O INTRAEMPREENDEDORISMO – diagnóstico como estratégia de aprendizagem – Intervenção orientada para resultados em instituições sem fins lucrativos no município de Feira de Santana e Região #229

Coordenador:
Antonia Carlinda Cunha de Oliveira
Data Cadastro:
25-04-2024 15:11:16
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Antonia Carlinda Cunha de Oliveira
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
11/03/2024 - 31/07/2024
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Administração,

Resolução Consepe 110/2020
Processo SEI Bahia 07134262020000771229
Situação Ativo
Equipe 1

RESUMO Um dos grandes debates no âmbito das Instituições de Ensino Superior (IES) reporta-se à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e às estratégias para viabilizar a sua consolidação. Com tal percepção, entende-se que a citada indissociabilidade, que se constitui em tripé de sustentação da aprendizagem e difusão do saber, requer propostas para a sua efetivação e, consequentemente, ações concretas. Diante de tal realidade, apresenta-se à apreciação das instâncias competentes o projeto de extensão: O INTRAEMPREENDEDORISMO – diagnóstico como estratégia de aprendizagem – Intervenção orientada para resultados em instituições sem fins lucrativos no município de Feira de Santana e Região Em grande medida, admite-se que a extensão possui características peculiares que se bem exploradas podem contribuir para inculcar mudanças significativas no processo de ensinar e aprender. O seu arcabouço metodológico diferenciado por meio de encontros entre discentes, docentes e comunidades carrega a possibilidade de incorporar múltiplos saberes e de criar experiências compartilhadas que contribuam para ampliar a capacidade de refletir sobre nossas práticas constituídas pelas experiências. Se compete à universidade preparar cidadãos para enfrentar os desafios da contemporaneidade em perspectiva crítica e com capacidade para questionar o mundo, ela (a universidade) também se faz um espaço democrático e permanente da aprendizagem. Da mesma forma, em se tomando os programas de extensão como formas de aprendizagem, eles devem contribuir para implantar e fortalecer os pilares da educação contemporânea, defendidos por Morin (2001): aprender a ser, a fazer, a viver juntos, e a conhecer. Com este entendimento, propõe-se ter no programa em questão, uma forma profícua de produção de conhecimentos através da experiência para que a indissociabilidade aconteça no ensino como uma possibilidade de ensino através de experiências; e que, por sua vez, reflita na pesquisa como uma proposta para edificar uma agenda da pesquisa acerca das questões suscitadas pelas experiências. Longe da perspectiva assistencialista, a proposta de extensão que ora se apresenta, trabalha no sentido de transformação social. Mesmo que audaciosa, a pretensão é colocá-la, também, como estratégia capaz de promover práticas integradoras entre diversas áreas do saber, o que exige proposições que facilitem a aproximação e articulação de diversos sujeitos para facilitar a multidisciplinaridade e potencializar o desenvolvimento da consciência humana e cidadã: formar sujeitos de mudança com capacidade de estar no mundo com uma atitude mais construtiva e critica Na prática, o programa extensionista que ora se apresenta será operacionalizado pela proponente, a cada semestre de oferta regular, por meio das disciplinas sob sua responsabilidade, com a propósito de estabelecer uma articulação entre as bases teóricas e conceituais debatidas em sala de aula e as práticas de gestão nas organizações sem fins lucrativos na cidade de Feira de Santana e região. Em síntese, o citado programa se insere no contexto de ações voltadas a diagnosticar e interferir no processo gerencial das organizações sem fins lucrativos, com vistas ao desenvolvimento do intraempreendedorismo que se quer como proposta de renovação e melhoria da eficiência e dos resultados organizacionais. O processo se estriba na metodologia científica e tem como marco de investigação a seguinte questão nuclear: Em que medida os conhecimentos teóricos/conceituais discutidos em sala de aula, contribuem para o desenvolvimento do intraempreendedorismo nas organizações sem fins lucrativos? Associa-se à questão nuclear outras inquietações que suscitam reflexões que podem levar a outras perspectivas de análise acerca da ação extensionista: Quais/que experiências estão sendo estimuladas com a atividade extensionista proposta? Seria a extensão um recurso capaz de potencializar a construção do conhecimento emancipatório? A extensão pode ser uma dinâmica importante de reconstrução do lugar da universidade? Em que medida a