Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade Humana (CONSEPE 217/2010) #5

Coordenador:
Cintia Regina Andrade Sousa
Data Cadastro:
03-04-2023 14:15:09
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Cintia Regina Andrade Sousa
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Núcleo de Educação Sexual,

Resolução Consepe 217/2010
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Ativo
Equipe 10

O Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade corresponde às atividades de extensão universitária propostas pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade. As atividades estão vinculadas a Projetos Filiados ao Programa, dentre os quais: Sexualidade nas diversas fases da vida; Sexualidade e gênero na escola; Formação de educadores sexuais; Sexualidade e deficiência; Sexualidade e Educação; Grupo de estudos sobre sexualidade e gênero; estando aberto a outros projetos que se adequem às linhas de estudo do NIES. As atividades serão desenvolvidas no âmbito da própria Universidade, na comunidade feirense e/ou em municípios circunvizinhos, em escolas públicas municipais e estaduais. O Programa Inclui o atendimento a indivíduos nas diversas faixas etárias, com temas específicos, de acordo com o objetivo solicitado. Em todas as atividades de extensão sobre sexualidade utilizamos a metodologia participativa, com a realização de oficinas e dinâmicas de grupo, entre outras estratégias. Cada atividade proposta é avaliada ao final, de acordo com os objetivos aos quais se propõe.
A temática sexualidade é um campo de expressas complexidades e sujeito a inúmeras controvérsias sociais. Assim, este trabalho de educação sexual requer uma prática integrada de profissionais de áreas afins, que possam não somente apresentar conteúdos específicos, mas lidar com o significado da sexualidade em termos abrangentes. É importante que os educadores tenham a possibilidade de questionar o processo de formação sexual adotando como apoio a reflexão acerca dos costumes e valores em constantes mudanças no contexto onde se pretende atuar, dimensionando também as diferentes problemáticas das relações dos indivíduos na sociedade. O tema sexualidade vem ganhando cada vez mais espaço de divulgação, em todos os âmbitos da sociedade brasileira. Debates públicos, conferências para grupos específicos e programas veiculados nos grande meios de comunicação de massa abordando questões relativas ao tema exemplificam este novo padrão. Inicia-se uma discussão mais aberta em torno da sexualidade, o que representa um rompimento com os valores pouco permissivos do passado. No presente, o tabu da virgindade perdeu força de legitimidade enquanto controle social; adolescentes propõem temas sexuais para debate em suas escolas, que já é um espaço legalmente legitimado para que o conhecimento seja discutido; as mulheres empreendem tentativas de análise para sua sexualidade antes camuflada; indivíduos homossexuais discutem a expressão de sua sexualidade. Para que estas mudanças começassem a acontecer foi fundamental a mobilização social pela igualdade de gênero e liberdade sexual e os avanços da ciência médica, com o surgimento e evolução dos métodos anticoncepcionais. Além disso, as pesquisas acadêmicas sobre a sexualidade possibilitaram a emergência de informações pouco conhecidas e discutidas, que foram, posteriormente, divulgadas pelos meios de comunicação. Entretanto, todas estas mudanças de costumes e valores sociais não relevam a permanência das dificuldades que enfrentam jovens e adultos para lidar com a questão da sexualidade nos seus contextos específicos de vida. Continua havendo constrangimento no âmbito familiar para tratar desta temática, tendo os jovens geralmente que recorrer a outras fontes de informação. Segundo Moreira (1986), numa pesquisa realizada pela Universidade Federal de Bahia em 1984 concluiu-se que entre as mulheres, a principal fonte de informação sobre sexo foram os livros e entre os homens, os colegas e amigos. Dados mais recentes oriundos de diferentes publicações assinalam continuamente a problemática da desinformação dos jovens sobre assuntos relacionados à sexualidade. Desta intersecção entre a limitação da família para desenvolver a orientação sexual e a necessidade esboçada pela desinformação do jovem, o papel da escola como agente de formação e informação sexual vem se destacando. A história da educação sexual no Brasil vem se desenvolvendo em fases de avanços e retrocessos (BARROSO; BRUSCHINI, 1982). Desde o começo do século que se apregoa a necessidade de implantação sistemática de educação sexual. Inicialmente, os objetivos eram restritos à orientação moral por influência das correntes médicas higienistas em voga na Europa neste período. A partir daí, diversas experiências foram tentadas setorialmente em diferentes escolas do país, sendo interrompidas após um breve período de vigência. Na legislação atual, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) confirmam que a escola, enquanto organização social instituída para construção de conhecimentos, deve incluir as discussões sobre sexualidade como tema transversal e interdisciplinar. A Constituição Brasileira também nos garante o direito à saúde e à educação; necessário se faz, entretanto, efetivar o ensino de saúde nas escolas brasileiras, especialmente utilizando-se da proposta de transversalidade. Meyer (2006, p. 16) considera que precisamos buscar "uma educação mais democrática, mais crítica e mais igualitária; o compromisso com uma cidadania de direitos e deveres [...], uma cidadania que habilite o sujeito a lidar criticamente com a infinidade de mensagens que tematizam a saúde, a drogadição e a sexualidade, estilos de vida saudáveis, corpos saudáveis, sexualidades saudáveis...