EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA: QUILOMBO, MEMÓRIAS E IDENTIDADE. #191

Coordenador:
Danilo Melo de Morais Carvalho
Data Cadastro:
06-12-2023 22:57:37
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Danilo Melo de Morais Carvalho
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
01/06/2024 - 30/06/2026
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Política Educacional,

Resolução Consepe 169/2023
Processo SEI Bahia 07134412023004277422
Situação Ativo
Equipe 1

O objetivo do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, é realizar o inventário cultural participativo da cultura material e imaterial da Comunidade Remanescente Quilombola de Lagoa Grande, enquanto subsídio para a elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, localizada na referida comunidade, que vem passando por dificuldades para implantar a educação escolar quilombola, por não haver consenso sobre o que é ser quilombola, no nono município com maior população quilombola na Bahia. O dissenso revela um campo de disputa para a definição da identidade quilombola, a partir do marco da política pública das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola e que é disputado entre a expectativa de professores, familiares de alunos e a gestão municipal. A partir das oficinas de educação das relações etnicoraciais na escola, de inventários culturais participativos e de educação pela comunicação, será feita a preparação da equipe composta por familiares, docentes da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, alunos e ex-alunos quilombolas da UEFS, que farão o inventário cultural participativo do seu próprio contexto, como forma de construir o consenso sobre o que é ser quilombola em Lagoa Grande, valorizando o patrimônio material imaterial da comunidade, a partir do diálogo entre as pessoas, instituições locais, que detém as referências culturais que serão inventariadas e que embasarão a elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, para que ela seja acolhedora da identidade local, do que das idealizações de negritude podem exercer pressões verticais sobre os modos locais de ser quilombolas. O projeto iniciará pela contextualização a narrativas da comunidade escolar quilombola sobre: o que é ser quilombola, o que é ser quilombola na comunidade em que se está; o que atrapalha a implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola. Em seguida será feita a formação da equipe na educação das relações etnico raciais na escola, seguida da formação em técnicas de registro e edição audiovisual, como instrumento para a formação em inventários culturais participativos da comunidade de Lagoa Grande, atividade que gerará alguns produtos de exposição, como as fotografias, as cartografias, os vídeos e os podcasts. Em seguida será feita a contextualização do projeto político pedagógico da escola, como produto da formação e oficinas sobre gestão democrática no contexto da educação das relações etnico raciais e da educação escolar quilombola. A difusão do conhecimento será realizada ao longo das atividades, tanto na escola, quanto na Associação Quilombola de Maria Quitéria (AQCOMAC).
Para a etapa de contextualização das narrativas será utilizada a abordagem da pedagogia do oprimido (FREIRE, 1970), como apresentada por Paulo Freire, no capítulo 3 do livro, em que o mesmo sugere que em um contexto em que a opressão é a tônica, é importante ouvir a narrativa dos oprimidos, para que, a partir dela, será possível problematizar as relações de opressão e apontar para soluções que possibilitem os sujeitos a serem mais, em resistência ao ser menos que enfrentam nas relações de opressão. Esta investigação implica, necessariamente, numa metodologia que não pode contradizer a dialogicidade da educação libertadora. Daí que seja igualmente dialógica. Daí que, conscientizadora também, proporcione, ao mesmo tempo, a apreensão dos “temas geradores” e a tomada de consciência dos indivíduos em torno dos mesmos. Esta é a razão pela qual, (em coerência ainda com a finalidade libertadora da educação dialógica) não se trata de ter nos homens o objeto da investigação, de que o investigador seria o sujeito. O que se pretende investigar, realmente, não são os homens, como se fossem peças anatômicas, mas o seu pensamento-linguagem referido à realidade, os níveis de sua percepção desta realidade, a sua visão do mundo, em que se encontram envolvidos seus “temas geradores”. (FREIRE, 1987, s.n.) Paulo Freire propõe que a dialogicidade seja a essência da educação como prática da liberdade e que busquemos uma significação conscientizadora da realidade social tomada como opressora, para a produção dos temas geradores que possibilitariam analisar crítica e participativamente o contexto da educação escolar quilombola da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos. Para a etapa