Feira Livre – Programa de Promoção e Capacitação em Tecnologias Abertas #172
- Coordenador:
- Rodrigo Tripodi Calumby
- Data Cadastro:
- 19-09-2023 15:54:47
- Vice Coordenador:
- -
- Modalidade:
- Híbrido
- Cadastrante:
- Rodrigo Tripodi Calumby
- Tipo de Atividade:
- Programa
- Pró-Reitoria:
- PROEX
- Período de Realização:
- Indeterminado
- Interinstitucional:
- Não
- Unidade(s):
- Área de Informática,
Resolução Consepe
122/2017
Processo SEI Bahia
00000000000000000000
Situação
Ativo
Equipe
5
O Programa aqui proposto pretende promover atividades colaborativas para divulgação e capacitação em tecnologias abertas para qualificação da atuação profissional, educacional e estudantil na cidade de Feira de Santana e região. As atividades propostas possuem natureza colaborativa e serão realizadas por meio de um fórum permanente para estudo e discussão acerca das tecnologias abertas, bem como com a realização de cursos, oficinas e eventos associados ao tema.
O que são tecnologias abertas? Segundo o RoadMap Plan do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (INTI, 2007), o desenvolvimento de tecnologias abertas possui enfoque na utilização de interfaces e padrões abertos, construído com base em projetos de código fonte aberto e em geral desenvolvidos de forma online, distribuída, colaborativa e com agilidade tecnológica. Em torno de cada tecnologia aberta são construídas comunidades virtuais e locais auto-organizadas que podem contar com o apoio de instituições públicas e privadas, mas que em geral são compostas por usuários e profissionais interessados e motivados, que engajam neste tipo de iniciativa por diversos motivos que vão desde interesse profissionais até motivações pessoais e recreativas. Software de código aberto e software livre Existem diversas definições sobre software de código aberto e software livre. Grande parte da filosofia do software livre e de software de código aberto é descrita pela Free Software Foundation (FSF) em seu portal (FSF, 2017) e pelo Projeto GNU (GNU, 2017), carregando importante teor e ênfase ideológica e política. Alternativamente, existe outro movimento formalizado pela Open Source Initiave (OSI) que possui foco nos benefícios práticos do software de código aberto. Um conceito unificador (sem rigor filosófico ou político) é conhecido como FLOSS, Free/Libre and Open Source Software, que em tradução livre significa Software Aberto, Gratuito e Livre, sendo o termo livre associado às liberdades. Neste programa, não adotaremos uma separação rigorosa entre as definições, estando alinhados ao conceito FLOSS. De todo modo, para efeito de fundamentação, apresentamos a seguir algumas definições importantes. A OSI apresenta uma definição formal sobre código aberto que determina alguns critérios relacionados à forma de distribuição, ao código fonte em si, a códigos derivados, à integridade do autor, à não discriminação de pessoas, grupos, campo de aplicação ou iniciativa, entre outros (OSI, 2017). Segundo OpenSource (2012), software aberto é um software como qualquer outro, entretanto é distinguido por sua licença ou termos de uso, que garantem certas liberdades, ao contrário do software proprietário que restringe direitos. De forma simplificada, caracterizar um software como sendo de código aberto significa dizer que os códigos fontes utilizados para sua escrita, programação ou desenvolvimento são disponibilizados em paralelo ao próprio software e não apenas os componentes executáveis encapsulados. Por sua vez, o software livre, partindo do princípio de que o seu código é aberto, carrega algumas liberdades, a saber: liberdade para utilizar para qualquer propósito, liberdade para distribuir cópias, liberdade para estudar e adaptar às necessidades e liberdade para distribuir melhorias. Todas estas liberdades são asseguradas sem custos de royalty ou propriedade intelectual ou industrial. Em alguns casos, existe uma obrigação de conta-partida indicando necessidade de distribuição das melhorias realizadas ao software, garantindo o benefício global da tecnologia (OpenSource, 2012; SoftwareLivreBrasil, 2009). Em geral, as diferentes liberdades relacionadas ao software são estabelecidas por meio de licenças específicas. Existem diversas licenças disponíveis no mercado, por exemplo: GNU/GPL*, LGPL**, Creative Commons***, Apache****, etc. * https://www.gnu.org/licenses/gpl-3.0.en.html ** https://www.gnu.org/licenses/lgpl-3.0.en.html *** https://creativecommons.org/licenses **** https://www.apache.org/licenses É importante destacar que Software Livre, como descrito aqui, não significa software absolutamente grátis, mas apenas um tipo de software que garante algumas liberdades. Ainda segundo o Portal Software Livre Brasil , “Software Livre não significa não-comercial. Um programa livre deve estar disponível para uso comercial, desenvolvimento comercial, e distribuição comercial” e “você pode ter pago para receber cópias do software... ou você pode ter obtido cópias sem nenhum custo. Mas independente de como você obteve... tem a liberdade de copiar e modificar o software, ou mesmo de vender cópias” (SoftwareLivreBrasil, 2009). O que é hardware aberto/livre? Existem diversas definições para hardware livre ou aberto (do inglês open hardware), o que varia de acordo com a filosofia ou questões práticas dos idealizadores. Segundo a definição de Hardware Aberto da Open Source Hardware Association , hardware aberto “é um termo para artefatos tangíveis — máquinas, dispositivos ou outros objetos físicos — cujo projeto foi disponibilizado ao público de modo que qualquer um pode construir, modificar, distribuir e utilizar estes artefatos” (OSHA, 2017). As diferentes licenças de hardware aberto possuem restrições específicas sobre como deve ser feita a distribuição ou certificação de um artefato como hardware aberto. Dentre as principais licenças, podemos destacar: - TAPR Open Hardware License (https://www.tapr.org/ohl.html); - CERN Open Hardware License (http://www.ohwr.org/projects/cernohl/wiki); - The Solderpad Hardware License (http://solderpad.org/licenses/). Dentre artefatos utilizados para distribuição de hardware aberto, podemos citar: projetos mecânicos, esquemas, listas de materiais, dados de layout de placas de circuito impresso, código fonte em linguagem HDL, dados de layout de circuitos integrados, código fonte do programa que opera o hardware, entre outros. Para ilustrar, destacamos alguns exemplos de hardware aberto com grande reconhecimento da comunidade de ciência e tecnologia: - Arduino (Arduino, 2017): é um conjunto de dispositivos baseados em micro-controladores para construção de dispositivos digitais e objetos interativos com uso de sensores e atuadores no mundo físico. - Novena (Novena, 2016): plataforma de computador de propósito geral construída apenas com hardware aberto e software aberto e que pode ser usado como laptop, PC ou placa independente. Este projeto já arrecadou fundos próximos a 800 mil dólares para financiamento do projeto (Kosagi, 2014). - RepRap (RepRap, 2017): Impressora 3D com hardware aberto e que é capaz de reproduzir a maioria dos seus próprios componentes. - WikiHouse (WikiHouse, 2017): hardware aberto para projeto e construção de casas. Este projeto foi premiado em 2012 e seus criadores investiram os recursos recebidos para iniciar a construção de casas deste tipo em comunidades carentes no Rio de Janeiro (WikiHouse Rio, 2017). O que é GNU/Linux? GNU/Linux é um sistema operacional livre constituído pelo Kernel Linux (componente central de um sistema operacional) e o conjunto de ferramentas desenvolvidas e mantidas pelo projeto GNU (Stallman, 2017). Existem muitas variações construídas sobre este sistema base e que são comumente conhecidas como Distribuições Linux. Estas diferentes distribuições combinam conjuntos específicos de pacotes de software e são mantidas por comunidades e empresas de forma independente. Exemplos de distribuições muito conhecidas são: Debian, Ubuntu, Redhat, CentOS, SUSE, Mint, entre outras. O que é LPI? O Linux Professional Institute (LPI, https://www.lpi.org/) é uma organização sem fins lucrativos que busca criar oportunidades econômicas e criativas garantindo acesso universal a certificações de conhecimentos e habilidades em sistemas de código aberto. O LPI promove um padrão de certificação global para profissionais e sistemas de código aberto, tendo como seu foco o sistema operacional Linux (independente de distribuição). O LPI já certificou mais de 500 mil profissionais distribuídos em mais de 180 países, possuindo mais de 400 parceiros de treinamento. Atualmente existem seis níveis de certificação disponíveis, cobrindo desde os conhecimentos básicos e administração até o gerenciamento