SONS E TECLAS NA UEFS - PROJETO DE ENSINO E FORMAÇÃO PARA O ENSINO DO TECLADO EM GRUPO #58

Coordenador:
Cláudia Elisiane Ferreira dos Santos
Data Cadastro:
14-04-2023 11:42:45
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Cláudia Elisiane Ferreira dos Santos
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Área de Música,

Resolução Consepe 60/2017
Processo SEI Bahia 00000000000000000
Situação Ativo
Equipe 5

O projeto visa desenvolver atividades voltadas para a musicalização de crianças, adolescentes e adultos através do ensino e execução musical em grupo envolvendo instrumentos de teclas. Tais atividades serão desenvolvidas em duas perspectivas: 1ª) ensino coletivo de instrumentos de teclas; 2ª) formação continuada de professores para esta modalidade de ensino. Órgãos Envolvidos: ·Proponentes: Departamento de Letras e Artes e Colegiado do Curso de Licenciatura em Música. ·Apoio: PROEX e CUCA
Na segunda metade do século XX, técnicas de ensino coletivo contribuíram para a popularização do piano, situando-o como um instrumento básico para a musicalização. Surgiram as oficinas de música, que, através do exercício da intuição, das técnicas de exploração de fontes sonoras e desenvolvimento da improvisação, facilitaram o contato com a linguagem musical (SANTOS, 2006). Segundo autores como Gonçalves (1983 apud REINOSO, 2012) e Rainbow (1990 apud SANTOS, 2013), o formato de Ensino de Piano em Grupo (EPG) surge na Europa no século XIX, com J. B. Logier (1777-1846) desempenhando o duplo papel de reforço dos elementos da linguagem musical e de performance do instrumento musical, propriamente dito, em contraposição aos princípios dos Conservatórios europeus, os quais tinham como objetivo a formação de virtuose. Montandon (1992, p.10), afirma que a aula de piano em grupo é “apresentada como a ‘solução inovadora’ em oposição à aula de piano individual, denominada ‘tradicional’, definida como aquela com o objetivo exclusivo de formar o concertista e concentrada no desempenho técnico e virtuosístico do aluno”. No Brasil, esta prática surge na década de 1970, e desde então, multiplica-se, devido ao seu caráter colaborativo e colaborativo. Montandon aponta que um dos motivos mais proclamados pelos educadores musicais para a implantação do ensino de piano em grupo é seu formato próprio para a musicalização dos alunos, levando-os a compreender Música em suas múltiplas particularidades, com a compreensão dos elementos da estrutura musical ampla, desenvolvendo habilidades de execução no instrumento e, ao mesmo tempo, atitudes e hábitos positivos em relação à música (Frisch, 1952 apud MONTANDON, 1992, p.65). O formato do EPG foi também defendido por Santiago, que descreve vantagens desta prática, compiladas de vários autores: Além do tempo do professor ser melhor utilizado, os alunos se preparam melhor por efeito da presença do grupo; aprendem a ter mais confiança em si próprios; tem mais tempo que nas aulas individuais para se recobrarem dos erros cometidos, o que e favorável à construção de uma autoimagem positiva; são mais motivados; tem oportunidade constante para a prática em conjunto; aprendem por imitação uns com os outros; recebem maior estímulo para o desenvolvimento das habilidades de crítica, audição interiorizada e interpretação; adaptam-se desde o início a tocarem para outros; tem a oportunidade de serem expostos a uma maior literatura instrumental; podem ser introduzidos com vantagem sobre os alunos que tem aulas individuais no estudo da notação musical, história da musica e teoria. (SANTIAGO, 1995,p.75). Para Swanwick (2003, p. 68), os acessos a experiências musicais variadas garantem o respeito a características individuais dos alunos. Estas se integram às atividades vivenciadas, possibilitando respostas diferentes a situações variadas: “Compor, tocar e apreciar: cada atividade tem a sua parte a desempenhar. Hollerbach, citando Swanwick, relata que o ensino em grupo funciona: [...] como um modo de motivar o aluno a ouvir e perceber cuidadosamente o som, a postura, o estilo de performance e o desenvolvimento técnico do outro. São desenvolvidos então o senso crítico e a experiência de se tocar em público. (HOLLERBACH, 2003, p.35). Esta afirmação é corroborado por Tourinho, que acredita que “concepção de ensino coletivo está conceituada como uma transposição inata do comportamento humano de observação e imitação para o aprendizado musical” (TOURINHO, 2007). Por seu caráter mais aberto e democrático, a metodologia EPG passou a ser desenvolvida também para o ensino de Teclado. Concluindo, ressalta-se também a importância do desenvolvimento da socialização e integração presentes neste formato, pois o ensino e a prática coletiva requerem percepção do outro e de si mesmo em relação a este outro.
