Os primeiros relatos de manifestações teatrais deram-se na Grécia Antiga nas procissões em homenagem ao deus do vinho, Dionísio. Nessas procissões, os participantes se embriagavam, cantavam, dançavam e apresentavam diversas cenas das aventuras de Dionísio. O teatro foi se desenvolvendo através do aprimoramento de suas técnicas e extensão de temas abordados. Hoje, através dos conhecimentos de técnicas teatrais é possível entreter o público através da relação de envolvimentos sentimentais com quaisquer assuntos que se deseja abordar. Em geral os assuntos abordados levam a reflexões sobre a cultura do público alvo, uma vez que atraem mais a atenção deste, já que se identifica com os espetáculos. Como a ciência faz parte da cultura humana, seja através das tecnologias que compramos e usufruímos ou de teorias que explicam fenômenos naturais que costumamos ver todos os dias, a ciência é um assunto que não poderia deixar de ser abordado nos palcos. Construímos um grupo de teatro amador voluntário intitulado de Circo Teatro da Física vinculado ao DFIS da UEFS. Inicialmente apresentamos a peça “Uma Viagem pelos Céus”, escrita pela Mr. Silvia Helena Mariano de Carvalho da Universidade de São Paulo, e adaptada para nossa apresentação por Juan Leyva e Tamila Marques da Universidade Estadual de Feira de Santana, em vários eventos (como por exemplo, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia,2008). Nesse trabalho projeto houve a participação de estudantes de graduação e de estudantes de ensino médio do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho. A peça relata uma conversa entre uma vovó idosa e seus dois netos, sentados ao redor de um monte de areia. “Durante o diálogo os personagens, que contribuíram com suas idéias e descobertas, se apresentam no palco (Pitágoras, Aristarco de Samos, Isaac Newton, dentre outros). Foram abordados os conceitos do geocentrismo, heliocentrismo, leis de Kepler, gravitação de Newton e as teorias da relatividade de Einstein. Neste ano, apresentamos a peça “Einstein Apaixonado”, uma adaptação de Juan Leyva e Tamila Marques do filme “O jovem Einstein” (escrito por Yahoo Serious e David Roach) em alguns estabelecimentos educacionais de Lençóis-BA , durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, 2009. A peça é uma paródia bastante humorada da vida de Einstein. O elenco foi constituído por estudantes de graduação da universidade. Nas apresentações, cientistas ilustres comparecem no palco (Einstein, Preston, Marie Curie, Rutherford e Newton) e são abordados como foco principal conceitos de Física Moderna (equivalência massa-energia, radiação). As experiências cultivadas nas apresentações do grupo de teatro até o momento foram satisfatórias, sendo muito bem aceitos por parte da comunidade universitária e pelo público alvo, não entanto, consideramos que ainda é pouco, em comparação ao desafio de resolver o grande problema da educação, sobre tudo o motivacional que temos enfrente em nosso papel como educadores, em nossa região e em nosso País. Nesta oportunidade queremos continuar nossos trabalhos de ensino e divulgação da Física numa nova etapa através deste projeto intitulado de “Física no Palco”, onde tratamos de temas curiosos ligados à Física muito mais próximos da nossa realidade do que imaginamos.

O projeto será composto estudantes e professores do DFIS. A equipe será responsável para criação dos roteiros das peças teatrais e sua posta cénograficas e participação em diferentes atividades dentro e fora da UEFS. Ênfase será dada em inserir alguns aspectos da cultura local, e novas linguagens corporais para mostrar os conteúdos da Física. A metodologia de trabalho, portanto, envolve vários elementos desde a criação do script ou roteiro da peça até a preparação e montagem do cenário dos quais os atores fazem parte. Tudo isto requer várias horas de ensaio. Vale ressaltar que a proposta de Física no Palco encontra-se em interação com a proposta pedagógica do Curso de Física e da UEFS. Desde a sua criação participamos das atividades de extensão do Departamento de Física por meio da semana da Física e de Iniciação Científica. Também participa das atividades em nível de Universidades apresentando-se em eventos relacionados à Ciência como um todo. Além disso, o projeto apresenta uma grande contribuição na preparação dos alunos em sua futura atuação profissional, pois nele mostramos aos futuros professores uma maneira alternativa de se apresentar os conteúdos físicos. Além de incentivar o amor para com as atividades acadêmicas. As tarefas de trabalho envolvem várias ações para executar o projeto, dentro as quais destacam-se o estudo e preparo das peças de teatro, a montagem dos cenários, a divulgação das apresentações dentre outras. Por fim, podemos ressaltar que o impacto social é muito grande porque pela consolidação do funcionamento do projeto a quantidade de público alvo tenderá a aumentar significativamente para possibilitar a existência de uma maior probabilidade de cumprir-se nossos objetivos. A ação da atividade teatral possui um caráter transformador-educativo e motivador, principalmente nos estudantes do ensino médio. A resposta da ação do grupo de teatro poderá ser vista no aumento do número de ingressados na UEFS nas áreas de Ciências Exatas principalmente no curso de Física, assim como motivar aos alunos a aprender e estudar Física no ensino médio.

