O sucesso de qualquer terapia em Odontologia passa compulsoriamente por uma fase de exame e diagnóstico bem consistentes, e culmina com a elaboração de um plano de tratamento, motivo pelo qual o diagnóstico e o plano de tratamento são a base para os bons resultados na clínica odontológica (MOSKONA et al., 1999). Dentre as doenças mais comuns que são vistas na clínica odontológica, ainda figuram a cárie e a doença periodontal. A doença de cárie afeta indivíduos de todas as idades em todos os países do mundo. É uma doença crônica de caráter progressivo e multifatorial que provoca a destruição dos tecidos minerais dos dentes, sendo considerada uma das principais causas de perda dentária em todas as faixas etárias no mundo. A prevalência de lesões de cárie nas mais diversas populações depende de vários fatores, como hábitos de higiene bucal, hábitos alimentares, acesso aos serviços de saúde bucal e um conjunto de aspectos socioeconômicos e demográficos (HAWORTH et al., 2020). Vale ressaltar que as populações afetadas por cárie geralmente apresentam baixos níveis de higiene bucal, outras doenças bucais concomitantes e comprometimento das funções mastigatórias, além dos possíveis impactos estéticos e sistêmicos associados (MATHUR; DHILLON, 2018; HAWORTH et al., 2020). A doença cárie é uma entidade infecciosa que cursa com a destruição do tecido duro dentário (FEJERSKOV, KIDD 2005), podendo gerar desde um desconforto estético, passando por dor de vários graus de acordo com sua profundidade, podendo determinar a perda do dente, e assim culminar com problemas estéticos e funcionais como sequela, impactando na qualidade de vida do indivíduo afetado. Não menos importante, e bastante prevalente, a doença periodontal é um problema de forte presença mundial, e se caracteriza por uma condição inflamatória e infecciosa dos tecidos que circundam e sustentam os dentes (gengiva e osso alveolar) (LINDHE E LANG, 2018). Muitas sequelas de cárie e doença periodontal requerem planejamentos mais arrojados para a reabilitação, e em paralelo, quando dentes remanescentes possuem periodontite, um plano de manutenção e controle deve ser implementado de modo a ofertar resultados duradouros às demais etapas clínicas que possam ser necessárias para o tratamento de cada paciente (CORBET e SMALES 2012). Avanços científicos e técnicos tem possibilitado aos pacientes manterem seus dentes por mais anos em função, e o avançar da longevidade traz condições sistêmicas que requerem a montagem de planos mais complexos e personalizados, fato aplicável a diversas fases da vida do indivíduo (GEDDIS-REGAN e WALTON, 2018). A percepção mais amplamente aceita é que a montagem de planos de tratamento integrados, visando a reabilitação oral de paciente portadores de diversos agravos bucais é mais bem conduzida quando vários clínicos, de formação especializada ou com experiência na área, discutem juntos o caso (ALANI, BISHOP, DEJMAL 2011). Dessa forma, Pitts e Richards (2009) sugeriram que a personalização de planos de tratamento requer treinamento constante para alcançar os melhores resultados, e recomendam que a equipe odontológica procure reunir elementos-chave de informações sobre seus pacientes e os dentes de seus pacientes, centrado no indivíduo, com base na aplicação das melhores evidências atuais e clínicas. Esses elementos sustentam a base da formação ofertada nos Estágios em Clínica Odontológica Integrada, componentes curriculares sob a responsabilidade da Área de Clínica Integrada. Diante do exposto, frente à necessidade de aprimorar os conhecimentos através da exposição, discussão e fechamento dos mais diferentes casos clínicos, a atividade de extensão proposta nesse projeto pretende oferecer à comunidade acadêmica de odontologia a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido durante as atividades teórico-práticas do Curso, fortalecendo o espírito crítico e reflexivo e sensibilizando quanto à necessidade de humanização e adequação desse conhecimento científico às diversas demandas da sociedade.

