Agroecologia e Produção Orgânica no Sertão Baiano: Trilhas da Educação e da Qualidade Da Vida Rural #55

Coordenador:
-
Data Cadastro:
13-04-2023 17:59:16
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Marina Siqueira de Castro
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Centro de Agroecologia Rio Seco,

Resolução Consepe 39/2017
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Encerrado
Equipe 25

Implantar e manter na UEFS um Núcleo de Estudo em Agroecologia; intitulado NEA-TRILHAS para viabilizar ações que busquem a integração e indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão no intuito de socializar conhecimentos e práticas voltados à agroecologia e aos diversos sistemas de produção de base ecológica (p.ex. sistemas orgânicos de produção, sistemas agroflorestais), alinhados as diretrizes das políticas nacionais: de assistência técnica e extensão rural (PNATER), de agroecologia e produção orgânica (PNAPO) e de segurança alimentar e nutricional (PNASAN). Bem como contribuir para o desenvolvimento local, beneficiando prioritariamente estudantes do ensino superior (entre eles os jovens rurais), agricultoras e agricultores familiares, agentes de ATER, professores/professoras e pesquisadores/ pesquisadoras nos Territórios de Identidade do Portal do Sertão e da Região Metropolitana de Feira de Santana e Salvador; com enfoque principal na igualdade de oportunidades relacionadas a gênero e geração.
A agricultura moderna Como agricultura familiar entende-se processos de gestão realizados dentro de uma unidade produtiva, através de pessoas que possuem um grau próximo de parentesco, como aqueles familiares e outros obtidos através de laços matrimoniais. Os investimentos nessa unidade são realizados pelos próprios membros constituintes de tal grupo, que fornecem sua mão de obra para o manejo da terra. A propriedade dos meios de produção é familiar e a responsabilidade por tal é precedida do falecimento ou aposentadoria do anterior, que se estabelece internamente, como uma forma de herança (COSTABEBER; CAPORAL, 2003). A agricultura familiar brasileira, segundo Guimarães Filho et al. (1998), caracteriza uma forma de organização da produção em que os critérios utilizados para orientar as decisões relativas à exploração não são vistos unicamente pelo ângulo da produção/rentabilidade econômica, mas abrangem, também, as necessidades e objetivos da família. Ao contrário do modelo patronal, no qual há completa separação entre “gestão e trabalho”, no modelo familiar esses fatores estão intimamente relacionados. Diferentes estudos mostram que, no Brasil, as políticas voltadas para a agricultura vêm historicamente dando prioridade aos grandes empreendimentos agropecuários, em detrimento da agricultura familiar (CARNEIRO, 2006). São igualmente evidenciados os efeitos negativos dessas políticas, pautadas no modelo produtivista da “Revolução Verde”; como a expulsão massiva da população rural para as periferias dos centros urbanos, bem como, a degradação ambiental provocada pelo uso intensivo de equipamentos agrícolas, as quais são também perceptíveis pela destruição de grandes áreas de mata nativa. A partir da década de 60, a Revolução Verde incentivou o aumento na produção e na produtividade do setor agrícola. Essa tarefa foi condicionada as seguintes ações: uso intenso de variedades com alto rendimento melhoradas geneticamente, adubos químicos, agrotóxicos, irrigação e mecanização. Com isto, algumas culturas, principalmente aquelas destinadas à exportação apresentaram um aumento considerável em sua produtividade (MULLER, 2001). Contudo, aliado a este crescimento, diversos impasses foram gerados, como por exemplo, a manutenção econômica desse tipo de sistema de produção (fator econômico), a sobre exploração dos recursos naturais (fator ambiental), a modernização das grandes propriedades acentuando as desigualdades sociais (fator social), a perda do processo tradicional de produção de alimentos (fator cultural), dentre outros. A agricultura, em escala global, tem sido bem-sucedida no que concerne à satisfação da demanda crescente de alimentos durante a última metade do século XX. Contudo, o atual sistema de produção global de alimentos está no processo de minar a própria fundação sobre o qual foi construído. As técnicas, inovações, práticas e políticas que permitiram aumento na produtividade também minaram a sua base. Estas técnicas convencionais retiraram excessivamente e degradaram os recursos naturais dos quais a agricultura depende – o solo, reservas de água e a diversidade genética natural. Também criaram dependência de combustíveis fósseis não renováveis e ajudaram a estruturar um sistema que cada vez mais retira a responsabilidade de cultivar alimentos das mãos dos produtores e assalariados agrícolas, que estão na melhor posição para serem os guardiões da terra agricultável. Em resumo, a agricultura moderna é insustentável – ela não pode continuar a produzir alimento suficiente para a população global, em longo prazo, por que deteriora as condições que a tornam possível (GLIESSMAN, 2005). Não é exagero dizer que as sociedades estão em crise. Não existe um só dia sem que um livro, um debate, uma declaração, sublinhe os limites do desenvolvimento: limites econômicos, limites ecológicos e limites sociais. O semiárido, a agricultura familiar e a convivência com a seca No Nordeste, a agricultura familiar subsiste no contexto das rupturas e dos limites ecológicos, econômicos, técnicos, sociais e políticos do modelo dominante (TONNEAU et al., 1997). Ela ocupa os espaços geográficos e econômicos desprezados pelos grandes proprietários e empresas. Engloba, entretanto, uma parte significativa da população nordestina, aproximadamente três milhões de famílias, ou seja, 40% das unidades agrícolas de todo o Brasil (FAO, 1996). Apesar de sua importância demográfica, econômica e ambiental, encobre uma realidade pouco conhecida: somente há pouco tempo passa a ser objeto de atenção das políticas públicas governamentais, em especial aquelas relacionadas à questão agrícola e social. Ao Estado e às instituições faltam informações das múltiplas realidades encobertas pelo termo genérico agricultura familiar. As condições e as formas de acúmulos e da reprodução da agricultura familiar, assim como a gestão dos sistemas diversificados que fazem parte de seus espaços