Qualificação em Urgência e Emergência: uma articulação da Universidade, comunidade e Rede de Urgência e Emergência em Feira de Santana #76

Coordenador:
Wilton Nascimento Figueredo
Data Cadastro:
16-04-2023 18:30:22
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Wilton Nascimento Figueredo
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Colegiado do Curso de Enfermagem, Departamento de Saúde,

Resolução Consepe 12/2018
Processo SEI Bahia 0000000000000
Situação Ativo
Equipe 24

O Programa de Qualificação em Urgência e Emergência tem como justificativa central a fragilidade na educação em saúde na área de Urgência e Emergência, a alta incidência de situações que envolvem a necessidade deste tipo de atendimento em Urgência e Emergência, bem como, a necessidade da população em geral em conhecer atitudes necessárias frente a um atendimento de emergência. Este Programa visa qualificar a comunidade universitária em geral, os trabalhadores da Rede de Serviços de Urgência e Emergência e a comunidade interessada de modo mais amplo. Nesta direção, o programa propõe contribuir para conformação/estruturação da rede de serviços de emergências na cidade de Feira de Santana. A metodologia adotada será através da formação da Liga de Urgência e Emergência do curso de enfermagem da UEFS, a adoção de parcerias com o SAMU-192 de Feira de Santana, profissionais que atuam em Hospitais que atendem urgência e emergência, UPA 24h do Hospital Geral Clériston Andrade e Empresas de transporte público de Feira de Santana. Quanto à avaliação da proposta apresentada, ela visa no primeiro ano, qualificar 10% dos cobradores e motoristas de ônibus, 10% dos profissionais de enfermagem do SAMU-192 e UPA 24h, 35% dos discentes do curso de enfermagem em Suporte Básico de Vida
Para Costa et al (2015) a Parada Cardiorrespiratória (PCR) é entendida como a situação em que o débito cardíaco é inadequado para a manutenção da vida, onde ocorre à interrupção da atividade respiratória, caracterizada pela ausência de movimentos torácicos inspiratórios, cessação súbita dos batimentos cardíacos, pulso periférico não palpável e a perda do nível de consciência. Atualmente, para American Heart Association, as doenças cardiovasculares, constituem o mais importante grupo de causas de mortalidade no Brasil e no mundo. Dentre essas, destacam-se as isquêmicas do coração que são as principais causadoras de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Nesta perspectiva epidemiológica, estima-se que nos Estados Unidos da América (EUA) ocorram aproximadamente 330.00 PCR/ano e no Brasil, cerca de 200.000 PCR/ano, sendo que metade dos casos ocorre em ambiente hospitalar e outra metade em locais públicos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2014). O ambiente pré-hospitalar é de responsabilidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), criado pelo Ministério da Saúde no ano de 2003, definido como o componente da rede de atenção às urgências e emergências que objetiva ordenar o fluxo assistencial e disponibilizar atendimento precoce e transporte adequado, rápido e resolutivo às vítimas acometidas por agravo à saúde de natureza clínica, cirúrgica, gineco-obstétrica, traumática e psiquiátricas (BRASIL, 2016). A Atenção Básica tem como objetivos a ampliação do acesso, o fortalecimento do vínculo através da escuta qualificada, classificação de risco, a responsabilização e o primeiro atendimento às urgências e emergências, em ambiente adequado, até a transferência/encaminhamento dos pacientes a outros pontos de atenção, quando necessário, mediante implantação de acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades (BRASIL, 2013). As unidades de pronto atendimento (UPA) são estruturas de complexidade intermediária entre as unidades básicas de saúde, unidades de saúde da família e a rede hospitalar, que devem funcionar 24h por dia, todos os dias da semana, e compor uma rede organizada de atenção às urgências e emergências, com pactos e fluxos previamente definidos, com o objetivo de garantir o acolhimento aos pacientes, intervir em sua condição clínica e contrarreferenciá-los para os demais pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS), para os serviços da atenção básica ou especializada ou para internação hospitalar, proporcionando a