Papo de comida: Produção de podcasts sobre ciência e tecnologia de alimentos #56

Coordenador:
Taís Silva de Oliveira Brandão
Data Cadastro:
13-04-2023 18:49:27
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Taís Silva de Oliveira Brandão
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
13/04/2023 - 31/12/2024
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Área de Engenharia de Alimentos,

Resolução Consepe 116/2020
Processo SEI Bahia 07136022020001186817
Situação Ativo
Equipe 16

(o resumo teve uma atualização ao final do texto) No momento em que as instituições de ensino superior tem discutido a importância da curricularização das atividades de extensão, em atendimento ao Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024 (BRASIL 2014), somos convidados a refletir as formas de creditação destas atividades, e as formas de viabilização, para o cumprimento dessas metas. Antes de mais nada, é preciso fazer mais extensão, em especial ações voltadas aos estudantes do curso de Engenharia de Alimentos. Recentemente, o mundo viveu a partir de março de 2020 uma Pandemia de COVID 19 e foi necessário manter o distanciamento social até ter segurança para o retorno das atividades presenciais, em comunidade. Nesta situação, todos se mobilizaram em torno do uso de tecnologias digitais, como capacitações e tentativas de implantar atividades nesse novo formato, inclusive na UEFS. O projeto aqui proposto visa produzir podcasts (arquivos de aúdio que discorrem sobre temas determinados) que divulguem e esclareçam assuntos relativos ao tema de alimentos industrializados, favorecendo que os ouvintes, munidos de mais informações, possam fazer escolhas mais conscientes. O projeto será coordenado por professoras do curso de engenharia de alimentos, e será realizado por estudantes do mesmo curso. Após divulgação em plataformas distribuidoras de podcasts, a equipe alimentará as redes sociais (Instagram, Facebook) criadas para interação com os ouvintes. Os estudantes vão cuidar deste retorno, bem como levantarão mais temas de interesse para pesquisa e divulgação. *Breve atualização*: O projeto tem produzido podcasts desde outubro de 2020, o grupo já produziu duas temporadas, sendo que na primeira foram tratados temas gerais sobre a Ciência, Tecnologia e Engenharia de Alimentos, com 16 episódios produzidos. Na segunda, o grupo se dedicou a divulgar área de atuação para os engenheiros de alimentos, através de entrevistas com egressos do curso, colocados em diferentes áreas de atuação, em 10 episódios produzidos. Atualmente o grupo tem também buscado aumentar a divulgação do curso e do projeto na comunidade escolar do ensino médio.
As tecnologias digitais já tem sido usadas de maneira crescente para entretenimento e finalidades comerciais por bancos, noticiário, lojas de comércio virtual, e propagandas. O uso dessas tecnologias de informação no ensino é uma das estratégias para possibilitar a abordagem de conceitos e conteúdos. Estes instrumentos podem contribuir na prática de professores e proporcionar a construção de conhecimento pelas pessoas (SANTOS et al., 2015). Canfil et. al. (2009), afirmam que os recursos tecnológicos já são ferramentas indispensáveis aos comunicadores e às escolas também. Os meios digitais potencializam o ensino em sala de aula e quanto mais acessível, rápida e dinâmica for a ferramenta, melhores serão os resultados obtidos. Pode-se considerar que as Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC abrem caminho para um novo paradigma educacional. No trabalho de Souza e Fino (2008), os autores discorrem sobre os conceitos, valores, percepções e práticas, conjunto que denominamos paradigmas. No campo da educação, a partir das práticas educacionais concebidas para atender aos anseios da revolução industrial, podemos observar que ainda hoje mantemos elementos como campainha em escolas, classes separadas por idades, divisão analítica com um professor para cada disciplina. Seguindo no curso do tempo, os autores discutem que a partir da década de 60, com a corrida espacial, houve um maior cuidado e interesse na formação de professores de áreas como matemática e ciências, mantendo intacto o sistema de produção em massa. As primeiras perspectivas do uso pedagógico de computadores vieram com a criação de máquinas de corrigir testes de múltipla escolha, máquinas com instruções programadas, que seriam o início do ensino assistido por computador, mas