Programa De Extensão Em Periodontia #96

Coordenador:
MICHELLE MIRANDA LOPES FALCAO
Data Cadastro:
30-05-2023 18:19:37
Vice Coordenador:
-
Modalidade:
Híbrido
Cadastrante:
Soraya Castro Trindade
Tipo de Atividade:
Programa
Pró-Reitoria:
PROEX
Período de Realização:
Indeterminado
Interinstitucional:
Não
Unidade(s):
Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar,

Resolução Consepe 78/2009
Processo SEI Bahia 00000000000000000000
Situação Ativo
Equipe 32

O Programa de Extensão em Periodontia, vinculado ao Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar (NUPPIIM)/UEFS, constitui uma ação de extensão universitária articulada a projetos de pesquisas e pós-graduação dentro da área de Medicina Periodontal, que tem proporcionado a integração entre a universidade e grupos comunitários populacionais específicos, como gestantes, mulheres pós-menopausadas, pessoas com diabetes, dienças respiratórias, hipertensão, doenças cardiovasculares, hanseníase, síndrome metabólica e doenças renais, cuja condição bucal interfere no controle dessas condições sistêmicas. O objetivo deste programa é oferecer atendimento odontológico a esses grupos especiais de risco à doença periodontal e capacitar alunos de graduação em odontologia no tratamento periodontal, incluindo atividades de educação em saúde e outras especialidades que se agregam à periodontia para garantir a saúde bucal. Além disso, este programa visa atuar na divulgação e popularização da ciência, visando dar autonomia à população quanto à manutenção da sua saúde - bucal e sistêmica. A metodologia compreende a realização de procedimentos clínicos que visam o diagnóstico, planejamento e tratamento periodontal, incluindo raspagem e alisamento radicular, aplicação tópica de flúor, realização de exodontias, restaurações e endodontias, além de ações de educação que envolvem motivação e higiene e fisioterapia bucal, particularizadas às necessidades dos grupos específicos advindos das unidades de saúde de Feira de Santana. As atividades são executadas pelos estudantes de graduação sob a supervisão de professores e cirurgiões-dentistas pós-graduandos dos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e Biotecnologia da UEFS. Os alunos têm a oportunidade ainda de compartilhar os seus conhecimentos em saúde bucal através de atividades didático-lúdicas, visando a manutenção da saúde bucal recuperadae de aprofundá-los por meio dos encontros semanais realizados com todo o grupo do NUPPIIM para a discussão dos casos atendidos no programa. Os resultados dos atendimentos a grupos populacionais específicos proporcionarão o crescimento acadêmico e profissional dos alunos, tanto em relação aos aspectos técnicos quanto aos aspectos humanísticos, ampliando sua comunicação interpessoal e percepção do processo saúde-doença periodontal e sistêmica nas dimensões bio-socio-econômicas. Esse formato de projeto tem ainda possibilitado à Universidade meios de promover interlocução entre atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de promover uma interface entre a universidade e a sociedade.