[...]." Na sociedade brasileira a família exerce, em muitos casos, uma educação sexual de modo informal, e a escola a faz de maneira sistematizada, complementando a educação sexual na família. No entanto, no âmbito escolar as discussões sobre sexualidade enfrentam algumas limitações, pois muitos professores não se sentem devidamente preparados para abordar a temática, seja for falta de conhecimento específico ou por não se sentirem à vontade para falar sobre o assunto, podendo esquivar-se desta função ou se fixar num padrão normativo de orientação que pode tanto entrar em choque com a formação dos alunos como restringir possibilidades de opções comportamentais. A sexualidade é uma dimensão do ser humano, faz parte de seu desenvolvimento enquanto indivíduo e sua expressão está vinculada às questões sócio-culturais da sociedade na qual está inserido. Tendo em vista que a educação sexual adquire relevância social, há necessidade de uma formação integral de indivíduo, considerando o universo significativo de suas inter-relações na sociedade. Para tanto, o NIES propõe a realização de atividades de extensão de caráter permanente, além de pesquisas na área da sexualidade. Um dos projetos de caráter contínuo que vem sendo desenvolvido desde 1999 é Sexualidade: aprendendo um pouco mais, anteriormente nomeado Bate-Papo com Adolescentes, voltado para o público adolescente, com o objetivo de promover oficinas de bate-papo com os alunos e difundir o conhecimento sobre os diversos aspectos que envolvem a sexualidade. O Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade se adequa aos métodos de realização de atividades de extensão, seguindo a maioria dos trabalhos na área da sexualidade. Utiliza-se da literatura pertinente ao tema, além de pesquisa empírica sobre a temática abordada, tomando como paradigma os direitos humanos, especialmente no que se referem aos direitos sexuais e reprodutivos.
O Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade (NIES) é formado por profissionais ligados às diversas áreas do conhecimento humano, como a biologia, a orientação educacional, a saúde, a psicologia, entre outras. Para se integrar ao Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade é necessário que os profissionais interessados apresentem projeto de Pesquisa e/ou Extensão a ser desenvolvido na área. A programação das atividades a ser desenvolvida pelo Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade deverá basear-se nos interesses do público ao qual se destinarão, sendo flexíveis de acordo com suas características e utilizando-se diferentes recursos didáticos, envolvendo os aspectos biológicos, psíquicos, antropológicos, éticos, sociais e religiosos de sexualidade. As linhas de trabalho atualmente desenvolvidas são:  Sexualidade nas diversas fases da vida;  Sexualidade e gênero na escola;  Formação de educadores sexuais;  Sexualidade e deficiência;  Sexualidade e Educação;  Formação de grupos de estudo. Outros projetos que envolvam temáticas diferentes destas podem ser filiados ao Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade. A elaboração e a execução do projeto matriz e projetos filiados tem como finalidades: - Agregar pesquisadores, professores e estudantes para o estudo das temáticas relacionadas à sexualidade. - Formar grupos de estudos sobre as temáticas dos projetos filiados. - Promover reflexões acerca da sexualidade e difundi-la. - Elaborar e desenvolver cada projeto filiado, de tal forma que o conjunto dos mesmos possa constituir-se em um livro de divulgação da sexualidade. A execução e o desenvolvimento destes projetos justifica-se pela necessidade de promover e divulgar as reflexões sobre os diversos saberes relacionados à sexualidade, integrando profissionais, professores e estudantes com formações diversificadas na construção de uma produção interdisciplinar de conhecimento. As linhas de ação do NIES incluem as seguintes atividades:  Promoção de palestras, estudos, vivências e cursos acerca da sexualidade, a fim de desmistificar crendices, tabus e conceitos inadequados adquiridos;  Abordagem de temas referentes a aspectos biológicos, antropológicos, psicológicos e sociais da sexualidade, como: reprodução, gravidez na adolescência, gênero, aborto, homossexualidade, infecções sexualmente transmissíveis, entre outros;  Elaboração, orientação e consultorias de projetos na