PROJETO SAÚDE DO ADOLESCENTE #50

Coordenador:
Sinara de Lima Souza
Data Cadastro:
13-04-2023 10:47:00
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Sinara de Lima Souza
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Enfermagem na Saúde da Mulher, Criança e Adolescente,

Resolução Consepe 92/2009
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Ativo
Equipe 12

No Brasil, âmbito jurídico, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define a adolescência como sendo o período de idade compreendido entre os 12 e 18 anos. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) tendo observado uma precocidade de sinais pubertários entre meninos e meninos, alargou esse período para a faixa dos 10 aos 19 anos. De modo geral a adolescência é vista como um período da vida sem maiores problemas de saúde, quando o indivíduo já possui uma defesa orgânica desenvolvida e, portanto, menos susceptível aos agravos das doenças. Não obstante, estudos vem mostrando que a adolescência requer cuidados não apenas de ordem biológica, mas principalmente, nos aspectos psicológicos e sociais, em virtude dos números relativos à morbimortalidade que vêm sendo apresentados. Partindo deste entendimento foi proposto o projeto de extensão “Saúde do Adolescente” que tem como Objetivo Geral Implantar o Programa Saúde do Adolescente -PROSAD, no Centro Social Urbano de Feira de Santana (CSU). Objetivos Específicos: Promover a atenção integral à saúde do adolescente; Identificar grupos de risco na área de abrangência do CSU; Realizar detecção precoce dos agravos à saúde dos adolescentes; Estimular os profissionais do serviço no desempenho de atividades inovadoras na área da atenção básica, tendo o serviço público como cenário de prática; Viabilizar programas de aperfeiçoamento em serviço, através do trabalho, estágios e vivências, de acordo com as necessidades do SUS; Apoiar a formação de profissionais de saúde, de acordo com características sociais e regionais; Favorecer a qualificação da atenção à saúde no território e Fomentar a articulação entre ensino e serviço na área da saúde, especificamente entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a comunidade vinculada ao Centro Social Urbano (CSU). Metodologia: preconiza-se a abordagem centrada no adolescente enquanto membro de um grupo familiar, escolar e de uma comunidade, tendo como lastro filosófico o Protagonismo Juvenil que considera @ adolescente em sua capacidade de participar na construção de um mundo melhor para si e para todos, desenvolvendo o auto-cuidado e o pensamento coletivo de responsabilidade social no âmbito da saúde em seu conceito ampliado. @ adolescente é o centro do processo de atenção e cuidado com ele e para ele, conceituando, sugerindo e construindo junto com a equipe multiprofissional. É sujeito ativo e competente que desenvolve habilidades e assume responsabilidades consigo próprio e com a comunidade à qual pertence. O Processo de Enfermagem representa o instrumental metodológico científico para a prática da atenção de enfermagem @ adolescente. Áreas prioritárias de ação: Acompanhamento do Crescimento e desenvolvimento; Sexualidade; Saúde Mental, incluindo prevenção do uso/abuso de substâncias psicoativas; Saúde reprodutiva; Saúde escolar do adolescente; Prevenção de acidentes, violência e maus tratos na família.
No Brasil, âmbito jurídico, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define a adolescência como sendo o período de idade compreendido entre os 12 e 18 anos. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) tendo observado uma precocidade de sinais pubertários entre meninos e meninos, alargou esse período para a faixa dos 10 aos 19 anos. De modo geral a adolescência é vista como um período da vida sem maiores problemas de saúde, quando o indivíduo já possui uma defesa orgânica desenvolvida e portanto menos susceptível aos agravos das doenças. Não obstante, estudos vem mostrando que a adolescência requer cuidados não apenas de ordem biológica, mas principalmente, nos aspectos psicológicos e sociais, em virtude dos números relativos à morbimortalidade que vêm sendo apresentados. Nos países desenvolvidos existe uma área própria que trata das questões de saúde do adolescente, a Hebeatria, uma especialidade da medicina. A população brasileira chegou a 213,3 milhões de habitantes. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em julho de 2021. O Brasil tem 69,8 milhões de crianças e adolescentes entre zero e 19 anos de idade, o que representa 33% da população total do país. (FUNDAÇÃO ABRINQ, 2021) No tocante à atividade sexual, Destaca-se que a prevalência do início da atividade sexual precoce no Brasil, segundo um estudo nacional, era 27,5% em 2015. que o início da vida sexual, antes dos 15 anos, está associado ao envolvimento em comportamentos sexuais de risco na adolescência e na vida adulta. A experiência sexual precoce está associada infecções sexualmente transmissíveis (IST), mais parceiros sexuais, uso inconsistente de contraceptivos, gravidez indesejada e sexo com parceiros de risco.A adolescência é uma invenção do mundo moderno. No passado o limite da infância era dado pela capacidade progressiva de trabalho. Mas um dia criou-se a adolescência e depois foi ainda prolongada e com ela todas as dificuldades. O adolescente não se entende e o mundo não entende o adolescente, constituindo-se um grupo cada vez mais dependente e vulnerável ao mercado de consumo capitalista que investe nele como oportunidade de