BOTÂNICA NA PRAÇA: DIFUNDINDO E POPULARIZANDO A CIÊNCIA POR MEIO DAS PLANTAS #28

Coordenador:
Cláudia Elena Carneiro
Data Cadastro:
10-04-2023 18:31:09
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Cláudia Elena Carneiro
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Botânica, Departamento de Ciências Biológicas,

Resolução Consepe 007/2023
Processo SEI Bahia 07133632022003718981
Situação Ativo
Equipe 9

As plantas estão presentes no nosso dia a dia, seja nas vestimentas, nos utensílios, na alimentação, como ornamentação entre outras formas, no entanto ainda temos dificuldade em reconhecê-las como parte integrante da nossa vida. Isso se deve, principalmente, porque não prestamos atenção às plantas no nosso cotidiano e temos dificuldades em dar a elas a devida importância. Assim, o projeto Botânica na Praça pretende democratizar o conhecimento científico, tecnológico e de inovação sobre a biodiversidade botânica brasileira, por meio da interação com a população em geral, despertando o interesse em saber como a ciência impacta suas vidas e carreiras. Além disso, o evento busca promover o envolvimento dos estudantes e professores da Escola Básica com os estudantes e professores da Universidade, desde o seu planejamento até a sua execução. O projeto em como proposta a realização de evento periódico com caráter expositivo e interativo, através da montagem de estande com plantas, algas e fungos, em praças públicas da região metropolitana de Feira de Santana, sendo aberto ao público em geral. Os estudantes da escola e da universidade atuarão na interação com o público visitante, sendo preparados, orientados e supervisionados pelos respectivos professores. Os visitantes serão convidados a registrar sua presença em um caderno de visitas e a preencher um questionário de satisfação. Após a realização de cada evento, os seus impactos serão avaliados por toda a equipe com base na observação, na vivência e nos registros obtidos durante a sua execução.
A construção do conhecimento decorre de uma relação dinâmica entre Ciência e sociedade, na qual a Ciência determina mutações sociais e as demandas da sociedade indicam novos cursos para a Ciência (Targino, 1999). Nos últimos anos, informações inverídicas e tentativas de descrédito da Ciência se alastraram de maneira marcante pelas redes sociais, distorcendo a noção de realidade de muitos cidadãos (Andrade, 2019). Desse modo, é fundamental que informações confiáveis, baseadas em conhecimento científico codificado para uma linguagem simples sejam difundidas fortalecendo a cultura científica (Rodrigues, 2019). As plantas estão entre os seres mais importantes, menos compreendidos e mais ignorados (Wilkins, 1988). Representam aproximadamente 80% da biomassa na Terra (Bar-On et al., 2018), mas costumam passar despercebidas pela maioria dos cidadãos, frequentemente funcionando como pano de fundo, num cenário que parece ter sido criado para ilustrar a atividade dos animais (Hershey, 1993). A percepção de que as plantas são negligenciadas não é recente (e.g., Nichols, 1919) e suas causas podem ser sensoriais, culturais e etnográficas (Batke et al., 2020). Tornou-se fundamental compreender a importância das plantas, tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente e podermos usufruir de seus benefícios (Parsley, 2020). Entretanto, o contato com as plantas tem se tornado cada vez menor, especialmente em áreas urbanas (Batke et al., 2020). As pessoas, principalmente crianças e jovens estão cada vez cada menos interessadas nelas, fenômeno conhecido como cegueira ou negligência botânica (e.g., Wandersee & Schussler, 2001; Hershey, 2002). Esse desinteresse passou a ser, muitas vezes, subsidiado por professores do ensino fundamental/médio, que abordam conteúdos como diversidade, taxonomia, nomenclatura e fisiologia das plantas, algas e fungos de maneira superficial ou simplificada. Os estudantes e futuros cidadãos, então, acabam não desenvolvendo olhares mais curiosos e interessados, frequentemente ignorando a importância desses organismos, até mesmo para nossa subsistência e bem estar (Parsley, 2020). O número de cursos voltados para plantas e de estudantes interessados em Botânica também tem diminuído mundialmente (Silva et al., 2016; Crisci et al., 2020) e a redução de professores entusiasmados e com conhecimento apropriado tende a reforçar essa cegueira botânica, perpetuando um ciclo vicioso (Strgar, 2010; Salatino & Buckeridge, 2016; Silva et al., 2016). A botânica oferece um enorme potencial para abordagens interdisciplinares e a utilização de espaços não formais de aprendizagem, compatíveis a diferentes realidades, contextos