Programa Interdisciplinar de Popularização da Ciência: Observatório Astronômico Antares & Museu Antares de Ciência e Tecnologia. #31

Coordenador:
Carolina de Oliveira de Cerqueira Lima
Data Cadastro:
10-04-2023 22:14:13
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Paulo César da Rocha Poppe
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Observatório Astronômico Antares,

Resolução Consepe 137/2009
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Ativo
Equipe 24

Em 2009, ao completar os 400 anos das históricas observações telescópicas realizadas pelo italiano Galileu Galilei (1564-1542), além da publicação do livro "Astronomia Nova" por Johannes Kepler (1571-1630), a 62.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas declarava o mesmo como o "Ano Internacional da Astronomia", aberto oficialmente na sede da UNESCO em Paris, nos dias 15 e 16 de Janeiro de 2009 e encerrado em uma solenidade realizada nos dias 9 e 10 de Janeiro de 2010 na Universidade de Pádua (Itália). A iniciativa representou uma excelente oportunidade para que as mais diversas pessoas pudessem ter contato com a Astronomia e perceber o papel desta ciência no enriquecimento das culturas humanas. Além disso, serviu como uma plataforma para informar o público sobre as mais recentes descobertas astronômicas e destacar o papel essencial que esta ciência pode promover nos espaços formal e não-formal de ensino. Motivados então pelo contexto descrito acima e também pelos financiamentos obtidos em dois projetos acadêmicos iniciais (VITAE, CNPq), um número significativo de ações de ensino, pesquisa e extensão universitária levaram ao desenvolvimento de um Programa Interdisciplinar de Divulgação Científica e de Popularização da Ciência no Observatório Astronômico Antares/Museu Antares de Ciência e Tecnologia da UEFS, OAA/MACT-UEFS, no qual objetiva ter na Escola o eixo de mudança, no Estudante/Professor o centro da reforma e na Sociedade o foco dessa transformação. A Astronomia representa a ciência motivadora para as ações interdisciplinares realizadas no OAA/MACT-UEFS.
O intenso processo de desenvolvimento econômico do fim dos anos sessenta e a emergência de expressivos setores urbanos da sociedade, realizaram uma pressão considerável sobre a instituição “Escola”. Por um lado, acreditava-se que a educação escolar poderia suprir as necessidades de mão de obra especializada que a indústria requeria; por outro, se tornava urgente expandir a rede escolar para dar conta da crescente demanda. Assim, bem ao modo da política governamental de então, realizou-se a reforma do ensino e a profissionalização no Ensino Médio. A Lei 5.692, apropriando-se de inúmeras contribuições das correntes renovadoras do pensamento educacional brasileiro, apresentou-se ao público como verdadeiros instrumentos de remissão. Encurtando a análise desses aspectos, é fato que o ensino “degenerou” em nossas Escolas, e este o parecer corrente entre educadores e professores de diversas áreas de ensino. Talvez possamos apontar como determinante nessa degeneração, a reforma de 1971 e a sua apressada aplicação. Obviamente, o ensino de Ciências acompanhou – ou capitaneou – esse processo de degradação. Nos currículos de Ciências e no ensino propriamente dito, as chamadas Ciências Biológicas assumiram um papel preponderante. Os professores (em considerável quantitativo) que ocuparam as disciplinas de Ciências, não apresentavam habilitação real para o ensino de conteúdos nas áreas de Astronomia, Física ou de Química. Desse modo, estas passaram a aparecer apenas no antigo 2º Grau ou, quando muito, realizava-se um arremedo lamentável nos últimos meses de aula das 8as Séries. No antigo 2º Grau, a “profissionalização” indiscriminada e involuntária dos jovens trouxe de presente uma acentuação nas dimensões técnicas das ciências naturais. A pragmatização (no sentido mais rasteiro do termo) do ensino de Ciências, transformou o que deveria ser debates e discussões científicas de sala de aula em soluções de “probleminhas” com um nível de mecanização assustador. Podemos notar a forte influência deformadora exercida pelos “esquematismos” dos cursinhos pré-vestibulares e a utilização desenfreada de fórmulas (aliás um termo bem adequado) que substituem as leis e os conceitos fundamentais das diversas teorias. Esse quadro colocou o ensino experimental definitivamente na esfera daquelas coisas interessantes, porém, impraticáveis nas Escolas. O cenário é tal que muitos estudiosos creem que, atualmente, nem os professores estão capacitados a oferecer um curso de Ciência alicerçado na experimentação e na reflexão crítica de seus resultados. Uma expressão significativa desta degeneração é a proposta surgida pouco anos após a reforma, de formar professores “curtos”, polivalentes de Ciências e Estudos Sociais. Tal figura apareceria nos Cursos de Licenciatura Curta, realizados em Instituições de Ensino Superior. Quem perdeu com esse quadro foram, obviamente, as pessoas que ousaram bater à porta da Escola pedindo ingresso e a Nação como um todo, pois não soube – ou foi impedida – de aproveitar este potencial humano na formação de uma cultura científica de massa. Em 1998, na sequência das