O Marco Legal para a Primeira Infância ressalta a importância dos primeiros anos de vida para o crescimento e desenvolvimento saudável da infância à idade adulta. Nos seus artigos 9º e 10, aborda a articulação das políticas com a formação de profissionais qualificados para o atendimento às características e necessidades das crianças, contemplando a especificidade da primeira infância e a intersetorialidade na promoção do desenvolvimento integral (BRASIL, 2016). O cuidado em saúde demanda uma visão global em todos os aspectos, e visa atender o individuo em sua integralidade. Dessa forma, o Marco Legal para a Primeira Infância versa sobre os direitos das gestantes, parturientes, famílias e crianças quanto às ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável de forma contínua e o estímulo ao desenvolvimento integral da criança (BRASIL, 2016). Ao promover o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança desde o nascimento até os 5 anos de idade, é de fundamental importância que se tenha um olhar diferenciado do cuidar, que possibilite respostas também globais, fruto de um trabalho em equipe, iniciando este processo desde o pré-natal. Os primeiros anos de vida de uma criança correspondem a um período de extrema importância para a formação do indivíduo adulto, gerando benefícios a longo prazo, promovendo justiça e equidade social. Fujimoto (2016, p. 24), refere que o que as crianças vivenciam nos “mil primeiros dias formam a base da aprendizagem socioemocional, cognitiva e física, que assegura o êxito futuro na sociedade e durante a escolarização. Uma das estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde (MS), a partir de 1984, visando incrementar a capacidade resolutiva dos serviços de saúde na atenção à criança, foi a de priorizar cinco ações básicas de saúde que possuem comprovada eficácia (promoção do aleitamento materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, imunizações, prevenção e controle das doenças diarréicas e das infecções respiratórias agudas). Tais ações devem constituir o centro da atenção a ser prestada em toda a rede básica de serviços de saúde. Nesse sentido, o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu normas técnicas, definiu instrumentos operacionais e promoveu a capacitação de recursos humanos. Para que estas ações contribuam para a melhoria da saúde infantil, é necessária a capacitação técnica e o seguimento de normas já estabelecidas, bem como o trabalho integrado das equipes de atenção à criança e a mulher, articulando as ações de saúde. Nesse contexto, as normas para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento foram gradativamente incorporadas às atividades do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e do Programa de Saúde da Família (PSF), potencializando, assim, os esforços do MS e de Secretarias de Saúde para a vigilância da saúde da criança, com destaque para a disseminação do uso do Cartão da Criança, hoje atualizado para a Caderneta da Criança. O aleitamento materno no decorrer dos anos tem se constituído em uma ferramenta que garante a saúde da criança; por essa razão o seu incentivo e prioridade no programa de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, fomentado pelo MS. Este se traduz na edificação de três importantes pilares erguidos sob a ótica da promoção, da proteção e do apoio á mulher, tendo seu início na gestação. São inúmeras e incontáveis as vantagens do aleitamento materno para a criança, a mãe, a família e sociedade. A amamentação quando praticada de forma exclusiva até os seis meses e complementada posteriormente até os dois anos de vida ou mais, demonstra grande potencial transformador no crescimento, desenvolvimento e prevenção de doença na infância e idade adulta. Por conta disso, o estímulo ao aleitamento materno deve começar no período gestacional, conduzindo as gestantes para uma melhor compreensão de sua importância, seu manejo e como proceder diante de algumas dificuldades sentidas nesse período de intensa lactação. Toda a equipe de saúde que presta cuidados às mães e recém nascidos, deve estar capacitada para o adequado acolhimento da puérpera e para as práticas de incentivo ao aleitamento materno nas primeiras horas após o parto, estimulando a amamentação em livre demanda e fomentando grupos de apoio á amamentação. A ampliação das atividades do Programa para o espaço do Hospital Inácia Pinto dos Santos (HIPS) e Fundação Hospitalar de Feira de Santana (HIPS) permitirá a implementação das ações de promoção do aleitamento materno desde a atenção no puerpério imediato, configurando-se como uma proposta de assistência integral à saúde das crianças e suas mães, contemplando os primeiros 1000 dias de vida do Bebê, com ações articuladas no pré-natal, parto, puerpério e primeira infância. A equipe deve estar preparada para desenvolver as ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, orientar, observar e avaliar a mamada e saber conduzir o processo de amamentação dentro de um padrão de tranqüilidade, dando conforto e estimulando a confiança da mulher na possibilidade de uma amamentação bem-sucedida. Além de promover o cuidado seguro aos recém-nascidos e crianças, minimizando danos e promovendo a qualidade na administração de imunobiológicos nos serviços de saúde da rede básica e hospitalar. Dentro desta realidade, este programa tem como proposta desenvolver ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança (ACDC) na UBS, como também, promover o cuidado seguro e a redução de danos na administração de imunobiológicos nos serviços de saúde da rede básica e hospitalar vinculados ao Programa. O presente programa fundamenta-se na tradução e intercâmbio de conhecimento inserido em uma estratégia de promoção de saúde da mulher e da criança, na identificação de grupos de risco, detecção precoce dos agravos e encaminhamento para o tratamento adequado. As atividades do Programa de Extensão fazem intersecção com as atividades práticas dos Componentes Curriculares SAU235 – Enfermagem na Saúde da Mulher, Criança e Adolescente I, e desde o semestre letivo de 2022.1 com o Componente Curricular SAU236 – Enfermagem na Saúde da Mulher, Criança e Adolescente II, através das práticas no alojamento conjunto.