ainda de maneira muito passiva. Com o desenvolvimento cada vez maior das tecnologias, informática e rede de computadores, o desafio é saber onde buscar informações, como filtrá-las e organizar para o aprendizado. A mudança de paradigma instrucionista, ocorre e vem a ser discutida a partir de então, na compreensão de que a escola precisa ensinar a aprender, e com autonomia para o indivíduo, aprendendo dentro e fora da escola. Também é importante notar que a tecnologia digital não facilita apenas o acesso, a emissão e a produção de informações, mas também possibilita novas maneiras de socialização (SANTOS, 2008, citado por CANFIL et al., 2008), aprendizado e estímulo à criatividade. Essa socialização é importante durante o processo formativo do estudante, na construção do conhecimento junto com outros estudantes, mas também nas atividades extensionistas, de interação com uma comunidade diferente da universitária. Junto a socialização está o incentivo ao estudante de aperfeiçoar seus estudos em uma área de conhecimento de maior interesse, por meio do desenvolvimento de atividades supervisionadas de ensino, o estímulo a criatividade a partir da criação dos textos podcast, além da percepção da importância de sua formação e conhecimento para a sociedade. A Política Nacional de Extensão Universitária, produzida pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX, 2012) define a Extensão Universitária como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. Na prática, muito ainda precisamos caminhar no intuito dessa indissociabilidade, e no alcance das relações estabelecidas pela universidade. Nesse sentido, o Plano Nacional de Educação (PNE), para o decênio 2001-2010, aprovado em 2001, estabelece a responsabilidade das Universidades nas suas funções de Ensino, Pesquisa e Extensão, na formação inicial e continuada dos profissionais da educação básica, e institui que “no mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a graduação no ensino superior no País será reservado para a atuação dos estudantes em ações extensionistas” (FORPROEX 2012). No âmbito da UEFS, a Resolução CONSEPE 129/2019 regulamenta a curricularização das atividades de extensão, sendo necessário que todos os Colegiados de Curso revejam e adequem seus projetos pedagógicos para cumprimento da legislação e metas vigentes (UEFS, 2019). Andrade et al. (2019) afirmam que a inserção da extensão universitária nos cursos de graduação poderá transformar-se em núcleo mobilizador e integrador do currículo, perpassando de forma transversal todas as áreas e cursos universitários, comprometendo os sujeitos envolvidos na assunção de uma nova proposta educativa, mais integrada às comunidades e potencializadora de compromisso social, político e ético com a reflexão crítica e a transformação das diferentes realidades. Diante da importância e urgência de se fazer extensão, temos um contexto único no ano de 2020: em 11 de março deste ano, a COVID-19 foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde como uma pandemia, indicando medidas de distanciamento social como melhor forma de redução do contágio. A doença é nova e de curso pouco conhecido, de forma que temos poucas perspectivas de um retorno à normalidade de relações sociais ainda neste ano de 2020. Nesta situação, como viabilizar atividades de extensão, que sempre nos remetem ao contato com o outro, à interação com a comunidade? Nesta proposta, acreditamos que seja possível viabilizar algumas atividades, pelo uso de meios digitais, as TIC. Dentre estas tecnologias, o podcast apresenta vantagens na facilidade para gravar e transmitir, quando comparado às exigências de vídeo com cenário, luz, qualidade de imagem. O acesso é gratuito, pode ser acessado de múltiplas plataformas, e equipamentos como smartphones, tablets e computadores. As plataformas para distribuição de podcast começaram a ser usadas em 2004, nos EUA. Nos últimos anos, o interesse por este modelo de conteúdo aumentou: entre janeiro de 2018 e novembro de 2019 o consumo no país cresceu 21% ao mês, segundo o sítio Techtudo (2020) que apresenta dados divulgados pelo Spotify (plataforma de transmissão de músicas e podcasts). Os temas tratados são variados, e as plataformas permitem busca por grupo temático, como tecnologia, educação, nutrição, por exemplo. No curso de Engenharia de Alimentos, são abordados conteúdos relativos à química e bioquímica dos