lucro. Essa vulnerabilidade torna-o presa fácil para as drogas, a sexualidade irresponsável, as doenças sexualmente transmissíveis e a AIDS, motivo pelo qual a adolescência passou a ser reconhecida como um momento crítico. Para as famílias o prolongamento da adolescência representa maior gasto financeiro com os filhos. Cronologicamente, a adolescência corresponde à segunda década da existência humana, quando se elege o conceito pertinente ao campo da saúde. Talvez seja a fase mais turbulenta da vida, pela sua relevância. É compreendido por puberdade o conjunto de transformações biológicas ligadas à maturação sexual que corresponde ao início da adolescência. A palavra puberdade vem do latim, e significa pubertas, caracterizada pela capacidade reprodutiva. Groppo (2000), citando Lépold, versa que o início da juventude é muito claramente definido pela aparição da puberdade, quanto ao fim da juventude, varia segundo os critérios e pontos de vista adotados. A puberdade expressa o conjunto de transformações somáticas da adolescência, que, entre outras, englobam: Aceleração (estirão) e desaceleração do crescimento ponderal e estatural,alterações puberais; Modificação da composição e proporção corporal, como resultado do crescimento esquelético, muscular e redistribuição do tecido adiposo. • Desenvolvimento de todos os sistemas do organismo, com ênfase no circulatório e respiratório; Maturação sexual com a emergência de caracteres sexuais secundários; Reorganização neuroendócrina, com integração de mecanismos genéticos e ambientais( BRASIL,2018, p.3) .Em cada uma das fases da vida humana, as necessidades se modificam de modo que o adolescente precisa fazer sua própria leitura do mundo e de si mesmo. Em virtude da variedade de fatores implicados no adolescer, este acontece de modo diferenciado para cada indivíduo guardadas algumas características mais universais no que tange a química orgânica. No cotidiano de atuação da equipe de saúde, entre as várias ações aos indivíduos, grupos, famílias ou comunidades, emergem as atividades que necessitam de um olhar mais cauteloso e de forma mais especial, como ao grupo de adolescentes. Atualmente, essa parcela significativa da sociedade convive com uma situação sociopolítica e econômica muito conturbada, sofrendo repercussões de planos e políticas defasadas que não atendem à realidade brasileira, o que os leva a carregarem o dilema de não saberem realmente qual o seu papel na sociedade. No Brasil, segundo Silva e Zeitoune (2000), os adolescentes são vistos como membros de um grupo sensível, suscetíveis a inúmeros problemas graves, tais como: fome, miséria, analfabetismo, desintegração familiar, podendo levá-lo a prostituição, às drogas, ao abandono, entre outras situações. No que diz respeito ao uso de drogas, no ano 1993, houve maior visibilidade acerca do abuso dessas substâncias entre crianças e adolescentes, através das pesquisas desenvolvidas pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) coletados em escolas de Ensino Médio e Fundamental do Brasil. Essas revelaram que 80,5% dos adolescentes já experimentaram álcool ao menos uma vez na vida, enquanto 18,6% usam bebida alcoólica frequentemente. Embora prevaleça o uso entre os meninos, segundo o mesmo estudo, a cada dia aumenta o percentual de adolescentes do sexo feminino que vem adotando essa prática (GALDURÓZ et al., 2000). Tais achados evidenciam que os adolescentes estão consumindo bebidas alcoólicas, pondo em perigo a sua integridade física e psicológica. Além disso, a pesquisa por eles realizada demonstrou que esse consumo é crescente não apenas no que diz respeito à experimentação, mas também quanto ao seu uso recente; ou seja, dias ou horas antes de serem entrevistados, e que as jovens do sexo feminino e na faixa etária entre 10 e 12 anos são as mais afetadas por esse incremento. Os resultados sinalizam que o uso de drogas lícitas é maior do que o das ilícitas, predominando o álcool e o tabaco e, posteriormente a maconha, que se constitui, neste país, numa substância ilícita. O adolescer, reconhecidamente etapa do desenvolvimento humano, para alguns autores é tido como invenção cultural e as divisões entre as idades são tidas como arbitrárias. Bourdieu (1983, p.112), citando o pensamento de Platão e Alain, refere que “se designava a cada idade uma paixão específica: à adolescência o amor, à idade madura a ambição”. Independente do período histórico é perceptível que existem critérios variados para a demarcação das etapas da vida e os termos adolescência e juventude, muitas vezes, são utilizados como sinônimos, razão pela qual, mesmo adotando a concepção de adolescência, entende-se ser necessário trazer o conceito de juventude. Parece, porém, não haver consenso quanto às fases da vida. Ser adolescente numa dada civilização diverge da mesma experiência em outra e até na mesma, se comparar épocas diferentes, pois, os hábitos, rituais, normas e regras existentes são dinâmicas. O critério etário para a delimitação de juventude está sempre expresso ou subjacente, como base prévia de uma definição de juventude. Nota-se que as áreas de saúde, educação e psicologia utilizam o critério etário (GROPPO, 2000). O autor supracitado ressalta que outra saída da sociologia é enfatizar a relatividade do critério etário, pois o jovem e seu comportamento mudam de acordo com a classe social, o grupo étnico, a nacionalidade, o contexto histórico, nacional e regional. A maioria dos organismos internacionais, segundo Novaes; Vannuchi (2004) adotam o conceito de juventude, considerando-a como a faixa etária que vai dos quinze aos vinte e quatro anos, correspondendo a trinta e quatro milhões de brasileiros. Porém, na mesma sociedade, ocorrem divergências quanto à inserção dos indivíduos no mundo adulto a depender do campo ao qual se refere. Se tomar, por exemplo, a realidade brasileira, aos dezesseis anos o indivíduo é tido como apto a votar e participar nas decisões relacionadas ao destino da Nação, assim como os adultos, entretanto, não é visto como capaz para dirigir veículos automotivos. No que diz respeito à responsabilidade penal, ele já é considerado maior a partir dos dezoito anos, enquanto que, para o Ministério da Saúde, ele permanece adolescente até completar vinte anos. Sendo assim, pode-se afirmar que a adolescência está contida na juventude, porém, ambos os conceitos não são equivalentes. Há ainda outra nuance relacionada à divisão lógica entre os jovens e os velhos, expressa através das posições ocupadas pelos indivíduos. Trata-se do poder, da divisão (no sentido da repartição) dos poderes. As classificações por idade (mas também por sexo, ou, é claro, por classe...) acabam sempre por impor limites e produzir uma ordem em relação à qual cada um deve se manter em seu lugar (BOURDIEU, 1983, p.112). Essas posições influenciam e são influenciadas pela cultura à qual se pertence. Enquanto algumas civilizações orientais visualizam os idosos como pessoas experientes, sábias e boas conselheiras, verifica-se que, nas sociedades capitalistas, a valorização dos indivíduos está mais relacionada à sua capacidade produtiva, que tem seu ápice na juventude. Considerando a cultura como O conjunto acumulado de símbolos, ideias e produtos materiais associados a um sistema social [...] possui aspectos materiais e não materiais [...] As mais importantes dessas idéias são: as crenças, atitudes, valores e normas (JOHNSON, 1997, p.59).Torna-se notório que essa noção se processa no contexto social em que os indivíduos estão inseridos e, por esse motivo, possui peculiaridades que só podem ser compreendidas quando se volta o olhar para o mesmo. No que diz respeito à adolescência, enquanto etapa da vida, nota-se que os seus conflitos não são contemporâneos. Desde antes de Cristo, já havia descrições sobre eles. Sócrates (470 a.C - 399 a.C) ao referir-se aos mesmos, dizia que “estes rebelam-se contra a autoridade e não respeitam os mais velhos. Contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres”; e Aristóteles (388 a.C - 322 a.C) dizia que “são cheios de esperança, por não haverem sofrido muitos desenganos e se comprazem na convivência valorizando, mais que as pessoas de outras idades, a amizade e o companheirismo, já que buscam mais o amigo do que o interesse. Tudo fazem com excesso: se amam, se odeiam, enfim, agem, o fazem com veemência” (MENEZES, s.d. p.1). Esses comentários demonstram que, em alguns aspectos, os fatos se repetem na atualidade. Contudo, as especificidades do contexto sociocultural parecem influir na intensidade com a qual os conflitos se apresentam. Ariès (1981), ao se referir à velha sociedade tradicional, discorre que nela se via mal a criança e pior ainda o adolescente. Até o século XVIII, a infância e a adolescência se confundiam e as duas expressões às vezes eram utilizadas como sinônimos. É como se não se verificasse função social alguma para eles e, talvez, representassem uma tarefa a mais, já que careciam de cuidados até estarem aptos para agir de forma mais independente. Já o século XIX se caracteriza como momento histórico em que se deu o fortalecimento dos Estados Nacionais, redefinição dos papéis sociais das mulheres e crianças, avanço acelerado da industrialização e da técnica, e pela organização dos trabalhadores. É o momento em que a figura d@ adolescente é delineada com precisão. A adolescência passou a ser reconhecida como um momento crítico. Uma fase de potenciais riscos para o indivíduo e para a sociedade como um todo (GROSSMAN 1998, p.71). Segundo Loyola (2002), um campo é também um espaço de conflitos e de concorrência, no qual os concorrentes lutam para estabelecer o monopólio sobre a espécie específica do capital pertinente ao campo, a autoridade cultural, no campo artístico, a ciência no campo científico, entre outros. Neste estudo, foram considerados adolescentes os indivíduos na faixa etária de 10 a 19 anos 11 meses e 29 dias, conforme definição do campo da saúde, estabelecido no Programa de Saúde do Adolescente - PROSAD (BRASIL, 1993). Essa etapa pode ser conceituada como o desabrochar para o mundo, através do qual novas perspectivas passam a fazer parte da vida. Segundo Tiba (1986), a palavra “adolescer” vem do latim e significa crescer, engrossar, tornar-se maior, atingir a maioridade; constituindo-se em uma etapa de muitos eventos relevantes e de tomada de decisões que repercutirão por toda a existência. A nossa opinião é de que a adolescência não se constitui em algo limitado apenas às transformações físicas, pois, os fenômenos da adolescência são circunscritos historicamente. A vida e as necessidades de saúde dos adolescentes são processos produzidos no âmbito das sociedades, definindo-se e modificando-se na interação com seus diversos componentes - econômicos, institucionais, político-éticos, culturais, físico, ambientais (RAMOS, 2001, p.13). Para Tiba (2005), a adolescência constitui-se em momento tão peculiar que pode ser atribuído a esse, a condição de um segundo nascimento, através do qual o ser