continuidade do tratamento com impacto positivo no quadro de saúde individual e coletivo da população (BRASIL, 2013). Para Fonseca et al (2007) o tipo de atendimento pré-hospitalar (APH) utiliza meios e recursos disponíveis, com resposta adequada à solicitação, podendo variar desde um simples conselho ou orientação telefônica ao envio de uma ambulância de suporte básico ou avançado até o local do evento, visando à manutenção da vida, a evitar agravos e até mesmo à minimização de sequelas. Quanto aos limites do cuidado pré-hospitalar, um estudo que investigou a vivência da equipe multiprofissional de APH móvel no suporte avançado de vida em PCR, revelou algumas das dificuldades vivenciadas neste componente de atenção, em destaque: o ambiente do APH móvel desperta alguns sentimentos que fazem parte da natureza humana determinados pelo perigo, como a angústia, o medo do desconhecido, a perspectiva do sofrimento, o envolvimento emocional com o paciente, bem como a presença de populares ou familiares no local do agravo, a preocupação em executar corretamente o conhecimento técnico e as próprias limitações dos trabalhadores surgem como fatores adversos ao cuidado no APH móvel (CRISTINA et al, 2016). Ainda sobre a vivência profissional no pré-hospitalar percebemos estas interferências, em especial, nas questões de qualificação dos trabalhadores, no desgaste físico e mental destes, na fragilidade estrutural e de equipamentos para prestação do cuidado, na ausência de rede de serviços e linhas de cuidado e nas questões vinculadas a colaboração da sociedade, ao sentimento de corresponsabilidade e controle social. Outro estudo desenvolvido para analisar o processo de trabalho e descrever o perfil dos enfermeiros do SAMU, concluiu que tal processo tem como finalidade o cuidado pré-hospitalar, ou seja, a atenção às urgências clínicas, obstétricas, psiquiátricas e traumatológicas. Os sujeitos ou grupos em situação de urgência sanitária pré-hospitalar são seus objetos de trabalho. O instrumental e o produto final do trabalho são as técnicas, manobras e cuidados, que reduzam danos e risco de óbito (NETO et al, 2010). Uma pesquisa realizada por Barros e cols. (2008) observou um importante déficit na qualificação dos (as) enfermeiros (as) dos serviços pré-hospitalares fixo e móvel frente à parada cardiorrespiratória e identificou uma situação mais relevante e preocupante no que se refere aos enfermeiros do serviço pré-hospitalar fixo. Este fato reforça a necessidade de constate atualização/capacitação, além da fragilidade dos cursos de graduação por terem muito conteúdo abordando alguns assuntos superficialmente. Para que haja um atendimento seja exitoso é importante que o enfermeiro esteja atualizado e multiplique as informações com sua equipe mantendo-a qualificada, e diante uma PCR coordene e exerça sua liderança com calma, dentre muitas dificuldade encontradas que tornam o ambiente de uma PCR estressante e obter sucesso em suas manobras de Ressuscitarão Cardiopulmonar (RCP) mantendo a vida da vitima (LUGON, 2014). É notório a importância de treinamentos para que quando a situação ocorra os profissionais envolvidos trabalhem em equipe, com calma, atuando com responsabilidade, pondo os conhecimentos em prática evitando possíveis iatrogenias. O fazer dos trabalhadores do SAMU é pautado na necessidade de segurança e busca o controle do que fazem, porém, a estabilidade dos espaços é ilusória, podendo causar sofrimento. A busca por uma reorganização da assistência em saúde trouxe uma simplificação do conceito de sistematização e, principalmente, de protocolo, que surgiu como uma estratégia de guia norteador do atendimento, mas passou a ser uma forma sistemática de padronização das ações (ALMEIDA et al, 2016). Este modus operandis favoreceu o cuidado no APH móvel às vítimas de PCR, considerando os protocolos e diretrizes que foram desenvolvidos e incorporados ao longo dos anos. Os destaques das diretrizes da American Heart Association-AHA (2015) trazem algorítimos de Suporte Básico de Vida (SBV) para socorristas leigos e profissionais de saúde, mais 02 cadeias de sobrevida para o adulto, sendo novidade a cadeia intra-hospitalar. Os elos fundamentais da cadeia de sobrevida de adultos no ambiente extra-hospitalar permaneceram inalterados em relação a 