Projeto Parada da Leitura #34

Coordenador:
Luciana Silva Santos
Data Cadastro:
11-04-2023 12:52:23
Vice Coordenador:
Girleide de Oliveira Souza
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Luciana Silva Santos
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Sim (Colégio Estadual José Ferreira Pinto)
Unidade(s):
Biblioteca Central Julieta Carteado,

Resolução Consepe 105/2022
Processo SEI Bahia 07137802022002154688
Situação Ativo
Equipe 15

O Projeto Parada da Leitura é uma ação de extensão bibliotecária que incentiva a prática da leitura livre a partir da criação de novos espaços de interação entre o leitor e o livro dentro do Campus da UEFS. Oriundo de uma ação sócio cultural, sistemática, desencadeada pelo Projeto Piloto iniciada em 2015 com a disponibilização de livros de literatura doados, por parceiros e usuários do Sistema Integrado de Bibliotecas da UEFS, em pequenas estantes artesanais, confeccionadas a partir do reaproveitamento de caixotes de madeira, instaladas nos pontos de paradas de ônibus do Campus UEFS. O projeto prevê a participação do leitor de diferentes maneiras: a) podendo ler, b) levar para casa, c) devolver para compor o acervo dos pontos da Parada da Leitura. Metodologicamente o projeto consiste na criação de espaços mediados de interação entre o leitor e obras impressas e, também, obras em formatos digitais, a partir da disponibilização de QR Code para acesso a obras de domínio público ou licenciadas com permissão de redistribuição não comercial. A mediação da leitura é será feita por profissionais bibliotecários, responsáveis pela seleção e a disponibilização das obras nos espaços de interação (pontos de parada de ônibus, escolas da comunidade do entorno e espaços de sociabilidade da comunidade acadêmica), bem como pela gestão e avaliação do projeto. Epistemologicamente o projeto está lastreado nos conceitos de serviço de extensão bibliotecária (COELHO e CONCEIÇÃO, 2014) enquanto condição de possibilidade do papel social da biblioteca universitária na perspectiva da mediação da leitura, conceito apresentado por Michèle Petit (PETIT, 2009). O projeto pretende atender ao público circulante no Campus da UEFS de Feira de Santana, comunidade interna e externa, com destaque para a inclusão de espaço de interação livro-leitor no Colégio Estadual José Ferreira Pinto, no bairro de Campo Limpo, comunidade do entorno da Universidade.
A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante. Antônio Cândido, 2011. As bibliotecas ao longo dos anos exerceram seu papel na sociedade como guardiãs do saber, sempre voltadas para cuidar e preservar a informação, organizando-a para que o usuário encontrasse o que desejasse. O movimento era geralmente de passividade, organizar e aguardar os usuários virem à biblioteca. Contudo, esse movimento passou por transformações, devido à própria dinâmica da sociedade, de uma lado parte da população cada vez mais exigente nas suas necessidades e do outro lado, parte da população, cada vez menos assistida no que se refere às suas necessidades básicas. Segundo Caldin (2005) “Em um mundo em constantes mudanças, globalizado, não cabem mais os procedimentos ditos tradicionais. O bibliotecário tem de largar seu papel passivo, de mero processador técnico de livros e desempenhar um papel ativo: agente de mudanças sociais.” Nesse contexto, o bibliotecário abre mão do profissional mais técnico para assumir o papel de profissional mais voltado para comunidade que o cerca, trazendo mais significado para sua atuação como agente transformador da sociedade. Entendendo a biblioteca como organismo vivo, localizada geograficamente em um espaço social e tendo como função atender as necessidades informacionais dos seus usuários sejam eles potenciais ou reais, a biblioteca precisa voltar seu olhar para a comunidade que a cerca e não só a que lhe procura. É preciso atravessar as paredes, os muros, as ruas e ir de encontro ao usuário. Segundo uma bibliotecária citada por Petit (2009) “Antes, estávamos mais voltados para os livros; hoje, para as pessoas”. Diante desse cenário, as atividades de Extensão bibliotecárias tem por finalidade levar os serviços e produtos para além do espaço físico da biblioteca, indo ao encontro daqueles que por algum motivo não frequentam o espaço da biblioteca. Dessa