alimentos, microbiologia, rotulagem, conservação, formas de processamento dos mais variados alimentos, gestão e equipamentos industriais. Estes temas se tornam interesse da comunidade, que representa o consumidor final dos produtos elaborados, seja de forma artesanal ou industrial. Dessa forma, a comunidade poderá obter informações corretas e de forma segura, por exemplo, sobre transformações bioquímicas que ocorrem durante o processamento dos alimentos, a melhor forma de conservação para prolongar o tempo de vida útil, a função dos aditivos e conservantes utilizados em alguns produtos, obter esclarecimentos sobre mitos e verdades acerca da produção e consumo de alimentos, entre tantos outros temas que poderão surgir, inclusive por demanda da própria comunidade. A alimentação é um dos elementos do estilo de vida que muito interfere na saúde das pessoas, e a obtenção de informações variadas que fomente o conhecimento sobre alimentos processados pode ser importante para que escolhas alimentares mais saudáveis sejam feitas. Machado et al. (2008) afirmam que existe a necessidade de campanhas educativas sobre o uso apropriado das informações contidas no rótulo, de forma que este possa contribuir na escolha dos alimentos pelos consumidores. Pontes et al. (2009) ressaltam que a possibilidade de orientação da população quanto ao consumo adequado de alimentos pode corrigir erros alimentares, diminuir seus efeitos deletérios e, simultaneamente, promover o redirecionamento da oferta de alimentos pelo setor produtivo à sociedade de consumo e seus mecanismos de divulgação. Neste sentido, com o objetivo de melhorar a qualidade da informação para que o consumidor possa fazer suas escolhas de maneira mais consciente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamenta a rotulagem de alimentos, sobretudo a rotulagem nutricional conforme Resolução RDC nº 360/2003 (BRASIL, 2003). O problema é que muitas pessoas não têm o hábito de ler os rótulos, ou não os compreendem. No trabalho de Machado et al., 2008, foram entrevistados 300 consumidores em supermercados em Feira de Santana-BA, e quando questionados sobre qual das informações observavam no rótulo, 91,3% dos entrevistados mencionaram o prazo de validade. Neste trabalho, a utilização destas informações no dia-a-dia dos entrevistados estava relacionada principalmente com o valor energético (44,44%) em detrimento dos demais nutrientes que contribuem para uma dieta alimentar equilibrada. Assim, a divulgação de assuntos da Área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, poderá fornecer informações que favoreçam o conhecimento e ampliação na compreensão de aspectos importantes dos alimentos e da indústria de alimentos e seus impactos na saúde e bem estar dos consumidores.
Estima-se que em 15 dias um ciclo completo, itens de 1 a 6 descritos a seguir, será executado completamente. 1. Reunião para definição de pauta com a equipe executora, divisão em grupos de trabalho; O trabalho vai ser iniciado com a equipe de docentes (coordenadora, mais três integrantes), e quatro discentes como estudantes voluntários. Os temas serão escolhidos dentre as propostas pela equipe. 2. Pesquisa, estudo e elaboração de roteiros; Os discentes ajudarão a trazer temas de interesse da comunidade, notícias, de forma a compor um “banco de idéias”. Os professores orientarão a pesquisa e elaboração dos textos para os roteiros; 3. Correção e discussão dos roteiros; A equipe executora terá a oportunidade de opinar nos roteiros elaborados e contribuir com melhorias. 4. Gravação e edição dos roteiros em programa de computador Audacity (código aberto “open source”, de acesso gratuito). Usando um notebook com o programa Audacity instalado, o roteiro será lido, e gravado. O programa permite edição, correção e melhorias. 5. Publicação com o uso de programa Anchor: o arquivo gerado no Audacity é carregado para dentro do programa Anchor, e após uma avaliação das plataformas, o podcast é disponibilizado de maneira gratuita nas redes para aplicativos como Spotfy e Google podcasts. Uma chamada do Instagram será feita, com a divulgação do novo episódio, chamando as pessoas a interagir nesse meio. 6. Acompanhamento do retorno do público, respostas de dúvidas surgidas e coleta de informação que serão levadas à próxima reunião de pauta (reiniciando o ciclo a partir do item número 1). A equipe discutirá o retorno obtido e a interação obtida será avaliada. *Atualização* : 7. Divulgação do curso de engenharia de alimentos e do projeto em escolas no município de Feira de Santana que tenham ensino médio, através de visitas presenciais, que possibilitem interação, levantamento de impressões e dúvidas sobre a área.
