Projeto de Extensão Capoeira Angola e Saúde Mental #171

Coordenador:
Afonso Mancuso de Mesquita
Data Cadastro:
19-09-2023 11:34:08
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Afonso Mancuso de Mesquita
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
01/04/2022 - 30/12/2024
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia,

Resolução Consepe 113/2020
Processo SEI Bahia 07134002020001254761
Situação Ativo
Equipe 4

O presente projeto objetiva propor atividades de extensão no campo de intersecção entre a capoeira e a psicologia, mais especificamente a discussão que a psicologia social e histórico-cultural desenvolve sobre saúde mental. As atividades consistirão em aulas regulares de capoeira angola nas dependências da universidade, mas abertas a quaisquer pessoas interessadas. A ideia é estender as atividades do grupo de capoeira angola “Os angoleiros do sertão” para a universidade e acompanhar as atividades concentrando o foco na saúde mental envolvida com a prática. O proponente do Projeto, professor Afonso Mancuso de Mesquita, possui graduação em psicologia e pós-graduação em educação e propõe uma análise constante dos processos saúde-adoecimento mental envolvidos com a prática de capoeira angola. Entendemos que ela supera uma simples atividade física (sem desprezar seu papel e importância) e não pode ser reduzida a ela. Há muitas dimensões envolvidas num todo original, o que torna as definições em torno da capoeira tão difíceis. Há principalmente quatro aspectos a serem relacionados: 1 – o vínculo grupal, que cria as condições para um sentimento de pertença e criação de laços comunitários. A psicologia social conhece há bastante tempo a importância desse tipo de relação social para a saúde mental, o agregamento e o sentimento de fazer parte de um grupo maior é fator de equilíbrio emocional. 2 – o aspecto é cultural e pedagógico, pois a capoeira angola se dedica à memória cultural afro-brasileira viva, mantendo a tradição dos rituais da capoeira e do samba de roda (especialmente o grupo Os angoleiros do sertão se dedica a ambos). O enraizamento cultural e o conhecimento das origens das práticas afro-brasileiras cria um sentimento de pertença e consciência do valor e importância histórica dessas práticas, fatores também conectados à saúde mental. 3 – o aspecto musical, que cria noção de ritmo e melodia tanto nas práticas de capoeira como de samba de roda (a que se adiciona a dança), permitindo desenvolvimento pessoal e desinibição processual. E finalmente, 4 – o aspecto do desenvolvimento físico e o bem-estar a ele relacionado. Isso pode ser explicado tanto pela fisiologia, demonstrando a relação entre movimento e bem-estar corporal. A capoeira angola também está relacionada ao desenvolvimento da coordenação motora, aumento da consciência corporal, pela sensação de segurança que dão as práticas de luta e a defesa pessoal e principalmente ao sentido atribuído aos movimentos, que oscila entre a brincadeira e a luta, mas ambos com fortíssimos critérios estéticos, pois nenhum movimento na capoeira angola deve ser feito em vão e realizado de qualquer jeito, mas sempre com uma função ativa no jogo e com o máximo de beleza e plasticidade. Por todas essas caraterísticas temos condição de estabelecer um nexo dinâmico de causalidade entre a prática de capoeira angola, o pertencimento ao grupo e os processos de saúde mental. Por isso justifica-se a proposta de tal atividade, como uma iniciativa promotora de saúde mental na universidade. A metodologia de trabalho consiste no estabelecimento de uma rotina semanal de treinos e ensaios de samba nas dependências da universidade. Isso seria feito por dois estudantes da UEFS que pertencem ao grupo Os angoleiros do sertão. Paralelamente o propositor desse projeto (que destaque-se, também pertence ao referido grupo de capoeira angola) realizará acompanhamento das pessoas participantes e elaborará relatórios focados nos processos de saúde mental, analisando principalmente o desenvolvimento das participantes, sua sensação pessoal em relação à prática de capoeira angola e seu papel no cotidiano. Observação: devido ao contexto da pandemia de COVID-19, as atividades propostas nesse projeto terão de esperar a normalização das atividades presenciais para que iniciem. Contudo, propomos uma alternativa de atividade enquanto isso não se efetiva. Hoje Os angoleiros do sertão mantém seus vínculos e cotidiano de treinos, têm desenvolvido atividades remotas durante a pandemia com cinco encontros semanais. Propomos então que desenvolvamos os instrumentos de acompanhamento e avaliação na prática real do grupo, criando as entrevistas e roteiros de acompanhamento com casos reais como modelo. Assim entrevistaremos as pessoas que já são parte do grupo e se mantém nas práticas remotas para que testemunhem sobre a importância e o papel da capoeira em suas vidas, destacando nos instrumentos os quatro aspectos que pretendemos relacionar nesse projeto (vínculo grupal, manutenção da tradição cultural, musicalidade e atividade física). Dessa forma criaremos um material adequado a esse Projeto, pois lapidaremos no processo vivo as formas de entrevista e acompanhamento psicossocial das pessoas envolvidas no sentido de compreender a relação entre a prática de capoeira e a promoção de saúde mental.
O acompanhamento das atividades e a análise dos processos de saúde mental será referenciado na psicologia social de orientação crítica e a psicologia histórico-cultural de Lev Vigotski. Por meio dessas teorias analisaremos e integração dos aspectos grupal, cultural, artístico e físico e sua relação com a saúde mental. A situação-problema que motiva o Projeto é o aumento de queixas em relação à saúde mental, que já não era baixo e se agrava no contexto da pandemia. E a prática da capoeira angola e o pertencimento ao grupo têm condições de contrabalancear esses problemas conferir novos sentidos a essa atividade.
Para a realização das atividades, só necessitaremos de uma sala especialmente destinada às atividades da capoeira, que seja coberta, de preferência de uso exclusivo e que possa ter trancada. Isso se justifica pela possibilidade de deixarmos nela guardados os instrumentos musicais da capoeira e do samba. Solicitaremos duas bolsas para os/as estudantes que coordenarão os treinos. Os treinos serão três por semana, com duas horas de duração cada, em horários ainda a se definir.
O objetivo geral do Projeto é promover práticas de saúde mental para a comunidade interna e externa da UEFS por meio da prática da capoeira angola e do samba de roda.
- Realizar os treinos de capoeira angola no espaço da Universidade. - Acompanhar as pessoas participantes por meio de rodas de conversa e entrevistas individuais. - Divulgar as atividades Projeto em mídias digitais. - Participar dos Seminários de Extensão e eventos da Universidade. - Integrar estudantes ao Projeto por meio de bolsas Pibex.
A prática de capoeira angola é promotora de saúde mental e a essa característica daremos especial destaque, buscando ativamente seu acompanhamento ao longo do projeto. Ainda mais no contexto de isolamento sanitário que vivemos, as queixas em relação à saúde mental têm aumentado muito, tornando tal atividade ainda mais importante.

Histórico de movimentação
19-09-2023 11:34:08

Criação da proposta

14-10-2023 10:06:05

Parecer da Câmara de Extensão

Resolução anexa
04-10-2023 15:32:27

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
14-10-2023 10:06:05

Aprovado

Resolução anexa
14-10-2023 10:06:26

Ativo

Homologado na Proex
v1.4.12
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