de vida, são temas ainda pouco desenvolvidos. A ciência nunca foi tão produtiva em conhecimento e tecnologia. Todo esse período foi qualificado de idade da ciência, mas em relação ao desenvolvimento sustentável constata-se que ele tarda a se impor, principalmente quando se trata do Nordeste, mais especificamente do Semiárido Brasileiro. Como explicar esse paradoxo entre a produtividade da ciência e sua fraca eficácia em voltar seu olhar para os grandes desafios do desenvolvimento sustentável do Semiárido Brasileiro? (TONNEAU; BARROS, 2011). Uma possível hipótese é de que o Semiárido Brasileiro ficou muito distante dos programas de geração de conhecimentos de sua realidade local. Foram acostumados a receber um conhecimento pronto e não produzido localmente. A geração desses conhecimentos sempre foi exclusiva dos grandes centros urbanos, das grandes metrópoles, mais precisamente do Sul e Sudeste. Esse fato não permitiu mobilizar plenamente o conhecimento científico a favor do real desenvolvimento dos Territórios e da convivência sustentável com o semiárido. No passado, o projeto de desenvolvimento aqui instalado não levou em consideração a realidade socioeconômica, cultural e ambiental local. Foi um desenvolvimento imposto. Em se tratando do desenvolvimento rural não se pode dizer ao contrário; e o resultado é a fragilidade da agricultura familiar no território baiano. O Semiárido brasileiro abrange nove estados (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA) e Norte de Minas Gerais. Congrega mais de 1.200 municípios, numa extensão territorial de mais de 900.000 km². O período seco dentro de cada ano é tratado como rotineiro; contudo, uma sequencia de anos secos se constitui em “seca” (QUEIROZ, 2010), vindo como consequências: i) redução drástica da produção de cultivos alimentares; ii) falta de água para consumo animal e humano; iii) êxodo rural acentuado; iv) grande movimentação da mídia e da classe política para tomar medidas paliativas. Vale ressaltar aqui que o presente entendimento sobre a seca não é o mesmo usado desde o período imperial, que serviu de pano de fundo para justificar a pobreza e a miséria que caracterizam historicamente o Semiárido Brasileiro, fazendo com que a intervenção estatal ou as políticas de interiorização compactuasse no sentido de tornar a escassez de chuvas um flagelo social. Coloca-se aqui o problema da seca, a fim de ter um novo olhar para esse problema, no sentido da convivência e não do combate a semiaridez como forma de garantir às famílias rurais possibilidades de sustentabilidade de suas Unidades Produtiva Familiares nesse contexto. É reconhecido nesta proposta que o mundo rural tem absorvido cada vez mais as influências do mundo urbano. Esse fato leva a refletir a nova interrelação entre o campo e a cidade, ou seja, a considerar as “novas ruralidades” que pressupõe levar em conta as particularidades do rural e as diferentes transformações nele ocorridas. Essas transformações vão muito além da redefinição de suas bases econômicas. Segundo Wanderley (2004), não se trata de pensar um rural isolado e autônomo em relação ao resto da sociedade, pois o rural passa a ser visto “como um universo socialmente integrado ao conjunto da sociedade brasileira e ao contexto atual das relações internacionais, contém suas particularidades históricas, sociais, culturais e ecológicas que o recortam como realidade própria”. O rural não é apenas um espaço produtivo, mas um espaço de vida, portador de identidade própria e capaz de gerar inovações e novas oportunidades de desenvolvimento. Neste sentido, os habitantes do meio rural não mais se restringem apenas ao papel de “agricultor”, eles também são consumidores, trabalhadores cidadãos e cidadãs, ou seja, possuem múltiplas identidades e objetivos que devem ser levados em conta nas políticas de interiorização e na contextualização dos projetos de pesquisa, ensino e extensão nessas localidades, no sentido de que os produtos aqui gerados se transformem em conhecimentos úteis e utilizáveis para o desenvolvimento rural sustentável, apresentando novas possibilidades ou caminhos que redimensionem os índices de pobreza e desigualdades instalados. Ao elaborar projetos para esta região deve-se levar em consideração o contexto local, viabilizando a formação das capacidades humanas para criar novas possibilidades de enfrentar os problemas de cada região. A população que vive no rural, principalmente as famílias que enfrentam os problemas das secas, tem que ser levada em consideração no contexto dessa nova ruralidade pluriativa e diversificada, que não se restringe apenas às atividades agropecuárias. “A visão do rural como sinônimo de atraso, de passado e de precariedade passa a ser substituída [...] pela visão do rural enquanto espaço de construção de futuro e portador de soluções” (ANDION, 2007), de possibilidades, sendo a educação um dos caminhos possíveis. O caminho não é apenas o da técnica ou o da educação formal, reducionista, cartesiana, mas aquele da educação em que o homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não podendo ser o objeto dela. As políticas de educação no Brasil ainda não consideram a educação como o caminho para a autonomia e liberdade dos sujeitos. Dadas as características insólitas do sertão baiano, cresce a importância da orientação e aprendizado voltados para a construção de novas possibilidades de convivência com o Semiárido, de identidades territoriais, oportunizando aos sujeitos que aí vivem a saírem da condição de vulnerabilidade constante para viverem dentro de um padrão motivador e gerador de boas expectativas de vida. O grande desafio está, pois, em conseguir ao menos amenizar os problemas relacionados às famílias pobres do campo, levando em consideração as particularidades locais e tornar as UPFs dessas famílias em unidades de produção sustentáveis, ou seja, econômica, social e ambientalmente viável, sem destruir o bioma caatinga, com toda sua biodiversidade e as identidades construídas. Este bioma sofre cada dia mais a ação antrópica, ou seja, a agressividade do homem na sagacidade de produção de mercadorias para obtenção do lucro. O fato da Bahia ter incluída mais de 60% de sua área no trópico semiárido, o estado está sujeito às irregularidades nas precipitações pluviométricas anuais, caracterizando-se pela extrema variabilidade temporo-espacial (SCHEER; MAGALHÃES, 2010). Este fato repercute na atividade agrícola regional, com grandes impactos na qualidade de vida das comunidades rurais. É preciso estabelecer uma política de convivência racional com as condições dos territórios baianos. Para tal requer compreender a agricultura familiar não apenas no seu momento produtivo, mas também na sua heterogeneidade e diversidade, pois se trata “de um sistema sociotécnico complexo com múltiplas dimensões, cujas necessidades vão além das necessidades tecnológicas” (CRESTANA; SOUZA, 2006, p. 19). Fala-se então de uma ciência para a construção de um projeto de sociedade novo, humanitário, de valorização do ser e não do ter. A agricultura familiar, de modo geral, é grande responsável pela produção de alimentos no Brasil, por isso ela deve ser tratada como um dos atores principais do desenvolvimento territorial sustentável. Na abordagem do desenvolvimento territorial, Tonneau e Vieira (2006) optam por caracterizar o conceito como uma tentativa de fazer viver, de dar corpo e sentido aos princípios do desenvolvimento sustentável. Ao caracterizar o conceito dessa forma, os autores consideram ser esse um pré-requisito indispensável para o êxito de um esforço de subordinar o processo de desenvolvimento a objetivos sociais. Para tal, deve agir com a devida prudência ecológica, buscando soluções politicamente descentralizadas e economicamente viáveis. Neste sentido, a ciência tem esse desafio e ao mesmo tempo o compromisso de gerar conhecimento útil e utilizável para um verdadeiro desenvolvimento. A complexidade e a amplitude dos problemas e das potencialidades que envolvem a agricultura familiar evidenciam a necessidade de uma prática articulada e sistemática das ações de ensino, pesquisa e extensão, na busca de soluções conjuntas, envolvendo parcerias com órgãos dos poderes públicos, instituições de ensino, pesquisa e extensão, bem como com organizações não governamentais. Transição agroecológica A insustentabilidade da agricultura moderna levou a uma busca de alternativas para a produção de alimentos. A partir desse momento passou-se a observar os sistemas tradicionais de produção como fonte de saberes e práticas sustentáveis e de baixo impacto ambiental. Altieri (2002) demonstra que a agricultura indígena está intimamente relacionada às mudanças ambientais e sua proteção contra predadores e competidores. Utilizam para este fim mecanismos como as terras em pousio e vegetação circundante. Para este autor: “Os sistemas de produção tradicionais foram desenvolvidos para que se equilibrem os riscos ambientais e os econômicos e que se mantenha a base produtiva da agricultura através dos tempos”. A agricultura desde a década de 60 até os dias atuais passa por processos de transformação em seu sistema de produção. A primeira grande mudança aconteceu com a chamada Revolução Verde e a segunda com a também conhecida Ecologização da Agricultura. Esse processo de transformação foi conhecido por “Transição agroecológica” (MULLER, 2001). O segundo processo de mudança na atividade econômica relacionada a agricultura, tem início nas últimas décadas a partir da percepção dos impactos sociais, econômicos, ambientais e culturais gerados para a sociedade, aliado a um maior conhecimento acerca das noções de sustentabilidade. Com base nessa nova visão da produção de alimentos, busca-se um equilíbrio entre os níveis de produtividade, associado à conservação dos recursos naturais, a segurança alimentar, a geração de emprego e renda com maior inclusão, participação e justiça social (MULLER, 2001). A atual discussão persiste entre os novos estilos de agricultura em contraposição ao modelo convencional de produção. Estas novas formas de produção são genericamente denominadas de “alternativa” ou “agricultura sustentável”. Dentre elas estão: agricultura com baixos inputs externos, orgânica, natural, ecológica, biodinâmica, agroecológica e a permacultura (MULLER, 2001). Além de se dar maior significância aos sistemas de produção tradicionais indígenas e não indígenas, buscou-se a construção de novos conhecimentos, de onde nasceu a Agroecologia, que segundo Caporal & Costabeber (2007) surge como um novo enfoque científico, capaz de dar suporte para uma transição a estilos de agriculturas sustentáveis e, portanto, contribuir para o estabelecimento de processos de desenvolvimento rural sustentável. Mais especificamente, a Agroecologia, segundo Altieri (2002) constitui um enfoque teórico e metodológico que utiliza diversas disciplinas científicas, visando estudar a atividade agrária sob uma perspectiva ecológica. Neste sentido, o agroecossistema é adotado como unidade de análise, tendo como propósito, em última instância, proporcionar as bases científicas para apoiar o processo de transição do atual modelo de agricultura convencional para estilos de agriculturas sustentáveis. Ainda segundo Caporal & Costabeber (2007), a transição agroecológica é um processo social, isto é, dependente da intervenção humana, e implica não somente na busca de uma maior racionalização econômico-produtiva, com bases nas especificidades biofísicas de cada agroecossistema, mas também numa mudança nas atitudes e valores dos atores sociais em relação ao manejo e conservação dos recursos naturais.
É fundamental que a metodologia base redirecione-se para a pesquisa-ação fundada numa pedagogia de concepção crítica, dialética e transformadora em contraponto às concepções pedagógicas fomentadoras de acomodação, de transferência e imposição de conhecimentos e valores e de promoção da alienação. Para Barbier (2004, p. 119) toda pesquisa-ação é um acontecimento singular, que se define numa situação precisa e concreta “concernente a um lugar, a pessoas, a um tempo, a práticas e a valores sociais e à esperança de uma mudança possível. Por trás de toda pesquisa-ação, encontramos uma sociologia da esperança”. Isso quer dizer que a pesquisa-ação requer a promoção de diálogos constantes e da participação, como sugere Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido (1987). Freire afirma que a relação pedagógica tem que ser dialógica, sendo ao mesmo tempo dialética e crítica. Isso significa dizer que a ação dos técnicos e pesquisadores “deve se vincular à vida, tratar dos temas, da cultura, dos saberes, dos sentires, dos diversos sujeitos implicados no processo de