forma a biblioteca se mostra, cria laços, forma leitores, promove o livro e a leitura e assume sua responsabilidade social como importante instrumento de mediadora cultural. Pensamento que também é defendido por Coelho e Conceição: [...] as bibliotecas dão início ao serviço de extensão bibliotecária saindo da postura passiva de esperar os usuários em seu espaço fixo para levar seus serviços a comunidades mais distantes fisicamente e a todos aqueles que se encontram impossibilitados de se deslocarem até as bibliotecas fixas, realizando assim atividades extramuros. (COELHO; CONCEIÇÃO, 2014, p.64) Em uma sociedade voltada para a informação é necessário e urgente formar leitores, e em especial no Brasil, onde temos índices baixíssimos quanto ao exercício da leitura, fica mais gritante ainda a necessidade da leitura fazer parte do cotidiano das pessoas, principalmente aquelas menos favorecidas. Dessa forma, a atividade de Extensão bibliotecária, como a formação de leitores, vem colaborar para o crescimento intelectual da comunidade que faz parte, contribuindo para formar cidadãos conscientes, com senso criativo e crítico. A leitura liberta, desconstrói para construir, promove, no cidadão, a formação social, intelectual, cultural e crítica. De acordo com Coelho e Conceição (2014) “são iniciativas para fomentar o hábito da leitura que irão despertar a população para que esta saiba do que está sendo afastada e cobre a implantação de bibliotecas públicas de qualidade e acesso a informação”. Para Ranganathan (2009) apud Coelho e Conceição (2014) em se tratando do papel da biblioteca, ele diz que “sua finalidade consiste em transformar não-leitores em leitores, criar e estimular o desejo pela boa leitura e reunir o livro ao leitor”.
O projeto Parada da Leitura foi iniciado em 1995, pela Biblioteca Central Julieta Carteado, órgão gestor do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana (SISBI-UEFS), como projeto de Extensão bibliotecária que consiste em disponibilizar espaços de interação livro-leitor em pontos de parada de transporte coletivo municipal e intermunicipal do Campus de Feira de Santana. A metodologia do projeto consiste nas seguintes etapas: a) sensibilização do público para captação de material (livros e periódicos); b)seleção do material e mediação do conteúdo; c) disponibilização do material nos postos de interação livro-leitor; d) monitoramento e avaliação do projeto. Meta 1 - Sensibilizar o público para captação de material (livros e periódicos) Nessa etapa do projeto é realizada uma campanha para fomentar a doação de material (livros e periódicos) para alimentar os pontos de interação leitor-livro, com a elaboração de materiais de divulgação para as redes sociais do SISBI-UEFS e materiais de divulgação impressos para murais (cartazes). O objetivo da campanha é garantir a oferta de livros e períodos nos postos de interação leitor-livro com regularidade. Os pontos de coleta são a Biblioteca Central Julieta Carteado e as bibliotecas setoriais. Meta 2 - Selecionar os materiais a serem disponibilizados nos pontos de interação O material arrecadado com as doações é selecionado e separado pela natureza de seu conteúdo (literatura, didático, científico, de informação), direcionando o material para os pontos de interação leitor-livro por perfil do público (Campus universitário ou unidade escolar). No que se refere à disponibilização de material digital, é elaborado um catálogo com uma seleção de livros digitais de domínio público, resumo das obras e QR Code para acesso, disponibilizando em display específico nos pontos de interação leitor-livro. Meta 3 - Instalar os pontos de interação leitor-livro Nessa etapa são instalados os suportes para os materiais impressos (livros e periódicos) e os suportes para os materiais digitais (display em acrílico para indicação de livro digital e QR Code para acesso) nos pontos de interação leitor-livro selecionados previamente. O projeto já funcionou com 03 (três) pontos nas paradas de transportes municipais no Campus. A proposta atual prevê a ampliação para mais 02 pontos de interação leitor-livro, sendo um ponto no Colégio Estadual José Ferreira Pinto e outro no Restaurante Universitário da UEFS, ampliando para 05 (cinco) pontos da Parada da Leitura. Os suportes para os