2010 e, na diretriz 2015, vem com ênfase a dar resposta rápida a eventos repentinos. Tal questão foi reforçada com a recomendação de incorporar tecnologias de mídia social que convoquem socorristas que estejam dispostos e capacitados a realizar Reanimação Cardiopulmonar (RCP) e próximos à uma vítima com suspeita de PCR extra-hospitalar. A Portaria 1.600, de sete de julho de 2011, responsável pela reformulação da Política Nacional de Atenção as Urgência e pela instituição da Rede de Atenção as Urgência do SUS, propõe a ampliação do acesso à população nestes serviços, bem como o acolhimento de casos agudos; garante a aplicabilidade dos princípios do SUS nas emergência de qualquer caráter (clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, pediátricas, psiquiátricas e de causas externas); regionalização do atendimentos às urgências; humanização no atendimento, dentre outros (BRASIL, 2011). Constituem-se componentes da Rede de Atenção às Urgências: promoção, prevenção e vigilância à saúde; Atenção básica em saúde; SAMU-192 e Central de Regulação Médica das Urgências; Sala de Estabilização; Força Nacional de Saúde no SUS; UPA-24h; Rede de Atenção Hospitalar; Atenção Domiciliar (BRASIL, 2011). Segundo o site da prefeitura de Feira de Santana a rede pública de atendimento de emergência do município constitui-se de duas Unidades de Pronto Atendimento 24h, quatro Policlínicas, um Hospital Geral, um Hospital Pediátrico e uma base do SAMU. O Serviço de atendimento Móvel de Urgência foi implantado em feira de Santana no ano de 2004, a base centralizada é responsável pelos atendimentos do município e seus distritos. A partir de junho de 2016 o SAMU de Feira de Santana passou a ter abrangência Regional, com bases situadas em Conceição do Jacuípe e Irará. Este serviço conta com dez unidades móveis (2 de USA, 7 USB e 1 motolância) para atender com a maior agilidade e eficiência a população, além disso realiza periodicamente atividades de educação permanente para os profissionais para torná-los sempre mais capacitados a fazer o melhor atendimento. Somente este ano o SAMU atendeu até o mês de maio, 14.075 chamados de socorro, destinando-os às unidades de média e alta complexidade necessário da Rede de atenção às urgências. Segundo as estáticas a unidade que mais recebe usuários atendidos pelo SAMU é o Hospital Geral do município, com 1.379 encaminhamentos até maio (FEIRA DE SANTANA, 2017). O SAMU atende em todas as faixas etárias, dede o recém-nascido ao idoso, Costa, Miranda e Sousa (2013) mostram que em 2009 o SAMU realizou 407 atendimentos pediátricos. A intervenção rápida nos acidentes envolvendo crianças é decisiva, assim como nas demais idades, para que o prognóstico do paciente seja o melhor possível. Os números de atendimentos nesta especialidade são cada vez mais crescentes, é tanto que um estudo realizado na cidade mostrou que a principal “porta de entrada” nas redes hospitalares são os serviços de urgência e emergência (LEITE; ASSIS, 2010). Com isso, destacamos a importância da capacitação dos profissionais, que atuam nessa área e de sua constante atualização.
Articulação e formação de um grupo de trabalho para elaboração e execução da proposta: será formado um grupo de trabalho composto de docentes, discentes e representantes da UPA e SAMU para elaboração da proposta; Seleção de 10 bolsistas para o Programa de Qualificação (sendo 06 voluntários e 04 remunerados) – Faremos seleção para 06 voluntários no mês de setembro e quando obtivermos liberação de bolsas pela UEFS faremos seleção para ocupar as quatro vagas restantes. A seleção será feita através da entrevista e escore de nota do candidato (discente UEFS); Busca de parcerias com os docentes dos cursos Medicina, Enfermagem e Odontologia, bem como com o Departamento de Saúde e laboratórios – buscaremos parcerias para implementação da proposta apresentando o projeto e nos colocando à disposição para receber novos membros; Elaboração do regimento- Regimento foi elaborado pelo coletivo (docentes e discentes) e será submetido à apreciação dos pares no mês de outubro de 2017; Instituir parcerias com os serviços de saúde, Secretaria Municipal de Saúde e Educação e Escolas municipais – construímos uma carta convite e anuência para as instituições parceiras após a apreciação e