educação” (MARTINS, 2011, p. 56-57,). A pesquisa-ação aqui tratada baseia-se na implicação e escuta sensível (BARBIER, 2004) que se vincula a uma ação deliberada da transformação da realidade e possui um duplo objetivo: transformar a realidade e, ao mesmo tempo, produzir conhecimentos relativos a essa transformação, com o envolvimento dos sujeitos, promovendo a participação e o diálogo constante. Diagnóstico socioeconômico e ambiental A identificação dos sistemas de produção praticados pelas comunidades de agricultores familiares será através da aplicação de questionários nas UPFs. Estes vão compor um diagnóstico socioeconômico e ambiental do território com perguntas destinadas a esse fim. O questionário será relacionado ao perfil das unidades produtivas e dos agricultores familiares, abordando: a situação do produtor na unidade produtiva, estado civil, idade, naturalidade, tempo de residência estabelecida no território, estrutura da residência e o acesso a programas sociais do Governo, as atividade produtivas principais e secundárias, questões relacionadas ao manejo da roça, da coleta de frutas, hortaliças, produtos florestais madeiráveis e não madeiráveis, criação de animais domésticos e silvestres, caça e artesanato. Após a aplicação dos questionários, estes serão digitalizados, tabulados, sistematizados e analisados. Depois de analisados, os dados relacionados aos sistemas produtivos serão devolvidos aos agricultores familiares para estabelecer os ajustes da intervenção, onde então será elaborado um plano de trabalho. Os dados relacionados aos aspectos socioeconômicos e ambientais nortearão as recomendações e propostas para a intervenção baseada na pesquisa-ação. Serão também utilizadas metodologias participativas (DRP) para a realização de diagnósticos das comunidades, por serem ferramentas e instrumentos que propiciam o empoderamento dos agricultores familiares, pois favorece a apropriação do saber e a validação de novas práticas na busca da resolução dos problemas apontados. O diagnóstico rural participativo (DRP) é uma metodologia de investigação coletiva e aprendizagem mútua com vista a solucionar problemas e possibilitar às comunidades a busca do desenvolvimento sustentável, através de equipe multidisciplinar, a qual é composta pelos membros da comunidade a ser diagnosticada, dos técnicos locais, e em alguns casos, técnicos de várias entidades do poder público e sociedade civil. Os membros da comunidade representam os especialistas por conhecer bem a realidade, e os técnicos por meio de suas habilidades técnicas interpessoais e metodológicas exercem o papel de facilitadores apoiando o processo de investigação coletiva (KUMMER, 2007). Trata-se de um método participativo centrado em três pilares: o comportamento, as técnicas de levantamento e a participação. Este é, portanto, um método que utiliza de várias técnicas e possibilita maior participação da comunidade local, pode ser adaptado a qualquer situação, envolve poucos custos e supera uma visão fragmentada, descartando detalhe desnecessário. Finalmente, os atores especialistas, público alvo, descreve visualmente uma situação de vida a partir do auto-diagnóstico e será apoiado de forma coletiva na busca de um futuro melhor. A essência do DRP, segundo Ribeiro e Villela (2004, p.25) baseados no pensamento de Linzer [199-]: é facilitar aos agricultores e suas famílias a identificação de seus próprios problemas e a avaliação de soluções alternativas, através da abordagem participativa, o que torna o DRP algo de importância extrema para a transformação dos agricultores e suas famílias em sujeitos do seu próprio destino. Nesta perspectiva o DRP vem acompanhado de uma série de ferramentas complementares para um maior alcance e qualidade na produção da pesquisa ação. Implantação de UEDs As ações do projeto serão desenvolvidas por meio de metodologias participativas, de modo a realizar a mobilização, sensibilização e discussão com os agricultores e agricultoras para participarem do planejamento e das ações do projeto em suas comunidades, assim como das atividades para a implantação das UEDs, na Estação de Rio Seco, que terá algumas tecnologias sociais adaptadas para as práticas de experimentação e qualificação do público beneficiário. As UEDs são referências de transferências de resultados, pois são ações concretas que permitem aos agricultores locais, de comunidades circunvizinhas e de outros lugares, até mesmo de outros estados nordestinos, observarem in locu situações de melhoria de sistemas de produção e criação, assim como de organização social. UED Meliponicultura A meliponicultura, criação de abelhas nativas sem ferrão, é uma atividade que propicia a inclusão de jovens e mulheres, pois são abelhas que possuem o ferrão atrofiado podendo ser criadas nos quintais. Além disso, as abelhas prestam um importante serviço ambiental, a polinização, o que pode propiciar um aumento na produtividade dos cultivos (fruticultura e horticultura) na região. Inicialmente será realizado diagnóstico com os agricultores e agricultoras da região. Posteriormente serão ministradas oficinas temáticas abordando a teoria e prática. Os temas trabalhados serão: Agroecologia e sustentabilidade na criação de abelhas sem ferrão; Manejo inicial em meliponicultura; Manejo avançado em meliponicultura; Qualidade do mel de abelhas sem ferrão: da coleta ao armazenamento; e Comercialização dos produtos das abelhas sem ferrão. Dos questionários anteriormente aplicados, serão selecionados especialistas (criadores) interessados em participar no desenvolvimento e consolidação da meliponicultura local. A agregação de valor aos produtos das abelhas será feito através do desenvolvimento da atividade juntamente com a comunidade. Com a identificação do modo de fazer local (criação tradicional), aliado ao conhecimento técnico de manejo (novas tecnologias) é visada a melhoria no manejo tradicional e a promoção da segurança alimentar; como por exemplo, a substituição de cortiço por caixas de madeira (inovação tecnológica) que propicia a coleta do mel por meio de práticas higiênicas; gerando assim, um sistema local de criação e manejo de abelhas sem ferrão que ocorrem na Região. UED PAIS - Produção Agroecológica Integrada e Sustentável O PAIS apresenta técnicas e processos de baixo custo, fácil replicação e que requer a participação da comunidade, promovendo