Epidemiologia e Aspectos clínicos das Hepatites Virais; Vigilância Epidemiológica das doenças evitáveis por vacinas.

O Programa de Vacinação contra hepatite B (PVCHB) foi implantado em junho de 1995 através da Resolução Consepe 25/95, desde então são realizadas campanhas de vacinação semestralmente contando com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde e a Vigilância epidemiológica de Feira de Santana – BA. As campanhas de vacinação contra Hepatite B são realizadas de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, esquema de três doses. Em muitas destas campanhas a abertura se dá através de palestras com temáticas sobre a Hepatite B ministradas por palestrantes convidados, com o objetivo não apenas vacinar os grupos vulneráveis selecionados pelo PVCHB, mas também possibilita o conhecimento sobre os aspectos pertinentes relacionados a Hepatite B e, permitem a sensibilização quanto a vacinação e prevenção. Frisa-se a participação e apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) através da Pró-Reitoria de Extensão, Departamento de Saúde (DSAU), Laboratório de Enfermagem (Labenf) e do Colegiado do Curso de Enfermagem que possibilitam o êxito do PVCHB. O Programa funciona no MT 64 situado no modulo VI do campus da UEFS e para melhor desenvolvimento das atividades dispõe de recursos mateirias e respaldo de redes e instituições relacionadas com o tema. Os registros das doses aplicadas serão feitos através dos instrumentos preconizados pelo Ministério da Saúde e pelo sistema de informação e registros das campanhas de vacinação contra hepatite B normatizada pelo Programa da UEFS. Será realizada a avaliação dos resultados quantitativamente através do número de participantes do evento e percentual de doses e vacinas admnistradas no público-alvo da campanha.

Prevenir a ocorrência da Hepatite B e outras doenças imunopreveníveis entre a população alvo (comunidade da UEFS, policiais militares, profissionais de salões de beleza, profissionais do sexo e funcionários da empresa de limpeza pública Sustentare) no município de Feira de Santana – BA.

Realizar ações educativas sobre prevenção das hepatite virais, sobretudo aquelas transmitidas pelos VHA, VHB e VHC, e sobre outras doenças imunopreveníveis enfatizando a importância da vacinação. Realizar as campanhas de vacinação contra hepatite B e demais doenças imunopreveníveis conforme calendário de vacinação especifico para a população alvo do Programa.

Muitos trabalhadores aptos ao desempenho de suas funções mostram-se em condições de trabalho que os tornam mais vulneráveis a determinadas infecções ou, uma vez infectados, apresentam um risco aumentado de complicações, sendo assim, esses trabalhadores deverão ser objeto de considerações especiais no tocante à imunização, ações educativas para saúde e fatores que gerem adesão a esses processos. O vírus da hepatite B representa um grande risco ocupacional para os trabalhadores em geral, como para os profissionais e estudantes da área de saúde, haja vista que o desenvolvimento das práticas, durante e após a formação profissional, exigem contato direto com sangue e secreções, importantes veículos de transmissão da doença, desde que estejam contaminados. De acordo com Araujo e Silva (2015) os profissionais de saúde possuem uma prevalência de marcadores sorológicos de hepatite B superior a da população de doadores de sangue. Yoshida (1996) complementa ao afirmar que a prevalência de marcadores sorológicos de hepatite B na população de estudantes que se iniciam na área da saúde é similar à população em geral, no entanto, a incidência tende a se elevar no decorrer do curso. Os fatores que podem ser correlacionados ao aumento da prevalência destes marcadores incluem história de hepatite, acidentes com agulha ou objetos pérfuro-cortantes, práticas traumáticas e a prevalência de soropositividade para o HbsAg na população de pacientes. Estudos comprovam que o Brasil é um dos países com maior número de casos confirmados de hepatite B, sendo que no período entre 2000 e 2009, a incidência de hepatite B no Brasil variou de 5,03 a 11,48 casos por 100.000 habitantes, sendo a faixa etária prevalente entre 40 e 59 anos de idade, no sexo masculino (SILVA; et al.,2013). Em se tratando de Feira de Santana, segundo o DATASUS, no ano de 2015 foram confirmados 53 casos de Hepatite Viral na cidade, sendo que destes casos, 28 foram de Hepatite B, demonstrando a necessidade de intervenções efetivas para a prevenção dessa doença por meio da vacinação e ações de conscientização dos grupos vulneráveis a cerca de medidas preventivas, o que torna ainda mais evidente a relevância da implantação e manutenção do Programa de Vacinação Contra Hepatite B na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS.