram: uso de drogas (27,4%), transfusão sanguínea (26,9%), contato sexual (18,5%), acidente de trabalho (1,2%), contato domiciliar (1,1%), hemodiálise (0,9%), transmissão vertical (0,3%) e outros (23,7%). Deve-se considerar, entretanto, que esses dados não reproduzem, com fidedignidade, a situação existente uma vez que as informações deste campo, neste ano, apresentaram 56,1% dos registros com preenchimento ignorado ou em branco (BRASIL, 2012). A sífilis é uma doença infecciosa crônica que se tornou conhecida por volta do século XV na Europa. É transmitida por meio do contato sexual, transfusão sanguínea e transmissão vertical e, ainda, é motivo de preocupação para a sociedade, no âmbito da saúde pública (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006). A Organização Mundial da Saúde (2010) publicou estimativa de ocorrência de 11 milhões de casos novos de sífilis por ano no mundo, sendo 2,4 milhões para a América Latina e Caribe. Entre trabalhadores/as da saúde, o adoecimento pode acarretar comprometimento do estado de saúde e, consequentemente, ocasionar absenteísmo. Apesar da incipiência de estudos relacionando à sífilis e a saúde dos trabalhadores da saúde considera-se que o pioneirismo deste estudo poderá trazer subsídios consistentes de estratégias que tenham abrangência para outros grupos da população. Mesmo sendo a Sífilis uma doença de transmissão rara por meio de contato com materiais contaminados e por transfusão sanguínea, ganha relevo, uma vez que é uma doença infecciosa que pode acarretar implicações na vida laboral do/a trabalhador/a da saúde, ocasionado redução de sua capacidade laboral, tensão e absenteísmo. O HIV também é transmitido por meio de relação sexual, do contato com sangue contaminado, como nos acidentes de trabalho, ou por transmissão vertical. Compromete o sistema imunológico facilitando o aparecimento de outras doenças oportunistas, como por exemplo, a Tuberculose (TB), possuindo um alto índice de correlação do seu aparecimento com o vírus HIV, sendo uma das principais causas de óbito entre pacientes co-infectados (JAMAL; MOHERDAUI, 2007). As interações existentes entre sífilis e o vírus HIV ocorrem, principalmente, pelo fato de que ambas as doenças são transmitidas principalmente pela via sexual e aumentam sua importância porque lesões genitais ulceradas aumentam o risco de contrair e transmitir o vírus HIV. Para detecção ou triagem de casos de hepatite B e C, Sífilis e HIV, podem ser utilizados testes rápidos, os quais têm a vantagem da rapidez nos resultados e a praticidade. Além disso, esses testes rápidos têm mostrado sensibilidade e precisão semelhantes ao teste padrão com amostra de sangue total. O teste rápido não requer coleta de sangue via venosa, e apresenta resultado entre 20 e 30 minutos. Por ser de fácil utilização, possibilita sua condução em locais alternativos de testagem e aconselhamento, sendo uma ferramenta peculiar para que os indivíduos conheçam suas sorologias e, eventualmente, tenham acesso a tratamento (TELLES-DIAS et al., 2007). A emergência de arboviroses no Brasil tem representado desafio para a Saúde Pública brasileira. Desde a introdução de dengue na década de 1980 e suas subsequentes epidemias de grande magnitude, até a recente entrada dos vírus chikungunya e zika no Brasil, todas infecções transmitidas por insetos vetores do gênero Aedes, as respostas em Saúde Pública tem sido insuficientes para conter a expansão dessas infecções no território nacional (BARRETO et al.2011; LOWE et al., 2018). O custo totais com o manejo das arboviroses em 2016 no Brasil foi estimado em R$ 2,3 bilhões, sendo R$ 431 milhões com a perda de produtividade por afastamentos relacionados a essas infecções (TEICH; ARINELLI; FAHHAM, 2017). Trabalhadores da saúde interagem diretamente com a população e têm um papel importante no disseminação de informação sobre risco e prevenção da disseminação de arboviroses, além deles mesmo serem frequentemente afetados