Na tentativa de melhor justificar a relevância do programa de extensão em Periodontia, o corpo teórico será apresentado em dois tópicos. O primeiro versará sobre etiologia e características da doença periodontal. O segundo abordará tratamento e controle da doença periodontal. Por fim, serão discutidas sucintamente as evidências científicas sobre a temática medicina periodontal, destacando os grupos especiais de risco à doença periodontal. - Etiologia e Características da Progressão da Doença Periodontal Dados da literatura sugerem que a doença periodontal é universal (LÖE et al., 1978). Na forma avançada, sua prevalência no mundo é de 10% a 15%, podendo chegar a 80% em certas regiões (CONSENSUS REPORT, 1996). A doença periodontal é uma entidade caracterizada por um processo inflamatório dos tecidos periodontais (gengivite) que pode resultar em perda óssea alveolar (periodontite). Sua evolução, sem a terapia adequada, pode levar a perda dos dentes (LINDHE, 2010). A partir da década de 50, surgiram inúmeros trabalhos apresentando dados epidemiológicos diversos relacionados à doença periodontal. A análise desses dados revelou que a gengivite precedia a periodontite, o que, do ponto de vista epidemiológico, pareceu ser uma conseqüência inexorável da evolução da inflamação gengival para a destruição óssea. Foi através do estudo de Löe et al. (1965) que ocorreu a comprovação de que o fator etiológico bacteriano era o responsável pelo aparecimento clínico da gengivite após duas a três semanas de acúmulo da placa, sendo consolidado a remoção da placa como o fator primordial para a obtenção ou manutenção da saúde periodontal. Esse paradigma dos anos 60-70, que buscava explicar o desenvolvimento da doença a partir unicamente do acúmulo de placa bacteriana e que tinha como preceitos a suposição de que qualquer indivíduo era susceptível à periodontite severa; que a gengivite progredia sempre para periodontite com conseqüente perda óssea e perda dos dentes e; que a susceptibilidade aumentava com a idade, foi substituído por um modelo multifatorial de desenvolvimento da doença periodontal (POSITION PAPER, 1996). Nesse novo modelo criado a partir dos anos 80, foram considerados, além da presença de bactérias específicas, a interferência de fatores sociais, ambientais, comportamentais e o mecanismo de defesa do hospedeiro interagindo de forma dinâmica possibilitando o equilíbrio do organismo. A grande mudança desse modelo em relação ao antigo foi a substituição da crença na susceptibilidade universal da doença periodontal diante do conhecimento de que cerca de 5% a 20% da população sofre de doença severa generalizada, como observado em estudos epidemiológicos de diferentes populações (POSITION PAPER, 1996). As bactérias, apesar de essenciais, não são suficientes para causar a doença, sendo fatores do hospedeiro, incluindo aqueles relacionados à susceptibilidade, são determinantes da doença periodontal (PAGE, 1998). Pesquisas mais recentes permitiram ainda a classificação desta entidade em várias doenças periodontais, uma vez que estas caracterizam diversas entidades clínicas distintas manifestadas por uma diversidade de aspectos clínicos e histológicos. Ao mesmo tempo, foi estudada a maneira de progressão das doenças periodontais e tornou-se possível constatar que elas apresentam surtos rápidos e agudos, caracterizados pela destruição dos tecidos periodontais e conseqüentemente perda de inserção, seguidos de períodos longos e quiescentes, nos quais a doença se mantém inalterada por toda a vida do indivíduo, ou ocorre sua ativação neste mesmo local ou em qualquer - Página 5 de 26 outra área, a qualquer período de tempo (GOODSON et al., 1982). - Tratamento e controle da Doença Periodontal A remoção da placa consolidou-se como fator primordial para a obtenção ou manutenção da saúde periodontal e os estudos longitudinais corroboraram essas afirmações da necessidade de controle de placa como medida de higiene diária e caseira. Os resultados dos trabalhos de levantamento da história natural da doença periodontal, principalmente elaborados pelo grupo de LÖE et al. (1995) , onde compararam a condição bucal de duas populações distintas do Sri Lanka e Noruega, que não recebiam qualquer tipo de tratamento periodontal e nenhuma orientação quanto aos meios utilizados para a higienização bucal, evidenciaram diferentes padrões de perda de inserção e a necessidade de remoção da placa jovem. Em trabalho mais recente, LINDHE, J. et al.