ações, são consolidados, em dez volumes, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram implementados com o propósito de constituírem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. Por abrangerem inúmeros fatores, as diretrizes ali presentes permitiam o seu uso com objetivos distintos, conforme o contexto/realidade em que a Escola estava inserida. Além disso, a forma como foi estruturado possibilitava aos professores(as) da educação iniciar a sua leitura por diferentes partes, sem seguirem uma ordenação a priori. Em abril de 2017, o MEC entregou a versão final da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao Conselho Nacional de Educação (CNE), como um documento normativo que definia o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Desse modo, a BNCC e o PCN organizam os conteúdos e orientações pedagógicas em eixos de aprendizagem de acordo com o nível escolar, determinando quais são os assuntos relevantes que precisam ser apreendidos pelos alunos de acordo com o nível de escolaridade em que os mesmos se encontram. No contexto atual, com o sem a BNCC, a entidade Escola não é a mesma. O sentimento é de perda de vários valores. No caso da ciência, a situação é bastante sensível em vários aspectos: quer seja pela contínua formação dos professores, quer seja pela falta de laboratórios, bibliotecas, recursos de informática, etc. De que forma os espaços não-formais de ensino, como museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas de forma bem direcionada, com um objetivo definido, podem contribuir? Os museus (como o OAA/MACT) e centros de ciências (como o futuro LICEU - (Laboratórios Integrados de Ciências e de Estudos do Universo) estimulam a curiosidade dos estudantes e do público em geral. Esses espaços oferecem a oportunidade de suprir, ao menos em parte, algumas das carências que as escolas apresentam, como a falta de laboratórios, recursos audiovisuais, entre outros, conhecidos por estimular o aprendizado. Desse modo, podemos afirmar que o objetivo principal deste Programa, com várias atividades (para todas as idades e interesse) sendo oferecidas no Observatório Astronômico Antares e no Museu Antares de Ciência e Tecnologia, será o de despertar o espírito científico, a curiosidade tecnológica e o gosto pelas ciências, animadas necessariamente pela indissociável tríade ensino, pesquisa e extensão. Na verdade, consiste numa tentativa de oferecer contribuições (e possivelmente soluções) para as seguintes questões: Como estimular nos adolescentes e jovens, o interesse pela ciência e pela pesquisa? Como tornar a ciência e suas conquistas tecnológicas acessíveis à população?
Para alcançar os objetivos propostos de divulgação e de popularização científica no OAA/MACT-UEFS, implementamos o Programa de Visita Orientada (PVO) com uma estratégia que permite ao público visitante um atendimento organizado, orientado, qualificado e gratuito, com discussões sobre as diversas temáticas abordadas nas exposições científicas interdisciplinares ora disponíveis. No caso particular dos estudantes, destacamos que as atividades estão diretamente relacionadas, sempre que possível, com os Objetos de Aprendizagem presentes na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). As visitas podem ser realizadas de forma individual ou em grupo, no qual incluem as seguintes exposições científicas: 1. Planetário: São apresentados temas envolvendo vários aspectos da Astronomia, tanto histórico como atual, associados aos conteúdos de aprendizagem trabalhados em sala de aula; 2. Parque dos Dinossauros e Pterossauros do Brasil: Incluem temas de Biologia (animais pré-históricos (carnívoros e herbívoros) e vegetação) e de Geociências, como as Eras, Continentes, Clima e Relevo. 3. A Conquista da Lua: Os temas abordados envolvem os campos da Astronáutica, como lançamento de foguetes, astronautas e experimentos de resistência física. No caso da Astronomia, o sistema Terra-Lua e o conceito de gravidade. Na parte da História, relacionamos a conquista espacial com a Guerra Fria, estabelecida entre as duas potências da época, Estados Unidos e a antiga União Soviética. 4. Stonehenge (~2500 a.C.): Trata-se de uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras, que chegam a ter 5 metros de altura e a pesar quase 50 toneladas, localizada na Inglaterra no condado de Wiltshire. No OAA/MACT, por falta de manutenção, a exposição em fibra de vidro foi totalmente degradada pela ação do tempo (Sol e Chuva), restando, apenas, uma representação artística no muro interno. Como um possível observatório pré-histórico, são abordados temas como movimento celeste, estações do ano e calendário. 5. Relógio do Sol: Uma estrutura em alvenaria que permite discutir o movimento celeste, sistema de coordenadas, estações do ano, pontos cardeais, planos fundamentais, etc. 6. Pêndulos: Trata-se de um experimento que permite discutir de forma simples a medida da aceleração local da gravidade. 7. Experimentos Interativos de Ciências: Vários experimentos que permitem abordar aspectos da Mecânica, Termologia, Acústica, Óptica, Eletricidade e Magnetismo. 8. Era dos Mamíferos: A Aurora da Humanidade: Uma exposição que retrata o surgimento dos primeiros mamíferos que conviveram com a espécie humana, na época, habitando cavernas e com atividades de coleta e caça. 9. Observações Telescópicas: Representam sessões de observação noturna com os telescópios automatizados, de grande procura pelo público. 10. Espaço Natureza: Coleções Osteológicas de Répteis, Mamíferos, Aves, Anfíbios e Peixes. 11. Meteorito de Bendegó: Representa a exposição mais do OAA/MACT e trata da origem histórica e aspectos relacionados à Formação do Sistema Solar. Os bolsistas de vários cursos de graduação da UEFS são devidamente orientados em projetos individuais para transmitir as informações de cada exposição científica tratada acima, transformando, dessa maneira, a visita em um roteiro científico inesquecível.