humano nasce para a autonomia comportamental. É compreendido por puberdade o conjunto de transformações biológicas ligadas à maturação sexual que corresponde ao início da adolescência. A palavra puberdade vem do latim, e significa pubertas, caracterizada pela capacidade reprodutiva. Groppo (2000), citando Lépold, versa que o início da juventude é muito claramente definido pela aparição da puberdade, quanto ao fim da juventude, varia segundo os critérios e pontos de vista adotados. As manifestações corporais que ocorrem na puberdade são causadas pela ação hormonal do eixo neuro-hipofisário.A puberdade é um fenômeno universal e, em condições de normalidade, tem seus limites estabelecidos dentro de uma margem de variação de fatores internos e externos inerentes a cada indivíduo. Ela se conclui com o fim do crescimento esquelético, que coincide com a soldadura das cartilagens de conjugação dos ossos longos, e com o amadurecimento gonadal, que permite a plena execução da função reprodutora (BRASIL, 1993, p.17). Em cada uma das fases da vida humana, as necessidades se modificam de modo que o adolescente precisa fazer sua própria leitura do mundo e de si mesmo. Desse modo, percebe-se que o processo de socialização, embora seja mais comumente associado ao desenvolvimento da criança, é um processo que dura a vida inteira. Diante do exposto, Setton (2005) comenta que a família, a escola e o universo cultural plural e diversificado constituem as principais instâncias socializadoras na atualidade. Nesses espaços, as crianças e adolescentes vivenciam situações heterogêneas, concorrentes e, às vezes, contraditórias, no que se refere aos princípios da socialização. A família é tida como a primeira instância socializadora que se tem acesso e, por esse motivo, desempenha papel preponderante na socialização primária. Segundo Bonnewitz (2003), toda família ocupa uma posição no espaço social e, ao se receber educação, interiorizam-se propriedades ligadas à posição dos pais no espaço social. Voltando o olhar para a história social da família, constata-se através da obra de Ariès (1981) sobre o estudo da iconografia, que, a partir do século XVI a família passou a ocupar espaço marcante nas representações artísticas. “Os grandes pintores adotavam a representação das três idades da vida sob a forma de uma criança, alguns adolescentes e, em geral, um casal e um velho”. Para esse autor, o retrato traduz, acima de tudo, o imenso progresso do sentimento da família (ARIÈS, 1981, p.206). Ao se referir à família medieval, esse autor relata que a transmissão do conhecimento de uma geração a outra era garantida pela participação familiar das crianças na vida dos adultos. A importância da família, posteriormente, foi descrita por Engels, juntamente com o desenvolvimento do trabalho, como condicionante da ordem social em que vivem os homens de determinada época ou determinado país. Assim, essa estrutura da sociedade baseada nos laços de parentesco e na elevação da produtividade do trabalho promoveu “o desenvolvimento da propriedade privada e as trocas, as diferenças de riqueza, a possibilidade de empregar força de trabalho alheia e, com isso, a base dos antagonismos de classe” (ENGELS, 1991, p.3). A família atual tem se constituído de modo bastante variável. Para Kliksberg (2003), apesar da redescoberta da família como a unidade básica do gênero humano, a família latino-americana, em sua maioria, tem adotado um perfil de família desarticulada em aspectos importantes, instável, significativamente debilitada, que dificilmente pode cumprir as funções potenciais de unidade familiar. Para ilustrar essa assertiva traz estatísticas mundiais relacionadas às mulheres sozinhas chefiando famílias e o efeito dessa realidade sobre os filhos, a resistência a formar e manter famílias no contexto atual, os nascimentos ilegítimos, gravidez na adolescência, violência doméstica, abandono de crianças, pobreza, entre outros. É notória a dinamicidade da concepção de família que propicia a percepção da mesma como instituição complexa e diversificada. Para Bilac (2000), o campo da família é particularmente sensível à crise política, social, econômica e de pensamento com a qual se convive na atualidade. Ao se observar a família contemporânea, percebe-se o que Sarti (2000) chama de perda da tradição. Essa se exterioriza a partir de mudança dos papéis preestabelecidos, a exemplo do amor, casamento, trabalho, entre outros, para a visualização dos mesmos como um projeto em que a individualidade conta decisivamente. Esse processo foi em grande parte impulsionado pelas mulheres a partir da reformulação do seu lugar na esfera privada e sua participação na esfera pública. A ordem familiar tradicional, conseqüentemente, foi alterada principalmente no que diz respeito à autoridade patriarcal e à divisão de papéis familiares. Essa alteração se reflete diretamente nas relações entre homem e mulher e entre pais e filhos no interior da família. Entende-se, como componente do universo cultural diversificado, o acesso às informações promovidas pelos meios de comunicação em massa. Quanto à importância da escola, enquanto instituição socializadora, percebe-se que o seu surgimento está relacionado a uma nova visão das idades da vida que propiciou maior preocupação com a formação da criança e d@ adolescente. Nota-se que, no século XVIII, tudo o que dizia respeito à criança, desde a paparicação até à educação, tornou-se assunto sério e digno de atenção porque ela assumiu o lugar central dentro