INTERNATO EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL (CTBMF) E ODONTOLOGIA HOSPITALAR (OH) UEFS-HGCA #86

Coordenador:
JENER GONÇALVES DE FARIAS
Data Cadastro:
08-05-2023 17:23:53
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Presencial
Cadastrante:
Jener Gonçalves de Farias
Tipo de Atividade:
Projeto
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Sim (HOSPITAL REGIONAL CLÉRISTON ANDRADE)
Unidade(s):
Área de Cirurgia, Área de Odontologia,

Resolução Consepe 54/2020
Processo SEI Bahia 07135292020000534615
Situação Ativo
Equipe 19

A OH vem se destacando na promoção de saúde bucal e prevenção de bacteremias em pacientes internado crônicos. Assumindo uma importância na redução do tempo de internação desses pacientes. A CTBMF é uma especialidade da Odontologia responsável pelo diagnóstico e tratamento de inúmeras afecções do complexo maxilo-mandibular como fraturas faciais e infecções odontogênicas graves. Nos últimos anos os alunos de graduação têm despertado interesse por essas áreas, contudo ficam restritos e limitados as cargas horarias dos componentes curriculares. Dessa forma, o programa de internato no HGCA se justifica pela possibilidade de oferecer ao aluno de graduação em Odontologia a partir do 6o semestre esse um aprofundamento de conteúdos e desenvolvimento de habilidades nesse fértil campo de atuação. Objetiva dessa forma, dar treinamento nas áreas de OH e CTBMF e aprofundar os conhecimentos nessas áreas. O interno deverá cumprir um plantão de 12 horas na semana em escala a ser definida e que não haja incompatibilidade com as disciplinas que estiver cursando. Além disso, terá 4 horas de atividades teóricas (seminário, provas, discussão de casos clínicos). Sendo que o mesmo será avaliado através de um portfólio que inclui (assiduidade, pontualidade entre outros itens do anexo 1) e através avaliações teóricas.
A) ODONTOLOGIA HOSPITALAR Historicamente a criação da Associação Brasileira de Odontologia Hospitalar no ano de 2004 parece ter sido o marco inicial da discussão dessa importante parte da Odontologia. Desde a implantação da Lei 2776/2010 no Congresso Nacional estabeleceu a obrigatoriedade da presença de profissionais de Odontologia nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) houve um processo de reorganização, reconhecimento e ampliação da atuação do Cirurgião-Dentista (CD) no hospital. Dessa forma a atuação do CD é vista de forma ampla, multidisciplinar, integrada e abrangendo todos os setores do Hospital. Contribui para a prevenção e redução das infecções hospitalares, principalmente as respiratórias como a pneumonia nosocomial ou pneumonia associada a ventilação (PVA), redução do tempo de internamento, uso de medicações, exames complementares e também de custos hospitalares. Pode atuar não só em UTIs mas em serviços de alta complexidade como Oncológicos, Neurológicos, Endocrinológicos entre outros atuando em sintonia com toda a equipe multidisciplinar e proporcionando melhorias consistentes na cavidade bucal desses pacientes. (MARTINI, 2018) Contudo, a criação de comissões de Odontologia Hospitalar dos Conselhos regionais de Odontologia visa a formulação de normas e diretrizes que definam trabalho do CD bem como a capacitação deste para trabalhar nesse complexo ambiente. (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 2015) Dessa forma, a Odontologia Hospitalar se coloca na tentativa de oferecer a esses pacientes os seguintes procedimentos: 1 – Remoção de focos de infecções (restos de dentes) 2 – Raspagens de cálculos e profilaxia com aplicação de flúor 3 – Controles de placa bacteriana dental e orientações em higiene bucal 4 – Restaurações atraumáticas de cáries ativas 5 – Escovações dentárias supervisionadas ou profissional 6 – Diagnóstico e tratamento das afecções da mucosa bucal 7 – Manifestações bucais de doenças sistêmicas Vários estudos ao longo desse tempo têm pesquisados e analisados dados em relação a importância do ensino da Odontologia Hospitalar e também da presença do Cirurgião-dentista no ambiente hospitalar na prevenção e tratamento de afecções bucais Recentemente Lucas, Vieira Junior, Besegato, Caldarelli (2017) realizaram um estudo quantitativo, descritivo e exploratório referente a oferta da disciplina de Odontologia Hospitalar em instituições públicas e privadas da região sul do Brasil E como resultados em seis deles não foram encontradas informações do projeto pedagógico. Com relação à oferta, seis cursos apresentam Odontologia Hospitalar na matriz curricular, dois no Paraná e quatro no Rio Grande do Sul, todas instituições privadas. Quanto ao