de segurança, virtualização e alta disponibilidade de sistemas. Aprendizado tradicional vs. aprendizado colaborativo Em geral, no processo de ensino-aprendizado tradicional o ambiente educacional está centrado na figura do professor e na matéria em questão. Assim, impõe-se aos alunos uma aprendizagem passiva e solitária, muitas vezes com foco em memorização de conteúdos, sem a própria reflexão e associação com atividades práticas. Por outro lado, o aprendizado colaborativo é centrado no próprio aluno/participante, sendo o professor apenas um ponto de referência e orientador do processo. Para isso, o ensino-aprendizado deve ser realizado com uma postura proativa e engajada dos próprios alunos, em especial com atividades realizadas em grupo e com ênfase na aplicabilidade dos conhecimentos. Este diferente paradigma de aprendizado traz grandes benefícios aos participantes, como o desenvolvimento do senso de trabalho em equipe, melhoria das habilidades de comunicação e perfil comportamental, aprimoramento do senso crítico e a construção de associações entre conhecimentos teóricos e práticos. Segundo Torres & Irala (2015), “Essas formas de ensinar e aprender, segundo seus defensores, tornam os alunos mais responsáveis por sua aprendizagem, levando-os a assimilar conceitos e a construir conhecimentos de uma maneira mais autônoma. ... Uma das ideias fundamentais que elas encerram é a de que o conhecimento é construído socialmente, na interação entre pessoas e não pela transferência do professor para o aluno. ... Na formação de grupos de estudos e também de trabalhos colaborativos, o que se busca é uma parceria entre os indivíduos participantes... Dessa maneira, há a responsabilização de todos no sucesso ou no fracasso do grupo. Portanto, todos os alunos envolvidos em um empreendimento colaborativo são automaticamente responsáveis por seu progresso e pelo progresso do seu grupo, num relacionamento solidário e sem hierarquias.” Nas atividades aqui propostas, será adotada uma abordagem baseada em investigação em grupo, na qual os participantes são distribuídos em grupos que trabalham em atividades independentes e cujos resultados são compartilhados com os demais participantes em sessões dinâmicas com transmissão de informações, discussão e realização de atividades práticas relacionadas.
As atividades propostas possuem natureza colaborativa. Desse modo, partindo da comunidade central dos alunos da graduação em Engenharia de Computação e do Programa de Pós-graduação em Computação Aplicada da UEFS, serão realizadas atividades colaborativas para ensino e aprendizado de tecnologias abertas. Estas atividades serão promovidas pela coordenação do programa com participação ativa de alunos bolsistas e membros participantes. Dentre as atividades previstas, podemos destacar: - Coordenação de grupo de estudo em torno das tecnologias abertas; - Execução de cursos e oficinas na Semana de Integração dos alunos de Engenharia de Computação; - Execução de palestras e oficinas na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia; - Realização de evento anual com temática associada a tecnologias abertas; - Construção de manutenção de website para concentração e divulgação de informações acercas das atividades de programa; - Utilização de redes sociais para divulgação do programa e informações sobre tecnologias abertas e sobre as atividades do programa. Estas atividades serão formalmente propostas e associadas a este programa oportunamente e são descritas a seguir. Os alunos bolsistas irão contribuir com a organização e divulgação das atividades, apoio aos demais membros participantes, registro de informações das atividades (para fins de avaliação quantitativa/qualitativa) referentes às atividades do grupo, gerenciamento de conteúdo digital e execução de cursos e oficinas de capacitação em tecnologias abertas. A participação dos membros será formalizada via ficha de cadastro em formato a ser definido oportunamente. Quando necessário, por limitações práticas ou de infra-estrutura, a participação nas atividades promovidas será realizada via seleção com critérios a serem definidos especificamente para a atividade em questão. Os critérios serão divulgados no momento de seleção. Além dos bolsistas, demais participantes serão convidados por meio de contato online via listas de e-mail, redes sociais, e mensagens