da família. Nesse contexto, surge a escola, que, a princípio, era reservada a um pequeno número de clérigos e misturava diferentes idades. À medida que essa instituição foi se consolidando, adotou função tanto moral quanto intelectual de adestrar as crianças, graças a uma disciplina mais autoritária e, desse modo, separá-las da sociedade dos adultos (ARIÈS, 1981). A experiência da escolarização, entretanto, não se dá de forma idêntica entre os indivíduos. Explicitando essas diferenças, Bourdieu (1997) formulou o conceito de capital cultural, através do qual demonstra a desigualdade de desempenho escolar de crianças oriundas de diferentes classes sociais. Segundo o autor, o capital cultural existe sob três formas: a)No estado incorporado, sob a forma de disposições duráveis do organismo. Sua acumulação está ligada ao corpo, exigindo incorporação, demanda tempo, pressupõe um trabalho de inculcação e assimilação. Esse tempo necessário deve ser investido pessoalmente, não pelo receptor- “tal como um bronzeamento [...]; b) no estado objetivado sob a forma de bens culturais (quadros, livros, entre outros); c) no estado institucionalizado, consolidando-se nos títulos e certificados escolares que, da mesma maneira que o dinheiro, guardam relativa independência com relação ao portador do título. Essa certidão de competência institui ao portador o capital cultural[...]( BOURDIEU, 1997, p.9). Apesar de a escola sempre ter sido vista como espaço privilegiado de transmissão do saber, ela não se constitui no único espaço onde o capital cultural é inculcado, contudo, legitima a aptidão através dos certificados. Considerando o campo escolar como um mercado, Bonnewitz (2003) refere à possibilidade de se proceder a dupla análise: do lado da oferta, determinando os mecanismos que, na instituição, asseguram a reprodução social e do lado da procura, analisando as consequências dos usos diferenciados da instituição pelas diversas classes sociais. Assim, parece que, longe de ser experiência igual para todos os que nela adentram, a apreensão e uso do saber escolar estão atrelados às condições de vida dos sujeitos: ensino público e o privado se constituem em experiências diferentes que, juntamente com as outras formas de aquisição do capital cultural, interferem na divisão social de classes. Segundo Setton (2002), a escola, na atualidade, não consegue conciliar as suas antigas funções de educar (transmitir valores), selecionar (qualificando distintamente o público) e socializar (adaptá-los a uma realidade social). O que denota o enfraquecimento do caráter socializador dessa instituição, principalmente quando se refere ao ensino público. Quando se trata de temas polêmicos, como o que ora se propõe a pesquisar, percebe-se que esses têm sido tratados no âmbito da escola como temas tabus, em que são abordados, quando o são, de maneira superficial, sem proporcionar oportunidades de reflexão acerca dos mesmos. No que diz respeito à mídia, no seu livro sobre a televisão, instrumento que representa o meio de comunicação talvez mais acessível na atualidade, Bourdieu (1997), comentando sobre os perigos do uso da televisão, refere que A imagem tem a particularidade de poder produzir o que os críticos literários chamam o efeito do real, ela pode fazer ver e fazer crer no que faz ver. Esse poder de evocação tem efeitos e mobilização. Ela pode fazer existir ideias e representações, mas também grupos (BOURDIEU 1997, p.28). Desse modo, se constitui em veículo de informações manipuláveis que pode ser utilizado para os mais variados fins. Mas as instâncias midiáticas de socialização não podem ser reduzidas à televisão. Setton (2002, p.2) refere que essas são por definição multiformes; sendo “responsáveis pela circularidade de uma gama variada de imagens, códigos e conteúdos que se organizam coerentemente na forma de um sistema integrado de símbolos interdependentes aos valores escolar e familiar” (MORIN, 2007, p.16). É importante ressaltar que Há uma variação enorme na maneira como isso acontece e nos resultados que produz. [...] Isso se deve em parte, à variedade de experiências que as pessoas encontram [...].Os indivíduos não são passivos e desempenham um papel importante na sua própria socialização, na medida em que respondem de várias maneiras às pressões e influências sociais (JOHNSON 1997, p.212). Acredita-se, portanto, que os indivíduos atuam como sujeitos e não como meros objetos diante do processo de socialização. Reconhecidamente, na adolescência, ocorre ampliação da rede de relações e, consequentemente, novas experiências são vivenciadas e novos hábitos são incorporados. Desse modo, @s adolescentes, rumo à fase adulta, passam por transformações que os obrigam a responder a exigências tanto sociais quanto biológicas e intrapsíquicas, nas quais têm conflitos de dependência e independência, adotarem identidade pessoal e serem aceitos no grupo ao qual pertencem, de acordo com condutas socialmente aceitáveis (BRASIL, 1997). Em algumas culturas, a entrada dos indivíduos na adolescência é marcada por rituais de passagem que se constituem em cerimônias usadas para assinalar e concretizar a transição de um status social para outro. El Far falando a respeito desses rituais nas sociedades indígenas, comenta que Estes eram separados da família por dias consecutivos, passavam por provas físicas que envolviam intenso sofrimento [...].Em muitos casos, mesmo prestes a desmaiar de dor, esses jovens jamais reclamavam e, em silêncio, suportavam tudo o que lhes