Primeiros Socorros nas Instituições de Educação Básica na cidade de Feira de Santana/BA #62

Coordenador:
Soraya Fernanda de Cerqueira Motta
Data Cadastro:
14-04-2023 20:05:27
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Juliana Laranjeira Pereira
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Colegiado do Curso de Medicina,

Resolução Consepe 53/2018
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Ativo
Equipe 7

Os acidentes são eventos danosos e inesperados que ocorrem de forma não premeditada. No Brasil, eles são as maiores causas de mortes de crianças entre 1 e 14 anos. A infância, portanto, é considerada uma faixa etária com maior risco para esses eventos. Assim, o objetivo desse Projeto é treinar técnicas de procedimentos básicos para o primeiro atendimento em primeiros socorros com os profissionais das instituições de Educação Básica para aplicar em crianças e adolescentes em situações de acidentes no espaço escolar. As crianças e adolescentes também participaram das atividades através de informativos de prevenção de acidentes com linguagem acessível a cada faixa etária. Para realização das atividades/treinamento nas escolas os estudantes-monitores e os professores-instrutores serão previamente treinados para posteriormente treinarem os funcionários das escolas que participarão do Projeto. Folder explicativo e com orientações serão construídos e distribuídos nas instituições escolares. Em eventos científicos e para a comunidade universitária apresentaremos o resultado dos treinamentos desenvolvidos no Projeto.
Segundo a Fundação Oswald Cruz (2003, p.8) primeiros socorros são: “...cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada; no próprio ambiente familiar, como também em locais que as crianças passam muito tempo, como: a Escola.” É axiomático que milhares de crianças morrem ou ficam com invalidez permanente, perdendo anos potenciais de vida e trazendo mais ônus à saúde pública, devido a acidente que, conforme SILVA (2009, p.44), é “evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e ou emocionais no âmbito doméstico ou nos outros ambientes sociais, como o do trabalho, do trânsito, da escola, de esportes e o de lazer.” Isso pode ser ratificado, ao se notar que, segundo BRASIL (2015), no estado da Bahia, a taxa de óbitos por causa externa (inclui acidentes e violência) na faixa etária de 1-14 anos corresponde aproximadamente, 35% da mortalidade geral; sendo que, na cidade de Feira de Santana, o número de óbitos por causa externa na faixa etária de 1-14 anos foi de, aproximadamente, 10,3% da mortalidade por causa externa na mesma faixa etária na Bahia. Diante do exposto, é evidente que o público infanto-juvenil acaba sendo acometido com veemência quando se trata de acidentes, de modo que, em relação à criança, observa-se que “sua imaturidade, curiosidade e intenso crescimento e desenvolvimento”, (FONSECA et al, 2013, p.83), é a mola motriz para formação desse cenário. Contudo, nota-se que a negligência em relação à falta de adaptação da infraestrutura e, principalmente, a falta de treinamento para prestar os primeiros socorros são fatores predominantes na construção da conjuntura de alta incidência de óbitos relacionados à acidente na infância. A Escola continua sendo um dos locais de ocorrência de acidentes no público infantil, justamente, por este grupo passar no Brasil, no mínimo, cerca de 30% do seu tempo diário. Conforme BEM et al (2008), por meio de estudo prospectivo, transversal, abrangendo 387 vítimas de pequenos traumas em crianças atendidas no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), observou-se que a escola foi o segundo local de ocorrência de acidentes (4,2%) e, quando se trata de quem acompanhava, o professor estava em 3,7% dos casos. Entretanto, mesmo diante dessa análise, nota-se o desconhecimento e apatia em relação às políticas de treinamento para primeiros socorros de funcionários do ambiente escolar. Isso pode ser corroborado, apesar de ser em outro país, a partir de um estudo transversal realizado em pré-escolas em Xangai, que tinha como objetivo identificar o nível de conhecimento dos funcionários das pré-escolas. A partir de um questionário de múltipla escolha, apenas 3,7% (39 indivíduos) obtiveram aprovação, (LI et al, 2012). Diante do exposto, é notável o