materiais impressos serão de material resistente às intempéries (chuva, sol, poeira) e com condição de comportar até 10 (dez) exemplares de livros ou periódicos. O suporte para a indicação do livro digital será um display simples para papel tamanho A4. Meta 4- Monitorar e avaliar o projeto Essa etapa do projeto será realizada mensalmente com reuniões de monitoramento e avaliação com a equipe do projeto, subsidiada pelos dados dos materiais mais acessados pelos leitores e pesquisas de satisfação dos usuários. Periodicamente será aplicado questionário com os os leitores usuários para levantamento do perfil e de sugestões de melhoria na execução do projeto.
Fomentar o acesso à leitura e à informação através da disponibilização de espaços de interação leitor-livro, mediados por bibliotecários, no Campus da UEFS de Feira de Santana e no Colégio Estadual José Ferreira Pinto no bairro de Campo Limpo.
a) Estimular a prática e o gosto da leitura através da disponibilização de obras literárias, em formato impresso e digital, em pontos de parada de transporte municipal e intermunicipal, escolas públicas e espaços de convivência na universidade e na comunidade do seu entorno. b) Democratizar o acesso à informação para as comunidades escolares de bairros periféricos por meio do serviço de Extensão bibliotecária; c) Promover a articulação entre o Sistema Integrado de Bibliotecas da UEFS e a comunidade de seu entorno.
O Sistema Integrado de Bibliotecas da UEFS – SISBI UEFS foi criado em 1997, por meio da Portaria nº 689/97, tendo como objetivos: integrar as ações informacionais da UEFS e subsidiar o desenvolvimento das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Possui as funções de organizar e disseminar a informação, apoiado em novas tecnologias de acesso, para subsidiar o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, visando contribuir para o desenvolvimento educacional e cultural de Feira de Santana. O SISBI UEFS é uma unidade organizacional, vinculada à Reitoria e diretamente subordinada ao Reitor, constituída pela Biblioteca Central Julieta Carteado - BCJC e por sete bibliotecas setoriais. A BCJC foi criada em 31 de maio de 1976, como órgão suplementar da então Fundação Universidade de Feira de Santana, funcionando , por 10 anos, em local adaptado. Apenas em 1986, mudou-se para prédio próprio. Em 1994, passa a se chamar Biblioteca Central Julieta Carteado - BCJC, em homenagem póstuma à sua primeira diretora, a bibliotecária Julieta Carteado Monteiro Lopes, que respondeu pelo cargo durante 12 anos. Em 31 de julho de 2019, um memorial foi inaugurado, em sua homenagem, aberto à visitação nas instalações da Biblioteca. Além de se constituir em órgão central executivo, é responsável pelo planejamento e administração do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana – SISBI UEFS, ao longo dos anos, a BCJC se consolidou em um equipamento de difusão cultural, com a utilização do hall de entrada para a realização de exposições artísticas, apresentações culturais e exposições acadêmicas e de difusão do conhecimento, realizando ações extensionistas no campo da formação de leitores, mediação da leitura e capacitação de profissionais de bibliotecas públicas e centros de informação. Uma das dimensões de atuação da BCJC, enquanto biblioteca universitária, é a dimensão extensionista alinhada com as diretrizes estabelecidas pela Resolução CONSEPE nº 127/2020 que em seu artigo 2º define: A extensão no âmbito da Universidade Estadual de Feira de Santana — UEFS — é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, técnico-científico e político que promove a interação transformadora entre a Universidade e outros setores da sociedade, mediada por alunos de graduação e pós-graduação orientados por servidores docentes ou então técnicos ou analistas universitários, dentro do princípio constitucional da indissociabilidade com o ensino e a pesquisa. (UEFS, 2020, p.1) Em 2014, a Biblioteca Central Julieta Carteado iniciou o piloto do Projeto Parada da Leitura que foi executado até o ano de 2017. Na sua versão piloto, o projeto consistiu em disponibilizar, nas três paradas de transporte público do Campus da UEFS, pontos de interação leitor-livro instalados em estantes adaptadas, confeccionadas em caixotes de madeira. O projeto consistiu