era designado. Por fim, toda essa exibição de força, habilidade e maturidade ante a comunidade, lhes garantia a entrada no universo dos adultos (EL FAR 2007, p. 14). Na sociedade pós-industrial, parece que a habilidade física deu lugar a outras características que são tidas como mais relevantes, no que diz respeito à transição para a vida adulta, sem, contudo, serem visualizadas como um divisor de águas entre as fases da vida. Como exemplo disso, pode-se citar a aquisição de determinados bens, a exemplo do telefone celular, mp3, entre outros, frequentar shows, baladas e consumir bebidas alcoólicas. Johnson (1997), discorrendo sobre essa questão, refere que alguns sociólogos argumentam que, como resultado da falta geral dos ritos de passagem, o fim da adolescência e o início da casa dos vinte anos constituem períodos marcados por ambiguidade, ansiedade e rebeldia. Nessa transição, @ adolescente também abandona determinadas atitudes e sentimentos que representam para ele perdas e desconfortos que são chamados elaboração e lutos. Grynberg e Kalina (2002), ao comentarem sobre esses lutos, referem como sendo esses a perda do corpo infantil, em decorrência das transformações da puberdade que causam, a princípio, estranhamento em relação a si mesmo, à bissexualidade perdida, já que na infância predomina a fantasia da onipotência sexual, a perda dos pais da infância, que passam a ser vistos como pessoas que não são exatamente como eles esperavam que fossem, ou que pareciam ser. É tida como período de crise, em função das perdas aqui elencadas, mas também por outros motivos que Klosinski (2006) coloca como confronto com “posições extremas” que se revelam como polos entre os quais precisam encontrar seus próprios caminhos. Dependência e independência; poder e fraqueza (potência e impotência); passividade e agressividade; o amor próprio e o amor ao próximo; identidade e difusão da identidade; racionalidade e irracionalidade (irreligiosidade e religiosidade) (p.24). Não se é mais criança para desenvolver tarefas que anteriormente eram naturais, porém, ainda não se é adulto para ter autonomia sobre suas próprias decisões, o que caracteriza a busca do adolescente pelo seu lugar no mundo e que Cavalcante (2003) refere como tentativa de encontrar os pontos de referência que sejam próprios d@s adolescentes. Nessa tentativa, incluem-se as características do desenvolvimento psicológico e emocional que compõem a síndrome da adolescência normal, assim definida por Aberastury e Knobel (2007). Considerando as especificidades aqui elencadas, entendemos que o reconhecimento do adolescente, como parte integrante dos programas sociais e de saúde representa um avanço significativo nas políticas e estratégias de desenvolvimento, visto que representa a compreensão dos efeitos que o cenário sócio, político, econômico e cultural do país pode ocasionar. Neste sentido, o Ministério da Saúde, em 1989, criou o Programa de Atenção à Saúde do Adolescente – PROSAD, com vistas a uma política de “promoção de saúde e de identificação de grupos de riscos, detecção precoce de agravos, com tratamento adequado e reabilitação” (BRASIL, 1989). O programa estabelece as diretrizes políticas e as estratégias nacionais que visam à promoção da saúde do adolescente, tendo como princípio básico, a atenção integral à essa clientela através de uma abordagem multiprofissional, mediante um sistema hierarquizado que possa garantir a referência e a contra-referência nos diferentes níveis de complexidade da assistência. Um dos principais critérios do PROSAD refere-se ao acesso do adolescente ao programa, enfatizando que o mesmo ocorrerá preferencialmente através da rede de atenção primária, devendo abranger todo o contexto de vida do adolescente como: família, escola, trabalho e comunidade, incluindo tanto os setores organizados como os artísticos (BRASIL, 1993). Posteriormente, à implantação do PROSAD, outras políticas e publicações vêm sendo elaboradas, a exemplo dos módulos intitulados “A saúde de adolescentes e jovens” (BRASIL, 2002), que objetivou promover a ato aprendizagem para equipes da atenção básica de saúde, A Elaboração das Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde ( BRASIL, 2010); e, posteriormente, a proposição do Programa Saúde na Escola- PSE (BRASIL, 2011), que no ano de 2013 teve uma nova versão apresentada. Tais inciativas, reforçam a relevância da inclusão desse grupo populacional na pauta das políticas públicas, que venham assegurar o crescimento e desenvolvimento dos mesmos, considerando o conceito ampliado de saúde, que se constitui em sinônimo de qualidade de vida. Feira de Santana, conhecida como Princesa do Sertão, localizada a 108 km de Salvador, capital da Bahia, apresenta uma população de 535.820 habitantes, sendo que 202.853 são menores na faixa etária de 0 a 19 anos (IBGE, 2006). Sua população jovem também é vítima das mazelas provenientes da desestruturação sócio-econômica e política do país. Isso pode ser constatado através de um estudo feito com mulheres de 10 a 24 anos que freqüentaram as Unidades Básicas de Saúde do município de Feira de Santana, de agosto a dezembro de 2001, no qual, no período pré-gestacional, 84,8% cursavam nível fundamental, sendo 41,8% de 17 a 19 anos, 91,2% não procuraram o serviço de planejamento familiar e 60,9% não faziam uso de contraceptivos. Após a gravidez na adolescência ficou evidenciado o abandono escolar, maior coabitação com parceiro e procura ao planejamento familiar (PARAGUASSÚ, 2004).