a transformação social. Esse modelo integra a criação de animais com a produção de vegetais, usando insumos da propriedade. Esse sistema preserva a qualidade do solo e das fontes de água, despreza o uso de práticas danosas ao ambiente, a exemplo de agrotóxicos e queimadas. Além disso, incentiva o associativismo e as práticas solidárias, possibilitando novos canais de comercialização com a agregação de valor aos produtos orgânicos, melhorando a qualidade de vida dos agricultores, sem comprometer a qualidade ambiental para as gerações futuras. Inicialmente será realizado diagnóstico com os agricultores da região. Posteriormente serão ministradas oficinas temáticas abordando a teoria e prática. Os temas trabalhados serão: Agroecologia e sustentabilidade na produção orgânica; Manejo do PAIS; Segurança alimentar e nutricional; e Comercialização dos produtos. UED Horto Será realizada a revitalização do horto através do aperfeiçoamento da estrutura do viveiro presente na Estação Experimental de Rio Seco para a produção de mudas de fruteiras tropicais, essenciais para as práticas agroflorestais no enriquecimento de quintais e no policultivo. Essa UED terá a finalidade didática e experimental com a promoção de oficinas temáticas com abordagem teórico-prática e para fins experimentais na produção de novas variedades de cultivares, quando for o caso. Esta unidade, portanto, estará subsidiando as atividades de extensão, ensino e pesquisa. UED Minhocário Para fins de enriquecimento de compostagem será implantada uma UED simples para criação doméstica de minhocas. As minhocas terrestres pertencem a família Megadrili. São invertebrados, caracterizados por divisões do corpo em forma de anéis, os metâmeros. As espécies pertencentes aos gêneros mais comuns para criação em cativeiro tem fundamental importância no processo de melhoramento dos solos nos seus aspectos físico (por meio do auxílio no processo de aeração) e químicos (através da produção e incorporação do húmus que enriquece o solo). As minhocas podem ser utilizadas em horticultura, floricultura e fruticultura (ajudam no rápido crescimento das hortaliças, fazem as flores ficar mais abundantes, brilhantes e de colorido mais vivo e tornam os frutos mais nutritivos e saborosos). Nesta proposta a UED Minhocario terá importância na compostagem de solos destinados a horticultura e fruticultura de base agroecológica. Transição para horticultura agroecológica com ênfase na produção orgânica As comunidades do entorno da Estação são de agricultores e agricultoras familiares que vivem da agricultura e cultivam principalmente hortaliças. Adotam práticas conservacionistas tais como a cobertura morta e policultivo. No entanto, constata-se o uso de substâncias químicas para o controle de pragas. A atuação dos técnicos da Estação de Rio Seco vem sendo fundamental no processo de conscientização e direcionamento das comunidades para uma transição agroecológica. Desse modo, será necessário continuar o enfrentamento do problema dos agrotóxicos, por meio da viabilização de alternativas de baixo impacto toxicológico e ecotoxicológico com o aporte da agroecologia. Algumas das técnicas de controle alternativo de pragas serão demonstradas na realização dos cursos e oficinas e na composição das UEDs. Outro fator relevante é que os produtos orgânicos e de base agroecológica, em especial os da agricultura familiar, além de serem competitivos, diferenciam-se dos demais pelo seu processo de produção e suas características intrínsecas (ecológicas, sociais, culturais, organolépticas nutricionais, éticas, artesanais entre outras). Isso permite materializar a diferença a partir de sua associação com o local de sua produção e com o saber/fazer dos agricultores, conferindo-lhes sabor peculiar, apreciado por uma parte cada vez maior da população. Isso tem sido delineado como uma importante estratégia para a inserção e ampliação dos mercados. Essa relação baseia-se na constituição e fortalecimento de marcas locais, associadas à cultura e à realidade de cada localidade (BRASIL, 2013). Desse modo, será realizada a qualificação e a assessoria a empreendimentos da agricultura familiar presentes no entorno da Estação de Rio Seco que estejam em processo de Transição Agroecológica com a participação da COOPMEL. Formação de Estudantes, agentes de ATER e agricultores e agricultoras familiares: Curso para formação de agentes multiplicadores em Agroecologia O curso de Agroecologia será realizado em módulos teóricos e práticos para a formação de agentes multiplicadores, principalmente técnicos de ATER que atuam no semiárido Baiano. O curso abordará os conceitos acerca da Agroecologia, abarcando as Políticas Públicas para a agricultura familiar (PNATER e PLANAPO), modelos de agricultura familiar, consequências socioambientais do modelo convencional da Revolução Verde, além da fundamentação teórico-prática da Agroecologia, a saber: as escolas alternativas ao modelo convencional, situação atual da Agroecologia e da Agricultura Orgânica, manejo convencional do solo/Manejo ecológico do solo, técnicas agroecológicas, manejo ecológico de pragas e doenças, sistemas de Produção – conversão do manejo convencional para agroecológico e mercado e certificação orgânica. Curso de Agroecologia na modalidade Educação a Distância De modo a ampliar o alcance da formação em agroecologia será realizado por meio de ambiente virtual um curso sobre as temáticas agroecológicas, propiciando a discussão e socialização de saberes entre técnicos de ATER, estudantes da UEFS e agricultores de economia familiar, nos diversos temas que compõem o projeto, tais como meliponicultura, SAF, compostagem, produção de mudas de fruteiras tropicais, manejo de sistemas agroecológicos (PAIS), cooperativismo e associativismo, políticas públicas (PNATER, PLANAPO, PAA, PNAE), empreendedorismo solidário, manejo de solos, dentre outros. A metodologia utilizada segue o modelo pedagógico que é o Modelo 50/50 ("wrap around"), em que metade das atividades envolve auto-instrução (leitura de textos e artigos de especialistas) e outra metade envolve aprendizagem colaborativa e a criação de uma comunidade virtual (debates entre professores e alunos por meio de um fórum de discussão). A plataforma deverá possuir ambientes para fórum de debates, midiateca (biblioteca digital – multimídia), documentos, notícias, além