atividade extensionista contribui para promover a aproximação entre sociedade civil e universidade? O projeto será desenvolvido em equipes, com o acompanhamento e avaliação do docente. Ao final do (semestre regular) com o processo realizado, serão escolhidos os três melhores que serão apresentados em um seminário, franqueado à comunidade acadêmica e ao público interessado, no auditório da UEFS, com emissão de certificados para organizadores, apresentadores e participantes. O lócus de operacionalização do projeto em questão será definido em conjunto com os estudantes, no início de cada semestre, quando será, também, definida a equipe de organização do evento. Neste espaço temporal, todos serão informados acerca da natureza de instituição ao qual se destina a ação extensionista – de maneira que os estudantes já desenvolvam, antecipadamente, uma reflexões a respeito da sua atuação no processo.
Com o advento do novo de século, percebemos reformulações significativas nos conceitos tradicionais de emprego, trabalho e na natureza de vínculos dos indivíduos com as organizações. Bernhoeft (1996) sugere que não se trata apenas de um mundo com novas profissões, mas de um universo que envolve novas maneiras de encarar, perceber e realizar o trabalho, afinal, como ressalta Drucker (1997, p. 292), “as atividades do trabalhador são atividades de seres humanos e são, portanto, uma parte essencial da humanidade”. Assim, as pessoas são chamadas a responder as demandas oriundas do trabalho, com criatividade e flexibilidade. Kanaane (2009, p, 17), da mesma forma que Friedmann (1983) e Drucker (1997), entende que estas atividades têm pelo menos cinco dimensões ou aspectos que devem ser considerados para análise do trabalho. Conforme os autores, em todas elas o trabalhador precisa ser empreendedor e sentir-se realizado para ser produtivo. Com tal entendimento elencam as cinco dimensões, quais sejam: 1) Aspecto técnico – diz respeito a questões referentes ao lugar de trabalho, de adaptação fisiológica e sociológica. 2) Aspecto fisiológico – diz respeito ao grau de adaptação homem – lugar de trabalho - meio físico e ao problema da fadiga. 3) Aspecto moral – leva em conta as aptidões, as motivações, o grau de consciência, as satisfações e a relação íntima entre atividade de trabalho e personalidade – o trabalho é uma extensão da personalidade, é como uma pessoa mede seu valor e sua humanidade. 4) Aspecto social – julga as questões específicas do ambiente de trabalho e os fatores externos, como sindicato, família, classe social, etc. 5) Aspecto econômico – fator de produção de riqueza – o trabalho é um meio de subsistência e fator imprescindível à dignidade humana, É lugar comum, pensar o empreendedorismo associado à criação de novas empresas. A literatura pertinente, em princípio, reforçou este enfoque e em decorrência, o fenômeno foi abordado, em grande medida, no cenário de criação de empreendimentos com fins lucrativos. Para ilustrar, recorre-se a ideia de Bom Ângelo (2003, p. 25), para quem o empreendedorismo diz respeito à “criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar ideias por meio da aplicação de criatividade, capacidade de transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco”. Não se nega que tal visão, por longo tempo, se mostrou hegemônica e restrita ao campo das organizações empresariais. Mas, atualmente, a perspectiva a respeito de empreendedorismo adquiriu elasticidade de modo que se torna recorrente admitir que organizações, produtos e serviços que tem propósitos/finalidades sociais também são objetos do empreendedorismo. Assim, o citado conceito abrigou uma compreensão mais eclética e incorporou a ideia de intraempreendedorismo. Com isso, se constata que o conceito de empreendedorismo migrou para o cenário interno das organizações, como proposta de renovação e melhoria da eficiência e dos resultados. Ao falar a respeito de intraempreendedorismo, recorre-se a Hisrich, Peters e Shepherd (2009). Segundo os autores a noção de intraempreendedorismo é utilizada para designar um modelo de gestão organizacional adaptado para atuar em ambientes de elevada competição e complexidade, por fomentar o comportamento empreendedor no interior de uma organização para superar obstáculos, obter flexibilidade e favorecer o crescimento, à diversificação de produtos e serviços, além da melhoria dos processos internos e a inovação (HISRICH; PETERS; SHEPHERD 2009). O termo “intrapreneur” - que deu origem a palavra intraempreendedorismo - foi cunhado por Gifford Pinchot III (1989) para referir-se ao empreendedor interno que representa o colaborador que promove a inovação dentro de uma organização, a qualquer tempo e