Trata-se de um projeto de extensão da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) em parceria com o Centro Social Urbano (CSU) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para implantação de um programa de assistência integral à saúde de adolescentes, atendendo aos princípios do SUS. Preconiza-se a abordagem centrada no adolescente enquanto membro de um grupo familiar, escolar e de uma comunidade, tendo como lastro filosófico o Protagonismo Juvenil que considera @ adolescente em sua capacidade de participar na construção de um mundo melhor para si e para todos, desenvolvendo o auto-cuidado e o pensamento coletivo de responsabilidade social no âmbito da saúde em seu conceito ampliado. @ adolescente é o centro do processo de atenção e cuidado com ele e para ele, conceituando, sugerindo e construindo junto com a equipe multiprofissional. É sujeito ativo e competente que desenvolve habilidades e assume responsabilidades consigo próprio e com a comunidade à qual pertence. O Processo de Enfermagem representa o instrumental metodológico científico para a prática da atenção de enfermagem @ adolescente. Inicialmente foi realizada uma oficina com agentes comunitários de saúde, enfermeira da Unidade Básica de Saúde (UBS), alunos e professores da disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher, Criança e Adolescente I com o objetivo de sensibilizar o grupo para o desenvolvimento das ações propostas. Optou-se por um trabalho de divulgação da proposta na comunidade por micro área e o agendamento da primeira reunião com familiares residentes na Cidade Nova interessados no ingresso dos filhos no programa. Os adolescentes interessados serão cadastrados no Programa, mediante o preenchimento de uma ficha clínica (anexo 1) e um cartão de acompanhamento (anexo 2). As atividades desenvolvidas atribuídas a cada membro da equipe de atendimento incluem: Bolsista: • Cadastramento do adolescente e familiar; • Participação em reuniões com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS); • Organização de palestras e oficinas com adolescentes e familiares; • Acompanhamento do preenchimento da ficha clínica; • Preenchimento do cartão de acompanhamento; • Aprazamento das atividades; • Estudo de grupo com temas pertinentes à realidade dos adolescentes e escolhidas por eles; • Encaminhamento para os serviços de saúde da unidade e os serviços de referência da rede básica do município, conforme protocolo da Secretaria Municipal de Feira de Santana. Enfermeira: • Coordenação das atividades de assistência individual e coletiva; • Preenchimento da ficha clínica; • Consulta de enfermagem; • Avaliação do programa juntamente com a equipe de saúde; • Implantação de normas e rotinas de acordo com a portaria do Ministério da Saúde; • Elaboração de relatório mensal para a Secretaria Municipal de Saúde; • Promoção de cursos de capacitação para a equipe de trabalho; • Interlocução do programa com outros serviços da rede municipal de saúde; • Participação nas reuniões e oficinas; • Acompanhamento ético do desenvolvimento das atividades dos ACS, dos profissionais e dos bolsistas. Agente Comunitário • Divulgação da proposta de trabalho entre as famílias; • Encaminhamento para cadastramento dos adolescentes; • Sensibilização das famílias para participação nas atividades; • Multiplicador das ações educativas abordadas. Médico • Construção das propostas juntamente com a equipe multiprofissional; • Prestação de atendimentos individuais; • Realização de palestras para os adolescentes; • Avaliação das ações desenvolvidas. Tutor acadêmico • Supervisão docente-assistencial por área dirigida aos profissionais de saúde com vínculo universitário, que exerçam papel de orientadores de referência para os estudantes. Área de atuação O município de Feira de Santana situa-se a 108 Km de Salvador com uma área territorial de área territorial de 1.363 Km/m2 e uma população de 535.820 habitantes (IBGE, 2006). O Centro Social Urbano Governador Roberto Santos (CSU)- (anexo 3 – Fotos do CSU) localiza-se na Rua Tostão s/n Cidade Nova, Feira de Santana-BA e está em funcionamento desde dezembro de 1977 ( anexo 4 – vista antiga do CSU). É composto, atualmente por 5 módulos, assim distribuídos: • Módulo I – Escola. • Módulo II – Unidade Básica de Saúde, Escola de Administração. • Módulo III – Auditório. • Módulo IV – Clínica Odontológica. • Módulo V –ESAD e vestiários. O território circunvizinho contemplado com atendimento na unidade corresponde às ruas periféricas do Campo Limpo mais próximas à Cidade Nova. (anexo 5 – planta baixa da Cidade Nova). O bairro da Cidade Nova conta com o apoio de 13 agentes comunitários de saúde que atendem 1258 famílias cadastradas. (anexo 6 – ACS). Áreas prioritárias de ação • Acompanhamento do Crescimento e desenvolvimento; • Sexualidade; • Saúde Mental, incluindo prevenção do uso/abuso de substâncias psicoativas; • Saúde reprodutiva; • Saúde escolar do adolescente; • Prevenção de acidentes, violência e maus tratos na família. Estratégias metodológicas implementares 1- Construção do Diagnóstico de Saúde da instituição Centro Social Urbano (CSU); Princípio geral: utilizando o conceito ampliado de saúde, identificar as situações que direta ou indiretamente repercutam na saúde d@ adolescente. a) levantamento de informações a partir do conhecimento da estrutura física e seus componentes identificando