(1989) puderam evidenciar a presença de diferentes graus de susceptibilidade à doença periodontal, sendo que variou desde uma progressão rápida até o ponto de não observar progressão, mas sempre com inflamação gengival. Como não se conhece estudo que comprove alguma capacidade auto-remissiva do periodonto afetado, estes autores afirmaram que há sempre necessidade de tratamento deste quadro inflamatório gengival, que ocasiona, com o passar do tempo, a perda de inserção periodontal na maioria dos casos. Estes mesmos estudos demonstraram com clareza a probabilidade dos indivíduos, em diversas faixas etárias, perderem os dentes devido à não aplicação do tratamento periodontal e controle de placa. Ficou evidente, com isso, a importância de se controlar a placa bacteriana com o propósito de estabelecer a saúde periodontal. As informações colhidas com os diversos experimentos na área da periodontia levaram ao estabelecimento de grande variação terapêutica no tratamento da doença periodontal. Por muito tempo, questionou-se qual tipo de terapia periodontal era a mais apropriada quando se tentava obter a saúde periodontal, podendo ser divididas as técnicas em tratamento periodontal cirúrgico ou tratamento periodontal não cirúrgico (BADERSTEIN et al, 1981);, (LANG et alt 1996). Entretanto, os estudos longitudinais provaram que independente da técnica de tratamento periodontal utilizada, a profilaxia profissional periódica, como parte da terapia de manutenção, também conhecida como terapia periodontal de suporte, é fator preponderante no sucesso de qualquer tratamento periodontal (LANG et al,1996). Devido às observações feitas sobre a progressão das doenças periodontais, o objetivo maior da terapia de manutenção é restabelecer áreas ou indivíduos de risco (ECHEVERRIA, 1996) As metas da terapia de manutenção são: prevenir ou minimizar a recorrência e progressão da doença periodontal em indivíduos que tenham sido previamente tratados por gengivite e periodontite; prevenir ou reduzir a incidência de perda dentária por monitoramento da dentição e de alguma substituição protética dos dentes naturais e aumentar a possibilidade de localizar e tratar, de maneira oportuna, outras doenças ou condições encontradas dentro da cavidade bucal. O que se evidencia é que o tratamento periodontal de suporte exerce papel vital no controle dos tecidos periodontais, depois de terapia ativa. Este tratamento periodontal de suporte típico inclui uma revisão pré-tratamento dos dados dos indivíduos e uma atualização das histórias médica e dental, um exame clínico completo, modificação e revisão dos hábitos de higiene bucal, remoção de agressões sub e supragengivais, bem como modificação de comportamento. A média de duração desse tratamento de suporte é de uma hora e é marcado a cada 3 meses (WILSON JR 1990, VANOOTEGHEM et al,1987). Sabe-se que os hábitos de higiene bucal exibidos pelo indivíduo são de suma importância para a preservação do suporte periodontal, especialmente quando a freqüência da profilaxia profissional é baixa e a susceptibilidade do indivíduo à doença é alta. Entretanto, boa higiene bucal depende de repetido reforço do profissional na instrução e ações de motivação do indivíduo. Sendo assim, atividades de educação em saúde bucal são também requisitos importantes para controle da doença periodontal. - A era da medicina periodontal: ênfase no cuidado de grupos especiais de risco à periodontite - Página 6 de 26 A doença periodontal incide relevantemente na população e tem sido classificada pela Organização Mundial de Saúde como a segunda enfermidade no âmbito do grupo de risco para a saúde bucal (OMS, 2005). Entretanto, os conhecimentos sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento das periodontites, ainda, permanecem pouco divulgados e/ou incorporados de forma insatisfatória à práxis da clínica odontológica. O desdobramento deste fato reflete nas altas medidas de ocorrência da referida doença na população brasileira inclusive em grupos especiais de risco como gestantes, diabéticos, mulheres pós-menopausadas e cardiopatas. Nesse sentido, estudos em Medicina Periodontal têm avaliado as possíveis associações entre os patógenos periodontais e diversas condições sistêmicas relacionadas a esses indivíduos. A literatura evidencia cada vez mais que os microrganismos presentes na boca podem afetar a saúde sistêmica por dois mecanismos principais: migração da própria bactéria para o foco de infecção extra-oral, ou pelo estabelecimento de um quadro inflamatório