da formação das relações etnico raciais na escola será fundamental apresentar autores que abordem as teorias raciais e o racismo como invenção de pessoas brancas europeias (SWHARCZ, 1994) , a escravidão e pós abolição no Brasil, (FERNANDES,1965). Nesta etapa será também apresentada a discussão sobre branquitude e branqueamento (GOMES, 2005), será importante apresentar a discussão sobre raça, negritude (MUNANGA, 2009) e a importância da educação (BENTO, 2002). Dentro desta formação para as relações etnico raciais na escola será fundamental retomarmos alguns marcos normativos como as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Etnicoraciais (BRASIL, 2003), as Diretrizes para a Educação Escolar Quilombolas (BRASIL, 2012). Para a etapa de formação sobre inventários culturais participativos, será importante abordar a discussão sobre patrimônio e inventários culturais como abordagem de diagnóstico de realidades sociais (FREIRE, 1970; VARINE, 2012) e de articulação para promoção de direitos e valorização da cultura local (ROCHA, 2021; SCIFONI, 2022). Toda ação patrimonial é assim condicionada pelo conhecimento e pelo respeito da cultura viva, mesmo que na maioria das vezes políticos e técnicos prefiram, para andar mais rápido, esquecê-la. isso coincide com o que eu disse mais acima a respeito da responsabilidade comunitária sobre o patrimônio, que não pode ser assumida por outros (os técnicos, os especialistas, por exemplo) e sim solidariamente (e, portanto, democraticamente) pelo conjunto da comunidade, não apenas por aqueles delegados por ela. (VARINE, 2021, p. 115) Será importante discutir o documento “Educação Patrimonial: inventários participativos: manual de aplicação” (IPHAN, 2016b), para auxiliar na metodologia do inventário cultural participativo, bem como serão bem vindas abordagens de elaboração de cartografias e outras linguagens que serão exploradas para os registros das práticas. As referências para a etapa de formação sobre a educomunicação serão inseridas posteriormente, por ainda estarem em construção com a oficineira que está interessada em assumir a atividade.
A primeira etapa de ações do projeto, enquanto ação do pré-projeto, foi a de sua validação junto à comunidade escolar, da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos e junto à Associação Quilombola Maria Quitéria, para em seguida submetê-lo e aprová-lo na pró-reitoria de extensão. A segunda etapa tem sido dedicada à articulação com as instituições convidadas a estabelecer parceria de colaboração técnica, a saber, o IPAC (ANEXO B) e a Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana (ANEXO H), tendo em vista o estabelecimento de termos de colaboração técnica e política com os moradores do distrito de Maria Quitéria e com a equipe da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos. A terceira etapa será a de planejamento e início da assessoria de imprensa e manutenção de redes sociais, como youtube e instagram. A quarta etapa será a de constituição e integração da equipe, por processo seletivo de produtores locais e bolsistas, a ser feita a partir da comissão de seleção que será formada por um representante da equipe da escola, um representante da AQCOMAQ, e o coordenador do projeto. Os serviços de designer, fotografia, filmagem, diagramação e manutenção de redes sociais serão propostas aos parceiros do projetos, a exemplo da secretaria de educação. Nesta segunda etapa será feita a integração da equipe, com a apresentação do projeto às pessoas selecionadas, bem como à equipe da escola, com a distribuição dos materiais do curso, exposição de cronogramas, orientações para o aproveitamento das formações e política de suporte do projeto, como auxílio transporte e garantia de alimentação. A quinta etapa será voltada para a contextualização das narrativas da comunidade escolar quilombola sobre “o que é ser quilombola”, “o que é ser quilombola na comunidade em que se está” e “o que atrapalha a implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola”, na escola em que se está, foco do objetivo específico 1. Será importante, junto com produtores locais, bolsistas e docentes, realizar oficinas de diagnóstico participativo com familiares, com discentes e equipe de apoio da escola, no formato de roda de conversa, em que seja possível registrar tanto as percepções individuais das pessoas participantes, quanto as trocas de percepções em grupo sobre as questões pautadas. Esta atividade precisa acontecer em grupos específicos para cada segmento da escola, a saber, grupo de discentes, de docentes, de familiares e da gestão escolar, bem como precisa acontecer na área especializada da secretaria de educação de Feira de Santana, totalizando 5 encontros de 3 horas cada um, ou seja, 15 horas de diagnóstico participativo, na Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos e na Secretaria de Educação