O projeto prevê a realização de aulas semanais, com duração de 60 minutos, com turmas de 5 a 6 alunos em uma sala com 6 teclados eletrônicos e um piano acústico. Nas aulas serão desenvolvidas atividades fundamentadas na abordagem CLASP, que compreende os seguintes parâmetros: (T) Técnica: aquisição de habilidades auditiva, instrumental e notacional; (E) Execução: comunicação da música através de um repertório diversificado; (C) Composição: formulação de ideia musical, produzindo objeto musical; (L) Literatura: literatura de e sobre a música; (A) Apreciação: responder auditivamente ao objeto musical. Estes parâmetros, desenvolvidos simultaneamente, possibilitarão ao aluno o contato musical através do exercício de atividades diversificadas como ouvir, criar e tocar música (BRAGA,2009). De início, serão trabalhadas peças/canções em uníssono, seguindo para duas ou mais vozes, em arranjos simples. A medida em que o grupo se desenvolver, serão executados arranjos mais complexos. O repertório selecionado será preferencialmente o composto com fins didáticos, valorizando a música brasileira, assim como peças mundialmente reconhecidas. Para as atividades de ensino, o projeto deverá ser desenvolvido nas seguintes etapas: 1. Inscrição e entrevista para seleção dos participantes; 2. Divisão do grupo por faixa etária (crianças e adultos sem experiência musical sistematizada); 3. Início das aulas; 4. Desenvolvimento de repertório nos grupos, selecionado de acordo com o nível musical; 5. Apresentações públicas; 6. Avaliação das atividades desenvolvidas. Para as atividades de formação, serão promovidos encontros mensais de caráter variado a exemplo de workshop, masterclass, minicurso, palestras, entre outros, as quais serão desenvolvidos e compartilhados métodos e metodologias direcionadas para o ensino coletivo de instrumentos de teclas. A duração de cada encontro será de 02 horas mensais ao qual serão expedidos certificados de participação aos envolvidos. Os encontros estarão diluídos nas seguintes etapas: 1. Seleção de temáticas a serem abordadas nas atividades de formação; 2. Definição da ordem das temáticas contempladas; 3. Divulgação e inscrição dos participantes da programação; 4. Planejamento e elaboração do material didático disponibilizado; 5. Realização dos encontros de formação; 6. Avaliação das atividades desenvolvidas.
Desenvolver a musicalização através da prática coletiva de instrumentos de teclas.
- Estudar técnicas para execução instrumental; - Desenvolver habilidades funcionais ao teclado (leitura, improvisação e acompanhamento harmônico); - Promover ensaios e apresentações em público, a fim de socializar os resultados; - Formar orquestra de teclados infanto juvenil e adulta, executando arranjos próprios e/ou adaptados para esta formação; - Difundir o uso do teclado como instrumento musicalizador para professores ou futuros professores de música; - Promover formação inicial e continuada voltada para a metodologia do ensino de teclas em grupo; - Expor os resultados em seminários e apresentações em público; - Promover a cooperação e socialização entre os participantes do projeto; - Divulgar o trabalho do curso de licenciatura em música da UEFS junto à comunidade acadêmica e local e outras instituições, por meio de apresentações musicais.
O município de Feira de Santana possui uma considerável riqueza cultural e musical, que pode ser percebida na formação de grupos musicais e artistas que destacam no cenário local e nacional. Apesar da crescente formação, percebe-se que ainda existe uma carência de cursos e professores de música com atuação no ensino coletivo de piano/teclado. Em relação às atividades de ensino, a musicalização através de instrumentos de teclas, além de proporcionar aos participantes vivências musicais coletivas através da formação de uma orquestra de teclados, pretende musicalizar pessoas que ainda não tiveram contato com o instrumento musical e desenvolver técnicas de acompanhamento de canções, a prática da improvisação e da leitura musical. Pretende desenvolver outros aspectos pedagógicos e psicossociais durante o processo de ensino e aprendizagem, como a socialização, a cooperação e a escuta própria e do outro. Conforme Santos e Nunes (2014, no prelo):A execução em grupo pressupõe a aprendizagem colaborativa e o envolvimento de todos os alunos no processo de aprendizagem, sempre, pois quando onde, se um toca, os outros escutam, confirmando ou dando sugestões para melhorar. Sobre as atividades de formação, o projeto envolverá tanto professores de instrumento da comunidade local, quanto os estudantes do curso de Licenciatura em Música da UEFS. Estes desenvolverão a função de colaboradores e bolsistas, tendo a oportunidade de estudar e colocar em prática técnicas de ensino coletivo de instrumentos de teclado, tornando-se multiplicadores desta metodologia no futuro em diversos contextos de educação musical, como a educação básica e projetos sociais. Desta forma, este projeto proporciona um importante contato com a dinâmica da musicalização através do ensino coletivo de instrumentos, formação e atuação em grupos musicais, o que são considerados fatores imprescindíveis na formação do educador musical. A formação terá como suporte as ações desenvolvidas pelo Grupo de Estudos Contemporâneos em Música para melhor absorver métodos, pedagogias e materiais didáticos disponíveis. Além disso, valorizar o repertório local (brasileiro, nordestino), sem deixar de contemplar peças de repertório já consagrado mundialmente.

Histórico de movimentação
14-04-2023 11:42:45

Criação da proposta

14-04-2023 16:00:54

Parecer da Câmara de Extensão

Projeto Aprovado
14-04-2023 15:42:43

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
14-04-2023 16:00:54

Aprovado

Projeto Aprovado
14-04-2023 16:01:17

Ativo

Habilitado para pedido de bolsa extensão
v1.4.13
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