área da sexualidade. Cada projeto filiado ao Programa Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade será desenvolvido através dos seguintes passos metodológicos:  Revisão bibliográfica específica ao saber científico no qual está centrado o objeto de pesquisa de cada projeto  Estudo histórico da circunstância do avanço tecnocientífico que caracteriza cada projeto  Surgimento e evolução das preocupações no âmbito da sexualidade  Desenvolvimento de reflexões teóricas relacionadas à sexualidade, tendo como base os principais teóricos na área  Análise crítica das situações relacionadas à sexualidade, consideradas emergentes na sociedade  Considerações finais  Produção textual; Revisão; Publicação Os trabalhos deverão ser desenvolvidos sob a perspectiva de que resultarão, cada um dos projetos filiados, em artigos para publicação em revistas de reconhecida credibilidade científica; artigos de divulgação científica em eventos científicos, como congressos, palestras, conferências, entre outros.
Promover ações educativas sobre os diversos aspectos da sexualidade, divulgando informações específicas sobre a temática e ampliando as possibilidades de expressão da sexualidade de forma responsável e saudável.
- Propiciar condições para que os jovens encarem de forma construtiva a sua sexualidade; - Estabelecer conexão entre a sexualidade, o desenvolvimento pessoal, as relações interpessoais e a estrutura social; - Ampliar o conceito de sexualidade, respeitando os valores morais ou religiosos que as pessoas tragam consigo; - Analisar a liberdade de condição de homens e mulheres, respeitando a identidade sexual de cada um sem fobias, tabus ou preconceitos; - Envolver pais, professores e orientadores no processo da educação sexual; - Elaborar, orientar e prestar consultoria de projetos na área da sexualidade.
Em outubro de 1990, o Departamento de Educação da UEFS realizou um concorrido debate sobre a questão da sexualidade. Após avaliação do evento, constatou-se a necessidade de desenvolver estudos mais aprofundados sobre o tema, bem como de estabelecer condições para efetivar um processo amplo de educação sexual, envolvendo principalmente a rede pública escolar. O interesse teórico e prático sobre o tema não se limitou apenas ao âmbito do Departamento. Foi preocupação também do colegiado de Pedagogia promover atividades relativas ao estudo em questão, convidando professores e especialistas do Núcleo de Educação Sexual da UFBA, que em julho de 1991 realizou na UEFS oficinas sobre sexualidade com a participação de adolescentes, pais, professores e alunos do curso de Pedagogia. Neste contexto, um grupo de profissionais desta área de conhecimento resolveu elaborar um projeto de criação do Núcleo Integrado de Educação Sexual como espaço de análise, estudo e propostas educacionais. O Núcleo Integrado de Educação Sexual (NIES) foi implantado em 1992, regulamentado pela Portaria nº 198/93, mantendo-se com um programa de caráter permanente, interdisciplinar, envolvendo aspectos biológicos, psíquicos, antropológicos, éticos, sociais e religiosos da sexualidade. Atualmente, encontra-se vinculado ao Departamento de Ciências Biológicas e à Pró-Reitoria de Extensão da UEFS, sendo renomeado como Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade (NIES). As escolas, principalmente as públicas, nos solicitam com freqüência para a realização de atividades e palestras, justificando a necessidade de abordar a sexualidade na escola devido ao índice elevado dos casos de gravidez na adolescência e das infecções sexualmente transmissíveis (IST) que vêm acometendo os jovens. De acordo com pesquisa desenvolvida pela UNESCO (ABRAMOVAY et al, 2004), mais da metade dos jovens do sexo masculino iniciam sua vida sexual entre 10 e 14 anos, e as jovens do sexo feminino, em sua maioria, têm sua primeira relação sexual entre 15 e 19 anos. Estes dados demonstram que os jovens entrevistados estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo, sem uma orientação adequada, tornando-se necessário trazer a sexualidade para discussão forma sistemática no espaço escolar, auxiliando não só os/as estudantes, como também a família, a comunidade e os profissionais que lidam diretamente com os nossos jovens. Temos observado também que os estudantes de diversos cursos de graduação da UEFS têm se interessado pela temática da sexualidade, devido à grande participação nas atividades realizadas pelo NIES em eventos científicos, bem como nas consultas e solicitações de material bibliográfico e didático, e pelo número crescente de trabalhos de final de curso que os membros do núcleo têm orientado ou dado algum tipo de consultoria.

Histórico de movimentação
03-04-2023 14:15:09

Criação da proposta

07-04-2023 16:55:11

Parecer da Câmara de Extensão

Programa aprovado
06-04-2023 19:06:05

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
07-04-2023 16:55:11

Aprovado

Programa aprovado
07-04-2023 16:57:06

Ativo

Programa habilitado para pedido de bolso extensão
v1.4.13
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