de Feira de Santana. Para isto será utilizado um formulário virtual de respostas individuais e na etapa da reflexão grupal, será utilizado o método do registro e compartilhamento, em folhas de papel metro, das narrativas trocadas em grupo. Será utilizada a gravação da discussão grupal para que o coletivo possa retomar reflexões que ajudem a contextualizar os problemas específicos da comunidade, no que diz respeito ao entendimento do que é ser quilombola e sobre os desafios para a implementação da educação escolar quilombola. Esta ação já foi testada na escola, no dia 30/09/2023, momento em que, em um sábado letivo de formação docente, o projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade. foi apresentado para a equipe docente da escola, após um bate papo de escuta dos participantes sobre o que era ser quilombola em Lagoa Grande, a distância entre educação escolar e educação quilombola e os desafios para a implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola. A comunidade escolar e a Associação Quilombola validaram a proposta do projeto e enviaram declarações de anuência (ANEXO A). Como a atividade já foi desenvolvida com o corpo docente da escola, durante a elaboração deste projeto, a próxima ação diagnóstica proposta aqui será com familiares, discentes e funcionários da segurança, da preparação de alimentos e dos serviços gerais, Na sexta etapa será realizada a formação da equipe na educação das relações etnicoraciais na escola, como indica o objetivo 2, será feito um grupo de estudos e haverão aulas online sobre temáticas ligadas à educação escolar quilombola, com professores da UEFS, da UFRB, lideranças da comunidade, alunos e ex-alunos quilombolas, da UEFS. As aulas acontecerão de forma híbrida e acontecerão tanto na UEFS, quanto na Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos. A programação será focada na genealogia do racismo no Brasil, nos processos de resistência e politização da população negra, dentre as quais estão os quilombos, bem como nas políticas de reparação atuais, dentre as quais estão as diretrizes para a educação escolar quilombola. A carga horária desta atividade será de 40 horas de teoria e 20 horas de prática, totalizando 60 horas. Na sétima etapa será feita uma formação em técnicas de registro e edição audiovisual, como indicado no objetivo específico 3. Serão realizadas oficinas de 20 horas para cada linguagem, a saber, a fotografia, gravação e edição de áudio, gravação e edição de vídeo, elaboração de podcast e elaboração de cartografias, totalizando 120 horas de formação, com profissionais especializados, em encontros de oito horas por semana, que possivelmente será no formato híbrido, com encontro presencial para as aulas práticas, que ocorrerão durante o inventário cultural participativo, na próxima etapa. Na oitava etapa será feita a formação em educação patrimonial e inventários culturais participativos, com carga horária de 60 horas, sendo 20 horas de teoria e 40h de campo, na prática do processo de inventário na comunidade de Lagoa Grande. A atividade será desenvolvida por profissional a ser indicado pelo IPAC, a partir da parceria de colaboração que esperamos estabelecer. Esta atividade consistirá no planejamento de grupos por objetos de difusão do conhecimento (cartografias, podcasts, fotografia, rodas de conversa, registros audiovisuais) e realização do mapeamento de pessoas, lugares e práticas de referência da comunidade de Lagoa Grande, a serem inventariados e divulgados. Nesta etapa serão produzidos os dados de referências culturais, para a construção de podcasts, da exposição de fotografia, das cartografias, captação audiovisual para o documentário e os materiais para as redes sociais e para a cartilha sobre inventários culturais participativos, como caminho para contextualizar o Projeto Político Pedagógico da escola quilombola. Em articulação com o projeto de extensão da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS - IEPS-UEFS, o material resultante do inventário cultural participativo será destinado ao projeto do Museu do Patrimônio Local, que está sendo pensado com a comunidade quilombola de Lagoa Grande. Na nona etapa, será desenvolvida uma formação em gestão democrática no contexto da educação das relações etnico raciais e da educação escolar quilombola, como condição para contextualizar o Projeto Político Pedagógico da Escola, a partir do inventário cultural participativo, como indicado no objetivo específico de número 5. Será retomada a discussão sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, especialmente no que ancora esta abordagem na gestão democrática, como referenciado na LDB 9394/96, cujo produto da construção da comunidade, organizada em Conselho Escolar, com representantes de seus diferentes segmentos, é o Projeto Político Pedagógico. Para esta construção, será feita uma formação