Divulgar conteúdos de Ciência e Tecnologia de Alimentos na forma de arquivos de áudio divulgados em plataformas de transmissão – podcasts.
-Favorecer o conhecimento dos ouvintes acerca de temas cotidianos da Engenharia de Alimentos; -Contribuir com o desenvolvimento da cultura digital nesta área, especialmente na comunidade do curso de Engenharia de Alimentos; - Incentivar os estudantes do curso de Engenharia de Alimentos a aperfeiçoarem seus estudos em uma área de conhecimento de maior interesse; -Desenvolver a equipe, em especial os discentes envolvidos, na pesquisa, redação e divulgação de temas da área; -Interagir e conhecer as dúvidas ou interesses que o público (comunidade ouvinte) tem acerca desta área de Ciência e Tecnologia de Alimentos. -Criar espaço para que os estudantes de Engenharia de alimentos possam exercer atividades extensionistas. Este espaço será utilizado num primeiro momento durante o isolamento para enfrentamento da pandemia de COVID 19, e com perspectiva futura de prover atividades para curricularização da extensão no Curso de Engenharia de alimentos. Atualização: -Criar espaço para que os estudantes de Engenharia de alimentos possam exercer atividades extensionistas em escolas de ensino médio.
Um podcast é uma gravação de um conteúdo em áudio como um episódio, para ser ouvido/consumido via streaming, usando um aparelho celular smartphone ou computador conectados à internet. Pode-se encontrar temas e conteúdos variados, de notícias à entretenimento. A maioria é gratuita e vem se tornando uma ótima alternativa para quem não tem tempo livre e pode consumir/ouvir um programa inteiro trabalhando, fazendo exercícios e até no trânsito (TECNOBLOG, 2020). Atualmente, alguns autores têm estudado o uso de podcasts na educação, como conteúdo complementar de atividades didáticas, ou mesmo repositório de aulas presenciais, gravadas para serem revisitadas (CANFIL et al., 2009; DOS SANTOS et al.,2015; KAEPPEL,2018). No trabalho de Canfil et al. (2009) os autores discutem a contribuição das novas mídias para o processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, apresentam exemplos que mostram como é possível inserir os estudantes nos meios de comunicação, propondo que transformem informação em conhecimento. De acordo com o que observam os autores, o protagonismo dos estudantes nestes meios favorece a construção de conhecimento para os envolvidos. Neste sentido, este plano de trabalho visa produzir e usar podcasts para divulgar conteúdos sobre Ciência e Tecnologia de Alimentos. Dentre estes assuntos, curiosidades sobre alimentos industrializados, desmistificação de informações erradas e crenças, além de conscientização para que as pessoas possam, de posse de mais informações, fazer escolhas melhores com relação à sua alimentação. A relevância destas informações é alta, o que justifica um projeto de extensão que vise divulgá-las. A partir das dificuldades de enfrentamento da pandemia de COVID 19, percebemos a necessidade de buscar uma forma de fazer extensão respeitando o isolamento necessário neste momento, e no futuro próximo. O podcast foi a ferramenta escolhida neste projeto dada a facilidade de produção e consumo, pois demanda menos recursos quando comparado ao vídeo, tem possibilidade de atingir um público grande, pois pode ficar hospedada por tempo indeterminado. As pessoas vão poder interagir e tirar dúvidas através das redes sociais. Os estudantes envolvidos no projeto pesquisarão em suas comunidades sociais ou virtuais quais são os principais interesses e terão participação ativa na produção dos podcasts.

Histórico de movimentação
13-04-2023 18:49:27

Criação da proposta

18-09-2023 09:39:11

Parecer da Câmara de Extensão

Resolução em nome de Helia Lucila Malta, Fátimaa L. Albertini, Tais Silva de Olivera e Marilia Lordelo
16-09-2023 13:32:10

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
18-09-2023 09:39:11

Aprovado

Resolução em nome de Helia Lucila Malta, Fátimaa L. Albertini, Tais Silva de Olivera e Marilia Lordelo
18-09-2023 09:39:46

Ativo

Homologado na Proex
v1.4.13
SISTEX - Desenvolvido pela Assessoria Especial de Informática - AEI e Sustentado pelo Escritório de Projetos e Processos - EPP