em qualquer lugar do ambiente organizacional (PINCHOT apud HASHIMOTO, 2010). Conforme destaca o autor, o termo surgiu da constatação de que é possível existir empreendedores dentro das organizações, exercendo a criatividade em prol de futuras inovações e assumindo um verdadeiro comprometimento com as ações organizacionais. Em outras palavras, trata-se de membros de uma organização que atuam como agentes de mudanças direcionadas ao desenvolvimento e melhoria do desempenho da entidade da qual fazem parte. Contudo, para que se desenvolva e se estabeleça o intraempreendedorismo é necessário que haja o comprometimento de todos os colaboradores da organização, na busca de conhecer e entender o ambiente, ser visionário e flexível; criar opções administrativas; estimular o trabalho em equipe; incentivar a discussão aberta; construir uma coalizão de defensores e persistir (PINCHOT; PELLMAN, 2004). Pinchot e Pellman (2004, p. 34) definem os intraempreendedores como aqueles que transformam ideias em realidades dentro de uma empresa. O intraempreendedor pode ser ou não a pessoa que apresenta primeiro uma ideia. Os intraempreendedores arregaçam as mangas e fazem o que é preciso ser feito. Eles solicitam a ajuda de outros. Independente de estarem trabalhando com uma ideia própria ou criando a partir da ideia de outra pessoa, eles são os ‘sonhadores que agem’ Em Hashimoto (2010, p. 22), o intraempreendedor “é qualquer pessoa dentro da organização que utiliza seu talento para criar e conduzir projetos de caráter empreendedor na organização” As diversas definições para o termo apresentam o intraempreendedorismo tanto como processo, como sistema ou ainda ferramenta de gestão. Esses conceitos têm em comum a ideia de que o intraempreendedorismo está relacionado a uma ação organizacional consciente e deliberada que produz um ambiente no qual os componentes do empreendedorismo são direcionados para obter inovação, criação de valor e renovação de estratégias. Em síntese, o cerne de incentivo ao intraempreendedorismo está associado a necessidade de saídas criativas e inéditas de produtos/serviços da organização. A este respeito, ouçamos Lana (2010, p. 33), para quem o intraempreendedor, por sua vez, define-se pela busca de soluções para “problemas sociais, por meio da criação e reformulação de processos organizacionais, a partir da inovação e da melhoraria do bem-estar interno da organização”. Peter Drucker (1999) defende que todas as organizações – e não apenas as de negócios - necessitam de uma competência fundamental: a inovação, que pode ser de qualquer tipo, inclusive social. Assim, o intraempreendedorismo oferece uma maneira para acelerar as inovações de qualquer espécie dentro das organizações através de uma melhor utilização dos seus talentos humanos Em seu livro “Inovação e Espírito Empreendedor”, ele ressalta dois pontos importantes na discussão sobre o empreendedorismo: primeiro, iniciar um negócio não é necessário ou suficiente para o empreendedorismo; segundo, o empreendedorismo nem sempre requer finalidade de lucro (DRUCKER, 1987). Dessa forma, “ao longo das últimas décadas, as denominadas organizações sem fins lucrativos recorrentemente têm se utilizado das ferramentas gerenciais associadas à escola do empreendedorismo, o que possibilitou a emergência de uma nova conceituação nesta área de conhecimento: o empreendedorismo social” (SILVA, 2002). Parente (2010), ao avaliar o nível de intraempreendedorismo em ONGs, verificou a presença de elementos de um modelo intraempreendedor levando em conta três fatores, além do comportamento: o fator estratégico, o fator processual e o fator gestão de pessoas. Drucker (1994) sugere ainda, que as próprias organizações sem fins lucrativos são conscientes de que devem ser gerenciadas profissionalmente porque não têm “lucro convencional”. Os sujeitos envolvidos sabem que precisam aprender a utilizar a gestão como ferramenta, para que esta não as domine. Nota-se, então, uma recorrente preocupação com aspectos relacionados à gestão, em decorrência do significativo crescimento das instituições sem fins lucrativos. Para Falconer (1999, p. 10): Há um virtual consenso entre estudiosos e pessoas envolvidas no cotidiano de organizações sem fins lucrativos de que, no Brasil, a deficiência no gerenciamento destas organizações é um dos maiores problemas do setor, e que o aperfeiçoamento da gestão - através da aprendizagem e da aplicação de técnicas oriundas do campo de Administração - é um caminho necessário para o atingir de melhores resultados.