de 12 horas sobre gestão democrática no contexto da educação das relações etnico raciais e da educação escolar quilombola e serão feitas 32 horas de oficina, sendo 8 horas para cada segmento da escola, a saber, professores, familiares, alunos e lideranças comunitárias, para a construção de um plano de gestão democrática, instituição do conselho escolar e de uma comissão de atualização anual do Projeto Político Pedagógico. Além dessa carga horária serão dedicadas 8 horas para a assembleia de eleição de representante estudantil, 8 horas para escuta de familiares e 8 horas de escuta da associação e da equipe escolar. No total, serão 44 horas dedicadas à nona etapa. A décima etapa será dedicada à contextualização do Projeto Político Pedagógico da Escola, a partir do inventário cultural participativo, com dedicação de 40 horas. A décima primeira etapa, transversal às outras, será a de monitoramento e avaliação do projeto de extensão fazendo um exercício de contraponto entre objetivos específicos e as etapas correspondentes, para que seja possível, mensalmente, acompanhar as condições de possibilidade de alcance. A décima segunda etapa será dedicada à elaboração de uma cartilha com sugestão de roteiro de implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola a partir dos inventários culturais participativos. A décima terceira etapa será dedicada à elaboração de um vídeo documentário sobre a experiência do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade. Para o caso da renovação desta proposta, em uma segunda edição, será interessante propor contrapartida ao município, oferecendo suporte para a municipalização das Diretrizes para a educação escolar quilombola. A décima quarta etapa também transversal às outras, será voltada para a difusão do conhecimento e se dará por planejamento e realização de ações como, manutenção das redes sociais, assessoria de imprensa, exposição de fotografias, das cartografias, a divulgação dos podcasts e dos registros audiovisuais editados, a partir da prática do inventário cultural participativo. A exposição acontecerá na Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, no CUCA e na UEFS. Após estas exposições o material será destinado a ser exposição permanente no Museu do Patrimônio Local, que está sendo pensado para a comunidade quilombola de Lagoa Grande, como produto da ação da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS - IEPS-UEFS. Para esta etapa será importante já ter em mãos o plano de ação dos produtores locais, junto com representantes da escola e de estudantes quilombolas, como produto da formação em técnicas audiovisuais e será importante finalizar o plano do Seminário de Saberes Quilombolas do território de Feira de Santana. Relacionada com esta etapa, será feita a organização de um Seminário Sobre Saberes Quilombolas de Feira de Santana, para a reunião de produções acadêmicas de estudantes e ex-alunos e alunas quilombolas, evento no qual será possível realizar rodas de conversa sobre a experiência dos participantes do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade. Essa ação será um dos produtos da articulação entre os produtores locais, os alunos e alunas, bem como ex-alunos e alunas quilombolas da UEFS, com apoio da PROPAE e da PROEXT/UEFS. A décima quinta etapa é voltada para a construção do site do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, para compartilhar da experiência de implementação da educação escolar quilombola a partir dos inventários culturais participativos. Esta ação dependerá de um projeto construído por uma comissão composta por um designer, um membro da Associação, duas representantes docentes da escola, o coordenador do projeto e dois representantes de bolsistas quilombolas. A décima sexta etapa é voltada para a elaboração do relatório final do projeto. 5.0 Resultados esperados: Espera-se, através do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, compreender as narrativas envolvidas na construção dos sujeitos da educação escolar quilombola e realizar uma Intermediação de conflito entre a expectativa de definição identitária do que deveria ser quilombola, na perspectiva escolar e no que se experiencia na comunidade, bem como, espera-se valorizar o patrimônio da educação quilombola da comunidade, como referência para pensar a educação escolar quilombola, a partir do inventário cultural participativo e formação da equipe escolar, nas relações etnico raciais. Em síntese, o primeiro resultado esperado é a contextualização das narrativas da comunidade escolar quilombola sobre o que é ser quilombola, o que ser quilombola na comunidade em que se está e o que atrapalha a implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola. O segundo resultado esperado é a formação da equipe em educação das relações etnico raciais. O terceiro resultado esperado é a equipe formada em