por elas em suas atividades ocupacionais (PESSOA, J.P. et al, 2016; CANDIDO, A.S; FERREIRA, R.J, 2017; HANDEL, A.S. et al, 2016; VERAS-ESTÉVEZ, B.A; CHAPMAN, H.J, 2017). A compreensão sobre a conhecimento, atitudes e práticas desses profissionais em relação arboviroses e como esses aspectos se modificam de acordo com características ocupacionais, sociodemográficas e com as experiências prévias de infecção é uma necessidade para pautar a elaboração de estratégias de educação em saúde orientadas para esse público. Desse modo, este Programa focaliza, como objeto de intervenção, as doenças infecciosas que podem estar ou não associadas às exposições ocupacionais no trabalho em saúde, fora do âmbito hospitalar e na vida cotidiana e as questões relacionadas à imunização deste grupo de trabalhadores/as. Portanto, pretende desenvolver atividades de extensão relacionadas às Hepatites Virais, HIV, Sífilis e arboviroses (dengue, zika e chikunguya)em trabalhadores/as que estão desenvolvendo suas atividades nos serviços de atenção básica à saúde e nos serviços de média complexidade que integram a Rede de Atenção à Saúde (RAS). Este estudo apresenta relevância tanto para a sociedade, quanto para o meio científico e para o campo da saúde do trabalhador, ao trazer esse tema para discussão uma vez que trata-se de problema que, apesar de real e concreto, tem tido pouca atenção nesses serviços, até mesmo por parte dos/as próprios/as trabalhadores/as. Situações contínuas de exposição no trabalho e fora dele, ausência de equipamentos individuais ou coletivos de proteção e condição vacinal inadequada são algumas das situações que atestam pouca atenção aos aspectos de biossegurança e de situações de vulnerabilidades que precisam ser enfrentadas e superadas.
Para atingir os objetivos propostos será utilizado um conjunto de estratégias metodológicas: - Oferta de Cursos de Extensão – Com a finalidade de construção de conhecimento e de promoção de formação em temas relacionados às doenças infecciosas e as questões que envolvem imunização ativa, serão ofertados cursos de extensão de curta duração (48 horas). Cada grupo poderá ter até 30 pessoas. Os cursos serão inicialmente ofertados para a comunidade universitária. Os temas abordados serão: testes rápidos, arboviroses, infecções sexualmente transmissíveis, vacina; calendário de vacinação; doenças infecciosas; eventos adversos relacionados à vacinação. Para isso, serão estabelecidas parcerias com profissionais que tenham expertise nos temas selecionados. Em cada atividade, haverá aplicação de pré e pós teste para avaliar o entendimento e aprendizagem sobre o tema. Será feita uma abordagem teórico-prática objetivando de maneira didática a fixação do conteúdo. - Cursos de Capacitação para os serviços de saúde - Serão realizadas capacitações para os/as trabalhadores/as da Rede de Atenção à Saúde de acordo com a necessidade demandada pela secretaria municipal de saúde, incluindo os temas focalizados nesse Programa (testes rápidos, arboviroses, infecções sexualmente transmissíveis, vacina; calendário de vacinação; doenças infecciosas. A carga horária e o público-alvo dessas atividades serão definidos na medida em que houver demanda oriunda dos serviços de saúde ou for identificada demanda pela equipe de trabalho do Programa. - Oferta de treinamento e capacitação teórico-prático para realização de testes rápidos. - Produção de material informativo/educativo I - Serão confeccionados e distribuídos panfletos e folders para sensibilizar o público-alvo sobre a importância da investigação das doenças infecciosas, informando sobre métodos simples de diagnóstico (ex. testes rápidos) e formas de prevenção, com ênfase na vacinação e sua atuação como uma das ferramentas para o controle, eliminação ou erradicação de doenças imunopreveníveis. A divulgação dessa atividade será feita periodicamente no site do Núcleo de Epidemiologia, e-mail e redes sociais (facebook, instagram e whatsapp). - Produção