enviadas para coordenadores acadêmicos e técnicos em instituições de ensino e empresas da região. As atividades do programa serão divulgadas por meio de um portal web, redes sociais e, quando oportuno, via listas de e-mail apropriadas. Em termos práticos, será implantado um fórum colaborativo, em forma de grupo de estudos, para discussão e capacitação em tecnologias abertas. Este fórum contará com encontros periódicos para capacitação colaborativa em tecnologias abertas. Além disso, será realizado mensalmente um encontro para discussão acerca de temas, notícias e bibliografia relacionados às tecnologias abertas e seus impactos econômicos e sociais. Estes encontros visam disseminar novas informações sobre tecnologias abertas, promover reflexões e prospecção de ideias e temáticas para cursos e oficinas. Os membros do fórum participarão em subgrupos temáticos a serem definidos junto com o próprio grupo para aprofundamento em temas ou tecnologias específicas relacionadas, por exemplo, à utilização de tecnologias abertas para desenvolvimento de jogos ou gerenciamento e segurança de redes privadas. Os membros do grupo serão incentivados a participar de comunidades virtuais e contribuir com projetos existentes de tecnologias abertas. Estas contribuições podem ocorrer, por exemplo, por meio da programação de novas funcionalidades, criação de documentação, tradução de projetos, etc. Dentre as tecnologias a serem consideradas podemos destacar o sistema operacional Linux (incluindo servidores e redes), o sistemas gerenciadores de bancos de dados, o pacote de escritório LibreOffice, a editoração de documentos em LaTeX, edição gráfica com GIMP e Inkscape, pacotes de infraestrutura de cloud-computing e Big Data Analytics, ferramental de apoio ao desenvolvimento de software, Arduino, Raspberry Pi, entre outras. Especificamente considerando a comunidade de estudantes em Engenharia de Computação da UEFS, pretende-se promover palestras e/ou mini-cursos sobre tecnologias abertas a serem realizados durante a Semana de Integração de Engenharia de Computação (SIECOMP), sendo estas promovidas pelos bolsistas do programa e membros participantes. A SIECOMP é um evento promovido pelo Diretório Acadêmico de Engenharia de Computação, ocorrendo no início de cada semestre letivo. As atividades serão ministradas pela coordenação do programa e pelos próprios membros do fórum considerando tecnologias que estejam sendo abordadas nos encontros do fórum com potencial para capacitação de alunos ingressantes e veteranos. As tecnologias abordadas visam à capacitação dos alunos e amadurecimento prático de conhecimentos adquiridos em disciplinas do curso bem como a divulgação do programa e atração de novos participantes. Como mecanismo unificador das atividades, será realizado um evento anual para toda a comunidade, incluindo palestras, mini-cursos e/ou laboratórios práticos em tecnologias abertas. Para qualificação do evento serão buscados apoios em órgãos de fomento e patrocinadores, o que não será impeditivo para realização do evento considerando os objetivos deste programa.
Promover atividades colaborativas para divulgação e capacitação em tecnologias abertas para qualificação da atuação profissional, educacional e estudantil na cidade de Feira de Santana e região.
- Coordenar atividades educacionais colaborativas para divulgação e capacitação em tecnologias abertas; - Apresentar tecnologias abertas à comunidade de Feira de Santana e região, fomentando o primeiro contato, envolvimento e aprofundamento; - Promover discussões sobre as tecnologias abertas, seus aspectos técnicos, econômicos e sociais; - Incentivar a formação de comunidades locais em torno de tecnologias abertas de interesse comum e a contribuição ativa em projetos existentes ou a criação de novos projetos; - Promover qualificação educacional, estudantil ou profissional por meio do ensino, aprendizado, desenvolvimento e aplicação de tecnologias abertas e colaborativas; - Fomentar novos negócios baseados em tecnologias abertas ou o aprimoramento do processo produtivo por meio destas tecnologias; - Incentivar o trabalho colaborativo e a descoberta de afinidades profissionais por meio da interação entre os participantes do programa; - Promover capacitação colaborativa para exames de certificação em tecnologias abertas, em especial, do sistema operacional Linux.