técnicas de registro e edição audiovisual, com foco em fotografia, gravação e edição de áudio, gravação e edição de vídeo, elaboração de podcast e elaboração de cartografias. O quarto resultado que se espera alcançar é a valorização das referências culturais sobre os modos de ser quilombola localmente, a partir da formação da equipe do projeto em inventários culturais participativos (ANEXO E). Como produto desta formação, será criado um banco de referências fotográficas, em podcasts, em cartografias e em vídeos, que poderão ser usados pela equipe escolar e pela comunidade para visitar suas próprias referências e atualizar o Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, especialmente na criação de condições para a gestão democrática. A exposição de fotografias, das cartografias, os podcasts e os registros gerados a partir da do inventário cultural participativo, acontecerá na Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, no CUCA e na UEFS e se tornará exposição permanente no Museu do Patrimônio Local, que está sendo pensado para a comunidade quilombola de Lagoa Grande, como produto da ação da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS - IEPS-UEFS. Outro resultado importante é a cartilha, com o roteiro de implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola a partir dos inventários culturais participativos, a ser compartilhada, juntamente com o vídeo documentário e o site do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade. O principal resultado esperado é a contribuição técnica para a implementação das Diretrizes para a Educação Escolar Quilombola, no município de Feira de Santana, nono município com maior população quilombola na Bahia, segundo o censo do IBGE sobre comunidades quilombolas no Brasil, de 2023. O resultado esperado para a etapa 1 é o projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, validado junto à comunidade escolar e aprovado na pró-reitoria de extensão, bem como espera-se obter os termos de colaboração técnica e política com as instituições que colaborarão com a realização do projeto. Para a etapa 2 espera-se como resultado, o plano de articulação com as instituições convidadas a estabelecer parceria de colaboração técnica, a saber, o IPAC (ANEXO B), e a Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana (ANEXO H). Para a etapa 3 espera-se, como produto, a apresentação do planejamento da assessoria de imprensa, incluindo manutenção de redes sociais, como youtube e instagram. Para a etapa 4 espera-se finalizar a constituição e integração da equipe, incluindo os produtores locais e bolsistas, representante da equipe da escola e da AQCOMAQ. Na etapa 5 espera-se apresentar a contextualização das narrativas dos segmentos da escola e de representantes da comunidade sobre as dificuldades para a implementação das Diretrizes para a Educação Escolar Quilombola. Para a etapa 6, espera-se ter a equipe formada em educação das relações etnicoraciais na escola e a na etapa 7, a formação em técnicas de registro e edição audiovisual. Na etapa 8, espera-se ter a equipe formada em educação patrimonial e inventários culturais participativos e a produção de dados de referência para a construção de podcasts, da exposição de fotografia, das cartografias, captação audiovisual para o documentário e os materiais para as redes sociais e para a cartilha sobre inventários culturais participativos; Na etapa 9 formação em gestão democrática no contexto da educação das relações etnico raciais e da educação escolar quilombola, como condição para contextualizar o Projeto Político Pedagógico da Escola, a partir do inventário cultural participativo; instituição do conselho escolar e de uma comissão de atualização anual do Projeto Político Pedagógico. Além dessa carga horária serão dedicadas 8 horas para a assembleia de eleição de representante estudantil; Na etapa 10, a contextualização do Projeto Político Pedagógico da escola Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos será o principal resultado e na etapa 11, que será processual, serão produzidos relatórios trimestrais, com resultados do monitoramento e avaliação do projeto. Na etapa 12 o produto será a cartilha com o roteiro de implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola e na etapa 13, o produto será a elaboração de um vídeo documentário sobre a experiência do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade. O resultado da etapa 14 será o conjunto das redes sociais, a exposição de fotografias e cartografias, na Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, no CUCA e na UEFS e no Museu do Patrimônio Local. Outro resultado importante para esta etapa é o plano de ação dos produtores locais, o plano do Seminário de Saberes Quilombolas do território de Feira de Santana e a realização do Seminário. O site será produto da Etapa 15, para compartilhar das experiências do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade e o relatório final, será produto da etapa 16.