de contar, também, com área para cadastro de perfil dos participantes e espaço de diálogos informais, com o objetivo de integração da turma. Grupo de Estudo em Agroecologia O grupo de estudo será periódico (mensal) de modo a propiciar o aprofundamento do referencial teórico conceitual da agroecologia, a fim de articular sinergias entre ensino, pesquisa e extensão propiciando a socialização de saberes. Assim como, favorecer o desenvolvimento de habilidades sociais, como a cooperação por propiciar a tomada coletiva de decisões. Mensalmente o público beneficiário envolvido diretamente na execução da proposta, juntamente com demais pessoas interessadas na temática agroecológica e da produção orgânica, se reunirão na sede do Núcleo na UEFS, a fim de discutir documentos (artigos, capítulos de livros, revistas, cartilhas, etc.) previamente selecionados. A divulgação das reuniões e dos textos relacionados será feita por meio do site do Núcleo. Sistematização de experiências exitosas A sistematização é aquela interpretação crítica de uma ou várias experiências que, a partir de seu ordenamento e reconstrução, descobre ou explicita a lógica do processo vivido, os fatores que intervieram no dito processo, como se relacionaram entre si e porque o fizeram desse modo (HOLLIDAY, O. 2006) As experiências agroecológicas serão identificadas e validadas pela equipe e os processos inerentes às experiências identificadas serão devidamente explicitados e divulgados em ambiente virtual de comunicação e divulgação (site do NEA-TRILHAS) que propicie a troca de saberes podendo, também, gerar publicações de cunho técnico e científico. As experiências agroecológicas sistematizadas no âmbito do projeto serão também disponibilizadas, em conformidade com o Termo de Concessão e demais normas do CNPq, no Sistema de informações “Agroecologia em Rede” (www.agroecologiaemrede.org.br ). O objetivo da sistematização será levantar dados sobre agricultores agroecológicos e agricultores que tenham interesse pela transição agroecológica, além de agricultores que tentaram trabalhar com os conceitos agroecológicos, porém não obtiveram êxito. As ferramentas utilizadas serão: aplicação de questionário semiestruturado, croqui da unidade de produção familiar, georeferenciamento e elaboração de mapa localizando a propriedade, FOFA (Fortaleza, Oportunidades, Fraquezas e ameaças). Elaboração de ambiente virtual de comunicação e divulgação das ações do NEA-TRILHAS Um ambiente virtual de comunicação para divulgação das ações e compartilhamento de informação será construído para servir como mais um instrumento de troca de saberes. Através deste sítio será possível expandir a visibilidade das atividades executadas do NEA-TRILHAS assim como possibilitar a interação entre usuários com o mesmo interesse dos estudos interdisciplinares relacionados à Agroecologia, além do acesso a textos e diferentes formatos de conteúdos especializados. Os Ambientes virtuais de Aprendizagem (AVA) permitem a construção de conhecimento de maneira autônoma por parte do usuário, colaborativa, sem a necessidade da presença física, em um local geograficamente estipulado, como uma sala de aula, para que haja interação e troca de experiências. Esses ambientes dão liberdade ao usuário de participar de discussões com qualquer bagagem de conhecimento que possuem. Esse tipo de instrumento vai além de um espaço de publicação de informação, podendo ser considerado como um lugar, mesmo que virtual, de interatividade comunicacional, onde os participantes constroem comunidades de assuntos diversos, com interesses ou afinidades comuns, possibilitando discussão, criação coletiva, ampliação de conhecimento e acesso a material técnico-científico. Produção de material técnico-científico e técnico para produtores Será elaborada uma cartilha para os agricultores familiares retratando as experiências e temáticas abordadas no desenvolvimento do projeto de modo a divulgar as ações do mesmo tanto no âmbito local, quanto regional. Na elaboração da cartilha estarão envolvidos os técnicos de ATER, estudantes da UEFS, equipe pedagógica e agricultores familiares, afim de desenvolver um material didático que comunique com o público beneficiário e propicie o diálogo de saberes. Serão também elaborados trabalhos técnico-científicos para a divulgação das ações do projeto em meio acadêmico, propiciando a formação de estudantes e técnicos no diálogo com seus pares. Assessoramento de empreendimentos de economia solidária para acessar políticas públicas Trata-se do apoio mais intensivo à organização e ao fortalecimento de cooperativas e associações rurais conduzidas por agricultores e agricultoras familiares no entorno da estação experimental de Rio Seco. As ações a serem desenvolvidas pelo NEA-TRILHAS buscará contabilizar resultados importantes que afirmam o seu compromisso e demais parceiros que integram (EBDA) em incrementar o cooperativismo enquanto estratégia organizativa para facilitar o acesso das famílias de baixa renda a políticas públicas como processos produtivos em bases agroecológicas, ao crédito, à assistência técnica, aos mercados e à moradia de melhor qualidade. O projeto espera contribuir para a ampliação do número de cooperativas e de cooperados, vislumbrando a elevação da renda da população e do número de empregos no meio rural, além da necessária e justa apropriação do esforço empreendedor pelos próprios beneficiários - característica especial do cooperativismo que garante a distribuição eqüitativa dos resultados do trabalho coletivo. Neste sentido por meio de reuniões, cursos e oficinas, será realizada a qualificação de dirigentes, funcionários e sócios e/ou o fomento a criação da estrutura organizativa; o apoio às instâncias organizativas; e a integração do NEA-TRILHAS em Redes estaduais de assessoria e consultoria já existentes. Oficinas e Minicursos Oficina: Título: Meliponicultura sustentável Carga horária: 8 horas, público: estudantes e agricultores e agricultoras familiares. Ementa: Quem são as abelhas sem ferrão, manejo das colônias, captura de colônias, polinização, coleta dos produtos, mercado para os produtos, multiplicação das colônias, legalização da criação junto ao IBAMA. Oficina Título: Produção de mudas Carga horária: 8 horas, público: estudantes e agricultores e agricultoras familiares. Ementa: Identificação de espécies