O projeto que ora se apresenta se constitui em uma prática que será operacionalizada pela proponente, a cada semestre de oferta regular, por meio das disciplinas sob sua responsabilidade, com a propósito de estabelecer uma articulação entre as bases teóricas e conceituais debatidas em sala de aula e as práticas de gestão nas organizações sem fins lucrativos na cidade de Feira de Santana e região. Em síntese, o citado projeto se insere no contexto de ações voltadas a diagnosticar e interferir no processo gerencial das organizações sem fins lucrativos, com vistas ao desenvolvimento do intraempreendedorismo que se quer como proposta de renovação e melhoria da eficiência e dos resultados organizacionais. A proposta por abrigar um amplo leque de possibilidades admite a participação de outros docentes, a partir das bases teóricas e conceituais de suas disciplinas. O processo se estriba na metodologia cientifica e tem como marco de investigação a seguinte questão nuclear: Em que medida os conhecimentos teóricos/conceituais discutidos em sala de aula, contribuem para o desenvolvimento do intraempreendedorismo nas organizações sem fins lucrativos? Associa-se à questão nuclear outras inquietações que suscitam reflexões que podem levar a outras perspectivas de análise acerca da ação extensionista: Quais/que experiências estão sendo estimuladas com a atividade extensionista proposta? Seria a extensão um recurso capaz de potencializar a construção do conhecimento emancipatório? A extensão pode ser uma dinâmica importante de reconstrução do lugar da universidade? Em que medida a atividade extensionista contribui para promover a aproximação entre sociedade civil e universidade? O projeto será desenvolvido em equipes, com o acompanhamento e avaliação do docente. Ao de cada semestre letivo regular, serão escolhidos os três melhores que serão apresentados em um seminário, fraqueado à comunidade acadêmica e ao público interessado, no auditório da UEFS, com emissão de certificados para organizadores, apresentadores e participantes.
• O projeto que ora se apresenta tem como objetivo estabelecer uma articulação entre as bases teóricas e conceituais debatidas em sala de aula e as práticas de gestão nas organizações sem fins lucrativos na cidade de Feira de Santana e região. Em síntese, o citado projeto se insere no contexto de ações voltadas a diagnosticar e interferir no processo gerencial das organizações sem fins lucrativos, com vistas ao desenvolvimento do intraempreendedorismo que se quer como proposta de renovação e melhoria da eficiência e dos resultados organizacionais
• Promover estratégias que contribuam para a autonomia dos sujeitos do processo de aprendizagem • Incentivar uma reflexão acerca do alcance das ações articuladas de ensino, pesquisa e extensão. • Alçar o estudante à condição de protagonista de sua formação técnica como condição imprescindível para obter competências necessárias à atuação profissional e à formação cidadã • Motivar a comunidade acadêmica e promover condições para que o estudante desenvolva autonomia para atuar como agente de garantia de direitos, deveres e transformação social • Promover e estimular metodologias participativas sob a forma de diagnósticos e intervenções • Incentivar o diálogo e a participação dos atores socias partícipes do processo • Incentivar a produção acadêmica das experiencias de extensão, por meios de seminários, artigos, palestras e outros eventos • Promover ações que contribuam para a aproximação entre universidade-sociedade civil.
No âmbito da educação brasileira há um vasto arcabouço de leis e normas que regulamenta as ações dos atores envolvidos com o processo. No tocante à garantia da articulação entre a tríade ensino, pesquisa e extensão, a Constituição Brasileira de 1988 determina a indissociabilidade que resulta na igualdade de importância no processo formativo. Dessa forma, em seu artigo 207, determina que “[...] as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissocialibilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 1988). Na esteira desta garantia constitucional, tem-se outras peças que reforçam e orientam o processo. O Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), instituído pela Lei Federal nº 13.005, de 25/06/2014, que determina metas, estratégias e diretrizes para a política educacional dos próximos dez anos, entre as estratégias constituídas, em consonância com a Política Nacional de Extensão, incorporou à legislação: “[...] assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência social” (BRASIL, 2014, p. 74). Na esteira da mesma perspectiva, a Resolução nº 7, de 18/12/2018 no seu Art. 4º, determina: “As atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação, as quais deverão fazer parte da matriz curricular dos cursos”. Não obstante ao que fora exposto, em