desconhecimento dos funcionários escolares para desenvolver primeiros socorros e controlar as emoções negativas (medo, ansiedade, estresse, passividade, fraqueza, desconfiança, desamparo), ao enfrentar situações de urgência e emergência, de modo que compromete a vida da criança acidentada, ao piorar o prognóstico, com várias sequelas e redução de sobrevida, e levar, às vezes, à morte. Por fim, ratifica-se a necessidade de políticas de treinamento de todos os funcionários escolares, com intuito de torná-los aptos no que tange ao conhecimento de como prevenir acidentes e como realizar os primeiros socorros, a fim de evitar ou minimizar sequelas graves, além do controle das emoções durante essas situações de risco.
Incialmente será realizado o treinamento dos discentes/monitores e docentes da UEFS participantes do Projeto. Nessa fase, será feita uma pesquisa nas principais bases de dados sobre o tema, aulas com especialista no assunto e treinamento no laboratório da Unidade de Habilidades Clínicas e Atitudes. Após o contato com a Instituição de Ensino e a concordância em participar do Projeto, será realizado levantamento, se existir cadastro, dos eventos ocorridos antes de iniciar o Projeto na unidade de ensino: Quantos acidentes? Os acidentes mais prevalentes? Faixa etária; sequelas entre outros dados. O curso de primeiros socorros terá duração de 4h, divididos em dois momentos: teórico e prático, respectivamente com duração de 1h e 3h. O momento teórico será conduzido pelos docentes com auxílio dos discentes. Será constituído de: • Aplicação do questionário, conhecimentos prévios sobre o tema, com 15 questões objetivas, que será recolhido após 10min; • Aula sobre o tema, realizada pelos docentes envolvidos, da UEFS, cujo conteúdo incluirá: principais causas e consequências de acidentes em espaços escolares, importância dos primeiros socorros para evitar ou minimizar sequelas graves, abordagem inicial (primeiro atendimento), espaço para dúvidas e discussões. Para a aula, recursos necessários: data show, computador com conexão a internet e a confecção de material de mídia. O momento prático será constituído de: •Simulação feita pelos ministrantes do Curso de como deve ser realizado o primeiro atendimento de acordo com cada situação/acidente. Para isso, serão necessários bonecos de diferentes tamanhos (bebê, criança e adulto), que serão cedidos pela Unidade de Habilidades Clínicas e Atitudes do Curso de Medicina da UEFS; •Treinamento dos professores e funcionários, durante o qual eles realizarão a simulação de um primeiro atendimento, supervisionados pelos ministrantes do curso; •Treinamento dos estudantes, respeitando as peculiaridades de cada faixa etária, lembrando que o objetivo de trabalhar com os discentes é mais prevenir do que treinar, salvo na faixa etária adolescentes, durante o qual estes realizarão a simulação de um primeiro atendimento, supervisionados pelos ministrantes do curso; •Após o treinamento, será reaplicado o mesmo questionário do início (com duração de 10 min) e depois será divulgado o gabarito, para que os participantes confiram o quanto conseguiram aprender com o curso. Além disso, será distribuído um formulário para que eles discorram sobre pontos positivos e/ou negativos e sugestões; - Distribuição de cartilha informativa relacionado ao tema.
Propor às instituições escolares a realização de cursos sobre primeiros socorros para diretores, coordenadores, professores, alunos, funcionários técnico-administrativos e serviços gerais; Ensinar, apresentar e treinar técnicas de primeiros socorros com profissionais das instituições de Educação Básica para aplicar em crianças e adolescente em situações de acidentes no espaço escolar; Construir e planejar cursos de primeiros socorros para serem desenvolvidos em espaços escolares, adequando-os ao perfil do público alvo.
Realizar cursos de primeiros socorros em instituições escolares Identificar o quê os profissionais, de cada instituição, sabem sobre primeiros socorros; Descrever os principais tipos de acidentes, os mais prevalentes, diferenciando-os por faixa etária, que ocorrem nos espaços escolares; Explicar as diretrizes e protocolos para acidentes em intuições educacionais; Treinar e praticar com os profissionais, de cada instituição, as principais técnicas e manejo de primeiros socorros, por faixas etárias, durante o 1º atendimento; Prevenir acidentes com crianças e adolescentes no espaço escolar; Reduzir os eventos de acidentes nas escolas, assim como, as consequências destes em espaços desprovidos da presença imediata de profissionais de saúde.