históricos e regionais, propostas e recursos didáticos modernos, com uso da informática e novas tecnologias, aproximando cada vez mais o cidadão do conhecimento científico, estimulando o estudo e uma participação política e ambiental crítica (Silva et al., 2016; Ursi et al., 2018; Neves et al., 2019). A cegueira botânica, portanto, pode ser tratada com a popularização da Botânica, interrompendo um ciclo vicioso de modo a revertê-lo em favor da ciência. O aumento do interesse da sociedade pelas plantas pode impactar a alocação de recursos para a Botânica e para a conservação de plantas, valorizando carreiras nessa área e atraindo interessados de diferentes níveis sociais e acadêmicos, incluindo novos estudantes (José et al., 2019).
Será feito a montagem de um estande em praça pública, com exposição de materiais diversos relacionados às plantas, algas e fungos. Para tanto, serão produzidos materiais diversos envolvendo várias temáticas da Botânica, escolhidos a cada edição. Durante o evento serão utilizadas amostras in natura e secas (herborizadas) de plantas, algas e fungos presentes no nosso cotidiano, modelos didáticos representativos de estruturas vegetais, lâminas histológicas de órgãos vegetais para observação em microscópio, ilustrações de processos biológicos realizados pelos organismos vegetais, utensílios e objetos de origem vegetal, cartazes e panfletos informativos. Os conhecimentos científicos serão apresentados em materiais textuais e imagéticos com linguagem acessível para a população, sendo abordados exemplos do dia a dia, tais como as plantas utilizadas na alimentação, no vestuário, dentre outros. Parte da equipe executora atuará como expositores ou monitores durante a realização do evento, transpondo o conhecimento científico para os visitantes.
Popularizar os conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação por meio de plantas, algas e fungos presentes no cotidiano da população, despertando nestas o interesse em saber como a ciência impacta suas vidas, e propiciando a integração entre universidades e escolas.
- Promover a democratização do conhecimento científico produzido na universidade através de exemplos presentes no cotidiano da população; - Promover a interação entre os estudantes e professores da Escola Básica com estudantes e professores da universidade por meio do diálogo acadêmico e científico, viabilizando a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos relacionados à Botânica; - Proporcionar a reflexão e a construção de novos conceitos e saberes através da associação com o cotidiano; - Estimular em todos os participantes envolvidos a imaginação, a criatividade, o pensamento crítico e integrado sobre os temas de Biologia, correlacionando sustentabilidade, preservação ambiental e economia solidária nos ambientes familiares, escolares e acadêmicos; - Despertar o interesse em saber como a ciência impacta a vida e a carreira de cada cidadão; - Viabilizar ações de alfabetização científica, inclusão e sustentabilidade em temáticas envolvendo a biodiversidade brasileira.
Nas últimas décadas a crise ambiental tem sido um dos assuntos mais discutidos tanto cientificamente, nos grandes centros de ensino e pesquisa, quanto em ambientes não acadêmicos. Embora parte das universidades e centros acadêmicos sejam públicos, o acesso ao que é produzido por estas instituições ainda é intangível. A histórica falta de comunicação entre essas esferas culminou em fenômenos também já conhecidos como as notícias falsas e a desinformação. Hoje, mais do que nunca, é extremamente importante a aproximação entre o pesquisador e o público leigo buscando tornar os assuntos acadêmicos mais palatáveis e atrelá-los ao dia a dia da população. Frente à crise ambiental, apresentar à população algumas das atividades de ensino e pesquisa realizadas por biólogos/botânicos é uma maneira de contribuir com a formação de jovens e crianças, despertar interesses e, ao mesmo tempo, mostrar o que a universidade tem produzido. Quando se consegue agregar a esse processo os atores da escola básica, amplia- se a difusão dos saberes, tornado o conhecimento acessível a todos.

Histórico de movimentação
10-04-2023 18:31:09

Criação da proposta

30-11-2023 23:20:07

Parecer da Câmara de Extensão

Projeto aprovado
10-04-2023 19:33:16

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
10-04-2023 21:56:49

Aprovado

Projeto aprovado
10-04-2023 21:57:19

Ativo

Projeto habilitado para pedido de bolsa extensão
30-11-2023 23:20:07

Aprovado

Projeto aprovado
27-02-2024 09:28:53

Ativo

Preenchimento completo.
v1.4.12
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