condições inseguras no ambiente que possam interferir na saúde do adolescente (aspecto higiênico, mobiliário, água de consumo, ventilação, raios solares, luminosidade, estética, alimentação (cardápio, aceitação), manipulação de alimentos, conservação e validade, utensílios da cozinha, equipamentos de proteção, sistema sanitário, hidráulico e elétrico, área de lazer etc; b) entrevistas/dinâmicas com adolescentes focalizando conceitos de saúde e doença, queixas, preocupações e dúvidas sobre saúde; c) entrevistas/dinâmicas com professores e funcionários focalizando conceitos de saúde e doença, queixas, preocupações e dúvidas sobre saúde, inclusive problemas de saúde ocupacional; d) elencar os problemas de saúde encontrados e possibilidades de problemas; e) selecionar os problemas de saúde por prioridades – de acordo com a urgência de atenção; 2- Elaboração do Plano de Atenção Geral a) para cada prioridade de saúde definida, estabelecer medidas de caráter geral visando a sua resolução; 3 - Elaboração do Plano de Cuidados diário a) com base nas prioridades definidas e considerando as medidas gerais, estabelecer as ações cotidianas em suas especificidades. 4 - Avaliação a) proceder a avaliação diária a fim de mensurar a resolutividade do processo considerando a eliminação de problemas de saúde inscritos no Diagnóstico; b) estar atento para o surgimento de outros problemas de saúde os quais manterão o Diagnóstico atualizado. 5 – Atendimento clínico individualizado d@ adolescente a) Anamnese de Enfermagem: entrevista, exame físico, aferição de sinais vitais, classificação do estágio puberal pela escala de Tanner, avaliação da cobertura vacinal, avaliação pondo-estatural, identificação de possíveis problemas de saúde, orientações, encaminhamentos. 6 – Visita Domiciliar – complementar informações, conhecer a realidade domiciliar do adolescente, as relações intrafamiliares, identificar problemas de saúde na família, estabelecer parcerias com as famílias, orientar e encaminhar. 7 – Vigilância da saúde dos trabalhadores – sugerir, orientar, encaminhar e acompanhar. Instituir o controle de Tensão Arterial, controle de peso, palestras para grupos de situações específicas (diabéticos, hipertensos etc). 8 – Educação em Saúde – a partir das sugestões dos adolescentes e funcionários da instituição, elaborar a programação de palestras e oficinas sobre saúde. 9) – Promoção da Saúde – juntamente com os adolescentes, planejar gincanas de saúde, feiras de saúde, jogos, passeios, pic nic, visitas culturais etc. 10 – Construção de recursos para saúde – quebra-cabeça, palavra cruzada, dominó da saúde, jogo da memória etc. População beneficiada : Alunos da rede de ensino do Bairro Cidade Nova Professores da rede de ensino Escolas do Bairro Cidade Nova Feira de Santana Adolescentes e familiares residentes nas microáreas existentes no Bairro Cidade Nova, profissionais e acadêmicos da área de saúde, agentes comunitários.
Implantar o Programa Saúde do Adolescente -PROSAD, no Centro Social Urbano de Feira de Santana (CSU).
Promover a atenção integral à saúde do adolescente; Identificar grupos de risco na área de abrangência do CSU; Realizar detecção precoce dos agravos à saúde dos adolescentes; Estimular os profissionais do serviço no desempenho de atividades inovadoras na área da atenção básica, tendo o serviço público como cenário de prática; Viabilizar programas de aperfeiçoamento em serviço, através do trabalho, estágios e vivências, de acordo com as necessidades do SUS; Apoiar a formação de profissionais de saúde, de acordo com características sociais e regionais; Favorecer a qualificação da atenção à saúde no território e Fomentar a articulação entre ensino e serviço na área da saúde, especificamente entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a comunidade vinculada ao Centro Social Urbano (CSU)
Dentro desta realidade, este projeto tem como proposta a implantação do Programa de Saúde do Adolescente (PROSAD) no Centro Social Urbano, uma instituição vinculada ao patrimônio da UEFS, composta por 5 módulos, sendo que em um destes funciona a Unidade Básica de Saúde, integrada à rede básica/SUS do município, disponibilizada também para campo de prática de várias disciplinas do curso de Enfermagem da UEFS. O presente projeto fundamenta-se numa estratégia de promoção de saúde do adolescente, na identificação de grupos de risco, detecção precoce dos agravos com tratamento adequado e reabilitação, uma vez que existe uma grande incidência de jovens em situações de risco que comprometem o bom crescimento e desenvolvimento. Esse programa trará como benefícios a prática, a incrementação e desenvolvimento do processo de educação permanente, numa relação direta entre teoria e prática, atendendo a proposta do Sistema Único de Saúde (SUS); a formação e desenvolvimento de trabalhadores na área da saúde, bem como a adequação dos serviços para o desenvolvimento de práticas pedagógicas no SUS, qualificando, assim, a assistência na Atenção Básica.

Histórico de movimentação
13-04-2023 10:47:00

Criação da proposta

13-04-2023 14:49:12

Parecer da Câmara de Extensão

Projeto aprovado
13-04-2023 14:24:07

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
13-04-2023 14:49:12

Aprovado

Projeto aprovado
13-04-2023 14:49:39

Ativo

Habilitado para pedido de bolsa extensão
v1.4.12
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