aprovação da proposta assinar. Participação no comitê gestor de urgência e emergência do município – Emitiremos um oficio ao Comitê Gestor informando a nossa disponibilidade de participar do referido colegiado; Sensibilizar a comunidade acadêmica, os profissionais e gestores da saúde, bem como a população frente à necessidade de qualificação para o atendimento nas urgências: através de simulações realísticas agendadas previamente. Elaboração de calendário das ações educativas articuladas sobre problema apontado pelo grupo envolvido (profissional, comunidade universitária e cobradores e motoristas de ônibus) – implementação de cursos e simulações realísticas ; Implementar as ações educativas planejadas com os grupos específicos. Por fim, mesmo este projeto não sendo de pesquisa, respeitaremos os aspectos éticos da Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012, em destaque: respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais, individuais ou coletivos, garantia de que danos previsíveis serão evitados, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-humanitária.
Qualificar profissionais de saúde, comunidade universitária e cobradores e motoristas de ônibus em urgência e emergência.
• Implantar a Liga de Urgência e Emergência na UEFS; • Instituir o grupo de articulação entre os serviços de urgência e emergência: Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); • Instituir ações educativas sobre Suporte Básico de Vida com os cobradores e motoristas de ônibus; • Produzir estudos na temática sobre o trabalho nas unidades de Urgência e Emergência.
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) permanece como um problema mundial de saúde pública. Muitas são as vidas perdidas anualmente no Brasil relacionadas à PCR, ainda que não tenhamos a exata dimensão do problema pela falta de estatísticas a este respeito.Segundo a I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovascularesde Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013) estima-se algo em torno de 200.000 PCRs ao ano, no Brasil, sendo metade dos casos ocorrendo em ambiente hospitalar, e a outra metade em ambientes como, via pública, residências, shopping centers, aeroportos, etc. Na Bahia na cidade de Feira de Santana, são escassos. Apesar de sua existência há vários anos, percebe-se que a temática “Urgência e Emergência” ainda é abordada de forma insuficiente nos cursos de graduação e só mais recentemente vem sendo focalizada em algumas especializações de enfermagem, ficando nítida a insuficiência de conteúdos curriculares para a qualificação de profissionais de urgência no nível de graduação (ROCHA, 2013). A American Heart Association é responsável pela elaboração de diversas condutas em situações de urgência e emergência, como as Diretrizes de Suporte Básico e Avançado de Vida em Cardiologia, nos quais os protocolos criados com base em estudos e revisões de literatura, guiam a conduta dos profissionais de saúde e leigos em situações que envolvam vítimas com iminência de morte. Porém, apesar da existência de tais diretrizes e protocolos, diante do pouco investimento no ensino em urgência e emergência, bem como a ausência de ações em Educação Permanente em Saúde, destaca-se a fragilidade na aplicabilidade de tais protocolos, podendo comprometer a saúde dos pacientes atendidos, findando em lesões, incapacidades e, por fim, óbito. Acredita-se que considerável parcela da população, sem treinamento adequado para a prática de primeiros socorros, auxilia vítimas em situações de emergência apenas pelo impulso da solidariedade, podendo comprometer a reabilitação (PERGOLA; ARAÚJO, 2008). Sendo assim, são fundamentais o esclarecimento e a capacitação da população leiga no atendimento à PCR, com o objetivo de favorecer a memorização das manobras empregadas no Suporte Básico de Vida, evitando assim, a ocorrência de falhas que possam retardar o início do tratamento.

Histórico de movimentação
16-04-2023 18:30:22

Criação da proposta

18-04-2023 09:00:52

Parecer da Câmara de Extensão

PROGRAMA APROVADO
17-04-2023 10:18:03

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
18-04-2023 09:00:52

Aprovado

PROGRAMA APROVADO
18-04-2023 09:01:23

Ativo

Habilitado para pedido de bolsa
v1.4.13
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