Este programa de extensão originou-se da necessidade de fomentar discussões e capacitação em tecnologias abertas na UEFS e na região de Feira de Santana. Atualmente não existe qualquer grupo de estudo ou de usuários que promovam atividades relacionadas a tecnologias abertas na região. Considerando o estado da Bahia, podemos notar que nos últimos anos houve uma redução nas atividades promovidas em torno das tecnologias abertas e a inexistência de eventos promovidos sobre elas. Na UEFS, os alunos do curso de Engenharia de Computação da UEFS têm, em sua formação, contato com fundamentos e metodologias envolvidas no desenvolvimento e aplicação de tecnologias abertas. Entretanto, não faz parte da sua formação obrigatória o desenvolvimento de atividades direcionadas a tecnologias específicas. Desse modo, grande parte dos alunos, apesar de todo o potencial que têm e sua experiência com tecnologias de ponta, não necessariamente desenvolvem suas habilidades ou aprofundam seus conhecimentos em tecnologias abertas específicas e que têm grande potencial de contribuição com sua graduação, formação de perfil profissional, oportunidades de trabalho e o surgimento de empreendimentos relacionados. Neste contexto, destacamos a ausência de um ambiente para discussão e capacitação em tecnologias abertas, em especial, no que diz respeito ao uso acadêmico e profissional do sistema operacional Linux e ferramentas associadas. Apesar de ferramentas de hardware e software abertos terem atingido grandes avanços nas últimas décadas, ainda existe uma barreira cultural, e em certos momentos despreparo tecnológico, que dificultam sua adoção. Entretanto, grande parte da infraestrutura de software mundial está baseada em soluções de tecnologias abertas e as comunidades da UEFS, Feira de Santana e região não podem ficar à margem deste processo. Existem diversos aspectos relacionados às tecnologias abertas que sugerem que dominá-las e aplicá-las podem permitir importantes avanços econômicos e sociais. A seguir serão descritos alguns destes aspectos e como influenciam o dia-a-dia de desenvolvedores e usuários. - Aspecto de liberdade: Em geral, as tecnologias abertas, considerando as diferentes licenças existentes, carregam algumas liberdades, a saber: liberdade para utilizar para qualquer propósito, liberdade para distribuir cópias, liberdade para estudar e adaptar às necessidades e liberdade para distribuir melhorias. Estas liberdades estão diretamente envolvidas nos aspectos descritos a seguir. - Aspectos educacionais: O uso de tecnologias abertas permite que estudantes deixem de ser meros usuários de tecnologia, mas dá-lhes a oportunidade de entender como ela realmente funciona e propor, desenvolver e distribuir melhorias. Isso enriquece o processo de ensino e aprendizado e traz experiências importantes na formação de novos profissionais. Adicionalmente, o contato direto com os detalhes estruturais das tecnologias abertas atua como fator catalisador para o surgimento de inovações como soluções para problemas identificados ou melhorias propostas a partir do entendimento das limitações existentes. - Aspectos colaborativos: As tecnologias abertas e o surgimento de comunidades em torno delas permitem interações colaborativas para o avanço tecnológico e solução de problemas. Por um lado, isso permite que qualquer membro da comunidade interessado e tecnologicamente hábil possa realizar contribuições ou até mesmo prestar serviços. Por outro lado, grandes soluções de tecnologia aberta evoluem por meio de contribuições incrementais oriundas de indivíduos, comunidades, empresas privadas ou instituições governamentais. - Aspectos econômicos: O uso de tecnologias abertas permite menor investimento de recursos em tecnologias para empresas, em especial as pequenas empresas e startups. Isso muitas vezes torna um negócio viável, oferecendo menor risco comercial devido ao menor investimento necessário. Por outro lado, a possibilidade de adaptar, corrigir ou melhorar as tecnologias permite o surgimento de novos negócios relacionados à prestação destes serviços. Desse modo, grande parte dos recursos que seriam enviados a grandes empresas internacionais podem ser investidos na economia local, o que alimenta o ciclo de criação de empregos e os ganhos indiretos. A criação de demanda por mão de obra qualificada atua diretamente na redução da fuga de talentos para outros países e consequentemente permitem novos negócios de alta tecnologia. Considerando os serviços públicos em suas diversas instâncias, o uso de tecnologias abertas pode significar grande redução de gasto de recursos com licenciamento de uso, assinaturas de serviços e fornecimento de atualizações e suporte. Este recursos são, em geral, direcionados a grandes empresas internacionais o que afeta diretamente a balança comercial do país. Por outro lado, o uso de tecnologias abertas e serviços locais permitem manter os recursos internamente e movimentar indiretamente diversos setores da economia. - Aspectos legais: Apesar de