momento de oferta e a carga horária, em três encontra-se no décimo semestre com 65h, em uma no nono semestre com 68h e em duas estas informações não estavam disponíveis. Todas apresentaram ementas, entretanto, não foram encontradas informações da natureza (teórica/prática) dos componentes curriculares. O estudo traçou um panorama da inserção da Odontologia Hospitalar nos cursos de Odontologia do Sul do Brasil, apontando a necessidade de discussão acerca da implementação deste conteúdo. Observou-se também que nem todos os cursos disponibilizam informações da matriz curricular online, e quando disponíveis nem todas as características são apresentadas. SILVESTRI et. al (2016) realizaram uma revisão de literatura com meta análise com o objetivo estudar o efeito da clorhexidina nas septicemias. Como resultados foram incluídos cinco estudos com 1655 pacientes. A maioria das informações vieram de estudos com baixos e claros riscos de viés. Concluindo que a clorhexidina não reduz a septicemias em pacientes de UTIs e também não afeta a microbiota envolvida, contudo afirma que essas conclusões sofreram influência de do viés científico das metodologias. Observando esses dois artigos anteriores pode-se concluir a importância desse projeto tanto na formação didático-pedagógico do discente de Odontologia da UEFS como na determinação e realização de pesquisas para determinação de protocolos que tragam benefícios aos pacientes e desenvolvimento científico e tecnológico ao HGCA e conjunto com a UEFS. B) CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL: Em nosso tempo, uma torrente de avanços tecnológicos acelerou a produtividade, mas esta aceleração tem demonstrado não ser puramente uma benção. O aumento do número de máquinas - automotivas e similares - e da proporção em que operam tem trazido problemas novos, diferentes e difíceis para a medicina. Longe de ser o último, está o alarmante e persistente aumento da incidência das lesões faciais. Os fatores etiológicos das diversas patologias são diversificados e podem ser citados, de forma sucinta, como sendo: a) traumatismos que trazem fraturas dos ossos da face e ferimentos dos tecidos moles; b) microorganismos que podem causar abscessos, flegmões, Osteomielite e osteítes; c) alterações teciduais que proporcionam o surgimento de cistos e tumores odontogênicos na área dos maxilares; e d) alterações genéticas que causam deformidades faciais e dento-esqueléticas. Portanto, hoje é raro encontrar-se um hospital nos grandes centros de saúde que não conte em seu corpo clínico com a participação de um cirurgião bucomaxilofacial. O cirurgião bucomaxilofacial é um profissional da Odontologia que tem pós-graduação realizada em ambiente hospitalar, por um período que varia de dois a quatro anos de dedicação exclusiva. Por isso, conhece sobre traumas de face e ossos do crânio. Ele trata doenças e tumores da boca, corrige anomalias faciais como maxilar ou mandíbula muito grande, pequena ou desviada para os lados (assimetrias). Além disso, é ele quem cuida dos enxertos para reposição de osso perdido ou atrofiado na boca (maxilar e mandíbula), podendo também realizar implantes dentários. Está apto a tratar de casos mais complexos de reconstrução facial. Dores faciais (na ATM) e problemas de apneia do sono também estão dentro da área de atuação do Cirurgião Bucomaxilofacial. (HUPP, ELLIS, TUCKER 2009) B.1) ÁREA DE COMPETÊNCIA E REGULAMENTAÇÃO DA ESPECIALIDADE O profissional formado em Odontologia é responsável pelo chamado sistema estomatognático (Bucomaxilofacial), que compreende os dentes, os tecidos que os sustentam, os ossos, músculos, articulação têmporomandibular, inervação sensitiva e motora com um complexo sistema de reflexos proprioceptivos. A Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial é a especialidade que tem como objetivo o diagnóstico e os tratamentos, cirúrgico e coadjuvantes, das doenças, traumatismos (traumas dentais e fraturas dos ossos da face), lesões e anomalias congênitas ou adquiridas do sistema estomatognático e anexos e estrutura craniofaciais associadas. (COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAL) Os Conselhos Federais de Medicina e Odontologia, em agosto de 1997, constituíram uma Câmara Técnica que normatizou questões relativas às interfaces entre os médicos e os cirurgiões-dentistas, objetivando harmonizar o trabalho em equipe entre os diversos profissionais respeitando sua individualidade, suas diferentes competências e graus de responsabilidades, de forma que essa área de afecções da face mantenha seu ritmo de acentuado progresso científico e treinamento