sistêmico crônico a partir de uma infecção local, como a doença periodontal (FERES & FIGUEREDO, 2007). Segundo Ranney, apud Cunha & Almeida (2000) doenças/condições sistêmicas podem não iniciar a doença periodontal, mas podem alterar seu curso como a osteoporose pós-menopausal e o diabetes. Dentre as doenças sistêmicas consideradas indicadores para a doença periodontal, inclui-se o diabetes mellitus, uma vez que diabéticos têm alta prevalência de doença periodontal. Pesquisadores relatam também, uma relação dose-resposta direta e linear entre consumo de tabaco e periodontite destrutiva, tendo os fumantes uma microflora periodontal diferente e apresentam, também, resposta menos satisfatória ao tratamento (JETTE et al., 1993). É possível que o hábito de fumar seja o principal fator de risco para a doença periodontal (PAGE, 1998). A doença periodontal tem sido apontada como importante fator de risco para o aparecimento de algumas doenças sistêmicas (BECK et al., 1996), tais como alterações pulmonares e alterações cardiovasculares (GENCO et al., 1997). Está relacionada também com a indução de parto prematuro e o nascimento de crianças de baixo peso (OFFENBACHER, 1996), principalmente quando associada a outros fatores de risco como o hábito de fumar, concentração sérica de colesterol, hipertensão e diabetes. Pode-se afirmar então de que o tratamento periodontal representa a manutenção da saúde dentro de um contexto multidisciplinar. Percebe-se pelo exposto, que a Odontologia necessita de novas informações que instrumentem o profissional a identificar quem necessita de tratamento e de como tratar esses indivíduos, compreender os exames diagnósticos médicos de rotina usados para monitorar pacientes com enfermidades sistêmicas, que sejam modificadas pela infecção bucal. (WILLIAMS & OFFENBACHER, 2000). Dessa forma, no Campo da Periodontia, especialmente na linha da Medicina Periodontal, o conhecimento específico pode ser adquirido e aprimorado através de Programas de Extensão Institucionalizados, desde que provido de uma equipe técnica capacitada, além de dispor de infra-estrutura mínima necessária a realização do Curso. Nesta perspectiva, o Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar da Universidade Estadual de Feira de Santana, fundado em 1990, parece atender aos requisitos supracitados para implementar um Programa de Extensão em Periodontia visando oferecer atendimento odontológico a grupos especiais de risco a doença periodontal e capacitar acadêmicos para os procedimentos periodontais não - cirúrgicos nesses indivíduos de risco, uma vez que esse Núcleo de Pesquisa, além de contar com experientes profissionais da periodontia e saúde coletiva (epidemiologia), vem desenvolvendo pesquisas na temática da Medicina Periodontal.
1-Seleção da Equipe: Poderão participar da equipe: Estudantes de graduação do curso de Odontologia que já tiverem cursado as disciplinas Estudos Integrados V e Estudos Integrados IX, tendo sido aprovados com média 7. Estudantes de graduação do curso de Enfermagem e Medicina que estejam, no mínimo, no 4o. semestre. Estudantes dos cursos/programas de Pós-graduação da UEFS. 2- Participação do público-alvo Terão acesso ao programa indivíduos de grupos populacionais específicos encaminhados pelas unidades básicas de saúde do município de Feira de Santana, encaminhados pelas disciplinas do Curso de Odontologia da UEFS, ou que buscarem o programa por demanda espontânea. Grupos populacionais específicos preferencialmente absorvidos no programa: - gestantes, mulheres pós-menopausadas, pessoas com diabetes, dienças respiratórias, hipertensão, doenças cardiovasculares, hanseníase, síndrome metabólica e doenças renais. 3- Descrição das atividades As atividades de prevenção de doenças bucais preveem realização de atividades educativas, encaminhamento para diagnóstico, tratamento e reabilitação. As ações educativas objetivam sensibilizar a população quanto à necessidade de adotar hábitos saudáveis, realizar periodicamente o autoexame bucal, visitar o cirurgião-dentista periodicamente. Além disso, visam orientar sobre os fatores de risco para as diversas doenças bucais, em especial a cárie e as doenças periodontais. Nessas atividades, utiliza-se álbum seriado com informações sobre as doenças bucais, fatores de risco e proteção e higiene bucal. A projeção de informações através de multimídia também é realizada quando as condições do local são favoráveis. Aplica-se ainda atividades lúdicas com o uso de