Articulação com a gestão da unidade participante do Programa de Extensão para discutir a proposta do Programa de Extensão e o desenvolvimento das atividades previstas; Articulação com os Componentes Curriculares SAU235 - Enfermagem na Saúde da Mulher, Criança e Adolescente I e SAU236 - Enfermagem na Saúde da Mulher, Criança e Adolescente II para fortalecer a curricularização da extensão; Aplicação da tradução e intercâmbio de conhecimento para promover a saúde da mulher e da criança, identificação de grupos de risco, detecção precoce de agravos e encaminhamento para tratamento adequado; Vivência dos discentes envolvidos para identificação das estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde em relação às temáticas trabalhadas dentro do Programa; Preparação de material educativo para a realização da roda de conversa, após organização e análise dos dados coletados na vivência; Realização de rodas de conversa com os profissionais de saúde para socializar os achados de vivência e apresentar a proposta de implementação da tradução de conhecimento e identificação de facilidades e dificuldades no processo; Implementação e acompanhamento da implementação da ações de tradução do conhecimento e intervenções propostas para os cenário de extensão; Monitoramento do uso e sustentabilidade da manutenção das estratégias de tradução e intercâmbio de conhecimentos e propostas para o cenário de extensão; Avaliação do impacto das estratégias de tradução e intercâmbio de conhecimentos na sucção ao seio materno para alívio da dor durante a administração de imunobiológicos intramusculares; Disseminação do conhecimento adquirido por meio das vivências na extensão em eventos ou por meio de publicações científicas em periódicos de circulação nacional ou internacional.

Utilizar estratégias de tradução e intercâmbio de conhecimento para promover ações voltadas à saúde integral nos primeiros 1000 dias de vida da criança.

1. Disseminar informações para mães, pais, familiares e profissionais de saúde sobre a saúde integral nos primeiros 1000 dias de vida da criança; 2. Capacitar os profissionais de saúde (enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde) quanto a saúde integral nos primeiros 1000 dias de vida da criança; 3. Implementar intervenções baseadas em evidências científicas e relacionadas à saúde integral nos primeiros 1000 dias de vida da criança; 4. Incentivar a manutenção da situação vacinal atualizada; 5. Incentivar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança; 6. Produzir materiais educativos relacionados à saúde integral nos primeiros 1000 dias de vida da criança; 7. Desenvolver estratégias para a tradução e intercâmbio de conhecimento sobre temáticas relacionadas à saúde integral nos primeiros 1000 dias de vida da criança.

O Marco Legal para a Primeira Infância ressalta a importância dos primeiros anos de vida para o crescimento e desenvolvimento saudável da infância à idade adulta. Para tanto, é preciso que os profissionais de saúde tenham uma visão global da criança em todos os aspectos de sua vida. Esta estratégia visa atender a criança em sua integralidade. Ao promover o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança desde o nascimento até os 5 anos de idade, é importante que se tenha um olhar diferenciado do cuidar, que possibilite respostas também globais, fruto de um trabalho em equipe, iniciando este processo desde o pré-natal. Sendo assim, o Programa de Extensão apresenta essas atividades, que serão desenvolvidas por meio da parceria já estabelecida entre o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Inovação e Segurança no Cuidado em Saúde (LaPIS), da Universidade Estadual de Feira de Santana, com o Centro Social Urbano (CSU) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A proposta ampliará suas ações para o espaço do Hospital Inácia Pinto dos Santos (HIPS) e Fundação Hospitalar de Feira de Santana (FHFS) para que as ações de promoção do aleitamento materno sejam implementadas desde a atenção no puerpério imediato, e na administração dos primeiros imunobiológicos, configurando-se como uma proposta de assistência integral à saúde das crianças e suas mães, contemplando os primeiros 1000 dias de vida da criança, com ações articuladas no pré-natal, parto, puerpério e primeira infância.