A atividade será baseada na metodologia de Aprendizado Baseado em Problemas. Os professores construirão casos clínicos com problemas em graus de complexidade distintos que contemplem os níveis de complexidade dos 05 estágios (Caso 1, 2, 3 e 4). O projeto vigorará no período de 2 anos, de 2021 até 2023 (*), com atividades semestrais de 15 semanas, a depender do semestre vigente, e contemplará atividades síncronas e assíncronas, com encontros presenciais semanais de 4 horas, às quartas feiras e mais 4 horas assíncronas em outros horários. Serão disponibilizadas 30 vagas por semestre, sendo 70% para alunos da UEFS e 30 % destinada à comunidade externa, ou seja, alunos de odontologia de outras instituições, segundo prevê a Resolução CONSEPE 127/2020 - Art. 2º e parágrafo Único. No início de cada semestre, as vagas referentes ao Projeto de Extensão, serão divulgadas entre os Colegiados de Odontologia da UEFS, e dos demais cursos de Odontologia de outras instituições. Caso as vagas para a comunidade externa não sejam preenchidas, reverterão para própria UEFS. Estarão aptos a participar do Projeto, os alunos que estejam regularmente matriculados, cursando ou que já tenham cursado as disciplinas clínicas de dentística, cirurgia, periodontia, endodontia e prótese e/ou estejam em estágio de clínica odontológica integrada (ECOI). No primeiro encontro, com todos os inscritos, será realizada a apresentação da metodologia, dos objetivos e dos planos de condução do projeto. Neste instante, os alunos serão separados em grupos menores (Grupo 1, Grupo 2, Grupo 3 e Grupo 4) e de acordo com o cronograma de atividades, cada grupo seguirá os detalhes da apresentação contendo abertura, encerramento e avaliação, bem como, uma aula expositiva ministrada por um professor da área ou um convidado, que ocorrerá entre a abertura e o encerramento do caso o que vai aprimorar os conhecimentos para solucionar melhor o caso clínico. ABERTURA: Na abertura o coordenador fará exposição de um dos casos clínicos e/ou temas e orientará, que um dos grupos, agora responsável pelo caso clínico, escolha um estudante que represente o grupo na discussão, será o relator. O desenrolar da atividade dar-se-á com levantamento de dúvidas, questionamentos e anotação dos termos desconhecidos e posterior, elaboração e checklist dos principais objetivos na investigação do caso. AULA: no segundo momento, dentro do cronograma, professores do estágio, ou convidados de áreas afins, ministrarão aulas teórico participativas de temas relevantes para as propostas de casos/tema apresentados. ENCERRAMENTO: O grupo apresentará em Power Point o fechamento do caso/tema, com as possíveis soluções para os problemas em questão. O grupo apresentará métodos de diagnóstico e plano de tratamento referente ao caso clínico de acordo com o conhecimento adquirido em cada ECOI em complexidade crescente e com as aulas ocorridas durante o desenvolvimento do projeto. Este momento, contará com a presença de professores de especialidades diferentes, que servirão de mediadores para condução das discussões, problematizações e explicações. As atividades assíncronas – são atividades que acontecem sem a necessidade de uma interação em tempo real com os professores ou a turma completa. Consistem nas atividades realizadas pelos estudantes em momentos organizados pelos próprios estudantes, em grupo ou individuais, onde os mesmos realizarão leituras, pesquisas, assistirão vídeos e podcasts, reuniões de grupos de trabalho para preparação das apresentações propostas. No final de cada módulo os grupos deverão apresentar produtos, tais com, podcast, vídeo aulas, artigos, revistas virtuais, cards, para alimentar o instagran do projeto (CACOI) OBSERVAÇÕES 1- Cada grupo seguirá os detalhes da apresentação do seu caso/tema contendo abertura, encerramento e avaliação, bem como, participarão da aula teórico interativas , como detalhado acima. 2- A cada semestre, após a matrícula, novas inscrições serão realizadas e novos grupos formados para dar continuidade ao projeto. 3- Inicialmente, o projeto irá dispor de dois estudantes voluntários como colaboradores. Com o avançar do projeto, novos voluntários poderão ser inseridos. (*) Os resultados foram bastante proveitosos para os professores e estudantes de Odontologia, bem como para toda comunidade. Solicito apreciação da PROEX, para que o projeto seja prorrogado por mais tempo, até 2024 ou por mais tempo, se assim for aprovado.

Sedimentar o processo de diagnóstico e de construção de planos de tratamento integrados em Odontologia.

1. Aplicar o processo de diagnóstico clínico e de imagem em casos integrados; 2. Elaborar planos de tratamento a partir de casos disponibilizados; 3. Ampliar o nível crítico em relação à elaboração do diagnóstico e plano terapêutico; 4. Fortalecer a formação profissional dos participantes.

O projeto dispõe de ações de caráter educativo, científico e tecnológico, e cursos da Área de Saúde e, em Odontologia não poderia ser diferente, a capacidade de ofertar diagnóstico clínico corretamente e elaborar a forma de tratamento definem a capacidade técnica em termos de competência do profissional. Durante os Estágios em Clínica Odontológica Integrada (ECOIs), as atividades da área de clínica integrada em todos os 05 componentes curriculares são inteiramente clínicos, logo, as habilidades de desenvolver competências devem ser exercitadas, no diagnóstico e plano de tratamento, para que o desempenho clínico seja de excelência. Assim, este Projeto de Extensão tem como proposta oferecer atividades em que alunos e professores possam ampliar e aprofundar discussão em relação a diferentes situações clínicas, encontradas nos estágios de 1 a 5, bem como, trabalhar a problematização em torno dos assuntos que despertem dúvidas e inquietações.