de material informativo/educativo II– Produção de materiais educativosno formato de vídeos, textos, fotos, ilustrações. Nesse material serão divulgados também resultados daspesquisas do Nepi sobre doenças infecciosas em trabalhadores e trabalhadoras da saúde, com dados atualizados e informações relevantes sobre os temasno intuito de alcançar omaior número de pessoas. - Serão também propostas discussão de inclusão, nos componentes curriculares, de temática relacionadas às doenças infecciosas nas ementas de disciplinas com o propósito de possibilitar o desenvolvimento de habilidades especificas na área para o maior número de discentes de cursos de graduação na UEFS. - Serão realizados estudos bibliográficos e relatos de experiência, de modo a fomentar futuras publicações em revistas e eventos científicos com intuito de publicizar todo trabalho desenvolvido.
Desenvolver atividades de extensão destinadas a: (a) ampliar o conhecimento sobre doenças infecciosas entre trabalhadores e trabalhadoras de saúde dos municípios de Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus: (b) realizar ações com a finalidade de elevar a cobertura vacinal entre esses/as trabalhadores/as; (c) sensibilizar e treinar a comunidade acadêmica para identificação e manejo destas afecções, bem como disseminar ações de autocuidado à população-alvo do Programa e as comunidades assistidas.
Promover curso de extensão, com temas variados: doenças infecciosas relacionadas à infecções sexualmente transmissíveis, arboviroses (identificação e manejo), calendário vacinal de adultos, doenças infecciosas e testes rápidos. Disponibilizar vacinação, propriamente dita, no campus de Trabalho com apoio da Rede de Frio do municípios envolvidos; Capacitar trabalhadores/as da Rede de Atenção à Saúde com demandas na SMS/Feira de Santana sobre a temática das doenças infecciosas; Disponibilizar, aos discentes dos cursos de saúde, visitas técnicas à Rede de Frio, Unidades de Saúde da Família e Vigilância Epidemiológica com intuito de aproximar e dirimir possíveis dúvidas sobre o Programa Nacional de Imunização e os Programas de Controle de Doenças Infecciosas; Elaborar material técnico educativo sobre as doenças infecciosas foco deste Programa (hepatites, sifilis, HIV e arboviroses); Realizar reuniões para discutir aspectos relacionados às doenças infecciosas e biossegurança, nas unidades de saúde de Feira de Santana e Santo Antonio de Jesus; Realizar rodas de conversas em temáticas relativas àsdoenças infecciosas, com a participaçãocom convidados/ascom ampla experiência na área; Propor ações/discussões de estímulo à vacinação; Contribuir com a gestão municipal na confecção e monitoramento dos cartões vacinais dos/as trabalhadores/as; Elaborar vídeos educativos sobre a relevância da proteção individual e coletiva, utilizando as redes sociais como meio de comunicação das atividades de ensino, pesquisa e extensão; Inserir discentes, docentes e técnicos administrativos nas atividades a serem desenvolvidas; Publicar pesquisas e relatos de experiência das atividades desenvolvidas no Programa.
O Núcleo de Epidemiologia da UEFS tem desenvolvido pesquisas sobre as condições de trabalho e de saúde em municípios baianos desde 2009. Assim, ao longo desses anos tem acumulado volume significativo de informações e de conhecimento sobre a temática nesse grupo ocupacional. Os inquéritos realizados mostram quadro preocupante de adoecimento entre esses/as profissionais. As questões relativas às doenças infecciosas foram se mostrando cada vez mais relevantes neste quadro geral. A elevação no número de casos dessas doenças elevaram, também, o nível de preocupação com esse problema. Nossos esforços, assim, foram direcionados a compreender e conhecer um conjunto as seguintes questões: Como se comporta a incidência de doenças infecciosas (Hepatites B e C, Sífilis, HIV, arboviroses) entre os trabalhadores e trabalhadoras do setor saúde na última década no Brasil e na Bahia? Estas