Os acidentes são eventos danosos e inesperados que ocorrem de forma não premeditada. No Brasil, eles são as maiores causas de mortes de crianças entre 1 e 14 anos. A infância, portanto, é considerada uma faixa etária com maior risco para esses eventos. Nesse período, as crianças passam pelo processo de desenvolvimento psicomotor, social e cognitivo, ainda não estão atentas e conscientes aos riscos que podem levar à ocorrência de lesões (DE CONTI, ZANATTA, 2014). Os acidentes na infância podem estar associados a quedas, mordidas, colisões e entorses e causam danos físicos e emocionais à criança, além dos custos aos sistemas de saúde (LI et al., 2012). Nos Estados Unidos, cerca de uma em quatro crianças sofre acidentes não fatais e requerem atendimento hospitalar, gerando um custo anual de 17 bilhões de dólares (LI et al., 2014). No Brasil, existem instrumentos legais para garantir a integridade física, psicológica e social na infância. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nesse contexto, afirma que as crianças devem receber prioridade em situações em que precisem de proteção e socorro. Ele ainda afirma que “A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência” (OLIVEIRA, PORTO, 2016). Em situações de emergência, o tempo em que medidas são tomadas é fundamental para que as respostas sejam favoráveis e os primeiros socorros precisam ser realizados de forma adequada (LI et al., 2014). Considerando a alta incidência de acidentes em escolas, torna-se importante que as pessoas que se encontram nesse contexto estejam preparadas para fazer o manejo adequado dos acidentados. Ao treinamento acerca de primeiros socorros no ambiente escolar está de acordo tanto com o Programa Saúde na Escola, que visa à promoção de saúde nesse ambiente, quanto com a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violências, ao ensinar as condutas adequadas para situações de urgência e emergência (NETO et al., 2017). Nesse contexto, cartilhas e guias também são úteis no processo de comunicação do conhecimento sobre primeiros-socorros, em especial crianças. Um estudo realizado por enfermeiros da Universidade Federal do Ceará e da Universidade Federal de Pernambuco levou à produção de uma cartilha para informar professores sobre as condutas adequadas; foram abordadas situações como crises convulsivas, lesões por calor, rebaixamento de consciência, obstrução de vias aéreas, intoxicação exógena e afogamento (NETO et al., 2017). Considerando a alta incidência e as consequências dos acidentes em escolas, o Projeto de Extensão irá promover o treinamento ao atendimento inicial quanto aos primeiros socorros nas instituições de Educação Básica na cidade de Feira de Santana – BA. Será importante para prevenir a ocorrência de acidentes, ensinar o manejo adequado de crianças acidentadas e evitar ou minimizar sequelas graves decorrentes desses eventos ou de um precário atendimento inicial. Todavia, nos currículos de graduação em licenciatura não contemplam disciplinas ou cursos que preparem os profissionais de educação, assim como, os funcionários envolvidos no funcionamento da escola para situações adversas que expõem a integridade física dos estudantes da instituição. Dessa maneira, consideramos imprescindível ofertar o Curso de Primeiros Socorros nas instituições de Educação Básica não somente para os professores, como também para os profissionais envolvidos no espaço educacional e aos estudantes, sendo para estes adotada uma linguagem adequada a cada faixa etária.

Histórico de movimentação
14-04-2023 20:05:27

Criação da proposta

14-04-2023 22:16:58

Parecer da Câmara de Extensão

PROGRAMA APROVADO
14-04-2023 21:58:34

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
14-04-2023 22:01:22

Pendente

Precisa rever o recursos
14-04-2023 22:10:26

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
14-04-2023 22:16:58

Aprovado

PROGRAMA APROVADO
14-04-2023 22:17:19

Ativo

Habilitado para pedido de bolsa extensão
v1.4.13
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