observância ao que propugna a CNE/CES n. 608, (2008 p. 4), o presente projeto tem como objetivo, abrigar a ideia de extensão universitária como engrenagem capaz de potencializar a formação dos estudantes e promover intervenções proativas em benefício da sociedade. Promover a emancipação dos sujeitos enquanto agentes de mudanças, capazes de interferir, com reponsabilidade no mundo circundante. A experiência adquirida no mundo das organizações e em sala de aula me fez refletir a respeito da práxis docente e dos mecanismos que permitam estabelecer uma ponte efetiva entre sala de aula e o ambiente extramuros da universidade. Enfim, pensar ações voltadas a estreitar e entrelaçar o conhecimento trabalhado em sala de aula e o lócus de estudo e intervenção. Não diferente das pequenas empresas, as organizações sem fins lucrativos, sem contar com a falta de aporte de capital para contratar consultoria especializada, vivenciam uma série de dificuldades que vão desde o acesso ao crédito e financiamento até o preparo adequado do líder, a definição da sua missão e seus objetivos, sua comunicação institucional, a captação de colaboradores e adoção de processos relevantes para uma gestão eficiente, eficaz e efetiva. Como destaca Drucker (2001, p. 3), a existência de uma organização sem fins lucrativos é para “provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade”, ou seja, o propósito dela é diferente de uma empresa – cujo objetivo é gerar lucro e se manter ou crescer no mercado. Longe da proposição assistencialista, sugere-se que a ideia das organizações sem fins lucrativos é que ela possa agregar outros tipos de valores como, cooperação, trabalho em equipe, solidariedade. Enfim, que venham a gerar serviços para consumo coletivo. Na maioria das vezes, a gestão de uma organização sem fins lucrativos não apresenta estrutura adequada. Sequer dispõe de estratégias de captação de recursos financeiros, materiais e de pessoal, o que a faz operar em base amadorísticas. Quando se fala em gestão, neste contexto, sugere-se uma ação ou conjunto de ações voltadas ao alcance dos objetivos organizacionais, tendo como base de avaliação dos resultados, três indicadores: a eficiência, eficácia e efetividade, como destaca Tenório (2002). Segundo o autor, entende-se por eficiência “a melhor forma de fazer algo com os recursos disponíveis” – saber usar os recursos da melhor forma possível tendo-se como base a relação entre os recursos disponíveis e as atividades a serem realizadas. A eficácia diz respeito a “fazer o que deve ser feito, isto é, cumprir o objetivo determinado” (TENÓRIO, 2002, p. 18). Ou seja, se relaciona, diretamente, ao cumprimento dos objetivos definidos. E a efetividade está relacionada à “capacidade de atender às expectativas da sociedade” (TENÓRIO, 2002, p. 20), o que requer conhecer a situação e o trabalho a ser realizado. Figueiró (2015, p.60) acredita que o aprendizado depende de muitos fatores e assuntos a serem trabalhados. Segundo a autora quando se direciona a este tema, “[...] as fragilidades ficam ainda mais evidentes, pois a interconexão entre o meio ambiente, a sociedade, a economia” [...] e a práxis dos sujeitos e suas intervenções, “[...] prevê uma abordagem bem distinta do padrão disciplinar e isolado, presente nos diversos níveis de ensino.”, dando assim um importante papel para a prática da educação, já que é através desse exercício que o gestor vai adquirir maior experiência, além de aprender a interagir da maneira correta para alcançar a excelência nos padrões da gestão, neste caso, no âmbito das organizações sem fins lucrativos, lócus da intervenção proposta. A nova ordem mundial, notadamente no âmbito da construção do conhecimento, requer dos docentes uma forma mais abrangente e diferenciada na condução das atividades pedagógicas. Por exemplo, exige atentar-se para as demandas, interesses e expectativas dos estudantes; avaliar e discutir o processo pedagógico com vistas a sua atualização técnico-cientifica com foco na inovação; trabalhar de forma cooperativa e transdisciplinar; buscar criatividade e flexibilidade; agregar valor a atividades de pesquisa e/ou extensão de maneira a imprimir uma nova práxis docente (ROCHA; GUILHON, 2000). Como destaca Alencar (1995, p. 8), tradicionalmente, não se vislumbra na escola uma cultura voltada para desenvolver a capacidade do aluno para pensar de uma maneira criativa e inovadora. Tampouco não se vê recorrentes, iniciativas que estimulem características empreendedoras como: independência, disposição para aprender, persistência e autoconfiança, aliadas à coragem para correr riscos calculados. Apesar dos avanços conquistados pela humanidade, em