placas sobre fatores de risco e proteção, macromodelos bucais para instrução de higiene oral e da prótese, além de peças teatrais. Folders informativos sobre cuidados bucais, dieta saudável, autoexame da boca, fatores de risco para lesões bucais são entregues à comunidade como forma de consolidar as informações. Além disso, são produzidos vídeos e podcasts sobre os diversos temas de saúde bucal e geral e sobre os avanços científicos de pesquisas sobre esses temas, com ênfase naquelas realizadas pelo NUPPIIM e pelo seu parceiro INCITE Nanotecnologia. Esse material audiovisual é divulgado nas redes sociais do NUPPIIM e do INCITE-Nanotecnologia e repassados por meio dos grupos profissionais da UEFS. A avaliação dos participantes é feita por meio de anamnese e exame físico, que inclui, além dos procedimentos para a avaliação bucal e da cabeça e pescoço, aferição da pressão arterial e temperatura, bem como identificação do grupo de risco ao qual o indivíduo pertence, para que seja adotada uma abordagem interdisciplinar e multiprofissional. O diagnóstico da condição bucal érealizado através do exame clínico intra e extra bucal, com a verificação dos tecidos moles. Em seguida, é feita a avaliação dos dentes quanto a cárie dentária, com o preenchimento de um odontograma e com relação às doenças periodontais, com o preenchimento de um periograma. A partir desta avaliação, sãorealizados os exames radiográficos extra e intrabucais indicados para a complementação do diagnóstico e o planejamento do tratamento a ser desenvolvido. Após realizado o planejamento individualizado dos casos, todo o tratamento odontológico é efetuado. Após a conclusão do tratamento, os participantes são contra-referenciados para a realização da terapia de suporte. Capacitação dos alunos envolvidos: Os alunos envolvidos no Programa de extensão em Periodontia serão inicialmente capacitados pelos docentes do programa para o atendimento dos pacientes. Para isso, são realizados treinamentos prévios através de exposições orais e atividades de laboratórios visando aplicação adequada dos questionários à população alvo, diagnósticos clínico-radiográfico criteriosos das principais doenças bucais (cárie e doença periodontal), planejamento do tratamento destas doenças para posterior execução dos procedimentos odontológicos e realização de atividades de educação em saúde. Também são realizadas discussões de casos pelo grupo composto de discentes de graduação e pós-graduação e de docentes. Procedimentos para o atendimento odontológico: Cada paciente cadastrado no Programa de Extensão responde um questionário sobre suas condições de saúde bucal e geral, e estilo de vida aplicado pelos alunos após treinamento específico. No primeiro exame de consulta, cada paciente é avaliado clínica e radiograficamente para definição de diagnóstico da condição bucal. Todos os registros clínicos e radiográficos são anotados em fichas apropriadas e tabulados em planilhas estatísticas. No diagnóstico clínico periodontal, as medidas clínicas (profundidade de sondagem, nível de inserção clínica, recessão/hiperplasia, índices de placa e de sangramento à sondagem) são obtidas utilizando como referência os critérios de diagnóstico da doença periodontal estabelecidos após discussão e consenso propostos por Gomes-Filho et al. (2018) e adotados como normas sistematizadas pelos pesquisadores do NUPPIIM/UEFS. Após exame clínico, os pacientes são encaminhados para realização de radiografias panorâmica e interproximais/periapicais com fins de diagnóstico e acompanhamento. A indicação para as radiograficas é estabelecida pelos professores, com base nas recomendações da American Dental Association (ADA) (ATCHINSON, 1994). Conforme suas necessidades radiográficas bucais observadas, o indivíduo tem o seu tratamento odontológico direcionado no Programa de Extensão. Após planejamento do tratamento, é iniciada a terapia periodontal, que compreende o tratamento periodontal não cirúrgico (para os indivíduos com doença periodontal), profilaxia com instrução de higiene bucal (para os indivíduos sem a doença periodontal) e a terapia de suporte do tratamento periodontal realizado. Esta terapia seguirá o seguinte protocolo de atendimento desenvolvido pelos professores responsáveis: Tratamento periodontal não cirúrgico Os indivíduos com diagnóstico de periodontite segundo os critérios de classificação da doença periodontal de GOMES-FILHO et al. (2018) terão tratamento periodontal não cirúrgico, de acordo com os seguintes