ilegal e eticamente incorreto, uma grande massa de usuários utiliza em seu dia-a-dia diversos tipos de aplicações pirateadas. Neste sentido, podemos destacar que, para diversas ferramentas que custam valores consideráveis, existem alternativas baseadas em tecnologias abertas que podem ser utilizadas com similar ou até mesmo superior eficácia e sem infringir leis de copyright. - Aspectos de segurança: Dado que as tecnologias abertas tem seus projetos abertos e disponíveis, elas permitem que seu comportamento interno seja inspecionado, entendido ou até mesmo auditado. Além disso, soluções abertas de sucesso são avaliadas e aprimoradas por diferentes entidades, usuários e comunidades, o que permite que suas lógicas e estruturas sejam verificadas por profissionais com diferentes visões e experiências, contribuindo para seu amadurecimento em termos de segurança e confiabilidade. É importante citar a crescente demanda nacional e internacional por profissionais capacitados em tecnologias abertas. A maioria das centrais de dados comerciais e governamentais baseiam-se em tecnologias abertas, o que gera demanda por profissionais capacitados. Considerando, por exemplo, o sistema operacional Linux, a necessidade de profissionais capacitados é cada dia maior e a consolidação de tecnologias abertas para Cloud Computing e Big Data criam grande demanda por mão-de-obra competente e experiente. Tecnologias abertas têm sido demonstradas como grandes aliadas no desenvolvimento da ciência em todas as áreas do conhecimento. As ferramentas e equipamentos abertos são desenvolvidos, aprimorados e compartilhados, permitindo a realização de atividades científicas de forma eficiente e eficaz. O compartilhamento de ferramentas padronizadas permite que atividades sejam desenvolvidas de forma compatível em diferentes ambientes e ao mesmo tempo garante que os processos realizados sejam validados, repetidos ou até mesmo auditados quanto necessário. A utilização de tecnologias abertas em ambientes de pesquisa científica atua como fator facilitador para o desenvolvimento de experimentos reprodutíveis e que podem então ser mais facilmente validados. Por sua vez, o compartilhamento de artefatos tecnológicos utilizando modelos abertos evita grande parte do retrabalho e acelera o desenvolvimento de avanços a partir de pesquisas anteriores. Dessa forma, este programa mostra-se como importante oportunidade de compartilhamento de conhecimento, divulgação de tecnologias e resultados de pesquisas. Considerando o impacto das tecnologias abertas no desenvolvimento tecnológico em geral, podemos destacar que grande parte da infraestrutura mundial de computadores e sistemas de controle estão baseados em tecnologias abertas e que tem seu desenvolvimento potencializado pelas contribuições de grandes empresas, governos e instituições de pesquisa que aplicam tecnologias abertas em suas atividades, ao passo que desenvolvem e compartilham melhorias e novos recursos. As tecnologias abertas são aplicadas em diferentes tipos de sistemas, como servidores de Internet, computadores pessoais, infraestrutura de redes de computadores, dispositivos móveis (smartphones e tablets), dispositivos embarcados, caixas eletrônicos, sistemas administrativos e financeiros governamentais, entre outros. Assim, promover disseminação, discussões e capacitação em tecnologias abertas possui potencial de impacto nas mais diferentes áreas em que recursos tecnológicos de software e/ou hardware são utilizados como fatores decisivos de mercado, pesquisa, administração pública, segurança de sistemas e até mesmo de entretenimento. Conhecer profundamente as estruturas e lógica interna de tecnologias permite que pontos críticos possam ser identificados, gargalos técnicos sejam detectados e soluções a falhas sejam desenvolvidas de maneira eficiente. Este é um potencial inerente das tecnologias abertas e contribui diretamente com o processo de inovação em que soluções tecnológicas de impacto são desenvolvidas a partir da identificação de limitações de tecnologias existentes ou como solução para problemas comuns encontrados em diferentes componentes ou processos tecnológicos. Pelo exposto, destacamos que este programa será interessante para ampliação de conhecimentos, descoberta de oportunidades e construção de networking social, especialmente para estudantes e profissionais do interior do estado da Bahia, carentes deste tipo de oportunidade. Por fim, as atividades desenvolvidas levarão conhecimento a diversos setores da sociedade, fomentando o interesse por atividades relacionadas à tecnologia, pela curso de Engenharia de Computação da UEFS e pelo Programa de Pós-graduação em Computação Aplicada da UEFS.
Histórico de movimentação
19-09-2023 15:54:47
Criação da proposta
19-09-2023 20:49:50
Parecer da Câmara de Extensão
Resolução Consepe anexa
19-09-2023 18:44:06
Em Análise
Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
19-09-2023 20:49:50
Aprovado
Resolução Consepe anexa
19-09-2023 20:50:07
Ativo
Homologado a proex