decorrência dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos, a nossa escola qualifica o indivíduo apenas parcialmente para a vida moderna, uma vez que o ensino continua praticamente nos mesmos moldes da primeira metade do século, com ênfase na reprodução e memorização do conhecimento considerado relevante pelo docente. Com isto, a criatividade reduz-se abaixo do nível das suas reais possibilidades, bloqueando, “gerando insegurança, minando a autoconfiança e levando a um enorme desperdício de talento e de potencial criativo” e inovador O processo educativo atual deve estimular novas habilidades e atitudes, que contribuam para aflorar e desenvolver potenciais, independentemente da condição social e área de estudo. E mais: que privilegie uma formação congruente com a realidade. Nesse sentido, a educação empreendedora abre um conjunto de opções, oportunidades e possibilidades de aprendizado ao estudante que vai além dos conceitos puramente técnicos, proporcionando a eles um caminho novo, pautado em descobertas direcionadas ao desenvolvimento e ao crescimento profissional, com intuito de provocar um estímulo à mudança de comportamento (LOPES, 2015, p. 29). Conforme nos ensina Schmitz et al. (2015, p. 10-11): […] o principal desafio das universidades brasileiras no século XXI é incorporar a inovação e o empreendedorismo nas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, de forma a ampliar a contribuição das universidades para o desenvolvimento econômico e social das regiões, estados e países onde estão inseridas, ao mesmo tempo que buscam mais autonomia e sustentabilidade. A universidade, neste atual momento, é chamada ao reforçar o seu compromisso com a formação de profissionais-cidadãos por meio de atividades acadêmicas que extrapolem suas ações e se comprometam com o desenvolvimento social em nível local e no âmbito de sua pertinência. Prospecta-se que as atividades de ensino, pesquisa e extensão se inter-relacionam, tornando-se os pilares da formação universitária que, por seu turno, devem atuar de forma sistêmica, interdependente e complementar. A respeito, Dias (2009, p. 39-40), sugere que a articulação entre esta tríade – ensino, pesquisa e extensão – podem contribuir para “mudanças significativas nos processos de ensino e de aprendizagem, fundamentando didática e pedagogicamente a formação profissional, e estudantes e professores constituem-se, efetivamente, em sujeitos do ato de aprender, de ensinar e de formar profissionais e cidadãos”. E mais: “A pesquisa e a extensão, em interação com o ensino, com a universidade e com a sociedade, possibilitam operacionalizar a relação entre teoria e prática, a democratização do saber acadêmico e o retorno desse saber à universidade, testado e reelaborado” Frente a tal desafio a atividade extensionista se oferece como elemento de transversalidade para agregar valor à formação do estudante. Para estimular o desenvolvimento de habilidades, incentivar a criatividade, estimular a iniciativa, promover a autonomia e crescimento pessoal e profissional dos sujeitos. Mais ainda, estender o diálogo dinâmico com a sociedade Como propugna Tavares (2001) a extensão não é mais vista como uma atividade acadêmica, mas uma forma de caracterizar a universidade como cidadã, que visa solucionar os problemas da sociedade, difundindo conhecimento. Em complementação a esta tese, Nogueira (2001) sugere que esta solução é encontrada na utilização de recursos como cursos, conferências e demonstrações práticas. Sem dúvidas, o incremento nas ações extensionistas desenvolvidas na universidade brasileira tem assegurando um permanente processo de trocas com a comunidade ao tempo em que reforça a ideia de que a experiência deve ser vista como fenômeno sentido e refletido (BENJAMIM, et. al., 1980). A partir deste marco é que se considera a extensão como um processo de ensinar e aprender, que permite aos indivíduos autonomia para questionar o conhecido e o desconhecido, saber analisar e interferir, que sejam capazes de crítica e de conceber projetos próprios, em um cenário no qual ele será o protagonista e o professor o orientador do processo de questionamento dos sujeitos envolvidos, como nos ensina Demo (2008).

Histórico de movimentação
25-04-2024 15:11:16

Criação da proposta

30-04-2024 07:53:28

Parecer da Câmara de Extensão

Projeto aprovado pela Câmara de Extensão.
30-04-2024 07:51:21

Aprovado

Projeto aprovado antes do SISTEX.
30-04-2024 07:53:28

Aprovado

Projeto aprovado pela Câmara de Extensão.
30-04-2024 07:53:47

Ativo

Projeto Ativo
v1.4.13
SISTEX - Desenvolvido pela Assessoria Especial de Informática - AEI e Sustentado pelo Escritório de Projetos e Processos - EPP