no recebimento de livros e revistas através de campanha de doação, o identificação do material com carimbo e etiqueta específicos e disponibilização nos pontos de ônibus do Campus. Em 2015, a equipe executora do projeto piloto distribuiu 715 (setecentos e quinze) materiais, entre revistas e livros, e realizou a primeira pesquisa de satisfação com os usuários para avaliar a execução e recolher sugestões de melhorias. A pesquisa consistiu em um questionário semi-estruturado de dez questões, sendo três questões sobre o perfil do usuário e sete questões sobre o desenvolvimento do projeto, aplicada em uma amostra de 37 (trinta e sete usuários) no intervalo de trinta dias. Dos dados obtidos com a pesquisa, tem-se que 86,5% dos entrevistados são alunos de Graduação, sendo que 70,2% tem de 17 a 25 anos e 69,4% são do sexo feminino, o que indica o perfil dos usuários que circulam nos pontos de parada de transportes públicos em que se encontravam os pontos de interação leitor-livro. A pesquisa, além de permitir identificar o perfil do público do projeto piloto, forneceu subsídios para o aprimoramento do projeto, através das questões abertas que solicitaram sugestões de melhoria dos usuários. Questionados sobre os pontos positivos do projeto, os entrevistados responderam que fatores como o incentivo à leitura, a disponibilização de materiais para a leitura nos pontos, a variedade de conteúdos e o acesso facilitado seriam pontos positivos. Alguns entrevistados destacaram que “além de promover a leitura de diversos temas promove a integração entre as pessoas que estão no ponto de ônibus” (entrevistado) e que o projeto “é uma maneira inovadora de chamar a atenção do leitor, colocando os livros em um local no qual passamos muito tempo”. Quando questionados sobre o que poderia ser melhorado no projeto, os entrevistados observaram que poderia haver mais divulgação do projeto, além de serem disponibilizadas leituras em outras línguas, e disposição de uma maior variedade de títulos. Os dados da pesquisa de satisfação demonstram o alcance dos resultados esperados com projeto modelo do Parada da Leitura e apontam para a necessidade de continuidade e uma versão mais abrangente, como a proposta nessa versão do projeto de Extensão. Através do projeto Parada da Leitura, a Biblioteca Central Julieta Carteado, inserida nos bairros de Novo Horizonte e Campo Limpo, territórios marcados pela vulnerabilidade social, se propõe a disponibilizar para a comunidade universitária e para a comunidade escolar do Colégio Estadual José Ferreira Pinto, “o acesso à leitura e à informação, direitos básicos de cidadania e de formação” (NOVAES, BESNOSIK, REIS, 2016, p.88) a partir da oferta do serviço de extensão bibliotecária de fomento do acesso à leitura e à informação através da disponibilização de pontos de interação leitor-livro. O propósito do projeto é promover o acesso à leitura através da disponibilização de livros, em formato impresso, nos pontos de parada de transporte municipal e intermunicipal do campus universitário da UEFS e no Colégio Estadual Francisco Pinto, no Conjunto Feira VI, Campo Limpo, bem como em formato digital (através de QR Codes de obras de domínio público), em locais de grande circulação no Campus universitário, nos ônibus de transporte de servidores, no Restaurante Universitário da UEFS. A disponibilização dos livros físicos e dos livros digitais, através de QR Codes, será acompanhada de ações articuladas de mediação da leitura desenvolvidas pelos profissionais do SISBI UEFS. O projeto tem como resultados esperados a formação de leitores, o estímulo ao gosto pela leitura, notadamente à leitura literária, promovendo, desse modo, a ampliação de repertório, ao tempo que o acesso à informação e à cultura, permitindo o direito à Literatura aos transeuntes do Campus, como afirma Antônio Cândido (2011).

Histórico de movimentação
11-04-2023 12:52:23

Criação da proposta

11-04-2023 16:36:37

Parecer da Câmara de Extensão

Projeto aprovado
11-04-2023 16:24:15

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
11-04-2023 16:36:36

Aprovado

Projeto aprovado
11-04-2023 16:36:37

Aprovado

Projeto aprovado
11-04-2023 16:38:07

Ativo

Projeto habilitado para pedido de bolsa extensão
v1.4.12
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