O objetivo geral do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, é o de realizar o inventário cultural participativo como estratégia para orientar a educação escolar quilombola, uma vez que ele é voltado para a pesquisa, sensibilização, mobilização, formação e educação, sobre a experiência quilombola na comunidade em que a escola está inserida, reconhecendo, por esta via, os referenciais identitários locais.
Validar e aprovar o projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, junto com a comunidade escolar. Estabelecer termo de colaboração entre a UEFS, a Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, o IPAC, e a Secretaria de Educação de Feira de Santana. Contratar e criar plano de assessoria de imprensa e manutenção de redes sociais (youtube, instagram). Constituir e integrar a equipe Contextualizar a narrativas da comunidade escolar quilombola sobre: O que é ser quilombola O que ser quilombola na comunidade em que se está O que atrapalha a implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola Formar a equipe do projeto na educação das relações etnico raciais (ANEXO C) na escola: Teorias raciais, escravidão e pós abolição no Brasil Branquitude e branqueamento Raça, negritude e a importância da educação Lei 10639 e documentos correlatos Desafios da implementação das Diretrizes para a Educação Escolar Quilombola Formar a equipe do projeto em técnicas de registro e edição audiovisual (ANEXO D): Fotografia Gravação e edição de áudio Gravação e edição de vídeo Elaboração de podcast Elaboração de cartografia Formar a equipe do projeto em inventários culturais participativos (ANEXO E) e realizar o inventário. Formar a comunidade escolar em gestão escolar democrática, para o contexto da educação das relações etnico raciais e da educação escolar quilombola. (ANEXO F) Contextualizar o Projeto Político Pedagógico da Escola, a partir do inventário cultural participativo. Realizar o monitoramento e a avaliação processual do projeto, com produção de registro para referenciar aperfeiçoamentos e posterior elaboração da cartilha. Elaborar uma cartilha com o roteiro de implementação das diretrizes para a educação escolar quilombola a partir dos inventários culturais participativos. Elaborar um vídeo documentário da experiência do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade. Difundir o conhecimento produzido. Construção do site da esc
Considerando que os problemas discutidos na sequência de encontros listadas anteriormente refletem tensionamentos identitários, gerados na encruzilhada entre as políticas públicas, o discurso acadêmico e o discurso pedagógico da instituição escolar, parece fundamental recuar do tipo ideal de identidade afro-brasileiro pré-definido e avançar nos efeitos que a pesquisa das memórias, das práticas locais, centradas nos seus detentores do saber, poderiam produzir para uma compreensão pedagógica do que é ser quilombola localmente. Espera-se, através do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, mediar conflitos entre a expectativa de definição identitária do que deveria ser quilombola, na perspectiva escolar e no que se experimenta na comunidade. Neste sentido o projeto investe na valorização do patrimônio material e imaterial que compõem a educação quilombola, como referência para pensar a educação escolar quilombola, a partir do inventário cultural participativo. Este inventário por si só implica na formação da equipe escolar, no que é ser quilombola na comunidade de Lagoa Grande, pelo fato desta ser envolvida na criação de um banco de referências fotográficas, em podcasts, em cartografias e em vídeos, que poderão ser usados como referências educativos e para a atualização do Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos e na criação do Museu do Patrimônio Local, que está sendo pensado para a comunidade quilombola de Lagoa Grande, como produto da ação da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS - IEPS-UEFS. Se tomarmos o alcance das diretrizes da educação patrimonial, previstas na Política de Educação Patrimonial do IPHAN, fica clara a ancoragem da educação quilombola na educação patrimonial, cujos objetivos estão associados a: I – Incentivar a participação social na formulação, implementação e execução das ações educativas, de modo a estimular o protagonismo dos diferentes grupos sociais; II – Integrar as práticas educativas ao cotidiano, associando os bens culturais aos espaços de vida das pessoas, seus territórios e meio ambiente; III – valorizar o território como espaço educativo, passível de leituras e interpretações por meio de múltiplas estratégias e metodologias educativas; IV – Favorecer as relações de afetividade, reflexão e estima inerentes à valorização e preservação do