da técnica e de suas habilitações, os objetivos foram alcançados e expressos nas Resoluções CFM 1.536/98 e CFO 003/99 e 004/99 e revogada pela Resolução 1950/2010. Portanto, define-se como Área de Competência do Cirurgião Bucomaxilofacial: a) Implantes, enxertos, transplantes e reimplantes; b) Biópsias; c) Tratamento de infecções do complexo maxilomandibular; d) Anestesia local e troncular; e) Cirurgia com finalidade protética; f) Cirurgia auxiliar e com finalidade ortodôntica; g) Cirurgia ortognática; h) Tratamento cirúrgico de cistos de tecidos moles e duros; doenças das glândulas salivares (excetuando-se apenas as neoplasias das glândulas salivares maiores: parótida, submandibular e sublingual); doenças da ATM; lesões de origem traumática (traumas dentais e fraturas dos ossos da face) na área bucomaxilofacial; de malformações congênitas ou adquiridas dos maxilares e da mandíbula; dos tumores benignos da cavidade bucal, dos tumores malignos da cavidade bucal, atuando integrado em grupo de oncologistas; distúrbios neurológicos com manifestação maxilo-facial, em colaboração com neurologistas ou neurocirurgião; e, das afecções radiculares e perirradiculares; i) Remoção cirúrgica de corpos estranhos na área bucomaxilofacial. O cirurgião-dentista especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, como integrante da equipe de saúde, atuará a seu tempo e de conformidade com as prioridades da ATLS ou equivalente, quando do atendimento de pacientes politraumatizados.(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 1998) Visto na fundamentação teórica se tratar de duas áreas de complexo conhecimento e habilidade, portanto, o Projeto de Internato em OH e CTBMF se torna de extrema importância uma vez que irá fomentar no aluno de Odontologia da UEFS o estimulo para aprofundamento de ambas as áreas, irá ajudar a definir linhas de pesquisas em OH e CTBMF estreitando os laços entre as instituições (HGCA-UEFS) proporcionando descobertas que venham qualificar bem como, quantificar o atendimento ao paciente.
Prática na forma de plantão de 12 horas semanais, observacional e supervisionada em diversos ambientes do HGCA – ambulatório da CTBMF, Unidades de tratamento Intensivo (UTI) e Centro Cirúrgico Sessões científicas com discussão e problematização de caso clínicos e artigos científicos Seminários Estruturação de projetos de pesquisa e confecções de artigos científicos e participação em eventos com apresentação de trabalhos
Expandir os conhecimentos e habilidades em Odontologia Hospitalar e Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial entre os discentes de Odontologia e Cirurgiões-dentistas
Aprofundar os conhecimentos e as habilidades das áreas de OH e CTBMF entre os discentes de Odontologia Delinear linhas de pesquisas de interesse interinstitucional (HGCA-UEFS) Ampliar e humanizar o atendimento de pacientes com patologias maxilofaciais e internados crônicos
O Curso de Graduação em Odontologia da UEFS se encontra atualmente consolidado e sempre oferecendo um ensino centrado na qualidade e excelência. Na área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial as disciplinas de graduação têm oferecidos ao aluno uma boa base para sua formação profissional ambulatorial. No entanto, o conhecimento sobre ambiente hospitalar e a importância da presença do Cirurgião-dentista nos mesmos ainda não puderam ser comtemplados. Somado a isso observa-se a carência desses serviços para a população não só de Feira de Santana, cidade circunvizinhas como de toda a Bahia resultando para os pacientes em muitas perdas dentárias, sequelas de traumas de face, e consequente estigmatização social. Dessa forma, o Projeto de Internato em OH e CTBMF se justifica, pois, irá proporcionar aos discentes de Odontologia um significativo ganho didático pedagógico com bom treinamento para o desenvolvimento de habilidades e competências muitas das vezes deficitárias nos componentes curriculares. É importante também ressaltar o salto de qualidade e produtividade no atendimento da população portadoras de doenças do complexo estomatognático.

Histórico de movimentação
08-05-2023 17:23:53

Criação da proposta

17-05-2023 16:13:28

Parecer da Câmara de Extensão

PROJETO APROVADO
10-05-2023 13:20:04

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
15-05-2023 10:03:09

Aprovado

PROJETO APROVADO
15-05-2023 10:03:23

Ativo

Habilitado
17-05-2023 16:13:28

Aprovado

PROJETO APROVADO
23-05-2023 10:58:48

Ativo

Aprovado
v1.4.13
SISTEX - Desenvolvido pela Assessoria Especial de Informática - AEI e Sustentado pelo Escritório de Projetos e Processos - EPP