nativas, Demarcação de matrizes arbóreas, Coleta e beneficiamento de sementes, Introdução a Legislação Ambiental para produção de mudas exóticas e nativas; Desenvolvimento das mudas e controle de pragas e doenças, Seleção e expedição das mudas, Projetos de viveiros e custos para a implantação, Uso de espécies nativas para produtos madeiráveis e não-madeiráveis, Informações sobre fornecedores/ matéria-prima. Oficina Título: Sistema agroflorestais - SAFs Carga horária: 8 horas, público: estudantes e agricultores e agricultoras familiares. Ementa: Conceito e características dos SAFs, as práticas dos sistemas agroflorestais, vantagem e desvantagem dos SAFs, principais SAFs, escolha das espécies florestais, o reflorestamento através dos SAFs, preparo do solo, sementes. Manejo de SAFs. Mini-curso Título: Associativismo e cooperativismo Carga horária: 16 horas, público: estudantes e agricultores e agricultoras familiares. Ementa: Associativismo - histórico e importância. Estrutura e funcionamento das organizações do meio rural: cooperativas, sindicatos e associações; Formas associativas; Sindicatos rurais: trabalhadores e empregadores; Projeto de implantação de cooperativa, documentação e assembléia geral de constituição. Mini-curso Título: Diagnóstico rápido participativo Carga horária: 24 horas, público: Estudantes. Ementa: Por que realizar o DRP? Ferramentas disponíveis; tabulação dos dados; retorno dos dados à comunidade, publicação dos dados. Oficina Título: Minhocultura/Compostagem Carga horária: 8 horas, público: estudantes e agricultores e agricultoras familiares. Ementa: O que é compostagem? Como elaborar compostagem? Importância sócio-econômica da criação de minhocas; preparo do minhocário e sistema de criação; preparo do esterco e coleta do húmus e como fazer um minhocário doméstico. Mini-curso Título: Políticas públicas Carga horária: 16 horas, público: Estudantes Ementa: O que é política pública? Quais políticas disponíveis para agricultura familiar? Política de acesso ao crédito, de acesso a comercialização, crédito plano safra, pronaf B, pronaf agroecologia. Vivências Agroecológicas Público: Estudantes e Agricultores e agricultoras familiares Com o objetivo de demonstrar técnicas em campo como: manejo do PAIS, manejo do meliponário, manejo do SAF, manejo do horto e propiciar vivências que estimulem a adoção de práticas agroecológicas.
Implantar e manter na UEFS um Núcleo de Estudo em Agroecologia; intitulado NEA-TRILHAS para viabilizar ações em agroecologia que busquem a integração e indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão e a troca de saberes entre as comunidade de agricultores e povos tradicionais e a comunidade técnico-acadêmica.
Realizar diagnóstico socioeconômico e ambiental das comunidades do entorno do Cearis e DRP; Manter o grupo de estudos em agroecologia; Reativar e integrar as Unidades Experimentais Demonstrativas (UEDs), o sistema de Produção Agroecológico Integrado e Sustentável (PAIS) e redesenho do agroecossitemas; Implantar Unidades de Referência em Agroecologia nas propriedades dos agricultores experimentadores; Implantar unidades de referência em sistemas de produção de base agroecológica no Cearis, com participação efetiva dos agricultores; Implantar banco de sementes crioulas com a participação dos agricultores; Implantar a unidade de comercialização dos produtos da agricultura familiar; Estruturar uma biblioteca temática em agroecologia no Cearis; Revitalizar o horto do Cearis para a produção de mudas orgânicas de fruteiras e espécies nativas; Realizar oficinas para formação do público beneficiário; Sistematizar experiências exitosas em implantação de sistemas de base agroecológica e da produção orgânica vividas pelos agricultores familiares; Elaborar fichas agroecológicas com Tecnologias Apropriadas aos sistemas de Produção de base agroecológica (p.ex. SAFs); Realizar curso presencial e Ead sobre Agroecologia e Extensão Rural; Assessorar empreendimentos da economia solidária; Promover e incentivar a participação efetiva de jovens e mulheres nas ações incluindo a cultura local (samba de roda, capoeira e princípios da agroecologia); Discutir as demandas específicas das comunidades quilombolas; Promover campanhas com vistas a diminuição e eliminar o uso de agrotóxicos visando a transição agroecológica; Promover o uso de tecnologias sociais e de insumos locais; Realizar caravana agroecológica pelas comunidades do entorno do CEARIS; Promover eventos para a divulgar ações e Elaborar publicações e cartilhas com participação dos agricultores; Participar das ações promovidas pela rede baiana de núcleos de agroecologia e pela rede nordeste de núcleos de agroecologia (RENDA).
Para o enfrentamento do processo de desequilíbrio ambiental, no que se refere às atividades produtivas no Estado da Bahia, faz-se necessário um conjunto de políticas públicas que advoguem o reconhecimento e a valorização de práticas tradicionais de cultivo, baseadas na convivência entre produção e conservação ambiental. A agroecologia na Política Nacional da assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), em seus princípios e diretrizes, busca adotar uma abordagem multi e interdisciplinar, estimulando a adoção de novos enfoques metodológicos participativos e de um paradigma tecnológico baseado nos preceitos da Agroecologia. A Agroecologia é, portanto, a matriz que fornece as diretrizes para promover processos de desenvolvimento rural sustentável junto à agricultura familiar e Povos e Comunidades Tradicionais. Desse modo, a PNATER não considera a Agroecologia como uma forma ou estilo particular de agricultura. Essa política propõe uma abordagem composta por um conjunto de dimensões (ambiental, social, econômica, cultural política e ética), além do trabalho com metodologias participativas que apoiam o processo de transição da agricultura convencional para estilos de agricultura de base ecológica (BRASIL, 2010). O trabalho fundamentado na participação e na promoção do diálogo de saberes facilita a análise crítica da realidade local e a formulação das estratégias de ação sobre estas realidades, investindo no capital humano para que os sujeitos tomem decisões e se empoderem para o gerenciamento de suas unidades familiares e o fortalecimento de suas organizações sociais nos espaços e esferas públicas. Defende-se a necessidade de implementação de