procedimentos: a) Raspagem de todos os depósitos de cálculos supra e subgengivais, alisamento radicular de todas as superfícies rugosas e remoção de biofilme bacteriano. Essa etapa é iniciada com o emprego de um aparelho de ultra-som do tipo PROFI III (Dabi Atlante) conforme preconizado por Vastardis et al. (2005). Nestes procedimentos também são utilizados instrumentos manuais (Trinity - São Paulo): - cureta de Gracey 5-6 - dentes anteriores, todas as faces. - cureta de Gracey 7-8 - dentes posteriores, nas faces vestibular e lingual. - cureta de Gracey 11-12 - dentes posteriores, na face mesial. - cureta de Gracey 13-14 - dentes posteriores, na face distal. Com a ponta ou polpa do dedo anelar apoiada sobre um dente mais próximo à área a ser raspada, e com a apreensão da cureta em forma de caneta modificada, movimento curtos e precisos são feitos na superfície radicular até a obtenção de uma superfície lisa e dura. Primeiro a raspagem e alisamento radicular são realizados nos dentes superiores e finalmente nos dentes inferiores. As superfícies são consideradas raspadas somente quando se conseguir uma lisura e dureza, característica que determinam a boa execução da raspagem e alisamento radicular. b) Polimento de todas as superfícies dentárias (mesial, distal, vestibular, lingual e oclusal) e restaurações. Esta etapa é executada com taças e cones de borracha em baixa rotação e pasta profilática. c) Aplicação de flúor. Após o polimento, as superfícies dentárias são isoladas com rolos de algodão e procedida a aplicação de flúor (Top Gel Vigodent - São Paulo) durante quatro minutos. Ao final desse período de tempo, lava-se, abundantemente, a cavidade bucal para a remoção total de flúor restante, que quando não suficientemente eliminado pode causar irritação na mucosa. d) Restauração definitiva ou provisória é realizada naquelas unidades dentárias nas quais for observada qualquer lesão cariosa que possa ser recuperada. Além disso, correção das restaurações mal-adaptadas e contornos impróprios serão feitos, utilizando broca para desgaste de material restaurador e em alta rotação e tira de lixa para polimento (3M - São Paulo). e) Exodontia das unidades sem condição de serem mantidas na cavidade bucal, comprometendo sua homeostasia. f) Tratamento endodôntico de urgência nas unidades dentárias g) Qualquer outro envolvimento patológico evidente será tratado e em caso de procedimentos mais especializados (prótese, exodontias complexas, e endodontias) os participantes serão informados e encaminhados para os cuidados necessários em uma das clínicas do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana. h) Instruções para higiene bucal. Na primeira sessão da terapia os pacientes receberão instruções para melhorar seu desempenho quanto à higiene bucal através de ações de educação em saúde bucal. Diante de um espelho, será apresentada a cada participante a técnica de Higiene Oral preconizada por Ramfjord descrita por Janson, em 1984. Inicialmente, começando do dente superior direito mais posterior por vestibular, com as cerdas da escova em ângulo reto com a superfície dentária, são executados movimentos circulares de dois em dois dentes, em um total de dez movimentos. Após isto, passa-se para outros dois dentes mais anteriores e assim sucessivamente até o dente superior esquerdo mais posterior. Retornado deste ponto por lingual, de dois em dois dentes, e ainda com dez movimentos circulares por vez, e sucessivamente até o dente superior direito mais posterior. Para os dentes inferiores e na região lingual dos dentes inferiores procede-se do mesmo modo. Na região lingual dos dentes anteriores superiores e inferiores, a escova é posicionada com o seu maior eixo praticamente na vertical e dez movimentos de cervical para incisal, também de dois em dois dentes. Na distal dos dentes mais posteriores, também dez movimentos tipo "limpador de para brisa" são executados para higienizar a área (GOLDMAN; COHEN, 1983). Em seguida, o participante será orientado a repetir os movimentos diante do espelho, sob supervisão do profissional. Igualmente, será demonstrado o uso correto do fio dental com pedaço deste enrolado nos dedos médios de cada mão e com o dedo indicador e polegar se apoiando o fio para passar entre os dentes - Página 10 de 26 superiores. Com movimentos freqüentes no sentido vestíbulo-lingual e no sentido ocluso-apical, o fio deve ser passado na face mesial de um dente e depois na face distal do seu dente contíguo, objetivando o