Divulgar e popularizar a ciência através de ações interdisciplinares no campo da Astronomia que despertem o interesse de crianças, jovens e adultos.
1. Consolidar o OAA/MACT-UEFS como um espaço não-formal de ensino para a popularização da ciência junto às escolas e o público em geral; 2. Incrementar a desejável integração entre a Universidade e a Sociedade; 3. Abordar aspectos científicos do dia a dia por meio de exposições científicas diversificadas; 4. Elaborar e realizar atividades científicas (palestras, observações telescópicas, feira de ciências, etc.) junto às escolas públicas e particulares, percebendo nos(as) professores(as) os verdadeiros agentes integradores e multiplicadores do processo de divulgação e popularização científica; 5. Resgatar, valorizar e ampliar o ensino de ciências nas escolas dos municípios que compõem o Território do Portal do Sertão; 6. Consolidar as atividades itinerantes de ciências nas diversas cidades do Estado da Bahia.
É notório que a ciência e as modernas conquistas tecnológicas têm desempenhado um papel significativo e crescente em todos os aspectos da Sociedade. Por exemplo, é sensível, quer seja nos grandes centros urbanos ou nas zonas rurais, a presença acentuada da internet nas relações de trabalho ou no dia a dia das pessoas. Ao conectar as pessoas, a internet tornou o processo de comunicação mais rápido, além de permitir o desejável acesso ao conhecimento científico. No entanto, diante de uma análise crítica, percebemos que os caminhos a serem seguidos não são lineares e acabam gerando sérios problemas e distorções, a exemplo do terraplanismo e da rejeição a vacinação. Embora a internet tenha revolucionado as nossas vidas, a possibilidade de interação científica proporcionada por espaços não-formais como centros e museus de ciências continuam únicas. Estatísticas revelam que na América Latina (e em uma escala muito maior na Europa e nos Estados Unidos) existem aproximadamente 20-30 grandes Centros e Museus de Ciência, cada um recebendo aproximadamente 1 milhão de visitantes por ano, sem levar em conta uma centena de pequenos e médios Centros que recebem juntos outros milhares de visitantes. O OAA/MACT representa um desses espaços e presentes na ABCMC (Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências), com um histórico que remonta o início dos anos 70. Durante várias décadas, foi a única instituição no Estado da Bahia a promover atividades acadêmicas na área de Astronomia, uma trajetória frutífera que possibilitou em 2006 a sua inclusão na pesquisa nacional sobre a Percepção Pública da Ciência e Tecnologia, produzida pelo então Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, órgão da Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia. No relatório técnico elaborado na época, o OAA/UEFS alcançou 2% de participação dentre as diversas instituições que se dedicam a fazer pesquisa científica em nosso país, segundo o levantamento do interesse, grau de informação, atitudes, visões e conhecimento que o(a)s brasileiro(a)s têm da Ciência e Tecnologia. Em 2009, como parte natural das ações de crescimento institucional, ocorre a inauguração do Museu Antares de Ciência e Tecnologia (MACT), com a missão basilar de ser o veículo de divulgação científica e tecnológica do OAA/UEFS no Estado da Bahia. Do exposto, a partir deste rápido histórico, podemos afirmar que o OAA-MACT/UEFS, no que concerne à Astronomia, é a principal referência desta ciência no Estado da Bahia (http://www.antares.uefs.br/), agregando uma relevante participação na região Nordeste e no cenário nacional, consolidada pelo esforço e o compromisso que vem sendo realizado ao longo do tempo pela qualificada e competente equipe de professores e servidores técnico-administrativos. Portanto, este Programa encontra-se ancorado em uma Instituição reconhecida, conceituada e socialmente referenciada que contribui (igualmente com as demais Instituições de Ensino Superior baianas) para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitária no Estado da Bahia.

Histórico de movimentação
10-04-2023 22:14:13

Criação da proposta

13-04-2023 13:44:41

Parecer da Câmara de Extensão

Programa aprovado
13-04-2023 11:22:11

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
13-04-2023 13:44:41

Aprovado

Programa aprovado
13-04-2023 13:45:17

Ativo

Habilitado para pedido de bolsa extensão
v1.4.12
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