O nosso trabalho não objetiva dar uma aula de Física com aprofundamento das teorias, e sim motivar o público a questionar e estudar os conceitos da Física tratados nas peças.

1. Buscamos fazer apresentações em espaços não formais, de forma lúdica e impactante, contando histórias curiosas dos cientistas, juntamente com suas grandes invenções e mostrando a importância da Física para a realidade do público. 2. Divulgação e ensino da Física na região de Feira de Santana, no semi-árido baiano, bem como demais regiões do estado da Bahia..

É fato como a evolução do ensino no percurso do conhecimento humano tem criado o paradoxo da Coexistência entre as Ciências Exatas e a Arte. È comum encontrar nos centros acadêmicos desde os níveis de ensino médio e nas próprias universidades alunos que por determinadas influencias, sejam familiares, sociais ou de qualquer fonte, dedicam-se a estudar com mais atenção uma dada área em detrimento de outras, está última quase sempre é a Física (às vezes chamada de “bicho papão”). Partindo de um enfoque da lógica comum, sabemos que o mundo que nos rodeia não é só Física nem só Arte. O mundo complexo em que vivemos não só une a Física-e-a-Arte senão todos os outros campos do saber criados pelo homem e é sem dúvidas tudo o que existe de forma material e imaterial. Se quisermos formar pessoas para serem bons profissionais numa área bem específica e ao mesmo tempo saibam compreender e explicar a maioria dos fenômenos naturais que se produzem ao redor dele, então teremos um grande desafio a diante: resolver o paradoxo citado anteriormente, dentre outros. Existe um dito muito popular que seguramente todo aquele que estuda Física identificar-se-iam com ele. Quando alguém lhe pergunta o que estuda, e Você responde Física, quase sempre as primeiras palavras do questionador são: Você está LOUCO! Lógico essa referida Loucura não é a diagnosticada clinicamente e sim uma brincadeira, dando entender que a opção de estudar Física (e em geral algumas Ciências exatas como Matemática e Química) não é a que faz mais feliz a nossos jovens estudantes. O problema aflora quando se escutam freqüentemente diversos comentários principalmente dos estudantes de ensino médio de que não gostam e temem a Física e de modo geral a consideram como uma disciplina difícil e complicada de entender. Vários projetos atualmente intentam resolver o nosso paradoxo, e grandes passos resultados tem sido dado. Algumas Universidades no Brasil tem criado os chamados grupos circo da física e outros têm realizados experiências utilizando as artes cénicas para o ensino da Física. A falta de informação nas Universidades por parte dos discentes na própria carreira de Física muitas vezes é preocupante, é comum encontrar grandes quantidades de alunos que não sabem a que área específica se dedicar nas pesquisas e sobre tudo o que vão fazer uma vez graduados. Com a idéia de melhorar a comunicação com o público alvo a través do teatro e assim divulgar e ensina assuntos da física em espaços não formais, e com a intuição apoiada na importância da relação entre física e a arte, é que fazemos a atual proposta de Física no Palco. Apoiados na trabalho recente do projeto Circo teatro da Física criado em nosso departamento e das experiências cultivadas neste trabalho são as principais circunstâncias que favorecem a execução das ações/atividades propostas neste projeto. Física no Palco visa em primeiro lugar o ensino da Física, assim como desmitificar o significado da física, principalmente em muitos de nossos jovens do ensino médio. Criando a motivação e interesse dos jovens pelas ciências exatas, e dessa forma utilizar ciência como elemento educador.