polimento das superfícies proximais. O participante deve executar todos os procedimentos de higiene bucal, em pé e defronte ao espelho, tendo sempre a observação constante do profissional e ainda ser informado da dificuldade inicial para a execução de todos esses meios de higienização. Numa outra sessão, os pacientes deverão assistir a uma palestra com recursos audiovisuais (projeção multimídia), com a finalidade de orientá-las sobre a doença periodontal, sua etiologia, tratamento, o papel do dentista neste contexto e a importância da participação ativa deles mesmos para a obtenção de um resultado satisfatório do tratamento. - Profilaxia Os indivíduos que não forem incluídos nos critérios referidos para a classificação da doença periodontal (GOMES-FILHO et al., 2005) quanto a sua presença e extensão, terão tratamento com a profilaxia, de acordo com os seguintes procedimentos: a) Raspagem de depósitos de cálculos supra e subgengivais existentes, alisamento radicular de todas as superfícies rugosas e remoção de biofilme bacteriano, conforme descrito anteriormente. b) Correção das restaurações mal-adaptadas e contornos impróprios. Ademais, qualquer lesão cariosa observada será tratada, desde que possível. c) Polimento de todas as superfícies dentárias (mesial, distal, vestibular, lingual e oclusal) e restaurações, já descrito. d) Em seguida, aplicação de flúor conforme citado anteriormente. e) Instruções para higiene bucal conforme citado anteriormente. - Terapia de suporte do tratamento periodontal Todas os indivíduos participantes do estudo, os que forem e os que não forem incluídos nos critérios referidos para a classificação da doença periodontal (GOMES-FILHO et al, 2005), participarão da terapia de suporte do tratamento periodontal, de acordo com os seguintes procedimentos: Um mês após a última sessão do tratamento periodontal não cirúrgico (grupos com periodontite) e profilaxia (grupos sem periodontite) será realizado 1º. Reexame (reavaliação) - com uma nova avaliação dos mesmos descritores investigados no 1º exame clínico. Noventa dias depois, será realizada uma nova avaliação dos mesmos descritores investigados no 1º exame clínico (2º Reexame/exame final). Uma profilaxia completa será executada com os procedimentos já descritos. Nova instrução de higiene bucal será reforçada, caso haja necessidade, explicitada pela presença de cálculos e acúmulo acentuado de placa. A terapia de suporte do tratamento periodontal será continuada para todas as participantes que se mostrarem interessadas no tratamento. Educação em saúde bucal Os alunos terão a oportunidade de compartilhar os seus conhecimentos em saúde bucal através de atividades didático-lúdicas, visando a manutenção da saúde bucal recuperada. O propósito é buscar a promoção, prevenção e educação em saúde bucal das pessoas atendidas no Programa de Extensão em Periodontia da Universidade Estadual de Feira de Santana-Bahia. As atividades de educação em saúde bucal consiste de sessões em que envolvem aplicação de questionários sobre conhecimentos em saúde bucal, percepção da qualidade de vida, palestra educativa (utilização de áudio-visual- cartazes, slides, músicas); revelação do biofilme dental; orientação direta sobre técnica de escovação, teatro, brincadeiras, sempre com a finalidade maior de conscientizar as pacientes acerca da real importância dos métodos mecânicos de higienização oral, uma vez que nada pode substituí-los. São também elaborados e confeccionados vídeos de curta duração para divulgação em mídias como Youtube, Instagram e Tiktok e áudios a serem divulgadas no Spotify e Anchor. Todas as atividades são desenvolvidas sob a supervisão da coordenação da clínica de extensão e professores orientadores. 4-Avaliação de desempenho do programa Após a terapia periodontal, os pacientes serão rechamados periodicamente para reavaliações da condição bucal e realizado um comparativo da condição clínica antes e após tratamento periodontal, através da obtenção de índices de sangramento e placa bacteriana . Ao término da programação de educação em saúde bucal, serão reaplicados os questionários sobre conhecimentos de saúde bucal, o que possibilitará avaliar o processo de aprendizagem de cada participante, e verificar o nível de adequação metodológica do programa, permitindo os ajustes futuros necessários. Além disso, será disponibilizada uma ficha de avaliação de satisfação do programa de extensão para cada participante no momento de conclusão do tratamento odontológico.