patrimônio cultural; V – Considerar que as práticas educativas e as políticas de preservação e salvaguarda estão inseridas num campo de conflito e negociação entre diferentes segmentos, setores e grupos sociais; VI – Considerar a intersetorialidade das ações educativas, de modo a promover articulações das políticas de preservação, salvaguarda e valorização do patrimônio cultural com as políticas de cultura, direitos humanos, turismo, meio ambiente, igualdade étnica e racial, educação, saúde, desenvolvimento social, econômico, urbano e outras áreas correlatas; VII – incentivar a associação das políticas de patrimônio cultural às ações de sustentabilidade local, regional e nacional; (IPHAN, 2016b, s.n) Os objetivos da educação patrimonial, como vistos acima, são explícitos em relação à intersetorialidade de sua extensão e menciona diretamente o campo da educação como fundamental para a ancoragem de políticas de preservação, salvaguarda e valorização do patrimônio cultural e nas reparações de ordem etnicoraciais. É interessante verificar no próprio texto do IPHAN (2016a) a lição de que as políticas de preservação, de salvaguarda, estão inseridas em um campo de conflito, o que nos ajuda a pensar no problema da implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, na Escola Municipal Luiz Pereira dos Santos, que gira em torno da definição do que é ser quilombola e que vem sendo construída com tensionamentos entre os segmentos da instituição. Para as ações do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade, dada a convergência de interesses e os objetivos comuns entre educação patrimonial e educação escolar quilombola, espera-se estabelecer um termo de cooperação com o IPAC (ANEXO B) na realização das formações em inventários culturais participativos, expertise da instituição, que considera um Projeto enquanto de Educação Patrimonial, quando ele possibilita: I – Ampliar as possibilidades de diálogo entre o Iphan e a sociedade por meio da Educação Patrimonial; II – Ampliar a capilaridade das ações do Iphan e interligar espaços e territórios que promovam práticas e atividades de natureza educativa de valorização e promoção do patrimônio cultural; III – estimular a participação das comunidades nas discussões e propostas de redefinição do uso social dos bens culturais; IV – Interligar experiências e espaços que promovam práticas e atividades de natureza educativa, de modo a propiciar uma avaliação conjunta dos significados e alcances dessas iniciativas; V – Incentivar a associação das políticas de patrimônio cultural ao desenvolvimento social e econômico, bem como de preservação ambiental, em seus contextos rural, urbano e florestal; VI – Aperfeiçoar as ações focadas nas expressões culturais locais e territoriais, contribuindo para a construção de mecanismos de apoio junto às comunidades, aos produtores culturais, às associações civis, às entidades de classe, às instituições de ensino e aos setores públicos, para uma melhor compreensão das realidades locais; VII – Associar a preservação e salvaguarda de bens culturais à preservação e manejo de elementos da sociobiodiversidade, trazendo a transmissão de conhecimentos tradicionais como método, princípio e/ou finalidade do projeto. (IPHAN, 2016a, s.n.) Considerando que o Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil estabelece, como características dos projetos de Educação Patrimonial, a possibilidade de aproximar o IPHAN e consequentemente o IPAC, da sociedade civil, a possibilidade de interligar espaços e territórios que promovam práticas e atividades de natureza educativa de valorização e promoção do patrimônio cultural local, o projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade tem aderência ao campo da educação patrimonial. Dentre os pontos relevantes que o tornam um projeto de educação patrimonial, é o fato de que, para o IPAC, tais projetos se apoiam em ações focadas na valorização das expressões culturais locais e territoriais, contribuindo para a construção de mecanismos de apoio junto às comunidades, às instituições de ensino, para uma melhor compreensão das realidades locais, o que só torna relevante esta proposta para trazer, para o âmbito da educação quilombola, os inventários participativos. Nesta perspectiva, vamos aos objetivos do projeto Educação Escolar Quilombola: Quilombo, Memórias e Identidade.

Histórico de movimentação
06-12-2023 22:57:37

Criação da proposta

02-01-2024 14:53:27

Parecer da Câmara de Extensão

PROJETO APROVADO
07-12-2023 17:15:19

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
21-12-2023 09:44:25

Pendente

atualização dos dados dos recursos
21-12-2023 22:04:07

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
02-01-2024 14:53:27

Aprovado

PROJETO APROVADO
02-01-2024 14:54:02

Ativo

PROJETO HABILITADO
v1.4.12
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