doenças infecciosas estão relacionadas ao trabalho? Quais as medidas profiláticas existentes e adotadas por trabalhadores e trabalhadoras da saúde? Quais as propostas que podem ser elaboradas para um sistema de informação, de acompanhamento e de monitoramento destas doenças infecciosas? As respostas à essas indagações estruturaram as propostas das atividades de extensão aqui previstas. O conhecimento gerado pelas investigações prévias evidenciou, por exemplo, níveis inadequados de vacinação, jogando luz sobre condições até então pouco discutidas e conhecidas, como a falha em imunizar os/as próprios/as trabalhadores/as de saúde. Nos municípios estudados até 2012, a prevalência de vacinação entre os trabalhadores, por exemplo, foi de apenas 38,5% (Araújo; Pinho; Souza, 2019). Assim, ficou evidente a necessidade de focalizar especificamente o problema das doenças infecciosas, especialmente em função da disponibilidade de recursos de prevenção, como a vacina, para combater a ocorrência dessas doenças. A compreensão dos/as trabalhadores/as sobre atitudes e práticas em relação as doenças infecciosas é fundamental para pautar a elaboração de estratégias de educação em saúde. Nesta perspectiva, a proposta deste programa, destina-se à abordagem de relações entre condições de trabalho e a situação de saúde dos trabalhadores, com o objetivo de desenvolver junto com esses/as trabalhadores/as ferramentas e instrumentos adequados para conhecer os processos de trabalho, as exposições e riscos envolvidos e possíveis impactos sobre as doenças infecciosas, com a finalidade de propor ações exeqüíveis para a melhoria das condições de trabalho e da proteção dos trabalhadores. Cabe registrar ainda que abordar, de maneira articulada, as relações entre condições de trabalho e a situação de saúde dos trabalhadores, conecta-se a um triplo objetivo na consolidação do SUS: (1) aprimorar o campo das práticas em recursos humanos e em saúde dos trabalhadores tradicionalmente separados por pressupostos ambientalistas ou apenas administrativos; (2) fomentar a reorientação das políticas de saúde em direção aos trabalhadores com a finalidade de promover melhoria da qualidade da atenção prestada; (3) fornecer elementos para as políticas de gestão dos recursos humanos em saúde sejam de fato implementadas. Adicionalmente cabe destacar a relevância de se trabalhar especificamente os/as trabalhadores/as de saúde considerando que: (a) eles/as estão expostos a contatos contínuos com populações potencialmente doentes, podendo contrair essas doenças, (b) são os responsáveis pelo repasse de informação e de conhecimentos às populações, tendo papel destacado para a promoção e prevenção à saúde e para o tratamento dessas doenças; (c) no caso de estarem contaminados por essas doenças, podem contribuir para a sua disseminação entre a população atendida. Isto é importante especialmente em função da possibilidade de quadros clínicos assintomática dessas doenças. Neste Programa, além de focalizar os/as trabalhadores/as nos seus locais de trabalho, pretende-se também envolver discentes da área de saúde no seu desnvolvimento de modo a reforçar atenção às doenças infecciosas, suas formas de prevenção e de tratamento, explorando formas de identificação e manejo destas afecções, e de ações de autocuidado para as comunidades inseridas nos serviços de saúde no qual os discentes atuam em seus processos de formação Esses fatores justificam a criação deste Programa e o seu foco nas doenças infecciosas e nas suas formas de enfrentamento, especialmente a vacinação.

Histórico de movimentação
06-04-2023 19:38:51

Criação da proposta

10-04-2023 21:44:45

Parecer da Câmara de Extensão

Programa aprovado
10-04-2023 20:26:29

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
10-04-2023 21:44:45

Aprovado

Programa aprovado
10-04-2023 21:45:18

Ativo

Programa habilitado para pedido de bolsa extensão
v1.4.12
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