Oferecer atendimento odontológico a grupos especiais de risco para a doença periodontal (mulheres pós-menopausadas; gestantes/puérperas; portadores de síndrome metabólica, doenças do trato respiratório, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, hanseníase e doenças renais) do município de Feira de Santana e Microrregião e realizar a popularização científica dos temas relacionados à Medicina Periodontal.
-capacitar estudantes de graduação e pós-graduação para a atenção odontológica integral a estes indivíduos; -complementar e aprofundar os conhecimentos e habilidades desenvolvidos na graduação para o atendimento a esta população; -interrelacionar as abordagens teórico-práticas das disciplinas de graduação envolvidas com as ações propostas no programa; -converter o conhecimento obtido a partir de investigações científicas desenvolvidas pela equipe em ações de promoção de saúde da população; -identificar novos grupos populacionais que necessitem do cuidado especial com a saúde bucal em razão do seu agravo; -reduzir e controlar a incidência e prevalência de lesões bucais com enfoque nas doenças periodontais; -propiciar a produção de conhecimentos orientados pelo ensino integrado à Pesquisa e Extensão; -incrementar o sistema de busca ativa dos casos particularmente em locais de pouca assistência; - desenvolver atividades educativas relativas ao assunto em empresas, escolas e asilos com os grupos de risco com vistas à promoção de saúde; - veicular informações quanto à prevenção e controle das doenças bucais através dos meios de comunicação de massa; - incrementar o sistema de referência e contra referência de casos; - ampliar a oferta de serviços na área odontológica; - reduzir a demanda espontânea nos centros de atendimento de maior complexidade, facilitando a resolutividade dos serviços; - favorecer a integração docente-assistencial; - contribuir para a construção de uma universidade aberta às demandas, capaz de produzir conhecimento relevante e útil para a sociedade.
Desde a década de 1990, o NUPPIIM desenvolve pesquisa acerca da condição bucal, especialmente das doenças periodontais, em grupos populacionais específicos. Ao longo dos anos, tem sido observado que a saúde bucal tem influência na saúde sistêmica das pessoas, colaborando para o surgimento e/ou agravamento de condições desfavoráveis de saúde. Os participantes investigados nas pesquisas do núcleo recebem suporte e tratamento nas clínicas de graduação da própria UEFS, principalmente nas disciplinas Estudos Integrados V e Estudos Integrados IX, do Curso de Odontologia. Entretanto, a complexidade da atenção em saúde bucal destes indivíduos tornou necessária a - Página 4 de 26 criação do Programa de Extensão em Periodontia, que busca assistir não apenas aos participantes da pesquisa, mas aqueles indivíduos que pertençam a grupos populacionais com agravos que apresentem relação com a saúde bucal. Assim, atividades de extensão, vinculadas ao núcleo de pesquisa NUPPIIM e às disciplinas de graduação Estudos Integrados V e Estudos Integrados IX acontecem desde o ano de 2005, semanalmente com atendimento odontológico gratuito, sem interrupções. Entretanto, já existe a necessidade de incrementar as ações desenvolvidas no programa, uma vez que a quantidade de grupos de risco foi ampliada, bem como o número de participantes dentro de cada grupo.

Histórico de movimentação
30-05-2023 18:19:37

Criação da proposta

28-07-2023 11:54:26

Parecer da Câmara de Extensão

Aprovado em 2009 - coordenador Isaac Suzart Gomes Filho e Johelle de Santana Passos
27-07-2023 15:52:16

Em Análise

Proposta enviada para análise da Câmara de Extensão
28-07-2023 11:54:27

Aprovado

Aprovado em 2009 - coordenador Isaac Suzart Gomes Filho e Johelle de Santana Passos
31-07-2023 10:12:54

Ativo

Habilitado
v1.4.13
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