uma nova estratégia de ação para o desenvolvimento rural sustentável, levando em consideração o potencial oferecido pelo meio rural, e, em particular, pelos estabelecimentos familiares, buscando-se a participação efetiva das famílias. Considerando que a participação é um processo, ou seja, “é em essência autopromoção e existe enquanto conquista processual” (DEMO, 1999, p. 18), ela não deve ser entendida como dádiva e concessão, como algo preexistente, e nem como elemento de empoderamento dos agentes de desenvolvimento, mas como algo a ser construído e conquistado para afirmação de direitos e da cidadania. Na verdade, o que deriva da participação como conquista de direitos do cidadão e da cidadã é mover-se para articular-se com outros, engendrando projetos de interesses comuns, compartilhando ideias que viabilizem ações individualizadas, coletivas e em redes solidárias. As ações coletivas não acontecem de uma hora para outra, como toque de mágica, é preciso trabalhos iniciais com pequenos grupos que vão tomando consciência da importância da união de pessoas com interesses comuns que vão formando uma institucionalidade forte para assim romper com as narrativas hegemônicas e ações assistencialistas. Todos os métodos, metodologias e instrumentos que serão utilizados nesta proposta, serão no sentido de possibilitar a discussão coletiva dos problemas e potencialidades que dizem respeito a região inserida, aos sujeitos que nelas vivem, a partir de uma melhor compreensão por parte desses atores sociais da dinâmica local do desenvolvimento e do planejamento de ações que provoquem uma agricultura sustentável, a melhoria de suas condições de vida e consequentemente o desenvolvimento rural sustentável, no âmbito da agroecologia e da produção orgânica. Enfim, busca-se com a execução desta proposta, melhorar a qualidade de vida das famílias envolvidas, a partir da geração de conhecimentos e novos saberes com intervenções e pesquisas sistêmicas, multidisciplinares e integradas, fazendo com que as famílias adquiram autonomia econômica, social e política, historicamente a elas negado. O município de Amélia Rodrigues, região onde está localizada a Estação Experimental de Rio Seco da EBDA possui uma área de 173.484 km2, com IDH de 0,666, onde mais da metade das 25.190 pessoas residentes são mulheres e o valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios particulares permanentes no meio rural é de R$200,00 . A gerência regional da EBDA de Feira de Santana, localizada a cerca de 30 km de Amélia Rodrigues, responde pelas ações desenvolvidas no âmbito da supracitada estação. Ambos os municípios fazem parte do Território de Identidade Portal do Sertão. No que se refere à vegetação que constitui o território em questão, é possível verificar que há presença significante de uso para a agricultura e pecuária, com presença de caatinga arbórea/arbustiva, e áreas de reflorestamento no município de Água Fria, localizado a nordeste do território . A supracitada estação está situada entre os municípios de Salvador e Feira de Santana, margeando a BR324, via principal de acesso a ambos os municípios citados; assim como também um dos locais de maior influência dos processos de urbanização e desequilíbrio ambiental, recorrentes ao longo deste trecho. No entanto, também, configura-se como um local de fácil acesso e circulação de pessoas, o que possibilita por um lado uma maior facilidade para o escoamento dos produtos localmente produzidos; assim como também uma maior descaracterização dos aspectos identitários da população local. Nesta região também é possível destacar a existência de propriedades rurais em transição agroecológica. Neste território por maior que sejam as atividades geradoras de trabalho e renda na economia solidária, estas ainda são ineficazes para atender principalmente a crescente mão de obra juvenil. Este fato pode gerar o seu afastamento da comunidade local e do seu município de origem. Portanto, vias efetivas para a promoção da permanência do jovem no campo, assim como meios para a inclusão de gênero nas atividades produtivas, são estratégias fundamentais para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais. A proposta em voga, através da equipe apresentada, buscará aplicar a metodologia participativa nas comunidades rurais dos municípios atendidos, utilizando diversos métodos, tais como: implantação e/ou reativação de UEDs na Estação Experimental de Rio Seco, Implantação de um Núcleo de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEA-TRILHAS) na UEFS, criação de um grupo de estudos em agroecologia, elaboração de publicações técnico-científicas, elaboração de publicação técnica para os produtores, realização de visitas técnicas, reuniões, cursos, mini-cursos e oficinas, tendo em vista promover a melhoria na qualidade de vida dos agricultores familiares, dos jovens estudantes da graduação em agronomia, professores e pesquisadores da UEFS e os agentes de ATER da EBDA. O NEA-TRILHAS pretende se constituir em um centro de referência para o desenvolvimento rural sustentável fundamentado nos princípios, conhecimentos e práticas da agroecologia, da produção orgânica e de base agroecológica, com base na PNATER e PLANAPO; por meio de ações que integrem atividades de ensino, pesquisa e extensão em sua área de influência direta, os municípios do Território de Identidade Portal do Sertão e do Território de Cidadania do Sisal e indireta, os demais Territórios de Cidadania da Bahia. 1Fonte:http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=290110&idtema=16&search=bahia|amelia- rodrigues|sintese-das-informacoes. (acesso em 02 de novembro de 2013) 2Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAOlIAF/diagnostico-potencial-agroambiental-territorio-identidade-portal-sertao-parte-i (acesso em 02 de novembro de 2013)

Histórico de movimentação
13-04-2023 17:59:16

Criação da proposta

07-07-2023 11:27:57

Parecer da Câmara de Extensão

Projeto aprovado
16-04-2023 16:02:17

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
16-04-2023 16:08:18

Aprovado

Projeto aprovado
16-04-2023 16:08:42

Ativo

Habilitado para pedido de bolsa extensão
07-07-2023 11:27:57

Aprovado

Projeto aprovado
18-09-2023 11:10:06

Encerrado

Projeto encerrrado: alterado para programa-Resolução CXonsepe 058/2023
v1.4.13
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